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|004 - Conexão.

A certeza completa de que havia algo de muito errado comigo, me pareceu como um soco no estômago quando a mão dele tocou a minha a pouco mais de uma hora. Evitei a lembrança de como me senti quando o vi pela primeira vez durante todo o final de semana, estando enfurnado na oficina era mais fácil fingir que nada daquilo estava acontecendo.

Mas não podia fugir para sempre, não estando sob o mesmo teto que o meu mais novo tormento particular. Devo estar ficando louco, foi uma péssima ideia tentar falar com ele de novo. Meu objetivo era comprovar que o que aconteceu na rodoviária nunca passou de piração minha, mas quando toquei por um mísero instante na pele dele, tudo só pareceu mais real.

Foi como se o mundo tivesse parado, e eu não podia ver mais nada além daquele loiro idiota de cabelo pintado, aqueles olhos azuis me encarando como se pudessem enxergar a merda da minha alma. Ainda podia sentir aquele toque em mim, como se estivesse impregnado na minha carne.

Queria que ele voltasse de onde veio, se nunca mais o visse poderia apenas esquecer isso e seguir a minha vida, mas isso era apenas eu sendo o Jacob egoísta de sempre. Eu sabia melhor que ninguém o que ele deveria estar sentindo, quando minha mãe sofreu aquele acidente de carro eu senti como se estivesse sozinho no mundo, mesmo que estivesse cercado de pessoas.

Não conhecia Lindbergh o suficiente para compreender totalmente seu estado de espírito e nem pretendo conhecer, mas senti tristeza nele quando o vi encarando aquela foto na parede, mesmo que não tenha tido a coragem de revelar minha presença. Talvez também sentisse falta de ter uma família, ou eu tenha tirado minhas próprias confusões cedo demais.

Perdido dentro da bagunça em que se transformou minha cabeça desde a chegada desse intruso, até mesmo me assustei quando senti uma mão em meu ombro, mas encontrei apenas Harry Clearwater do meu lado. Sabia que ele estaria na cidade hoje, comprando equipamento de pesca de novo. Minha carona foi mais fácil de conseguir do que aquele loiro presunçoso pensava, mas senti irritação correr nas minhas veias por me ver pensando tanto nele.

-Obrigado, Harry. Fico te devendo essa, até mais. - me despedi ao destrancar a porta do carro, mas parei antes de sair quando o homem me chamou.

-Jacob! Espere, filho... Está me parecendo muito pensativo hoje, aconteceu alguma coisa? - sua pergunta fez algo em meu estômago se revirar.

-Estava me lembrando de uma coisa que meu pai me contou a alguns dias... Sobre as lendas da tribo. - comecei após um instante de hesitação, omitindo que "a alguns dias" seria quando eu tinha doze anos, e ignorei como Harry franziu os lábios me ouvindo chamar de lendas as histórias em que ele e meu pai dizem acreditar tanto - E havia uma coisa... Acho que o nome é imprinting, que eu não entendi direito.

-Pergunte, posso tentar te explicar.

-São somente os tais "guerreiros espirituais" que podem ter isso, não é? Ou pode acontecer com um descendente qualquer da tribo? Porque convenhamos, seria muito ridículo ter a minha alma conectada a uma pessoa qualquer na rua!

Estava usando meu melhor tom de brincadeira, torcendo para minha risada não trazer meu nervosismo à tona. Afinal, não era apenas ridículo, se isso fosse possível só poderia ser criação de algum sádico.

-Eu era criança na época que o último dos nossos guerreiros passou pela transformação, mas até onde sei, nunca ouve alguém que teve um imprinting antes da transformação... - uma onda de alívio tomou conta de mim com aquela resposta, Harry pareceu notar - Achei que não acreditasse nas lendas da tribo.

-É só curiosidade. Valeu pela carona, até mais, Harry!

Não esperei uma resposta antes de praticamente saltar para fora do carro antigo. Apenas saber que devo estar talvez um pouco louco, mas definitivamente não tendo um imprinting ou qualquer porcaria assim por um cara, e pior ainda, um cara maluco que eu não conheço, melhorou totalmente o meu dia.

Estava atrasado para a primeira aula, minha vontade era perder as outras também. Mas entre ficar em casa ouvindo sermão e dormir durante as aulas, minhas opções não eram muito boas. Entrei às pressas para pegar a mochila.

-Ainda está em casa? Pensei que tivesse saído cedo para a escola. - a voz do meu pai na porta do quarto me pegou de surpresa, não o ouvi chegar enquanto enfiava de qualquer jeito os cadernos na bolsa.

-Acompanhei seu queridinho até a escola dele. - não consegui disfarçar a irritação em minhas palavras.

