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1. Dear Camz

Oi lindos, eu disse que voltava hoje não disse?

Agora que relembramos o que aconteceu antes, podemos dar continuidade na estória, apertem os cintos.

É com muitíssimo prazer que eu oficialmente inauguro The Seminarian, espero que gostem.

Los Amo.

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Querida Camz,

Tenho certeza que sinto falta de te assistir dormindo.

Você pode estar se perguntando, como eu posso saber que sinto falta disso?

É simples na verdade. Te olhando deitada nessa cama agora, vendo seus lindos cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro, a maneira como você aperta o edredom em volta do seu corpo, sua respiração calma e constante, o jeito que suas pálpebras se movem indicando que você está sonhando, como sua pele fica ainda mais brilhante com apenas a luz da lua batendo sobre ela.

Deus, você é como uma obra de arte, a mais linda que alguém um dia imaginou criar.

Queria ter o dom de pintar para poder te capturar nesse exato minuto enquanto te olho, poder emoldurar o resultado em um quadro de parede a parede e poder admirar todos os dias pelo resto da minha vida, mas tenho certeza que isso não será necessário, porque terei a original ao meu lado todos os dias para fazer isso.

Espero que continue forte meu amor, e nunca se esqueça do mais importante.

Eu amo você,

Sua raposa.

Termino de ler a carta e a abraço, fechando meus olhos e tentando imaginar o exato momento em que Lauren a escreveu, como ela estava enquanto me olhava, sua carinha de sono, seu sorriso bobo.

Tento impedir as primeiras lágrimas de rolarem pelo meu rosto, mas é completamente em vão, elas são mais fortes e poderosas a cada dia, hora, minuto.

Ah Lauren, se você sente falta de me assistir dormindo, não imagina a falta que sinto de você, inteira.

Procuro não amassar o papel mais do que ele já está amassado, tirando-o de cima de mim e me levantando para guarda-lo de volta em seu lugar em um pequeno baú em cima da minha cômoda, quando abro o objeto encontro vários outros papéis, do mesmo tamanho e formato, todos contendo a mesma letra, o mesmo sentimento.

Não me impeço de pegar mais um aleatoriamente.

Querida Camz,

Espero que a Dinah esteja realmente te entregando todas essas cartas, ou o esforço que faço para escrevê-las terá sido em vão, junto com a dor que sinto agora em meu pulso.

Na verdade, espero que ela esteja entregando e que possamos estar lendo isso juntas, comigo abraçada no seu corpo tentando esconder minha vergonha por vê-la lendo cada besteirinha que eu escrevi, quero que estejamos rindo juntas nesse momento.

Peça para a eu de atualmente te abrace bem apertado e beije seus lábios delicadamente como eu tenho vontade de fazer nesse momento, peça para ela que sussurre um eu te amo como eu gostaria de poder gritar para todo mundo ouvir, mas, principalmente, peça para ela  que te ame hoje e todos os dias da sua vida, como eu tenho certeza que farei.

Estou ficando nostálgica Camz, e um medo irracional de que nós não estejamos juntas enquanto você lê me domina, me desculpe por molhar o papel com minhas lágrimas bobas, é que a falta terrível que sinto de você causa esse efeito, mesmo que eu tenha te visto há apenas 10 horas.

Ainda me lembro do jeito que me olhou conforme eu entrava no trem, de como o seu rosto estava inchado e marcado pelo seu choro, da maneira que apertou seu corpo no meu...a dor que me lembrar de tudo isso proporciona é quase insuportável, e é por causa dela que eu percebo o inevitável.

Eu sou completamente dependente de você Camila Cabello.

E não tenho medo de admitir isso, nem por um segundo, pois um corpo não funciona sem coração, tanto quanto eu não funciono sem você.

Me procure, me ache, me tenha novamente, não importa quanto tempo demore, apenas faça-o.

Eu te amo,

Sua raposa.

Me ajoelho no chão e levo o pequeno objeto comigo, segurando a carta que acabei de ler em minhas mãos com tanta força que sinto meus dedos doerem, é como se eu estivesse me prendendo ao último fio de esperança, como se eu estivesse segurando o nosso amor em minhas mãos.

