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Capítulo 25


Dia Seguinte

− Não pode ser.

Era de manhã. Amanda estava com a pilha dos exames de Livia nas mãos. Não podia acreditar. Não podia ser verdade. Ela releu e até refez os exames na esperança de ter sido um erro. Mas não. O resultado era claro e definitivo. Mas como ia dizer aquilo em voz alta? Livia estava feliz, em seu quarto, com os pais e o namorado esperando a alta. E agora, ia lhe dizer que estava condenada. Ela estava escorada sobre a mesa quando Ana entrou, sorrindo, com a ficha médica na mão.

− Livia está ótima. Creio que amanhã ela sairá do hospital, basta apenas analisarmos seus exames. − Ao ver o olhar da chefe, Ana ficou rígida. −Amanda?
− Recebi os exames da Livia, Ana. - Amanda fez um gesto para Ana se sentar.
− E o que eles dizem?
− O tumor não foi contido com a cirurgia. Não houve o recesso que esperávamos. Ele voltou a se regenerar e continua atacando o cérebro de Livia, como... como se a cirurgia nunca tivesse ocorrido.

Ana tapou a boca com as mãos. Sabia que aquilo era um risco, mas tudo era tão injusto... Livia recém havia ganhado uma batalha. E agora, perderia a guerra.
− Oh Deus. Oh Deus, não.
− Sim. Ela tinha mais ou menos seis meses de vida antes da cirurgia. Perdeu três meses e 10 dias em coma. E, devido a fragilidade do organismo, o tumor avançou com tudo. Agora ela tem... ela tem... - Amanda mal conseguia completar uma frase, mas a indagação de Ana, engoliu em seco implorando por forças para o que teria de fazer.

− Quantos meses de vida ela tem agora Amanda?
− Não são meses Ana, são dias. Ela tem apenas uma semana de vida.

Uma semana... sete dias. Era nisso que Ana pensava enquanto tomava um café com um calmante. Havia abandonado os calmantes e o café excessivo ao começar a namorar Lúcio, mas agora sabia que precisava de um.
Céus, Livia... aquilo não era justo. Ela ia morrer. Milagres não acontecem duas vezes, não assim... Livia ia morrer depois de pensar que tudo estaria bem com ela naquele momento. Tomou o calmante e mesmo aquilo não aliviou o sofrimento. Quando jogou a xícara fora, se deparou com o olhar de Lúcio, acusador e severo.

− Achei que havíamos combinado que você não ia mais tomar isso.− Lúcio apontava para a cartela vazia.

Ana jogou a cartela no lixo. Sabia que estava agindo como uma fraca, mas... sua única amiga, sua melhor amiga ia morrer. Ana já lidara com a morte, mas nunca de uma pessoa como Livia.
− Sinto muito. Aconteceram coisas demais hoje e acho que não consegui suportar.
Lúcio, ao sentir o tom de voz, se sentou do lado dela. Várias coisas passaram por sua mente, e mesmo que Ana sempre tentasse demonstrar que não precisava ser protegida a todo instante, Lúcio desejava poder aplacar qualquer coisa que deixasse sua amada naquele estado.

− O que houve?
− Livia. Ela... vai morrer em uma semana.

As palavras soaram apagadas e amargas.

− Livia? Mas você não me ligou a pouco para dizer que estava tudo bem com ela?
− E estava. Mas avaliamos os exames e... houve complicações. Ela vai morrer. E não podemos fazer nada a respeito. E não sei como contar isso a família dela, ou a ela... eu não sei.

Ana soluçou, mas não chorou. Lúcio a acariciou tentando de alguma forma consolá-la.
− Sinto muito. Livia é uma grande pessoa. Todos vão sentir sua perda.

− Eu mais do que ninguém. Minha única amiga, uma das poucas pessoas em quem confiei... morrendo, sendo que tinha tudo para ser feliz... a vida é injusta demais.
− Não. Vivemos o que temos de viver meu amor. Livia sabe disso. Ela vai enfrentar a situação com coragem. Como você sempre disse que ela fez.

Ana apenas soluçou novamente. Sabia que Lúcio tinha razão. Mas não podia deixar de sofrer.

