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10. Back to Where it All Began

Oi meus anjineos!

Eu sei, eu sei. Devo um pedido de desculpas a todos vocês por não ter postado no fim de semana como me comprometi em fazer. Só que eu tenho uma explicação muito simples para isso:

Fiquei dodói.

Sim sim, mamães também adoecem e eu fiquei podrona (ainda estou na vdd) durante a semana passada inteira, junte isso a todo estresse que passei e o resultado foi uma Thate que não tinha nem vontade de sair da cama durante o fds inteiro.

Enfim, para compensá-los aqui estou apenas com 1 dia de atraso. Nos vemos lá embaixo :)

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POV Lauren Jauregui

Sentada em meu canto no sofá da sala eu observo as duas figuras sentadas de frente para mim mas perdidas demais em si mesmas para notarem a minha presença. Assisto Vero cochichar algo e Emeraude rir de sua cara e deixo um sorriso preencher minha boca, estou feliz por vê-las assim mesmo sabendo que nada está realmente acontecendo, ainda.

Pouco tempo depois Eme deita a cabeça no colo de minha melhor amiga que automaticamente começa a acariciar as mechas de seus cabelos escuros e, em pouco tempo, a outra já dorme em seu colo. Vero pode não saber o quanto isso significa, mas a realidade de ver a mulher já sofreu tanto para fazer algo tão simples quanto fechar os olhos em paz fazer isso tão naturalmente nos braços da outra faz um choque de felicidade quase me arrepiar.

Essa certeza de confiança, de certa cumplicidade que cresce assim sem fazer-se notável, as vidas que aos poucos se laceiam e se tornam essenciais uma para outra. Então é assim que acontece? Sem que a gente perceba alguém se torna importante, constrói raízes dentro da gente como quem não quer nada até que não suportemos mais a ideia de não tê-la ali.

É impossível que esse pensamento não me arraste de volta para ela e logo um suspiro deixa meus lábios fazendo com que a morena que permanece acordada de repente note minha presença. E assim, sem que eu precise dizer nada, com apenas alguns segundos me encarando ela sabe exatamente o que se passa em minha mente, ela sempre soube, sempre saberá.

Assisto-a deixar um beijo na testa de Eme e fazer todo um malabarismo para que a mulher continue dormindo, posicionando uma almofada debaixo de sua cabeça na tentativa de que a mesma não note sua ausência. Logo ela chega até mim e me estende a mão para acompanhá-la. E eu? Bem, eu não seria louca de negar algo a ela.

- Tudo bem Laur, eu deixei passar 4 dias sem dizer nada sobre esse seu "tempo" com a Camila, mas já está se tornando meio triste te ver jogada no sofá assistindo romances, comendo besteiras e trabalhando o tempo todo. - Minha melhor amiga diz assim que chegamos ao meu quarto, por saber que essa conversa não será nenhum pouco fácil eu logo me sento em minha cama.

- O que quer que eu diga? - Pergunto abraçando meus joelhos, Vero para a minha frente e cruza os braços?

- A mim? Nada. - Ela diz simples. - Mas para Camila? Bem, pode ser uma mensagem safada, uma ligação pra fazer amor gostoso, um pedido de desculpas...sei lá, qualquer coisa que faça toda essa distância sem sentido entre vocês acabar. - Suspiro apoiando minha testa nos meus joelhos e fechando os olhos. - Por que é tão difícil Lauren? E dai que ela tinha outro? Ela atravessou o oceano para vir atrás de você mulher. Você esperava que ela tivesse se congelado em uma cápsula esperando o beijo da princesa para acordar novamente? 

- Não é isso Vero, na verdade nem sei o que é. - Respondo e dessa vez olho para cima para encarar os olhos castanhos da mulher a minha frente. - Sei que é completamente normal ela ter seguido em frente, aliás não me chateei por isso. É só que, eu reencontrei Camila há menos de uma semana e parece que meus sentimentos estão encima de um carrinho de montanha russa desde então, perdi as contas de quantas vezes achei que a tinha perdido nesse meio tempo e quando tudo parecia bem acontece isso e, não sei...eu não aguentei.