Nesse ponto nem mesmo tento não chorar mais, é impossível fazer isso em dias como esse, em que a saudade é tão grande que não me deixa ter forças para fazer mais nada, nem sequer levantar da minha cama.

Abraço meu corpo em uma tentativa falha de fazer os solavancos causados pelo choro diminuírem, tentando me encolher até me tornar nada, pois é dessa forma que me sinto sem ela, como se fosse nada.

Como pode algo que durou tão pouco pode ter me afetado dessa maneira? Nós tivemos apenas alguns meses juntas, e a maior parte do tempo eu passei correndo atrás dela enquanto ela me negava, o tempo em que passamos realmente juntas pode se resumir a uma gota em meio a um oceano, mas mesmo assim, a proporção dos sentimentos que apenas isso causou parece não ter fim.

Ah Lauren, você não é a única dependente entre nós.

Aproveito minha situação e não me impeço de retirar mais uma carta do baú, essa está tão amassada que algumas letras já começaram a sumir, por isso faço o possível para impedir minhas lágrimas de molha-la.

Querida Camz,

Estou pensando e tentando descobrir o exato momento em que percebi que estava apaixonada por você, foram tantos mínimos detalhes que me levaram a isso, que fica quase impossível achar um momento que se destaque dos outros.

Como por exemplo o ciúme que senti toda vez que você falava de Ariana, deus, parecia que eu iria explodir de tanto que meu coração doía e ainda assim eu não entendia que aquela era só mais uma demonstração do quanto eu já estava envolvida, do quão tola eu estava sendo por continuar fugindo quando eu já agia como se fosse minha, e mesmo assim eu continuei tentando.

Talvez tenha sido o momento em que te beijei pela primeira vez naquele pub, acho que não sou capaz de explicar a explosão que aconteceu dentro de mim quando senti seus lábios pela primeira vez, apenas um contato e tudo mudou, virou meu mundo de cabeça para baixo, como se um tornado tivesse passado por mim, mas ao contrário do que tornados geralmente fazem, esse não destruiu tudo por onde passou...concertou.

Quem sabe tenha sido o dia em que eu sofri aquele pequeno acidente de carro, lembro-me como se fosse hoje que não se passaram nem 2 minutos para você me ligar, a forma que sua voz demostrava sua preocupação, o seu afobamento enquanto me perguntava se estava tudo bem comigo pois você estava sentindo uma dor e angústia tão grande que achou que algo tinha me acontecido, e para sua surpresa, realmente tinha acabado de acontecer. Lembro da forma que você ficou desesperada quando eu contei do acidente e ameaçou ir atrás de mim na mesma hora para verificar se estava tudo bem, mesmo que eu tenha repetido inúmeras vezes que o carro apenas tinha tido uma batida leve e que ninguém sofreu sequer um arranhão. Esse foi apenas um dos momentos em que demostramos ter uma conexão atípica, sabendo exatamente o que a outra estava pensando, completando frases, descobrindo como nos sentíamos sem precisar trocar uma palavra.

Todos esses momentos fizeram meu coração balançar de uma maneira que eu nunca havia sentindo antes, mas não, nenhum deles foi aquele em que me apaixonei por você, o que eu percebi isso  é muito fácil, foi o mesmo em que eu disse que te amava pela primeira vez em meio a uma de nossas conversas pelo telefone em que eu tinha que ficar circulando pelo quarteirão para ninguém nos ouvir, você me contava alguma coisa sobre o seu dia, era algo banal e rotineiro, mas eu não resisti soltar as três palavras, por mais que eu quisesse fazer isso quando te visse, o poder da constatação dos meus sentimentos foi tão grande que eu não pude me impedir de falar, só percebi que tinha feito isso quando a ouvi ficar em silêncio do outro lado da linha, foi o momento em que eu podia ouvir meu coração martelando enquanto esperava sua resposta, e quando ela veio logo em seguida após um suspiro seu, eu me senti a menina mais feliz do mundo, pela sua voz eu conseguia perceber que você estava sorrindo, sorrindo enquanto dizia que também me amava.

