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|005 - Singelas Alucinações.

As pessoas naturalmente tendem a pensar idiotices quando estão entediadas, e talvez seja apenas o maldito tédio me consumindo em introspecção agora, mas acho que as nuvens podem contar histórias. Sejam contos de fadas, anedotas sobre animais falantes em reinos distantes ou macabras e confusas narrativas de horror, nenhuma delas ou uma mescla satírica de todas juntas. A imaginação é a única coisa verdadeiramente livre nesse mundo, a mesma nuvem brumosa no alto do céu infinito pode contar milhares de histórias de acordo com os olhos que a veem.

Era a última aula daquele dia, um silêncio quase absoluto reinava na sala, se não pelo som sutil das canetas dos estudantes arranhando o papel em cópia às anotações da lousa. De algum modo eu me via incapaz de me concentrar no que quer que estivesse pseudo-copiando. A imagem nítida daquelas írises de um dourado vívido não saía da minha mente, parecia até mesmo se refletir na minha visão das nuvens, minha própria sátira bordada em absurdos para contar.

O céu escuro indicava uma tempestade de inverno chegando, seria mais uma noite gelada de janeiro e isso me fez pensar também em Jacob, se havia chegado bem à reserva ou congelado no percurso por mera teimosia. Porém, logo tratei de afastar essas ideias bobas. Mal conheço aquele idiota e não é como se fosse esquecer tão facilmente o tratamento tosco que ele vinha me dando, apenas por ele ter um sorriso bonitinho.

Entre o super babaca Black e o esquisito com olhos que mudam de cor, eu já tinha uma ligeira impressão de que minha estadia em Forks não seria nem de longe pacífica como idealizei. Ainda bem que isso já me era costumeiro, sonhos frustrados nunca seriam novidade em minha vida.

O sinal que anunciava o fim da aula soou mesclado a um trovão que retumbou ao longe. Ao juntar rápido minhas coisas e me misturar à multidão, eu só almejava uma cama quente. A perspectiva de poder dormir até o amanhecer seguinte, na imensa maioria das vezes, era a única coisa que me ajudava a suportar esses dias difusos. Talvez porque fosse a experiência mais próxima de morrer a que era permitido provar, ou simplesmente por uma infindável preguiça que esteve impregnada em minha carne desde que me entendo por gente. No fim sequer fazia diferença.

Ninguém realmente liga para um maldito garotinho suicida até que ele realmente se torne um, e então restam a ele apenas duas derradeiras opções: a pena languida e rasa nos olhos das pessoas que não se importavam tanto quanto diziam, ou os julgamentos estúpidos onde eram listado as milhares de coisas que ele poderia ter feito antes de algo tão extremo. Sugerem que "falar com alguém" teria lhe salvado, mas nenhum deles estava lá para realmente ouvir. As longas cicatrizes nos meus antebraços me ensinaram muito mais do que eu gostaria de saber.

Nadei em largas braçadas pela corrente de alunos espalhados por aqueles corredores, quando enfrentava aquele mar de barulhentos desconhecidos, um afogamento me parecia tão menos perturbador. Tomei um caminho alternativo, alcançando uma porta que dava acesso ao pátio, e mesmo que precisasse andar mais ao seguir aquele rumo, a lufada de ar fresco que encheu meus pulmões me encorajou.

Tinha as mãos atoladas nos bolsos da parca, nem as luvas eram suficientes para afastar a dormência dos meus dedos por completo e o vento trajado de um frio cortante parecia queimar a pele do meu rosto, carregava o cheiro da terra úmida e dos pinheiros espalhados sobre a colina próxima. Logo estava junto à parede do outro prédio, a porta que me colocaria direto no corredor principal já me era visível, quando uma voz desconhecida interrompeu minha caminhada.

- Ei, novato! É você, não é? - encontrei apenas um cara que nunca tinha visto antes se aproximando, era seguido de perto por outros três que andavam atrás de si como uma fileira de patos.

- Eu o quê? - num meneio grosseiro com a cabeça, inconscientemente fechei a cara, eles riram. Algo me dizia que nada de bom sairia daquela interação.

- Olha só! O viadinho pelo visto gosta de se fingir de homem! - cuspiu, o tom de zombaria e nítido nojo em suas palavras me fez suar frio. Merda!

- Vai se ferrar, cara. Estou cagando pro que você pensa! - foram minhas últimas palavras antes de dar a ele as costas e seguir andando o menos afobado que consegui.

Eu não podia abaixar a cabeça, sabia que se demonstrasse medo só daria ainda mais combustível para o 'quarteto rola murcha' me perturbar, mas tinha que encontrar um local com mais pessoas o quanto antes ou estaria em maus lençóis. Não é como se fosse a primeira vez que eu passava por isso, mas temia acima de qualquer coisa acordar novamente jogado em um beco sujo, nu e coberto apenas com meu próprio sangue.

