5. Let's Talk About Us
Oi nenês!
Antes tarde do que nunca estou aqui pra cantar cheguei_ludmilla.mp3.
Sem mais delongas pq sei que estão ansiosos...vamos ao cap!
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POV Lauren Jauregui
Por breves segundos nos olhamos em reconhecimento, tentando buscar nos olhos uma da outra tudo que se passou durante todo o tempo em que estivemos separadas. Sinto como se suas íris castanhas me escaneassem a procura de cada pequeno detalhe de cada segundo que estivemos distantes.
Tenho certeza que ela se sente da mesma forma quando eu a encaro, nós parecemos congeladas no tempo e no momento, incapazes de falar um 'A', de até mesmo respirar com medo da possibilidade que isso nos faça perceber que nada disso é realmente real.
Mas são apenas breves segundos até que ela sorri tão largo que os cantos de seus pequenos olhos se encolhem com o movimento. A essa altura seu cachecol vermelho já cobre apenas seu pescoço me possibilitando ver por completo seu lindo sorriso, tão lindo que a dor que sinto em meu peito é palpável.
Saudade. Do sorriso. Dos olhos. Dela toda.
Quando estou prestes a despertar do meu torpor sinto seus braços em volta do meu pescoço e seu corpo se aconchegando ao meu, quase não tenho tempo para reagir mas quando o faço meus braços escolhem o caminho nunca esquecido até sua fina cintura.
Meu rosto procura o refugio da lateral de sua cabeça e meu nariz não se impede de suspirar profundamente seu cheiro em busca do reconhecimento.
Cheiro de Camila.
Fecho meus olhos por apenas alguns segundos antes que ela se afaste abruptamente de mim, me deixando ainda com a sensação de seu pequeno corpo contra o meu, meu interior gemendo em desaprovação, foram apenas alguns segundos mas a falta que sinto dela já é tremenda.
- Ops, não posso quebrar essa belezinha. - Ouço sua voz e então me trago de volta a terra, olhando para ela apontando para a câmera pendurada em seu pescoço e conferindo se está tudo certo devido ao nosso abraço pois o objeto provavelmente estava entre nós. Como eu não percebi?
- Desculpe. - Sussurro e então Camila sobe o olhar e nega com a cabeça.
- Tudo bem, eu meio que me joguei em cima de você. - Ela responde e ri, o som de sua risada aquece meu peito expulsando todo e qualquer frio que Londres tenta impor ao meu corpo.
Não sou capaz de responder e me perco novamente com a visão dela ali a minha frente, devo parecer uma idiota congelada a encarando dessa forma, porém, não consigo evitar de fazê-lo.
- Err... - Camila diz e então tosse chamando minha atenção. - Como você...? - Ela começa a perguntar mas então nega com a cabeça. - Bem, eu sei que você mora aqui e tudo mais, mas o que faz aqui a essa hora?
- Estava esperando você. - Respondo sem conseguir evitar e por um momento penso o quão assustador deve ser ter alguém te esperando tarde da noite no meio de um parque deserto. - Quer dizer...eu, bem é que...
- Tudo bem. - Camila rapidamente me interrompe antes que eu me perca em meio ao meu discurso. - Como sabia que eu estava aqui? - Ela pergunta se sentando no pequeno banco.
- Fontes confiáveis. - Respondo e me lembro de Vero me dizendo exatamente a mesma coisa há não muito tempo.
- Ok. - Ela fala simplesmente conforme eu me sento ao seu lado e mais uma vez nós ficamos em silêncio, por mais que nossos olhos gritem inúmeras coisas enquanto nos observamos. - Gostei do seu cabelo assim. - Passo meus dedos pelos fios curtos em um gesto automático e vejo Camila acompanhar o movimento. - Não achei que você conseguiria ficar mais bonita.
E aí está ela com seu poder único de conseguir me fazer ruborizar como uma adolescente com apenas algumas palavras, sinto meu rosto praticamente pegar fogo mesmo que o ar congelante tente impedi-lo.
- Obrigada. - Respondo e Camila sorri com a língua entre os dentes e apoia as costas no banco direcionando seu olhar para o céu acima de nós.