-Já te expliquei isso, eu não dormiria em paz se deixasse o garoto na rua... - aquele tom compreensivo de quem lida com uma criança que não entende assunto de adultos, só me deixou mais puto.

-Não é esse o problema... Nunca tivemos segredos pai, desde a morte da mamãe e quando Rachel e Becca saíram de casa, ficamos só nós dois! - um nó pareceu se formar em minha garganta ao pronunciar aquelas palavras em voz alta - Você decidiu tudo pelas minhas costas, não pediu minha opinião. Só enfiou aquele desconhecido no quarto que era das minhas irmãs e me mandou aceitar... Mas, aceitar não significa que eu vá brincar de família feliz com vocês dois.

Ele continuou em silêncio, nem me olhava nos olhos, eu sentia que meu pai não havia me contado a história toda. Me parecia muito pouco provável que alguém simplesmente trouxesse para casa o filho de uma antiga amiga de infância morta, mesmo correndo o risco de até ser preso por isso. Não tinha ideia de como meu pai havia matriculado Lindbergh na escola sem a assinatura de algum responsável, mas não é difícil de adivinhar que foi ilegal.

Desistindo daquela discussão, joguei a mochila nas costas e saí de casa, imaginando que desculpa esfarrapada daria ao diretor pelo atraso.



Talvez o tédio eterno fosse o castigo pelos meus pecados, até os mais sórdidos e inadmissíveis, e a escola o meu purgatório particular. Desde as aulas que eu já havia assistido tantas e tantas vezes, até os pensamentos repetitivos dos adolescentes que mesmo com a mudança dos anos, ainda pareciam iguais. É patético, mas até mesmo invejo a simplicidade de suas preocupações. Esconder uma nota ruim, conseguir permissão para sair no fim de semana, não tinham que temer a eles mesmos.

Eu nasci numa cidade muito maior que Forks, onde no século passado já haviam mais carros nas ruas que aqui. Depois de tanto tempo ainda imagino como teria sido minha vida sem a gripe e a transformação. Se teria me casado e sido um bom marido, tido filhos, um emprego de que eu gostasse e uma casa em que minha família fosse feliz. Pensamentos estúpidos, talvez como todos os outros que numa enxurrada, invadem minha mente a cada passo que dou.

Com o caminhar dos anos você se acostuma com um dom como o meu sem enlouquecer por completo, aprende como não invadir a privacidade de algumas pessoas, mas é sempre uma faca de dois gumes ter acesso à sinceridade brutal da mente humana. As traições entre amigos, os pensamentos sujos e maldosos, cada pequena opinião ácida. Não restaria ninguém limpo nessa cidade se algum dia eu dissesse o que sei, e ainda assim, seria um louco mentiroso porque a negação é a única arma que essas criaturas frágeis têm.

Quando o sinal da pausa para o almoço tocou, imaginei que sentiria minhas pernas dormentes, isso se eu ainda tivesse esses pequenos desconfortos humanos. O corredor se mostrou como de costume, uma massa indistinta de cheiros, pensamentos e vozes confusas, os quais na maior parte do tempo eu apenas permitia se misturarem.

Me encontrei com meus irmãos não muito longe do refeitório, onde perdíamos tempo meramente fingindo almoçar. Alice como sempre conversava com Jasper, que mesmo falando pouco adorava a ouvir falar, ela o salvava da própria sede. Com Rosalie e Emmett era sempre ele que falava mais, e mesmo com seu jeito irritadiço os pensamentos dela revelavam a verdade em seus sentimentos. Por fim, ali estava eu. O "Cullen solitário", a quem apenas pensamentos fúteis de humanas que fugiriam do monstro que eu sou pertencem.

Conforme nos aproximamos do lotado refeitório, eu podia sentir nos estudantes uma inquietação estranha. Algo como um garoto diferente, um novato para ser mais exato. As garotas suspiravam por sua atenção, se irritando umas com as outras por olharem na mesma direção, como se ele lhes pertencesse. Já os caras, estavam se corroendo em uma inveja ridícula, culpavam o novato por suas próprias personalidades desinteressantes nessa cidade parada.

Uma garota em específico, acho que se chama Jessica pelas mentes das amigas próximas, parecia mais determinada a tomar posse do tal novato que as outras. Acho que algo não foi bem para ela em sua empreitada, mas seus pensamentos perderam qualquer sentido para mim quando mais uma vez, senti aquela sensação tão particular e desnorteante. Lá estava ele de novo, trombou de frente comigo por uma infeliz coincidência do destino, me senti atingido por um meteoro incandescente com cheiro doce.

A aula de História desta manhã fora a mais longa tortura pela qual já passei em minha imunda existência, cada segundo preso naquela sala tão perto dele me pareceu um banho nas brasas do inferno. Tudo nele, desde o cheiro adocicado do sangue até a aura indefinível que ele emanava, era a mais sublime tentação a que já fui exposto.