Mas o momento exato em que eu me apaixonei? Esse foi outra história.

Consigo te ver na minha frente lendo essa carta, imagino o quão ansiosa você está para saber quando foi agora, o quão tentada está para pular esse pedaço da carta e ler finalmente o que escreverei mais embaixo, simplesmente porque você não aguenta esperar e PRECISA saber. Como naquele dia em que estávamos assistindo Se Eu Ficar, eu no meu notebook e você no seu enquanto nos víamos por uma chamada de vídeo, e você pulou seu filme até o final para saber se a personagem principal iria acordar ou não.

Nós brigamos naquele dia porque você além de ver, contou para mim como acabava, eu fiquei tão puta que desliguei na hora nosso telefonema, logo após nós termos uma discussão idiota, e então 5 minutos depois eu me arrependi e estava te mandando mensagem pedindo desculpa por ser uma estúpida. Você me ignorou um dia inteiro e eu senti que iria enlouquecer. Porém quando você me ligou naquela noite me pediu desculpas pois sabia que também tinha sido uma babaca por fazer aquilo, nós fizemos as pazes, mas isso não impediu que você contasse que Dumbledore morria em Harry Potter e o Enigma do Príncipe.

Estou enrolando porque tenho certeza que você já leu o parágrafo abaixo e está relendo novamente para saber o que perdeu, pois saiba que isso provavelmente não resultará em outra briga, eu te perdoo pela sua ansiedade Camz, mas saiba de algo:

A mãe morre no final de How I Met Your Mother.

TE AMO.

Ok, já enrolei demais.

O momento em que eu me apaixonei por você não foi um daqueles dignos de filme, em que a câmera fica mais lenta, a música fica suave e todo mundo que está assistindo se emociona. Não, foi algo tão normal quanto é possível.

Eu me lembro que estava no fundo da igreja enquanto seu pai tinha ido mais uma vez para Framingham a frente de um culto de domingo, isso aconteceu cerca de uma semana depois do nosso primeiro beijo. Você estava na lateral da igreja, olhando atentamente seu pai, Normani estava ao seu lado e parecia cochichar alguma coisa, mas você não dava nenhuma atenção a ela, seus olhos vidrados no homem em cima do púlpito. Eu te observava de longe, a maneira que suas mãos estavam entrelaçadas em suas costas, como o casaco que você vestia era muito maior que você, o jeito que sua cara estava completamente limpa de qualquer maquiagem e você era a mulher mais linda do mundo do mesmo jeito.

Eu fiquei bons minutos te olhando lá de longe, sentindo algo se agitar dentro do meu peito, então você pegou seu celular em seu bolso e sorriu para a tela, um sorriso que eu jurava ter iluminado o mundo inteiro, mas era só você iluminando o meu mundo, foi nesse momento que eu me apaixonei, enquanto te olhava de longe mexendo em seu celular e sorrindo para a tela, sabe como eu sei disso? Foi a maneira que eu suspirei enquanto te olhava, eu apenas soltei uma longa respiração e sorri, esse simples momento denunciou aquilo que eu ainda não percebi por muito tempo. Que eu te amava como nunca mais seria capaz de amar ninguém.

Um complemento bom para essa história é que segundos depois eu senti meu celular vibrando em meu bolso e me deparei com uma mensagem sua que dizia o seguinte:

"Consigo te sentir olhando para mim".

Você ainda consegue sentir Camz? Consegue sentir o tamanho do meu amor por você mesmo que estejamos separadas por milhares de quilômetros,  a oceanos de distância uma da outra? Consegue sentir o quanto te quero e te desejo? O quanto preciso de você?

Eu te sinto em cada partícula de oxigênio a minha volta, em cada cor, cada som, em tudo, pois você é meu tudo, meu mundo.

Sinto sua falta,

Sua raposa.

Me lembro exatamente do dia em que li essa carta pela primeira vez, eu fiz tudo exatamente como Lauren disse que eu faria, pulei parte da carta para ler o parágrafo em que ela disse quando se apaixonou por mim e em seguida voltei para ler o resto e fiquei puta quando li o spoiler da série que eu estava assistindo.