- Tá correndo por que, amor? A gente só quer bater um papo, não precisa dessa timidez! - outro dos desgraçados gritou, e eu realmente comecei a correr depois daquilo.

Meu coração acelerou dolorosamente no peito, um enjôo de medo me transpassou como um banho de ácido quando ouvi eles também apertarem o passo. Não conseguia mais respirar, era como um maldito dejavú da pior noite da minha vida e aquela porta ainda estava longe demais para poder me salvar. Me sentia fadado a reviver meu maior trauma como um ciclo vicioso, minhas pernas estavam bambas e a visão falhava em flashes escuros, o pior momento para ter uma maldita crise de pânico.

Senti o baque em minhas costas, antes de ser bruscamente arremessado contra a parede que deixou cortes ardidos na lateral do meu rosto. Ele me agarrou pelo pescoço, forçando minha cabeça contra os tijolos, os outros chegaram pouco depois como corvos carniceiros na fila de um banquete com o que restaria de mim.

- Me... S-solta, porra...! - urrei, falhado e gutural por entre os dentes, mas senti humilhado como lágrimas feitas de puro terror escaparam pelos cantos dos meus olhos.

- Não aceitamos bichas nojentas como você aqui! Nunca deveria ter saído do puteiro de onde veio, mas agora vai pagar caro por vir contaminar a nossa cidade, seu merda!

Ele afundou bruscamente o punho na minha barriga, bem na boca do estômago, e agora eu não tinha mais forças para gritar. Os socos se espalharam pelo meu corpo muito rápido. Tantos punhos me acertando repetidamente que eu não conseguia contar ou raciocinar, estava sendo surrado pelos quatro ao mesmo tempo e não tinha nem mesmo permissão para cair morto de uma vez no concerto lodoso.

Nada na insossa junção de decepções que eu chamava de vida pareceu fazer menos sentido quanto aquele momento. Em instantes me vi implorando aos berros, ao menos em minha mente, para que qualquer um deles somente me matasse logo. Tudo, no entanto, poderia ser suportável se eu não tivesse sentido minha calça começar a ser arrancada do corpo.

- NÃO! P-POR FAVOR, NÃO, ISSO NÃO!!! - implorei aos gritos, tirando força não sei para tentar relutar.

Me debati, acertando quantos chutes e socos desajeitados pude na massa de agressores a minha volta, sentia tanta dor que minha visão não funcionava corretamente. Ainda assim, sob toda a cacofonia dos meus sentidos em falha com o atentado a que era submetido, uma sensação que eu não consegui identificar me tomou aos poucos.

Minhas veias pareceram entrar em combustão em seu cerne, como se meu coração bombeasse agora as chamas mais intensas que já conheci no lugar do sangue. Doía, muito mais que a surra, desejei a morte com ainda mais intensidade naquele instante, porém o mundo era um vermelho vivo de ódio. Era incontrolável, senti fluir em cada parte de mim, a raiva me reivindicou como bem quis.

Muita coisa aconteceu ao mesmo tempo, senti quando uma força sobrenatural fez dois dos punhos que me batiam se afastarem. Um vulto escuro arremessou aquele garoto enorme para longe como se ele fosse um mero boneco, tão rápido que ninguém além de mim notou o ocorrido, mas agora eu tinha um braço livre.

- CALA A BOCA, PORQUE É DISSO QUE ABOMINAÇÕES COMO VOCÊ GOST-AAARGH!!! - algum deles gritou, não sei qual, mas minha mão estava em seu rosto e a única coisa que vi em completa nitidez foram seus olhos explodindo sob o meu toque.

Chamas envolveram os garotos que urraram como animais feridos, uma fumaça preta subiu dos corpos que queimavam como folhas secas, e demorei a compreender que aquele incêndio era eu. Minhas roupas derreteram, as labaredas subiram altas pela parede como se saíssem de um vulcão acordado, mas o fogo não me feria. Não até que cessasse.

Todo o calor sumiu como se o fósforo tivesse sido apagado, e sob um monte de cinzas humanas, me contorci ao sentir como se minha carne estivesse apodrecendo de dentro para fora.



Aquele estalo suave, breve como se tivesse meramente esmagado na palma um punhado de casca de ovo, ficaria em minha mente por um longo período. A facilidade com que quebrei o pescoço daquele adolescente, a casualidade em meu gesto, era apenas mais um dos agravantes que citariam quando no julgamento final eu ocupasse o banco imundo dos réus. Não me importava, não se ao chegar no inferno me indicassem a localização deste desgraçado, e então eu o faria de novo e de novo por toda a eternidade.