- Impressionante como parece ter sido ontem. - Ela fala em meio a um suspiro e eu me obrigo a concordar com ela, foram 5 segundos em que nós parecemos a Lauren e a Camila de 7 anos atrás quando ela fazia de tudo para perturbar a minha mente com elogios e eu tentava fugir a todo custo.
Mas eu não irei fugir. Não dessa vez.
- Então você é fotografa agora? - Pergunto tentando manter a conversa leve, tentando conhecê-la mais, desesperada por beber da essência de Camila, de qualquer coisa que ela puder me fornecer.
- Sim, eu sou! - Responde animada e então se vira para mim com a câmera na mão e tira uma foto tão rápido que eu não consigo nem pensar antes de ouvir o pequeno "clique". - Desculpe, não resisti. E você, faz o que?
- Eu escrevo. - Falo e então vejo seus olhos ganharem um lindo brilho de curiosidade. - Para séries e filmes, você sabe, roteiro e esse tipo de coisa.
- Isso não me surpreende, você sempre teve o dom de escrever. - E então o silêncio paira sobre nós mais uma vez devido o significado de suas palavras. - Algo que eu já tenha assistido? - Pergunta tentando afastar a nuvem carregada que tinha se instalado entre nós.
- Hm, já assistiu Sherlock?
- Você tá brincando? - Pergunta extremamente animada praticamente pulando no banco. - Eu amo essa série!
- Então, pode ser que eu tenha escrito 1 episódio ou 10. - Respondo e ela abre ainda mais os olhos e por um momento eu me sinto extremamente orgulhosa de mim mesma, apenas por ver o brilho de admiração em seus olhos.
- Isso é incrível! Uau Lauren! Eu estou realmente muito feliz por você. - Me sinto sorrir por seu comentário e então ficamos caladas novamente apenas nos observando, parece que temos tanta coisa para dizer uma para outra que nossas bocas não conseguem trabalhar tão rápido quanto nossos cérebros e pensamentos, nos deixando caladas.
- Como você está? - Interrompo nosso silêncio com uma pergunta simples mas tão cheia de significados que Camila solta um longo suspiro antes de me olhar novamente para responder.
- Cansada, trabalhando muito, mas bem. - Ela responde. - Aliás trabalhar é a única coisa que eu tenho feito durante um bom tempo.
- Então se transformou em uma viciada em trabalho? - Pergunto divertida.
- Todos temos os nossos vícios Lauren. - Ela diz olhando para a pequena ficha que aperto entre meus dedos, eu havia me esquecido que ela estava ali e saber que Camila a viu faz com que meu coração dispare dentro do peito, o medo do que ela pensará me atingindo em cheio. - 1 ano certo? Isso é incrível, parabéns!
- Como sabe? - Pergunto curiosa, são poucas as pessoas capazes de reconhecer uma ficha do AA, ainda mais saber quanto tempo apenas pela cor.
- Nós tínhamos um espaço para reuniões de AA em Boston, uma sala logo abaixo da igreja. Meu pai sempre me fazia ajudar por ali então acabei me familiarizando. - Camila desvia o olhar para me responder, seus olhos novamente fitam a lua acima de nós, sinto até mesmo um pouco de amargura em sua voz e decido dar espaço para que ela continue a falar se quiser. - Eu estou orgulhosa de você Lauren, não importa que para chegar até essa ficha você tenha que ter passado por muitos maus bocados antes, o que importa é que você foi forte o suficiente para conquistá-la, eu sei que não deve ter sido fácil.
- Não foi e... obrigada por isso. - Camila me olha e sorri, então pega a ficha de minhas mãos e a analisa de perto.
- De certa forma sinto que fizemos a mesma coisa, a diferença é que eu não me afundei em bebidas, eu me afundei em trabalho. - Ela me entrega de volta a ficha e então se senta de lado no banco apoiando o cotovelo no encosto e me encarando. - Fiquei tão obcecada com isso que a vida passou por mim e eu não percebi, a única diferença entre nós é que eu ainda não me curei.
- Por que se viciou em trabalho dessa forma? - Pergunto e a vejo sorrir tímida.
