I. A faremos nossa
O bico nos lábios finos de Jeon, se comprimiam de forma adorável, mesmo que está não fosse a intenção primordial do garoto de vinte e dois anos.
Jungkook não saberia especificar de maneira concreta o que exatamente estava te desagradando e por isso uma irritação crescia barulhenta dentro de si.
Já se fazia um mês desde que seu namorado, Park Jimin – também conhecido por ser dono de uma personalidade incrível –, havia decidido ajudar uma amiga estrangeira a se estabelecer na cidade. Até ai tudo bem, Jungkook sempre teve conhecimento de como o laço entre os dois era significativo e jamais viu problema nisso. Bom, até vê-la...
Talvez fosse a forma com que ela fosse extremamente educada ou então a culpa poderia ser posta toda em cima do sorriso contagiante que a estrangeira possuía. Ok, talvez Jeon apontasse que tudo isso era pelo bom humor que ela carregava e a forma fácil de fazer amizades ou de se habituar. E pelo amor deus, nem iríamos entrar na questão “corpo”, ou então o fim do garoto se findaria ali mesmo.
Definitivamente, eram muitas coisas e isso o irritava ainda mais, pois, ele via como Jimin sorria pra ela e também via a forma que ele próprio agia quando estava próximo da brasileira. Mas não era como se ele pudesse a culpar por aquilo, ela de fato era encantadora e sempre respeitava os limites parecendo saber o momento exato que deveria dar privacidade ao casal ou qualquer outra coisa mínima que o encantava.
Jungkook sentia-se encurralado.
Era complicado pensar sobre aquilo, pois ele sentia-se um traidor dentro do relacionamento de quatro anos e essa era a última coisa que ele queria ser, afinal seu amor por Jimin era imensurável, ele não conseguiria se imaginar em um mundo onde Park não estivesse ao seu lado.
Toda via, também questionava se Jimin sentia tais coisas.
- Qual foi da cara emburrada? – Hoseok implicou ao se jogar ao seu lado no sofá.
- Aposto que é ciúmes. – Taehyung deu voz em um tom provocativo tomando um gole mais que generoso de sua cerveja.
Jeon revirou os olhos e com a ponta da língua empurrou o interior da bochecha.
- Não é nada. – Respondeu econômico.
O mais novo até poderia tentar, mas seus hyungs o conheciam o suficiente para saber que aquilo era uma grande mentira.
- Eu acho que isso tem a ver com uma certa cacheada de pele bronzeada. – Seokjin comentou como quem cantarola e Yoongi logo resolveu se juntar.
- Eu também acrescentaria o fato de ela ter um lindo par de olhos castanhos e ser ótima em beber cerveja.
- Ah, por favor. Não vamos nos esquecer das piadas hilárias que ela cria naquela mente fantástica. – Taehyung adicionou, citando, assim como os outros dois, coisas que os próprios Jungkook e Jimin diziam sempre que possível.
Jeon revirou os olhos e bufou.
- Não é nada disso. – Disse bravo – Eu só estava pensando.
- Pensando no que eles fazem quando você não está lá? – Taehyung questionou de forma venenosa enquanto acentuava sua sobrancelha.
- Tsc, confio em Jimin. – Respondeu imediatamente, mesmo que parte de seu interior realmente se perguntasse o que rolaria se uma brecha fosse aberta.
A conversa acabou por ter seu fim naquele momento, mas a mente masoquista de Jungkook insistiu em criar e moldar dezenas de teorias que honestamente ele não queria ter.
Seria Jimin capaz de o trair com a melhor amiga?
Jungkook deveria sentir algum receio sobre isso?
Chegava a ser ridículo cogitar essas coisas, Jeon conhecia bem o amado, sabia de sua índole e tinha conhecimento de quê seu amor jamais faria nada para machuca-lo, em hipótese alguma.
Tomado com este pensamento, Jungkook deixou com que seu coração se acalmasse um pouco e enquanto dirigia rumo ao edifício muito bem conhecido, permitiu que a canção que emanava da rádio o embalasse em uma distração momentânea.
O dia já estava chegando ao seu fim e com isso as luzes da cidade tomavam a paisagem urbana sem tanta cordialidade. Jungkook apreciava aquele horário, gostava da sensação que o crepúsculo passava ao causar um belo degradê natural. Gostava da mistura que se fazia ali.
Notou, então, que havia passado tempo demais apreciando a bagunça que o céu fazia sobre Seoul e não percebeu que o sinal havia se aberto. O carro de trás precisou buzinar para que ele despertasse e só assim ele voltou a rodar os pneus até seu destino.
Já no elevador, o rapaz tentava a todo custo arrumar seus fios de frente para o espelho. Ele sentia a palpitação dentro do peito, sentia a forma com que a euforia lhe crescia cada andar. Era sempre assim, como se fosse a primeira vez que estaria indo ver Jimin.