Pedro foi o primeiro a pressentir que as coisas não estavam bem. Viu Amanda correr de um lado para o outro, seguida de Ana que aparentemente estivera chorando. Livia estava dormindo e, ele saiu silenciosamente do quarto. Sérgio e Wanessa estavam na casa deles, pegando roupas e acessórios diversos.

Pedro suspirou. O que poderia ter havido de errado? O inferno não tinha acabado? Estava assustado só de pensar no que poderia estar acontecendo agora. Tentara falar com Ana ou Amanda, mas ambas lhe deram respostas evasivas e se afastaram. Intrigado, ele estava decidido a descobrir o que acontecera, mesmo que tivesse de agir mal por isso.
Ana estava em um corredor, junto com Amanda, as duas conversando com uma enfermeira. Ele se escondeu em um canto, a fim de não ser visto. Ana parecia arrasada e Amanda fazia força para não trair sua pose profissional.

− Refiz os exames. Ainda tinha um fio de esperança, mas... nada mudou.
− Nem uma chance?
− Os dias talvez não sejam exatos sete dias. Podem ser 10... ou três. De qualquer maneira, ela deve sair do hospital. É injusto ela passar os últimos dias dela num quarto. Não poderemos lhe dar mais tempo do que já tem.
− Livia... justamente com a Livia. Milhares de pessoas fizeram essa cirurgia, acordaram e ficaram bem. Mas ela... apenas perdeu tempo.
− Ao menos ela tentou. Ela nunca desistiu. Livia morrerá, mas lutou até o fim. Isso nos deve servir de consolo. Agora teremos... que contar aos pais dela... e ao namorado.
− Pedro é o que mais sofrerá. Amanda, sei que você é a chefe, mas... prefiro eu dizer. Eu conhecia Livia, conheço o Pedro, a família... será melhor que ouçam de mim.
−: A vontade. Essa não é uma missão que eu gostaria de assumir. Fico feliz que queira fazer isso.

−NÃO. ISSO NÃO PODE SER.

O berro dele ecoou pelo corredor praticamente vazio. As três mulheres se voltaram. A dor havia começado. E da pior maneira possível.

Ana e Amanda ficaram paradas. Pedro não chorava, mas a angústia em seu rosto era tanta que era melhor que ele caísse no choro.
− Ela não pode morrer... não pode... ela sobreviveu a cirurgia...

Ele falava frases sem sentido. Vacilando, Ana se aproximou dele.

− Ela vai morrer. Não quero aceitar isso tanto quanto você, mas... não podemos fazer nada. Tudo o que fizemos foi em vão... em alguns dias, Livia morrerá. Eu sei que você está sofrendo. Deve estar sofrendo mais do que os próprios pais dela sofrerão quando souberem..., mas você precisa ser forte. Precisa fazer ela feliz nestes momentos finais. Se você fraquejar agora, Livia morrerá em meio a amargura e a dor.
− EU NÃO QUERO FAZER ELA FELIZ POR ALGUNS DIAS. QUERO FAZÊ-LA FELIZ PARA SEMPRE.
− Eu sei. Eu sei. Mas você não pode.

Aos poucos, Pedro foi se acalmando. Com um tom de voz mais baixo, ele perguntou a Ana, o coração dilacerado.

− Ela vai sofrer muito? Quero dizer, os dias finais dela serão dolorosos?

Amanda engoliu em seco. Sim, aquele era um exemplo de amor. Geralmente os entes queridos ficavam tão imersos na própria dor que não pensavam no sofrimento do paciente. Mas ali estava alguém que se preocupava com a dor final de sua namorada do que com a dor que sempre o acompanharia. Teve pena de Pedro. Não deixou Ana responder.

− Não. Lhe juro isso. As dores de cabeça, o mal estar... tudo isso apenas dura enquanto a doença está ocorrendo em seu estado intermediário. A morte de Livia... será... - Amanda precisou fazer uma pausa. Até mesmo a médica experiente necessitou de um momento para respirar fundo e colocar seus pensamentos em ordem antes de continuar. −.... Quando ela menos esperar, sentirá uma forte pontada na cabeça... e morrerá. Não há como prever quando ou como. Mas ela não sentirá dor. Não dará tempo.

Pedro engoliu em seco. Estremeceu.