- Tudo bem, eu te entendo okay? Mas acho que já teve tempo suficiente para colocar suas ideias no lugar, então porque a demora de voltar para ela? De procurá-la? - Ela pergunta e eu balanço a cabeça sem saber direito o que responder.

- Acho que é medo, medo de ela voltar para lá e descobrir que na verdade existe sentimento entre os dois sabe? De me ver presa em um triângulo amoroso em que talvez eu nem seja escolhida no final, não sei se eu suportaria perdê-la outra vez Vero. - Falo em um fio de voz e ouço minha melhor amiga suspirar.

- Então não a perca, oras. - Ela responde. - Vá atrás dessa mulher e faça exatamente como disse, viaje com ela e relembre-a o porque mesmo depois de 7 anos esse sentimento nunca mudou, não espere que ela tenha que escolher, faça de você a única opção. - Fecho meus olhos absorvendo as palavras de Vero, seria tão fácil acreditar no que ela diz, me levantar daqui e dar tudo de mim. Mas não é, ao invés disso me sinto como se estivesse sufocando na areia movediça sem poder fazer nada.

- Às vezes sinto que já perdi tanta coisa na vida que qualquer suspeita que isso possa acontecer de novo eu irei me fechar. Perdi meu pai quando era muito nova, então perdi você, perdi Camila quando voltei para cá, perdi minha mãe para o preconceito dela...perdi tanta coisa que quase me perdi no processo. Não sei se tenho forças suficientes para lutar contra a perda mais uma vez, mesmo tendo todas as garantias de que isso não acontecerá a minha insegurança insiste em lutar contra mim e Vero, eu não sou forte, nunca fui. - Antes mesmo de sentir os braços de Vero ao meu redor eu consigo assistir sua sombra se aproximando, me encolho em seu abraço e tento criar forças a partir do amor que sinto de um ato tão simples mas que sempre teve a capacidade de mudar a minha vida. Sinto ela beijar meus cabelos e então apoiar a testa na lateral da minha cabeça.

- Você é a mulher mais forte que eu conheço. Quando me diz tudo que perdeu eu só consigo visualizar a guerreira que mesmo passando por tudo isso foi capaz de se reerguer e se tornar a pessoa incrível que eu tenho a honra de chamar de irmã. Você perdeu seu pai e foi o ponto forte da sua família por anos, me perdeu mas mesmo assim seguiu em frente sendo um farol de alegria para outras pessoas, perdeu Camila mas nunca se deixou sucumbir pela dor, perdeu sua mãe mas lutou contra o preconceito todos os dias com seu jeito de ser. Eu não sei de onde você tira que não é forte Laur, pois tudo que enxergo quando te vejo é alguém que não parou de lutar um segundo sequer em sua vida e cujo a força permitiu que deixasse para trás cada obstáculo que se impôs. Veja você agora, eu estou aqui, Camila está te esperando, você tem uma família de amigos que te aceita exatamente do jeito que é, um trabalho onde é admirada por todos entre os corredores...então nunca me diga que você não é forte, porque força é a definição primordial daquilo que você é. - Me viro de lado para abraçá-la direito e logo nossas lágrimas se tornam uma só, passamos um longo tempo apenas assim, comigo retirando dela toda a coragem que preciso para conseguir fazer tudo que me aconselhou.

- E se der errado? - Pergunto olhando em seus olhos e vejo-a sorrir.

- Então eu estarei aqui te esperando de braços abertos como sempre estive e sempre estarei. - Ela tira uma mecha do meu cabelo da frente dos meus olhos. - Mas deixe-me te contar algo, vai dar tudo certo.

- Como pode ter tanta certeza disso? - Pergunto e vejo torcer um pouco a boca, franzo o cenho um pouco, esse sempre foi o sinal de Vero para me dizer que ela está escondendo algo.

- Okay, preciso te contar algo pois tenho certeza que mais cedo ou mais tarde você vai acabar descobrindo quer seja por mim ou por outra pessoa e eu prefiro um milhão de vezes que ouça isso da minha boca. - Ela diz e então morde o lábio inferior sentando-se com pernas de índio na cama e encarando o colchão. - Eu já havia encontrado Camila um ano antes do que te disse.

- O que? - Pergunto em um sobressalto, minha mente ainda está meio lenta para processar a informação então não tenho muito tempo para pensar antes que ela volte a falar.