Uma pitada de desgosto vergonhosa mesclada a uma leve surpresa deslizou pela minha garganta quando vi subir o fulgor carmim e laranja daquele fogo não natural. Minhas próximas vítimas foram consumidas até os ossos pela chama que fluía do garoto caído, os corpos que derretiam e se esfarelavam com a intensidade de seu poder, como se estivessem diante de um pequeno Sol. A fumaça escura e aveludada pairou até as nuvens, tinha um cheiro nojento de morte e desilusão, mas estava hipnotizado demais pela figura nua sob as cinzas resultantes dele para me preocupar.

Nenhum dos quadros que Carlisle arrematou em todos os seus séculos rodeado das mais prestigiadas obras de arte, poderia ser comparado a Erick Lindbergh neste momento sem ser uma blasfêmia. Seu cabelo se movia quase etéreo junto ao crepitar das labaredas, ondulando graciosamente como ouro líquido. O vermelho desuniforme espalhado pelas mechas era agora um só com o fogo.

Os olhos mais azuis que já vi brilhavam intensamente na face tracejada por veias escuras, eram insanos, assassinos e sinceros como um vislumbre do fim dos tempos, olhos dignos de um anjo da morte. Se pudesse definir o que ocultam os portões do inferno em minha imaginação, seria parecido com aquilo, eu estava aterrorizado e me entorpecia com meu próprio terror. O medo mais genuíno que já experimentei em todo um século me fez quase tremer em um prazer profano, e eu bebi cada gota da sensação como um alcoólatra.

Conforme os cadáveres se desfizeram, borralhos escuros lhe mancharam a pele delicada, tão macia em contraste com o mármore que me recobre. Eu não tinha o direito de vê-lo naquele estado, era imoral e um absurdo desrespeito, mas me sentia incapaz de desviar o olhar.

Cada curva suave em seu corpo desnudo, do relevo das costelas marcadas até as pintas nas coxas alvas que compunham suas pernas longas, todos os detalhes imorais que nunca me permiti reparar em outro homem. Só pude me libertar daquelas amarras invisíveis quando o incêndio em um súbito desapareceu.

O rapaz caído no chão ficou inerte por um instante, mas quando um grito falho e cheio de uma dor nítida e lancinante escapou dele, senti algo parecido com a sensação humana da respiração presa na garganta e no milésimo seguinte estava me ajoelhando ao lado dele.

- Edward, que porra! Ficou louco pra saltar de um veículo em movimento daquele jeito?! Seu carro está todo detonado, cara! - a voz de Emmett alcançou minha mente pouco antes de sua aproximação - O que caralhos aconteceu aqui?!

Não respondi de imediato a pergunto, minha atenção era direcionada aos sinais vitais precários do adolescente no chão. Pulso irregular, hora acelerado e hora muito fraco. Um suor morno e torrencial banhava todo o seu corpo e ele estava ardendo de febre. Pude notar como alguns de seus ossos haviam se partido sob a carne na agressão que sofreu.

Entretanto, o que mais me preocupava eram como suas veias a cada instante mais estavam visíveis na pele, escuras e elevadas em todo o seu corpo como se estivessem a um fio de se romper. Um repentino acesso de tosse pareceu apenas agravar todo o problema, causando espasmos violentos antes que ele vomitasse um líquido preto que pareceu ferver em contato com o chão gelado.

- Ele precisa do Carlisle! - foi a primeira que me atrevi a dizer em voz alta desde que pisei neste pátio, o resto de meus irmãos havia chego.

- O que?! Pelas reações no corpo desse garoto, está metido com magia negra! Não podemos levar uma aberração desconhecida para dentro da nossa casa! - Rosalie como sempre protestou, só era uma que eu já tivesse tomado minha decisão.

Ergui o garoto nos braços, a olhando nos olhos e imaginando se minha irmã mudaria de opinião ao saber o que o levou a isto, mas não tinha o direito de contar a ninguém o quase aconteceu aqui.

Ele agonizava de dor, vi em seus pensamentos que mesmo em sua situação atual, o que mais sentiu fora medo do meu toque. Talvez estivesse acostumado a receber apenas o mal, e eu odiei o destino por fazer de todos nós vítima da crueldade em seus caprichos.

- Claro... E somos todos muito superiores por sermos aberrações conhecidas. - ironizei apenas, lançando a Rosalie um olhar sério.

Porém, não esperei até que ela novamente me repreendesse. Carlisle ajudou a cada um de nós, perdidos entre doenças e maldades, todos às portas do reino da morte. Não esperava que a salvação de Erick viesse da mordida, acho que a imortalidade não lhe cairia bem, mas sentia que ele merecia ao menos uma opinião menos ignorante que a minha.

Deixando para trás as exasperações de Rosalie, mergulhei no cerne da floresta, correndo com todas as minhas forças porque podia sentir como Erick estava morrendo nos meus braços.

XXX

Notas da Autora:

Olá, amigos! Demorei, mas apareci!

Um capítulo bombástico entregue com sucesso! Vocês esperavam essa?! Deixem nos comentários!

Até a próxima!

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