Eu podia sentir em cada parte de mim que como eu, ele não era totalmente humano. Já havia sentido a presença e o cheiro de outras raças de seres sobrenaturais antes, mas nada que chegasse perto do cheiro atraente da magia, correndo mesclada ao sangue nas veias dele. Era como a droga mais deliciosamente proibida já feita.

Temi que se permanecesse frente a frente com ele, poderia meramente o destroçar. O mataria e beberia até a última gota de cor em suas bochechas, sem me importar com a multidão que nos cercava, mas não tive forças para avançar. Algo em mim, maior do que o instinto, me fez incapaz de ferí-lo quando encontrei medo em suas íris de um azul límpido.

Não consegui reagir, em seus pensamentos eu li como ele se aterrorizou à mudança na cor dos meus olhos, antes pretos de fome e agora dourados pelo tempo a que fui permitido respirar longe dele. Ainda que eu tenha mergulhado por uma extasiante eternidade na expressão assustada do garoto, tudo aconteceu rápido demais, e ele já estava mais uma vez fugindo antes que eu tivesse força para dizer algo.

Quando finalmente voltei a mim, encontrei apenas os olhares sérios dos meus irmãos, pouco a frente de onde ele estava. Não me restou uma mísera dúvida, como eu, todos haviam farejado a magia no garoto. Porém, não encontrei neles qualquer sinal da loucura quase incontrolável que me transpassou naquele instante.

Como se nada tivesse acontecido, Alice guiou o grupo até nossa mesa, brincando e rindo com Jasper em seu próprio conceito de naturalidade. Os segui desnorteado, minhas pernas pareceram quase bambas agora, como se o tal garoto tivesse invertido os papéis e levado uma parte de mim com ele.

"Não acredito que tomei um fora da droga de um viadinho! Fala sério, Edward Cullen já olhou para mim nos corredores, eu mereço mais!", ouvi a tal Jessica pensar, mesmo que eu sequer me lembrasse de já ter olhado para ela na vida. Sorte a dele. Não consegui esconder completamente uma risada baixa, ao ver a garota mexendo no cabelo com aquele sorriso débil que sempre me lançava. Acho que ele quem se livrou de uma boa dor de cabeça, afinal.

-Alguém conhece essa raça?! - Rosalie foi a primeira a perguntar, quando nos sentamos.

-Acho que já vi um cheiro parecido décadas atrás, quando eu ainda não havia entrado para a família... Nunca cheguei a descobrir o que era, sumiu no meio da trilha. - Jasper comentou, parecendo mais aéreo que o normal, notei como Alice entrelaçou suas mãos sob a mesa.

-Temos que relatar isso ao Carlisle, maninhos. Amiguinho novo no pedaço! - Emmett que tinha um sorrisinho de zombaria no rosto, ganhou um tapa de Rosalie por brincar com o assunto.

-Que ótimo, já não bastam aqueles lobos nojentos, agora teremos mais um problema nas mãos! - a loira grunhiu, sempre irritadiça.

-Nem sabemos o que o garoto é... Talvez nem represente perigo. - me intrometi pela primeira vez no assunto, mas não pareceu a coisa certa a se dizer, considerando todos os olhares injetados que se fixaram em mim.

Segundos de um silêncio constrangedor se passaram. Pensei que Rosalie seria a primeira a dizer algo, uma reclamação no mínimo, mas o som da risada escandalosa de Emmett me alcançou primeiro. Não quis ler seus pensamentos, mas talvez devesse, isso poderia ter me dado o tempo de lhe arremessar pela janela antes que dissesse aquilo.

-O que, mudou de time agora, irmãozinho...? - ele tinha no rosto o sorriso mais sacana que já deu, em todos os anos que vivemos juntos - Relaxa, o Carlisle só te expulsaria de casa se ele fosse um lobisomem!

No instante em que ele fechou a boca, chutei sua perna embaixo da mesa com o mínimo de força que consegui, mas atraí olhares dos estudantes do mesmo jeito. Emmett riu mais e Alice o acompanhou, mesmo Jasper se perdeu em uma risada baixa. A única a não os acompanhar foi Rosalie, mas ela nem mesmo se deu ao trabalho de bater em alguém novamente.

Decidi ignorar a zoação, me distraindo com a paisagem fora da janela. Não havia sinal dele lá fora, mas ouvi um nome em uma conversa próxima... Erick Lindbergh.

XXX

Notas da Autora:

Mais um capítulo entregue com sucesso, espero que tenham gostado!

Deixem sua opinião nos comentários!

Obrigada por ler!

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