- Há um ano eu recebi uma ligação estranha. - Ela começa a contar brincando com os próprios dedos. - Era uma mulher me ligando para uma entrevista, seria algo até comum não fosse o tanto de perguntas que ela me fez. - Vero pausa olhando um pouco para cima apenas para ter certeza que a estou ouvindo. - Mas foi quando ela me perguntou se eu morava sozinha que eu percebi que aquela não era uma ligação comum, principalmente quando perguntou o nome da minha colega de apartamento e quando eu respondi subitamente desligou a ligação. - Vejo seus dedos desenharem padrões aleatórios no lençol enquanto tento absorver as informações. - Então assim que eu deixei o telefone de lado fui fazer pesquisas sobre a mulher, passei o dia inteiro tentando descobrir qualquer coisa útil sobre ela pois no fundo algo me dizia que aquilo era algo importante.

- Achou alguma coisa sobre Camila? - Pergunto sem conseguir me contar, Vero me encara e sorri negando com a cabeça.

- Não naquele primeiro momento, na verdade já estava quase desistido e me tirando por maluca quando achei a pessoa para quem ela trabalhava. Um empresário britânico que tinha uma carreira em ascensão e estava começando a adquirir contratos de grandes artistas ingleses. - Não preciso que ela diga mais nada antes de decifrar a quem se refere.

- Sam? - Pergunto mesmo já sabendo a resposta.

-  Samuel George Claflin, ou como nós o conhecemos, Sam Claflin. - Responde sorrindo. - É claro que levou algum tempo para conectá-lo à Camila, mas quando achei uma foto antiga dele e alguém muito parecida com a descrição que você havia me dado eu sabia que estava no caminho certo. Então, no dia seguinte, liguei para o escritório dele e inventei que era uma atriz a procura de um empresário e marquei uma reunião para o almoço. - Mesmo sabendo que é loucura, sei que é a cara de Vero fazer esse tipo de coisa.

- E o que aconteceu? 

- Depois de uns 5 minutos insistindo muito ele cedeu e me disse que estava a sua procura a pedido de Camila, nós conversamos durante pouco mais de uma hora e meia naquele dia, confirmando que estávamos buscando exatamente as mesmas pessoas. - Ela termina e então eu demoro um tempo para voltar a falar juntando as peças em minha cabeça.

- Então porque eu só fui saber disso agora? Por que não me contou antes Verônica? - Pergunto me levantando da cama e cruzando os braços, Vero apenas me encara e suspira. 

- Você não percebe o tempo Lauren? Isso aconteceu há 1 ano, procure em seus bolsos e você achará o motivo pelo qual eu não podia falar isso antes. - Franzo o cenho e escorrego minha mão para dentro do bolso encontrando o material tão conhecido por mim, minha ficha de sobriedade que marca exatamente 1 ano sem ingerir álcool. - Aquela foi a mesma semana que depois de tanto tempo você mostrou sinais que dessa vez seria pra valer, que finalmente começaria a lutar. Consigo imaginar a raiva que você está sentindo, mas a sua recuperação para mim era mais importante do que um reencontro que eu não fazia ideia do que poderia resultar para você.

- Eu poderia estar com ela há 1 ano! Nós poderíamos estar juntas! - Grito e vejo Vero se levantar.

- A que custo? Você estava recomeçando Lauren, pela primeira vez em 7 anos conseguia passar mais do que algumas horas sem chorar ou sucumbir ao vício. Eu não podia destruir isso, pare e pense, olhe o que acabamos de passar, acha que teria sido forte para aguentar tudo isso há 1 ano? Que não teria fugido para se afogar na primeira garrafa assim que visse Camila com Emeraude? - Ela rebate.

- Não me importa, você não tinha direito de escolher por mim! - Esbravejo e assisto Vero acenar positivamente e desfazer sua pose ofensiva, adquirindo um tom muito mais suave.

- Eu sei que não e peço desculpas por isso, mas não me arrependo pelo que fiz Lauren, isso nunca. - Ela tenta se aproximar mas eu dou um passo para trás impondo a distância entre nós. - Você é minha família, eu assisti por anos você se perder de si mesma sobre a minha proteção, eu não podia jogar isso fora sem ter certeza que você estaria pronta para enfrentar qualquer coisa que viesse a sua frente. Você nunca teria entrado para o grupo se tivesse ido atrás de Camila.