− Os pais dela... já sabem?
− Tencionávamos em dizer isso hoje.
− Não se incomodem. Eu faço isso.
E sem dizer mais nada, deu meia volta, mais desamparado e perdido do que nunca. Mas sem dúvida com toda a força que necessitava.

Pedro cumpriu com a sua palavra. Contou a Wanessa e Sérgio o estado de Livia. Os pais estavam desolados, mas nada superava a dor que se podia notar nos olhos de Pedro. Ele parecia apático, estava cada vez mais desligado, mais infeliz. Ana pensou em recomendá-lo um psiquiatra, mas ele se negou veemente. Apoiava os pais de Livia como podia e procurava o pouco consolo nos ombros deles. Durante horas se perguntaram se contariam a Livia. Como contar? E como não contar? Estavam decididos a não mencionar nada, mas o destino se encarregara disso, a despeito da vontade deles.

Livia estava se arrumando para ir embora do hospital. Parecia calma, tranquila. Quem a visse não diria que estava prestes a morrer ou que tinha se submetido a uma cirurgia de risco. Ela pegou a rosa, murcha e seca de três meses atrás e a guardara dentro de um livro. Sorriu, olhando a rosa fresca que recebera de Pedro naquela manhã.

A batida na porta, seguida dos passos a tirou dos devaneios da rosa. Olhou para Pedro. Ele apresentava um aspecto calmo e sereno, mas Livia o conhecia bem para saber que seu controle estava por um fio. O beijou com paixão e depois se separou para cumprimentar os pais, que estavam logo atrás dele. Quando o pai saiu carregando a mala acompanhado da mãe, Livia fitou Pedro e as costas dos pais. Sorriu, com tristeza. Quanto tempo mais eles aguentariam?

Pedro a beijou novamente, e ela sentiu que o corpo do namorado tremia, e que o brilho do seu olhar havia desaparecido. Não adiantava. Fingir não era a solução para ninguém, muito menos para eles.
− Você tinha me prometido seguir em frente Pedro... caso eu me fosse. Não está cumprindo a promessa. Se está assim agora, em que ainda estou viva, como será daqui a uma semana quando eu morrer? Vai me deixar angustiada todo esse tempo?

Pedro ficou branco. Livia sabia. Deus, ela sabia. Como? Quando? Ficou em silêncio, enquanto Livia cruzava os braços.
− Como você soube?
− Não foi difícil. Vocês todos estavam com uma cara de velório além da imaginação. Joguei um verde para Amanda e colhi uma fruta podre. Ela me contou tudo. Nos detalhes. Mas vi que vocês não queriam me dizer e respeitei a vontade de vocês, sabendo que fingiam. Fingi também. Mas não dá mais. Você parece estar à beira de um colapso e... eu também.

Ele ficou branco. Livia sabia. Tinha poucos dias de vida e o sabia.

− Eu sempre soube que não morreria deitada em uma cama, em coma. Sabia que ao menos, se eu tivesse que morrer, eu ia morrer depois de viver tudo o que podia viver. Me sinto feliz que seja assim e que não esteja enclausurada em uma cama. Alegre-se Pedro. Ganhei alguns dias a mais para desfrutar. Sem dor, nem sofrimento.

Ele não via assim. Via apenas o momento em que os olhos dela se fechariam e ela partiria para sempre. Mas não sabia como dizer aquilo. Não queria mencionar aquilo em voz alta.
− Eu preciso de você Pedro... não quero passar meus minutos finais chorando.
− Eu não posso Livia... como poderia? Saber que nosso tempo é contado?

Livia suspirou. Foi em direção a Pedro e tocou o rosto dele.
− Sabe, eu nunca te disse o que procurava na outra vida...
− Eu sei. Você dizia que ia me contar um dia.
− Eu procuraria um amor. Porque nunca achei que fosse conhecer o amor nesta. Mas você apareceu e... tudo mudou. Venceu minhas defesas uma a uma e fez eu me apaixonar por você. Você me deu tudo que eu nunca pensei que ia encontrar. E me livrou de uma busca difícil na outra vida... e ao mesmo tempo me fez buscar outra coisa mais complicada.
− Como o que?
− Você. Vou ter que encontrar você na próxima vida. E, acredite, eu vou encontrar. Nem que passe ela inteira sozinha, na procura, eu vou te achar. Acha que eu sou capaz disso