Ela sabia exatamente disso quando escreveu, mesmo que Dinah tenha levado 3 meses para me entregar aquela carta, Lauren sabia quanto tempo eu demoraria para assistir e que ainda não teria chegado naquela parte da história quando lesse.

Só mais uma das demonstrações de quão bem ela me conhecia, do quanto era capaz de decifrar meus movimentos e pensamentos antes até mesmo de mim, Lauren me lia com uma facilidade que me assustava, assim como eu sempre fiz com ela.

Dobro a carta e a guardo novamente, porém antes deixo um beijo singelo em cima do papel, relendo-a sei exatamente o porque ela é uma das minhas favoritas e por isso uma das que mais li, o que é comprovado pelo estado do papel. É porque essa é uma daquelas em que eu consigo senti-la enquanto leio, consigo vê-la escrevendo e rindo enquanto põe tudo no papel, se fecho os olhos é como se ela estivesse a minha frente no exato minuto em que escreveu tudo isso.

Se essa é uma das minhas favoritas, a que eu tenho em minhas mãos agora é a que menos gosto, o papel ainda está novo, sem manchas nem amassados, isso porque desde a primeira vez que o li, não tive coragem de o fazer novamente.

Mas agora sou tomada por um súbito momento de coragem, por isso não levo muito tempo até abrir o papel e começar a passar meus olhos por ele mais uma vez.

Querida Camz,

Nem eu mesma consigo acreditar que tive a capacidade de escrever 36 cartas em menos de 24 horas, isso deve ser algum tipo de recorde, tenho certeza que deveria estar no Guiness Book.

Se estou certa e Dinah cumpriu o que me prometeu, hoje fazem exatos 3 anos desde que fui embora dos EUA e voltei para Londres, deixando para a loira a missão de te entregar cada uma dessas cartas 1 vez por mês, para que você nunca se esquecesse de mim, nem do quanto te amo, para que não perdesse a fé nem a esperança de que um dia nos encontraríamos de novo.

Apesar de tudo, levo dentro do meu peito a crença de que não foi necessário tudo isso, não é possível para mim que nós tenhamos passado tanto tempo sem nos ver, não, tenho certeza de que já estamos juntas novamente, lendo essa carta, assim como fizemos com diversas outras, deitadas em uma cama em algum lugar do mundo.

Penso isso porque é simplesmente incabível que eu tenha conseguido passar tanto tempo sem você, por acreditar que nosso amor venceria qualquer barreira, da distância, do preconceito, mesmo que você ache que sua família nos impediria de estarmos juntas, tenho certeza que ao final de tudo o amor venceu tudo isso.

Então, minha pequena princesa, declaro que esse é o primeiro dia do resto de nossas vidas, me abrace, me beije, façamos um filho, vamos nos casar Camz, viver juntas para sempre, se eu ainda não te pedi isso, te peço hoje, mesmo que ele represente 3 anos atrás para você, seja minha como nunca foi de ninguém.

Case-se comigo Karla Camila Cabello Estrabao. Onde quer que nós estejamos, tenho certeza de que estamos prontas para isso, não importa que eu tenha apenas 21 anos e você 20, o amor não tem idade e o nosso atravessará a eternidade.

Eu te amo com tudo que há dentro de mim e com a certeza de que nunca mais amarei ninguém, e se eu já não te digo mais isso todos os dias, por favor, grite comigo, brigue, me traga de volta a realidade, pois você merece ser amada e beijada todos os dias.

Com amor,

Sua Lauren.

Meu choro volta a me atingir com tudo, as lágrimas descem incontroláveis, meus soluços são audíveis e balançam o meu corpo de uma forma que faz com que eu me deite no chão, sem forças para lutar contra a enxurrada de emoções que me atinge.

Eu queria tanto que tudo fosse verdade, que as coisas tivessem acontecido da maneira que ela sonhou e escreveu, gostaria de ser capaz de brigar com ela e gritar para que dissesse que me ama, na verdade, gostaria de conseguir falar com ela de qualquer maneira.