- Ela seria a minha cura, ela sempre foi. - Exclamo e vejo Vero negar com a cabeça.

- Você está errada. Camila pode te amar, e por deus, eu sei o quanto ela ama, mas curá-la do jeito que você precisava? Isso apenas você poderia fazer por si mesma. Indo atrás dela do jeito que estava tudo que faria era piorar as coisas entre vocês, ou você acha que Camila estava 100% naquela época também? Não. Vocês precisavam desse tempo, tempo o suficiente para poder fazer essa relação dar certo, tempo para se curar e se tornar inteiras outras vez para que quando se encontrassem pudessem transbordar juntas, pois é isso que significa amar, ninguém completa ninguém Lauren, amor de verdade é quando o outro pega tudo que já existe dentro de você e exponencia. - Cada palavra sua me atinge, de certa forma eu sei que ela está certa, mas a dor que sinto pelas oportunidades perdidas é maior do que isso. - Então você pode me odiar, me bater e me xingar, mas eu tenho a consciência limpa de que fiz a coisa certa quando ainda posso tê-la a minha frente me encarando ao invés de tê-la fugindo mais uma vez para um bar como a antiga Lauren faria.

- Já ocorreu a você que esse tempo foi o que a fez decidir entre seguir em frente ou não? Que foi durante esse um ano que eu não estive lá que ela encontrou outra pessoa? - Pergunto sentindo minha voz amarga com a possibilidade.

- Sim, mas será que você não vê que mesmo tendo esse tempo e outra pessoa na vida dela Camila ainda assim preferiu voltar para você Lauren? Será que você não enxerga isso? Que mesmo depois de eu e Sam decidirmos que não era a hora certa, um ano depois ele ainda a trouxe até aqui para encontrá-la? - Ela me questiona. - Lauren, acorde! Essa mulher te ama e nada nem ninguém é capaz de mudar isso, ou melhor dizendo, apenas as suas atitudes tem poder para isso. - Vero suspira e então começa a sair do quarto. - E respondendo sua pergunta, é assim que eu sei que tudo irá dar certo, a única que ainda tem dúvidas em relação a isso é você.

- Onde vai? - Pergunto e ela se vira para me encarar.

- Vou dormir na casa de Eme, acho que você não vai querer me ver durante algum tempo. - Responde e então começa a sair lentamente até que minha mente processe algumas coisas e eu peça para que volte.

- Fique, tenho coisas a fazer lá fora e acho que não volto hoje. - Digo e posso ver um pequeno sorriso se instalar em seus lábios.

- Ela está no parque. - Vero diz respondendo a pergunta que eu nem mesmo havia pensado em fazer, mas que era exatamente o que eu precisava ouvir. - Leve sua mala, seu voo parte bem cedo depois de amanhã.

- Ainda estou brava com você. - Falo apenas para deixá-la ciente.