- Por que se viciou em bebidas? - Ela devolve a pergunta e então ficamos caladas, sei sem que ela precise me dizer que nós tivemos o mesmo motivo e o pensamento de que ela tenha sofrido pelo menos um pouco do que eu sofri, por pior que seja, é reconfortante e me trás um pouco de esperança. - Eu realmente não esperava te encontrar aqui.
- Isso é ruim?
- Não, eu só não sei o que falar. - Ela suspira me olhando. - Eu me preparei tanto para isso, pensei milhões de vezes no que te diria quando nos víssemos novamente e aqui estou completamente sem palavras pensando em falar sobre o quão frio está em Londres. É patético. - Ela começa a rir e eu a acompanho me sentindo da mesma forma.
- Talvez a gente não precise dizer nada, talvez seja melhor assim. - Respondo me encostando no banco e olhando para o céu conforme apoio minha cabeça no encosto, sinto o olhar de Camila sobre mim observando cada pequeno movimento meu.
-Não, na verdade eu acho que precisamos sim. - Ela fala e então arruma sua postura me fazendo olha-la. - Acho que precisamos conversar sobre cada pequeno detalhe Lauren, não suporto apenas não saber e te deixar a mercê de seus próprios pensamento sobre o que aconteceu, não acho que seja saudável fazer isso e, tendo em vista o pouco que descobrimos uma sobre a outra nos últimos minutos, tenho certeza de que apenas imaginar não nos fez bem em momento nenhum.
Sua segurança ao falar me impressiona, sua postura adulta e madura ao lidar com a situação me faz notar o quão crescida ela está. Minha menina de 17 anos se transformou em uma mulher decidida e firme e, devo dizer, ainda mais bonita.
Até mesmo sua postura é diferente e maneira em que me olha conforme eu faço minhas constatações é de alguém que sabe exatamente o que, quando e como quer.
Ela me deixa sem ar.
- Sei que você deve ter pensado milhões de coisas quando eu simplesmente deixei de responder suas mensagens e atender suas ligações, mas eu quero deixar claro desde agora Lauren, não fui eu quem quis parar de falar com você. Meu pai descobriu sobre nós e me isolou do mundo, eu nunca, NUNCA, te deixaria daquela forma. - Camila despeja tudo de uma vez olhando no fundo dos meus olhos, quando ela termina sinto como se toneladas fossem tiradas das minhas costas, não posso evitar que um suspiro de alívio escape por meus lábios.
- Achei que tinha desistido de mim, passei meses tentando te ligar até que seu número deixasse de existir. - Fecho os olhos me lembrando daquela época e do quanto aquilo doía em mim. - Eu fiquei perdida.
- Eu nem mesmo tive tempo de salvar seu número em um lugar seguro Lauren, ele só pegou tudo e qualquer coisa que eu pudesse utilizar para falar contigo e mandou embora, quando me devolveu o celular já tinha outro número e os dados tinham sido todos apagados. - Ela olha para o horizonte e vejo sua mão direita se apertar ao lado de seu corpo. - Sinto muito que você tenha pensado tudo isso, mas nada do que achou nunca foi verdade.
- Tudo bem, já passou. - Murmuro para tentar apaziguar a mágoa que vejo em seus olhos, só de observá-la dessa forma já consigo ver que as coisas não prosseguiram muito bem entre os Cabello. - Camila. - Chamo-a e ela imediatamente me olha. - Preciso saber o que aconteceu...seus pais.
- Meu pai foi pior, eu nunca descobri como ele ficou sabendo sobre nós, mas quando dei por mim já estava isolada do mundo como te disse. Nós apenas brigamos durante muito tempo e por diversas vezes ele tentou me mudar a força, mas se eu me forçava a pelo menos fingir antes de te conhecer já não conseguia mais fazer isso naquela época. - Ela apenas encara a lua no céu, sem olhar para mim em momento nenhum, mas sei que apesar de estar com os olhos voltados para cima ela enxerga muito além da paisagem que nos cerca. - Quando ele viu que não conseguiria me mudar, tentou finalmente me expulsar de casa.
- O que? - Me sobressalto no banco dando um pulo com a revelação, por mais que imaginasse que as coisas não ficariam bem nunca imaginei que Alejandro fosse chegar àquele ponto. Camila apenas me olha triste antes de começar a narrar o dia em que tudo aconteceu.