Sim, Dinah cumpriu sua promessa Lauren, ela me entregou todas as cartas religiosamente no 17º dia de cada mês, por mais que eu tenha implorado diversas vezes para que ela me desse todas de uma vez, ela se manteve firme e não me ouviu, mas sempre aparecia aqui para me dar mais uma quando era chegada a hora.

Ela cumpriu sua promessa, mas nós não cumprimos a nossa. Aquela de que nos veríamos, de que não deixaríamos nada ficar entre o nosso amor, entre o nosso futuro, mas nós não conseguimos evitar, as coisas deram errado de uma maneira que nem eu nem você poderíamos impedir.

Quando Lauren foi embora para Londres, nós ainda fomos capazes de manter contato, por mais que o fuso horário dificultasse e eu tivesse que ser extremamente cuidadosa em falar com ela na presença de meus pais.

Nas três primeiras cartas que me enviou, eu fui capaz de ligar para ela logo em seguida e responder cada pedaço, de reafirmar o quanto a amava por ter se preocupado tanto a ponto de deixar aquele presente para mim, por saber que a distância me deixaria em um estado de profunda tristeza.

Eu contava as horas para ler as palavras dela, contava os minutos para a próxima ligação, sorri feito uma idiota quando conversávamos por mensagem e mal me continha quando isso acontecia.

Quase surtei quando Lauren me contou que havia enfrentado sua mãe e saído de casa, mas no fundo eu sabia que isso aconteceria, que ela nunca conseguiria viver como se nada houvesse mudado, como eu me forçava a fazer todos os dias.

Eu me sentia tão orgulhosa dela quanto era possível, meu peito queimava com o desejo de abraça-la e beija-la todos os dias e meu corpo pegava fogo quando nos permitíamos ser um pouco mais ousadas em nossas ligações, por mais que aquilo fosse perigoso.

Foi no dia seguinte aquele que li sua terceira carta que as coisas deram errado.

Era um dia como outro qualquer e eu estava esperando a ligação de Lauren para poder dormir, deitada em minha cama eu relia aquilo que ela tinha escrito com um sorriso nos lábios, era uma carta em que Lauren falava sobre o meu corpo e a noite que havíamos passado juntas, eu estava tão imersa em pensamentos e lembranças que tomei um susto quando meu pai entrou em meu quarto escancarando a porta.

O que aconteceu a seguir é difícil de ser lembrado, Alejandro gritou e esbravejou comigo, me disse absurdos, me humilhou de uma maneira que eu nunca achei que seria possível enquanto jogava na minha cara que havia descoberto "mais um dos meus pecados".

Nós já havíamos tido conversas parecidas no passado, ele já tinha me castigado pelo mesmo motivo, mas naquela noite foi um milhão de vezes pior.

Isso por que não tinha sido um capricho, uma recaída por desejo, não, meu pai estava em pé em meu quarto falando coisas horrorosas sobre a mulher que eu amava, aquela a quem eu tinha entregado não apenas meu coração, mas minha alma.

Ouvi-lo dizer que aquilo era errado, que era um pecado imperdoável e que nós queimaríamos no inferno por isso me atingiu de uma forma que eu não julgava ser possível, há muito eu pensei ter me blindado para situações como aquela, para palavras de ódio como as que eu ouvia, mas eu não suportei.

E então nós entramos em uma discussão horrorosa, ferimos um ao outro com palavras de ódio irreparáveis, até hoje eu não descobri como foi que ele ficou sabendo de meu envolvimento com Lauren, se alguém contou ou qualquer coisa do tipo, na verdade, eu nunca mais consegui saber quase nada sobre meu pai, pois aquele fatídico dia arruinou nossa relação para sempre.

O homem tomou todos os meus meios de contato com a britânica, meu celular, computador, até mesmo tirou a internet e telefone de casa com medo de que eu conseguiria de alguma forma me comunicar com ela e ocultar isso dele. Até mesmo quando minhas amigas iam me visitar meus pais confiscavam seus celulares na porta, principalmente quando era Dinah ou Normani. Felizmente ele nunca interceptou nenhuma carta.