- Tudo bem, eu ainda estarei aqui quando passar. 

~~~~~~~~•~~~~~~~~

Não preciso andar muito por entre os caminhos de pedras e árvores até reconhecer a silhueta de Camila sentada no mesmo banco em que trocamos nossa primeira conversa depois de anos há apenas alguns dias.

Respiro fundo, já parece que passou tanto tempo. Algo no ar deve alertá-la de minha presença, pois logo vejo-a se virando em minha direção e estreitando os olhos como se quisesse ter certeza que não está sendo enganada por sua visão, aposto que ela se parece muito comigo naquele dia.

Não permito que ela se levante e me movo para sentar-me ao seu lado no banco gelado, consigo sentir seu olhar me queimando porém não retribuo, escolho a noite estrelada para receber meu olhar.

- Lauren vo...

- Por que gosta tanto de vir aqui? - Pergunto interrompendo-a e posso imaginar a cara de dúvida que ela faz nesse momento, mordendo o lábio inferior e vacilando um pouco antes de me responder.

- Não sei, acho que a proximidade com a lua e as estrelas sempre me fez pensar melhor, com o passar do tempo e as minhas longas horas trabalhando para ocupar minha mente eles acabaram se tornando minha única companhia. - Responde e então eu viro meu rosto para olha-la, Camila tem o nariz arrebitado e apontado para o céu que nesse momento detém sua atenção, seu perfil brilha aos meus olhos pela luz fraca do poste próximo a nós e o brilho prateado da lua que parece deixá-la ainda mais bonita.

- Acho que consigo entender, apesar de eu ter gastado minhas noite dentro de clubes apinhados de pessoas, durante as manhãs e as tardes em que eu apenas tropegava por ai sentia que o sol era o único a me fazer companhia. - Ela direciona seu olhar para mim e então parece que o tempo congela como em todas vezes que os meus verdes e os seus castanhos se encontram. 

- Talvez tudo que nós precisávamos era um eclipse, quem sabe assim não nos sentiríamos tão sozinhas. - Sorrio por suas palavras e me aproximo um pouco cortando a distância entre nossos corpos, movo minha mão para sua nuca e a vejo fechar os olhos e virar o rosto para deixar um beijo em meu pulso.

- Me desculpe pela ausência. - Peço e ela abre seus olhos sorrindo e me puxando pelo queixo até que nossos lábios se toquem, ainda que superficialmente.

- Tudo bem, você está aqui agora. - Diz contra meus lábios e então eu os direciono para cada uma de suas bochechas, seu queixo, sua testa, suas pálpebras, seu nariz, até encostarmos nossos lábios novamente. 

- Estou e prometo não ir a lugar nenhum, nunca mais. - Aprofundo nosso beijo matando a saudade de sua boca, é tudo muito lento entre nós nesse momento, seja minha mão acariciando sua nuca ou a sua repousada em meu joelho, nenhum toque é acelerado ou afobado, estamos nos reconhecendo mais uma vez. - Está pronta para nossa viagem? - Pergunto assim que terminamos nosso beijo.

- Tem certeza que irá comigo? Estarei de volta em um piscar de olhos. - Camila diz e então abraça meu corpo deitando em meu peito, deixo um beijo em sua testa e apoio meu queixo no topo de sua cabeça acariciando seu braço direito.

- Certeza absoluta, dessa vez nada vai te separar de mim. - Falo e sinto-a sorrir contra a minha pele. - Além do mais, ouvi dizer que um piscar de olhos tem durado uma eternidade nos dias de hoje e isso é tempo demais para eu ficar sem você.

~~~~~~~~•~~~~~~~~

Pego as malas de Camila junto com as minhas no porta malas do táxi amarelo e fico esperando do lado de fora enquanto a latina paga o taxista, olho ao redor apenas para constatar o que no fundo eu sempre desconfiei: Boston não mudou nada.

Logo ela se junta a mim na calçada e subimos juntas no pequeno elevador de seu prédio em meio a olhares cúmplices e alguns sorrisos, parece que voltar a essa cidade nos trouxe de volta à época em que eu tinha 18 e ela 17 anos.

Antes que possamos alcançar o apartamento 727, uma senhora grita para Camila no corredor e ela me dá as chaves para porta dizendo que será rápido e me pedindo para guardar logo as bagagens que eu não deixei que ela me ajudasse a carregar.

Com um pouco de dificuldade eu finalmente consigo abrir a porta e, ao fazê-lo, sinto meu queixo chegar ao chão com a cena que encontro.

Play: Crazy in Love - Beyonce feat Jay-Z

https://youtu.be/ViwtNLUqkMY

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no  

Fico paralisada assistindo Dinah dançando a introdução da música conhecidíssima por mim e qualquer pessoa na face terra enquanto tem uma vassoura em suas mãos, um shortinho curto e uma regata branca folgada, seus longos cabelos loiros estão pressos no topo de sua cabeça e ela balança sua bunda e mexe apenas os ombros de um lado para o outro.