Flashback ON
POV Camila Cabello
A única coisa que eu conseguia ouvir do meu quarto eram os gritos de discussão vindos do andar debaixo, o que era estranho e parecia até mesmo irreal devido ao fato de que meus pais nunca brigavam, nunca mesmo.
Dinah estava sentada em minha cama e parecia tão atordoada quanto eu, alguns minutos antes havíamos ouvido algo sobre "Camila ter que ir embora de casa" e minha melhor amiga fez questão de começar a juntar minhas roupas em uma mala e garantir que eu ficaria com ela na pequena pensão que ela estava morando atualmente.
Tudo isso aconteceu pela briga que eu acabei tendo com Alejandro mais cedo, nós discutimos pois ele me viu caminhando até nossa casa com uma garota e, apesar de não estarmos fazendo nada demais além de conversar estando lado a lado, ele fez a maior tempestade do mundo.
A maior surpresa, que era o que estava acontecendo nesse minuto, é que assim que ele disse que me tiraria de casa minha mãe começou a discutir com ele. Isso mesmo, Sinu, que nunca antes havia levantado a voz para meu pai estava lá embaixo aos gritos com o mesmo.
Durante os 4 anos que se passaram desde que os dois descobriram sobre mim e Lauren minha mãe nunca falou nada sobre a situação, ela nunca conversou comigo como se eu fosse uma "pecadora suja", como meu pai dizia, mas também nunca me defendeu quando eu e meu pai brigávamos, apenas ficava por perto para garantir que nada saísse do controle.
Por esse motivo, ouvi-la discutindo com o marido era surreal, até mesmo Dinah havia parado de recolher minhas roupas para ouvir.
- Eu quero a Camila fora minha casa agora, eu não irei mais tolerar esse comportamento imundo debaixo do meu teto! - Meu pai gritava do andar debaixo, sua voz era tão alta que eu conseguia sentir as paredes vibrarem.
- Pois se ela sair por essa porta eu estarei logo atrás e levarei Sofia comigo! - Ouço minha mãe dizer ainda mais alto que o homem, procuro os olhos de Dinah e eles estão tão arregalados quanto tenho certeza que os meus estão.
- Você apoia essa aberração? Essa promiscuidade? - Alejandro rebate.
- Qual é a aberração Alejandro? Amar? - Ela responde. - Pois esse é o único pecado pelo qual você acusa nossa filha há anos!
- Ela não é minha filha, não mais! - As palavras do homem me acertam como se ele tivesse me dado um tapa na cara, o impacto é tão grande que eu dou alguns passos para trás e sou rapidamente amparada pelos braços de Dinah.
- Pois é uma pena que pense assim e não veja a mulher maravilhosa que Camila está se tornando! - Sinu rebate conforme Dinah me abraça, encosto minha cabeça em seu peito e sinto as lágrimas começarem a molhar meu rosto. - Eu só sei de uma coisa Alejandro, eu não vou perder a minha filha pelo seu preconceito! Não me impedirei de vê-la crescer e se tornar uma mulher porque você é incapaz de aceitá-la, eu tenho certeza que o Deus a quem eu amo nunca permitiria que eu abandonasse a minha própria filha.
- Você realmente fará isso Sinu? Irá embora com ela? - A voz do homem que eu chamava de pai agora está bem mais baixa e temos que nos aproximar da porta para conseguir ouvi-los, pela primeira vez ele parece levar a sério as palavras de minha mãe.
- Se você expulsá-la é isso que farei. - Minha mãe responde com firmeza e segurança.
- Você não pode estar falando sério, não trabalha e não tem dinheiro, não tem para onde ir, está apenas falando da boca para fora. - Ele acusa e eu aperto meus dedos em minhas mãos.
- Eu tenho dois braços e duas pernas que funcionam muito bem obrigada, não sou uma inválida e consigo procurar emprego para sustentar as minhas duas filhas, nem que eu passe o resto dos meus dias limpando privadas pode ter certeza que eu garantirei que tenham um teto sobre suas cabeças e comida no prato todos os dias. - A mulher agora soa ainda mais furiosa. - Tenho certeza que encontrarei pessoas boas o suficiente para me ajudar num primeiro momento de necessidade, pessoas que são fiéis a Deus mas ainda conseguem ter compaixão diferente de você.