− Eu não duvido. Afinal você é Livia Oliveira.
− E você é Pedro Nogueira. Um homem pelo qual vale a pena lutar, sempre. Nesta, na próxima, no céu e no inferno. Eu te amo. E os meses que passei do seu lado foram maravilhosos. Teria sido o máximo construir uma família com você..., mas sou simplesmente feliz de você ter aparecido em meu caminho. A vida é o bem mais precioso que temos... eu estou prestes a perder a minha. Minha vida foi como a de uma rosa, atingi meu momento de glória e agora pereço rapidamente... como uma rosa...
−Acredito que você possua também a beleza de uma.
− Talvez. Mas você deve seguir em frente. Ser feliz. Viver o que tiver para viver. E em outra vida... nos encontraremos. E tudo sairá como deveria ter sido.
− Acredita mesmo nisso?
− Preciso acreditar não? Que escolha eu teria? A outra seria pensar que nunca mais o verei. E essa é uma opção que não penso em considerar.

Livia o beijou novamente e o apertou com força.
− Agora vamos Pedro. Temos muito o que fazer. E temos apenas sete dias para fazê-lo.

***

"Tivemos muito o que fazer e os sete dias ecoaram rápido. Mas aparentemente, a vida havia sido generosa, dando a Livia alguns dias a mais do que o previsto. Tive esperança de que ela se recuperasse e que os médicos tivessem cometido um terrível engano. Mas não. A palidez que ela assumia com o passar dos dias me disse o quanto eu estava errado. Que a morte era inevitável.
Acredito que nunca vivi plenamente naquela semana. Vi o mundo com outros olhos. Os olhos de Livia. Aproveitei cada minuto, cada momento, cada olhar, cada toque. A amei intensamente, cada dia que tivemos. Mesmo sabendo que era a última vez, que iria sofrer mais depois, não a afastei ou ela a mim. Preferimos esquecer e nos entregamos ao prazer e ao amor, sem se preocupar com o amanhã..."

***

" Nunca vou me esquecer daquela madrugada em especial. Eu recém havia a amado novamente, e ela estava enroscada em meus braços. Sentia sua pele quente, ainda com as pontadas do desejo e o perfume do seu cabelo. Estava concentrado em observar seu corpo, ainda belo apesar de todos os desgastes, que não vi quando ela pegou um livro.

− O que é isso?
− Um livro que ganhei há alguns anos. A Bela Adormecida.
− Um clássico. Mas por que o pegou?
− Não sei. Me deu vontade de lê-lo. O problema... é que não estou conseguindo enxergar direito no momento. Poderia ler para mim? Sempre gostei de ler esse livro antes de dormir. Me sentia a própria personagem em virtude da doença.

Eu sorri, mas o sorriso virou preocupação. Estava claro no quarto, todas as luzes acesas. Entretanto, Livia mal conseguia vestir o pijama. Precisou da minha ajuda. Eu a ajudei e a deitei novamente na cama. Coloquei um calção e abri o livro.

Eu li para ela, como se fosse um pai contando a história para a filha. O livro era uma versão longa e antiga e era claro que Livia o conservava fazia algum tempo. Li, com carinho, a parte da picada do fuso e terminei lendo com o beijo do príncipe. Ia começar a narrar a parte final quando ela me interrompeu.

− Acredita no para sempre Pedro?
− Eu não acreditava. Mas você me mostrou o quanto estava errado. Acredito que te amo... para sempre.
− Então tudo valeu a pena. − ela segurou minha mão. − Continue, por favor.

E eu terminei a leitura. Narrei o casamento e...

− ... e eles foram felizes para sempre.

Vi que o aperto em minha mão havia relaxado. Sorri, acreditando que ela estava dormindo.
− Boa noite meu amor...

Foi quando toquei seu rosto que senti a pele fria sobre meus dedos. Me aproximei, tentando escutar a batida do seu coração ou a sua respiração. Mas nada. Absolutamente nada.

Livia havia sim adormecido... mas não acordaria mais. Tal qual o fim da história, chegara o fim de sua vida."

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