I look and stare so deep in your eyes

I touch on you more and more every time

When you leave I'm begging you not to go

Call your name two or three times in a row

Such a funny thing for me to try to explain  

How I'm feeling and my pride is the one to blame, yeah

'Cause I know I don't understand

Just how your love can do what no one else can  

(Eu olho tão profundamente em seus olhos

Eu toco você mais e mais toda hora

Quando você sai eu estou te implorando para não ir

Chamo seu nome duas ou três vezes

É algo tão engraçado pra eu tentar explicar

Como eu estou me sentindo e meu orgulho é o único culpado

Porque eu sei que não entendo

Como o seu amor consegue fazer o que ninguém mais consegue)

A mulher aproxima sua boca do cabo da vassoura para acompanhar a letra que sai pelos alto falantes do pequeno rádio no canto da sala, seu corpo aproveita para fazer uma coreografia sexy, movendo seus quadris de um lado para o outro enquanto sua boca não cessa em repetir palavra por palavra a letra da música.

Antes que eu consiga processar aquela imagem em minha mente, vejo uma Normani aparecer do nada com luvas amarelas em suas mãos e uma vestimenta muito parecida com a da loira, ela segura o que parece ser uma daquelas escovas de banheiro em sua mão e começa a cantar a outra parte da música assim que ela se inicia.

Got me looking so crazy right now

Your love's got me looking so crazy right now (your love)

Got me looking so crazy right now

Your touch got me looking so crazy right now (your touch)

Got me hoping you'll page me right now

Your kiss got me hoping you'll save me right now

Looking so crazy, your love's got me looking

Got me looking so crazy, your love  

(Você está me deixando louca agora

Está me deixando louca agora (seu amor)

Me tem parecendo tão louca agora

Você está me deixando louca agora (seu toque)

Me fez esperar que você me salve agora

Seu beijo me fez esperar que você me salve agora

Loucamente apaixonada

Você me deixou, me deixou loucamente apaixonada)

As duas parecem estar em um show exclusivamente delas, adquirindo uma dança perfeitamente sincronizada que me faz ficar hipnotizada com a forma com que elas se movem, então quando a cantora começa novamente com o "uh oh oh" repetidas vezes elas param juntas no meio da sala e posicionam os cotovelos rente a seus corpos para balançar a bunda para frente e para trás rapidamente. 

E então, outra figura entra na sala, um pouco menor que as outras duas e com um pano em uma das mãos enquanto a outra carrega um frasco de um produto que não consigo decifrar qual é, Ally aparece para cantar o verso seguinte me deixando ainda mais sem palavras.

When I talk to my friends so quietly

"Who he think he is?", look at what you did to me

Tennis shoes, don't even need to buy a new dress

If you ain't there ain't nobody else to impress

It's the way that you know what I thought I knew

It's the beat that my heart skips when I'm with you

But I still don't understand

Just how the love your doing no one else can  

(Quando eu falo com meus amigos bem baixo

Quem ele pensa que é? Olhe o que você fez comigo

Tênis, nem preciso comprar um vestido novo

Se você não está lá, não tenho ninguém para impressionar

O jeito como você sabe o que eu pensei que sabia

A batida do meu coração pula quando estou com você

Mas eu ainda não entendo

Como o seu amor consegue fazer o que ninguém mais consegue)

No próximo refrão as três se juntam para dançar em uma coreografia própria delas envolvendo muitas bundas e quadris balançando de um lado para o outro enquanto os itens em suas mãos servem de microfone, antes que eu possa falar qualquer coisa a música é parada abruptamente.

- Meninas, vocês vão fazer a mente da Lauren dar curto circuito. - Camila diz do canto da sala e as três a olham e gritam juntas, logo em seguida movem seu olhar em minha direção na porta e antes que eu possa sequer falar sinto seus corpos colidirem com o meu quase nos levando ao chão não fosse Dinah me abraçar pelas costas.

- Meu Deus Lauren é você?

- Caramba esse cabelo novo tá um arraso!

- Puta merda tu tá muito gostosa Jauregui.

As três falam ao mesmo tempo me deixando um pouco zonza, mas isso não me impede de retribuir o abraço caloroso que recebo.

- Caramba Camila, que saudade de você minha melhor amiga que ficou fora durante dias em uma viagem do outro lado do oceano sem poder nem falar conosco! - Ouvimos a voz de Camila de longe e então nós 5 nos olhamos e explodimos em risadas escandalosas que devem assustar o prédio inteiro. Dinah logo corre para Camila que se faz um pouco de difícil mas ao ver as meninas se juntarem para abraçá-la como fizeram comigo se rende me fazendo pular em cima dela para completar o abraço.