- Você não pode ir! Eu sou o pastor, o que a congregação diria?
- Eu não me importo, isso é problema seu. As únicas com quem me importo a partir do momento em que atravessar por aquela porta são minhas filhas, então faça isso Alejandro, tire Camila dessa casa e eu garantirei que você nunca mais nos veja.
Flashback OFF
POV Lauren Jauregui
Quando Camila termina de contar o que aconteceu eu me sinto em choque, nunca imaginei que Sinu faria isso, mas confesso que saber que pelo menos tinha o apoio de sua mãe me deixa feliz. Afinal, sei o quão ruim é não ter absolutamente ninguém.
- E o que aconteceu depois disso? - Pergunto quando ela se cala ainda olhando para o céu escuro, Camila se vira para mim e sorri.
- Nós ficamos, meu pai não teve coragem de fazer nada do que disse, no início por medo do que as pessoas diriam mas sei que era também porque sempre amou minha mãe, apesar de tudo. - Ela responde e solta um suspiro. - Ele passou a se conformar que eu não mudaria, não pegava mais tanto no meu pé pois minha mãe passou a ficar em cima. É claro que ele não me aceitou, mas pelo menos nós paramos de brigar o tempo todo, ainda que nosso relacionamento nunca tenha sido reparado.
- Sinto muito. - Digo sem ter muito mais o que falar e ainda tentando absorver o que a latina ao meu lado me contou.
- Sinto muito pela sua mãe, vocês nunca voltaram a se falar né? - Nego com a cabeça, depois da briga que tivemos quando eu me assumi para ela e sai de casa nem mesmo cheguei a encontrá-la.
Paramos de falar e ficamos apenas nos encarando, as duas sentadas de lado no banco e muito próximas uma da outra, minha mão direita apoia minha cabeça enquanto Camila apenas tem seu ombro esquerdo encostado no banco e nós ficamos ali, nos olhando por um tempo que parece demorar uma eternidade.
- Mila? Mila cadê você? - Ouvimos uma voz chamar ao longe e Camila rapidamente se levanta, me fazendo imitar seu movimento.
- Eme? - Pergunta e então vejo uma morena vir em nossa direção se encolhendo dentro de um sobretudo preto, ela revira os olhos quando nos acha e caminha na direção de Camila.
- Meu Deus, você sabe que horas são? Eu estava preocupada te esperando para dormir! - Sinto como se eu estivesse observando a cena de muito longe nesse momento, a mulher que acabou de chegar agora está perto o suficiente para que eu consiga observá-la direito e devo dizer, ela é linda.
- Desculpe, perdi a noção do tempo! - Camila responde e então a outra parece me notar pela primeira vez, ela faz uma careta e então puxa Camila pela cintura enquanto se vira para me encarar e eu sinto um nó se formar em minha garganta.
É isso, estava tudo muito bom para ser verdade.
- Quem é você? Ela estava te incomodando Mila? Precisa que eu chame a polícia? - A mulher pergunta olhando para Camila e a apertando com certa possessividade enquanto me encara como uma feição nada boa, como uma leoa prestes a devorar sua presa.
- Eme! - Camila grita chamando sua atenção, mas não faz nenhum movimento para tirar a mão dela de sua cintura. - Pare com isso. - Então chega mais perto para falar. - Essa é Lauren. - Sussurra em seu ouvido e então se vira para mim. - Lauren, essa é Emeraude Toubia. (N/A: Esse mulherão é meu tá meninas? Nem pensem nisso)
Por mais que eu não sinta vontade nenhuma, me forço a cumprimentá-la com um sorriso. Emeraude por um momento parece um pouco atordoada, olhando de Camila para mim e de mim para Camila, até esticar sua mão para que possamos nos cumprimentar direito.
- Ok. - Ela diz após algum tempo olhando para Camila. - Bem, são 3 horas de amanhã e você tem que fazer aquela coisa com aquela pessoa amanhã, então é melhor irmos.