Eu nunca mais consegui falar com Lauren, e o pior de tudo é que não fui capaz de explicar o que aconteceu, não tive como contar a ela que não a estava abandonando por vontade própria e a única pessoa que poderia dizer isso a ela estava sendo vigiada tanto quanto eu.

Quando me canso de chorar sinto meus pulmões arderem dentro do peito, ainda deitada no chão minha cabeça zombe e lateja tamanha a dor que eu sinto, mas nada se compara a aquela que sinto em meu coração.

Hoje fazem exatos 4 anos desde que recebi a última carta de Lauren, 4 anos desde que ouvi sua voz pela última vez, 4 anos que eu passei a apenas existir.

É claro que eu acabei recuperando meu celular e eventualmente arrumei meios de falar com a de olhos verdes, o problema é que já era tarde demais, ela acabou mudando de número, ou qualquer coisa do tipo, o fato é que eu nunca mais fui capaz de localiza-la.

Ouço a porta do meu quarto se abrir e uma Dinah apressada se jogar ao meu lado, puxando minha cabeça para que eu deite em seu colo e acariciando meus cabelos.

- Tudo bem Chancho, eu estou aqui agora, me desculpe por demorar. – Fala enquanto tenta limpar algumas lágrimas que ainda persistem em cair dos meus olhos.

- Tudo bem, você veio. – Minha voz nem parece minha quando a respondo, o tom rouco e falhado denunciando meu estado, Dinah sorri triste e me abraça. - Eu sinto tanto a falta dela Chee.

- Eu sei, eu também. – Deixa um beijo em minha testa enquanto eu me ajeito em suas pernas, abraçando seu tronco como posso.

- Você acha que ela ainda se lembra de mim? – Pergunto sentindo minha garganta se fechar, a saudade que sinto de Lauren me machuca, mas imaginar que ela pode ter me esquecido e seguido em frente é ainda pior, por mais que isso seja egoísta e mesquinho, eu prefiro imaginar que ela, aonde quer que esteja, está pensando em mim tanto quanto eu estou pensando nela, e que ainda me ama como um dia amou.

- Eu tenho certeza que sim. – Responde sorrindo. – Um dia tudo isso vai passar, você vai ver, vocês vão se encontrar novamente e fazer lindos bebês para me chamarem de dinda. – Ambas rimos com suas palavras, é incrível como após todos os anos nós nos aproximamos, como ela me tem sido meu apoio e alicerce em dias como esse, como a nossa amizade cresceu a um ponto que apenas a presença de Dinah é capaz de me manter tranquila em meio à confusão que minha vida se tornou.

Ficamos em silêncio mais uma vez e eu me permito olhar para baixo, para o casaco que visto, vendo o desenho já gasto de uma raposa na parte da frente e não me impedindo em abraçar meu próprio corpo em uma tentativa de senti-la junto a mim, por mais que tanto tempo tenha passado, ainda sou capaz de sentir resquícios de seu cheiro no tecido, afundo minha cabeça dentro da gola e inspiro profundamente, buscando sua presença reconfortante.

Dinah nada diz, apenas respeita meu momento, ela sabe o quanto aquele casaco significa para mim, sabe do meu pequeno baú que fica escondido no fundo do meu armário, sabe de tudo que há para saber sobre essa história.

Ali, deitada no colo daquela que se tornou minha irmã e envolta pela presença do amor da minha vida eu me permito sonhar, pela milionésima vez, com os olhos verdes mais brilhantes do mundo, enquanto meu coração se aperta dentro do meu peito na esperança que eu um dia volte a vê-los.

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E ai como estamos?

Agora que pudemos ter um vislumbre do que aconteceu com a Camila, como vocês acham que a Lauren está? Algum palpite de como a estória irá se desenrolar? Estou esperando as teorias de vocês :)

Volto em breve. Lembrem-se: podem usar #TheSeminarianFic no twitter para comentar, assim acho vocês por lá!

Beijos da thate.

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