- Vocês tem sorte que sou uma mulher comprometido ou essa cena toda que eu vi agora pouco renderia um belo convite para uma suruba. - Falo quando nos separamos e as meninas riem um pouco, logo Camila se aproxima de mim e eu abraço-a pela cintura.

- Não deem risada, há algumas semana ela provavelmente estaria falando sério. - Ela diz me fazendo olha-la e sorrir.

- ESPERA AI!!! - Ouço Dinah gritar e então se aproximar de nós olhando de uma para outra várias vezes. - Comprometida? - Pergunta olhando em meus olhos e eu afirmo com a cabeça. - ENTÃO VOCÊS ESTÃO FINALMENTE JUNTAS? - Olho para Camila e ela revira os olhos pela atitude da amiga, tomando o primeiro passo ao me puxar pelo queixo e colar nossos lábios rapidamente. - ALLY, LIGA NA IGREJA QUE UM MILAGRE ACONTECEU!

E então eu e Camila somos bombardeadas de perguntas que fazemos questão de responder com todos os devidos detalhes: o que aconteceu, como aconteceu, onde nos reencontramos, como foi depois de tanto tempo e mais uma série de questionamentos complementares a medida que contamos uma história que rendeu a atenção de nossas belas amigas durante a tarde inteira, e uma faxina interrompida pela metade.

Quando a noite chega eu e Camila estamos exaustas pela viagem e deitamos em seu quarto enquanto Dinah divide sua cama com Normani e Ally fica com o sofá-cama inteiro para ela, as duas que não moram ali insistiram em ficar para aproveitar mais de nós já que em breve iremos embora levando Dinah conosco.

No meio da madrugada a sede me faz levantar e ir até a cozinha atrás de um copo d'água e acabo encontrando a loira no mesmo local encarando a lua pela pequena janela do cômodo, abraço-a suavemente por trás e sinto a mesma abraçar meus braços.

- Obrigada. - Sussurro em suas costas e Dinah me vira em sua direção para encará-la com um ponto de interrogação em sua cara. - Pelas cartas, por cuidar dela durante todo esse tempo, por tudo. - A loira sorri e então me abraça mais uma vez deixando um beijo em minha testa.

- Não precisa me agradecer, eu faria tudo de novo um milhão de vezes para chegar nesse dia com vocês duas sorrindo da maneira que sorriem. - Sinto meu coração se aquecer por suas palavras lhe retribuindo com um sorriso sincero em seguida.

- Soube que a vida de seminarista não deu certo, espero que nossa amizade e tudo que teve que fazer para nos ajudar não tenha afetado isso. - Murmuro lembrando-me do que Camila me contou, Dinah nega com a cabeça.

- Acho que não daria certo de qualquer forma, quando as coisas têm de acontecer elas o fazem naturalmente e nenhum obstáculo pode impedir isso. Como vocês duas. - Me solto dela apenas para buscar um copo de água, mas não sem antes deixar um beijo em sua bochecha.

- Mas sério, sobre as cartas e sua ajuda naquele dia em que nos deixou sair juntas...meu Deus Dinah, eu nunca poderei agradecê-la o suficiente. - Falo mais uma vez e Dinah nega com a cabeça.

- Fiz o que era certo, nada mais do que isso. - Ela se senta em uma das cadeiras na pequena mesa da cozinha e aponta para a que está ao seu lado na intenção de que eu a acompanhe, o que logo faço. - Aquelas cartas foram essenciais sabia? Acho que se ela não as tivesse teria desmoronado, sei que meu papel foi muito importante mas eu era apenas a entregadora da mensagem, você fez todo o resto. 

Paro para pensar em suas palavras e me vem subitamente a mente a lembrança da noite anterior a minha viagem de volta à Inglaterra, noite essa que passei inteiramente escrevendo letra por letra cada uma das 36 cartas que deixei para Camila ler nos próximos 3 anos. Sei que tê-las escrito fora muito importante, mas elas não significariam nada a não ser pedaços de papéis que nunca chegaram a seu destinatário se Dinah não tivesse se arriscado ao entregá-la.