- Meu Deus, já é tudo isso? - Até mesmo eu me surpreendo, puxo a manga do sobretudo e olho para o relógio em meu pulso para conferir se é verdade, quando volto a olhar as duas percebo Camila me encarando com um brilho diferente nos olhos, mas não consigo definir exatamente o que é. - Vá indo na frente, eu já te alcanço.
- Tudo bem. - Emeraude responde fazendo uma carinha triste. - Mas ande logo, sabe que eu durmo mal sem você. - Diz e então deixa um beijo na bochecha de Camila e se despede de mim com apenas um aceno de cabeça.
A cena inteira me faz querer fugir dali naquele exato minuto e gritar, chorar e beber. Beber muito. Mas eu apenas balanço a cabeça e aperto a ficha verde entre meus dedos.
- Está realmente tarde, acho...acho melhor irmos. - Falo sem olhar para Camila, encarando meus sapatos.
- Lauren. - Ela me chama e por mais que eu não queira olha-la, meu corpo me traí ao fazer exatamente isso, sedento demais para ter apenas mais um vislumbre de seu lindo rosto. - Você fará algo amanhã?
- Oi? - Sua pergunta me pega de surpresa, depois desse pequeno momento eu estava pronta para nunca mais nos vermos, afinal ficou bem claro que Camila já seguiu em frente quando eu não consegui fazer o mesmo.
- É que eu gostaria que passasse o dia comigo. - Ela fala e troca o peso de uma perna para a outra, mordendo o lábio inferior e brincando com os dedos das mãos. - Queria que conhecesse um pouco mais sobre o que eu faço e que tivéssemos mais tempo para conversar, sobre tudo.
- Eu...hm... - A voz de Vero gritando em minha mente me impede de apenas negar o convite, sei exatamente o que ela diria se estivesse ao meu lado "você tem a mesma mania estúpida que eu de tirar conclusões precipitadas e tomar decisões de cabeça quente, não faça isso." - Tudo bem.
- Mesmo? - Camila pergunta sorrindo e eu sorrio em resposta. - Oh, ok! Díos! Me passe seu número e eu te digo onde me encontrar amanhã. - Trocamos os números de celulares rapidamente e então paramos uma em frente a outra sem saber muito bem o que fazer.
- Foi bom te ver e conversar. - Falo e ela concorda colocando uma mecha do próprio cabelo atrás da orelha.
- Sim, desculpe por te manter aqui até tão tarde e me desculpe mais ainda por fazê-la acordar cedo amanhã. - Ela se refere ao horário que combinamos de nos encontrar no próximo dia, eu apenas nego com a cabeça, duvido que serei capaz de até mesmo dormir essa noite.
- Então, boa noite! - Exclamo.
- Boa noite! - Ela responde no mesmo tom.
Então ficamos paradas sem fazer nenhum movimento para ir embora, até que Camila nega com a cabeça e me surpreende com um abraço, laceando meu pescoço com seus braços e apoiando o rosto em meu ombro, me permito apertá-la um pouco mais forte dessa vez, até porque ela tomou o cuidado de colocar a câmera ao lado do corpo.
- Tchau Lo. - Sussurra em meu ouvido e então se afasta, aceno e começo a andar na direção oposta a sua, quando estou há apenas alguns metros sua voz me chama novamente. - E Lauren... - Me viro para encará-la. - Lindo relógio. - E então se vira indo embora e me deixando para trás com um sorriso bobo nos lábios tendo a sensação de que aquela foi a primeira de muitas vezes em que vi Camila Cabello novamente.
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E AI GALERAAAAA.
Sei que nesse reencontro ainda faltaram muitas coisas a serem faladas e principalmente serem deixadas claras, mas tenham um pouco de paciência que tudo vai acontecer em seu devido tempo.
Nos vemos semana que vem (eu espero). Comentem ai o que estão achando porque o feedback de vocês é muitooo importante para mim.
O que acham que irá acontecer nesse encontro ein? E quem é essa Emeraude??? HM.
Lá no twitter usem o #TheSeminarianFic e falem comigo no @lernkabeyo.
Amo vcs raposinhas,
Thate.
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