É nesse momento que percebo o quanto a amizade é importante. Principalmente aquelas que, de certa forma, uniram a mim e Camila novamente ou serviram de fortaleza para que conseguíssemos permanecer inteiras até o momento de nos vermos novamente. Sem Vero e Emília eu não teria conseguido chegar até aqui, sem Dinah, Emeraude e Sam ela também não teria tanta sorte.

- "Era uma pessoa igual a cem mil outras pessoas. Mas, eu fiz dela um amigo, agora ela é única no mundo" - Deixo a citação de O Pequeno Príncipe sair por entre meus lábios por consequência de meus pensamentos e vejo Dinah sorrir entrelaçando nossos dedos e parecendo entender com apenas aquela frase tudo que estive pensando. 

- "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." - Ela cita me fazendo sorrir. - Espero que cuide da minha menina muito bem Jauregui, afinal, ela não me fez ler esse livro milhares de vezes antes que eu aprendesse pelo menos essa lição. - Então a loira se levanta e deixa um beijo em minha testa. - Lembre-se: eternamente.

- Não desejo nada menos do que o para sempre para nós duas Dinah. - Respondo e ela pisca satisfeita me deixando sozinha com meus pensamentos.

~~~~~~~~•~~~~~~~~

- Tem certeza que não quer ir comigo? - Camila pergunta mais uma vez quando está prestes a sair do apartamento no outro dia um pouco após as seis da tarde.

- Você sabe que meu primeiro instinto seria te acompanhar para ter certeza que você vai voltar para mim, mas preciso confiar mais em mim mesma Camz, então não, eu não irei com você. - A latina suspira e então entrelaça seus braços em meu pescoço e aproxima nossas bocas em um beijo lento que logo acaba.

- O que irá fazer? - Pergunta encostando sua testa na minha enquanto eu acaricio a pele de sua cintura despreocupadamente, apenas aproveitando nosso contato.

- Acho que irei pedir para Dinah me levar em uma reunião, faz tempo que não vou. - Respondo e logo em seguida a loira aparece no cômodo como se eu tivesse gritado seu nome.

- O que disse? - Pergunta me fazendo rir um pouco da estranha habilidade que ela sempre teve de aparecer todas as vezes que falamos seu nome.

- Preciso ir a uma reunião do AA e gostaria da sua companhia Jane, o que acha? - Ela parece ponderar por alguns segundos e então responde.

- Ah, beleza, num ta tendo nada melhor mesmo. - Dou a língua para ela e sinto Camila rir um pouco, logo a latina puxa meu rosto em sua direção para que minha atenção volte a ser completa e unicamente dela.

- Se cuide, eu volto logo. - Diz e então me beija mais uma vez mesmo com os protestos de Dinah que basicamente consistem em sons de vômito, sim, ela é muito madura. E sim, ela e Vero se darão extremamente bem. - Amo você. 

- Eu também amo você. - Respondo Camila e ela me dá mais um selinho antes de passar pela porta deixando apenas a mim e sua melhor amiga no apartamento, olho para Dinah que parece um pouco entretida no celular.

- Parece que tem uma reunião dessas há umas duas quadras daqui e...

- Não precisa procurar, nós não iremos a uma reunião hoje. - Interrompo a loira antes mesmo que ela comece a se programar.

- Não? - Pergunta em dúvida e eu sorrio passando meu braço por sua cintura antes de abrir a porta para que ambas consigamos deixar o apartamento.

- Oh não Dinah Jane, nós temos uma missão hoje. - Falo e logo saco meu celular discando rapidamente o número muito familiar para mim. - Vero, Emeraude está com você?

- Sim... - Minha melhor amiga responde do outro lado desconfiada. 

- Ótimo, coloque no viva voz, precisarei da ajuda de vocês duas. 

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Mas o que será que essa meliante está aprontando???????

Como vocês perceberam, eu decidi sim fazer mais 1 capítulo por aqui, mas não se enganem...será apenas mais 1 e é isso ai, The Seminarian estará oficialmente terminada.

Então, apertem os cintos porque a contagem agora será rápida, na minha próxima volta eu trarei para vocês a conclusão de uma maravilhosa e muito gratificante viagem.

AAAAAAAA, vcs podiam usar #TheSeminarianFic lá no tt nesse final né, nunca pedi nada.

Besitos minhas raposinhas.

Thate / 

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