Jungkook não estava se aguentando, a saudade estava gritante dentro de si. Há alguns dias não se viam, já que Park estava terrivelmente atarefado com trabalhos e mais trabalhos da universidade, tal como Jeon, que tinha que se desdobrar para conseguir dar conta de seu estágio e TCC.
Jungkook contava os segundos para poder ver novamente a forma com que os olhinhos de Jimin se fechavam ao dar seu belíssimo sorriso. Ansiava para poder uma vez mais beijar aqueles lábios tão cheinhos e pelos céus, não via a hora de fazer amor com ele novamente.
Ajeitou a jaqueta em seu corpo e suspirou quando a porta metálica concedeu sua liberdade. Em passos falsamente calmos, foi até a porta enumerada em 13 e se xingou ao passar a mão pelo bolso traseiro.
- Merda. – Ciciou ao constatar que havia deixado a chave no carro.
Suspirou e logo tratou de levar a mão na campainha. Odiava esquecer das coisas.
Os segundos se escorreram enquanto ele escutava um movimento dentro da casa. Enfiou as mãos no bolso da calça jeans e balançou o corpo ansioso.
Queria tanto abraçar Jimin.
O trinco da porta emitiu barulho e o sorriso de Jeon não negava a felicidade, já estava preparado para dar um abraço bem caloroso no rapaz mais velho, mas então, a porta se abriu e o sorriso de Jungkook escorreu rapidamente de sua face. Mesmo que sem querer.
- Oi, JK! – Maya, disse toda receptiva como era de costume, chamando pelo apelido que havia dado ao garoto.
A garganta de Jeon travou e seus olhos piscaram em rapidez. A garota de pele escura como chocolate e brilhosa como o sol, vestia uma camisa larga que cobria somente até metade de suas coxas e de imediato Jungkook a reconheceu.
Era de Jimin.
- O-Oi. – Disse finalmente, ao se tocar que estava há tempo demais calado – Jimin está?
Maya sorriu e tratou de dar espaço para o mais alto.
- Ele está no banho, acho que não deu para ouvir a campainha tocando. – Explicou fechando a porta em seguida – Ta com fome? – Questionou hospitaleira como sempre ao mesmo tempo que Jungkook retirava seus sapatos para coloca-los próximos a entrada.
- Ah, não se preocupe. – Disse sem jeito.
Era estranho, pois, aquela era a casa de seu namorado, mas de alguma forma a presença da brasileira o deixava nervoso.
- Eu fiz brigadeiro. – Avisou indo rumo a cozinha e Jeon seguiu – Jimin me disse que nunca havia provado e eu achei um ultraje.
- Como? – Ele perguntou por não ter conseguido entender muito bem aquela pronúncia.
Maya riu pegando um pote na geladeira.
- Brigadeiro. – Disse com calma, colocando o recipiente sobre o balcão e ele se aproximou – É clichê um brasileiro oferecer isso, mas justamente por ser um clichê, eu achei um descaso nunca ter feito pra vocês. – Comentou bem humorada indo pegar uma colher para Jungkook.
Ele queria ter mantido seus olhos na análise daquele doce, mas quando menos percebeu, sua mente estava concluindo o quão bem Maya ficava na camisa de seu namorado.
Algo na boca de seu estômago o corroeu e Jungkook logo tratou de desviar o olhar da garota.
Não gostava de sentir o que estava sentindo, pois até então, a única pessoa que lhe tinha provocado aquele sentimento era... Jimin.
- Experimenta. – Ela meteu a colher na frente do rosto de Jeon e riu contida da forma com que ele se assustou.
De forma tímida, ele pegou a colher de sua mão e um arrepio mal criado encheu seu saco quando resolveu descer por suas costas, simplesmente pelo simples toque que se sucedeu ao pegar a colher.
Sem muita cerimônia ele recolheu uma pequena porção do doce e levou aos seus lábios, sendo constantemente observado pelos pares de olhos cor de avelã.
Existia uma expectativa em ambos, esta qual, talvez atravessasse a linha do simples provar de um brigadeiro.
- Uhumm. – Jungkook grunhiu em satisfação ao que seu paladar se encontrou com aquilo.
- Gostou? – Os olhos de Maya pareciam reluzir e Jeon achou adorável.
- É uma delícia. – Disse de boca cheia a fazendo rir.
- Ah que bom. – Ela pegou outra colher, para si mesma – Jimin disse que vocês não comem muito doce, fiquei com medo de não gostar. – Pegou um pouco pra si.
- É muito gostoso! – Elogiou – Posso pegar mais um pouco?
- Fica a vontade, fiz para nós mesmo. – Respondeu de imediato.
Era sempre assim, Maya conseguia fazer com que as pessoas ao seu redor se sentissem aconchegadas e de maneira singular criava um clima gostoso.
Jungkook gostava dessa personalidade, gostava de ter Maya por perto, mesmo que isso criasse uma confusão tremenda dentro de si.
- Eu não acredito que começaram sem mim! – A voz melodiosa invadiu o cômodo em tons de indignação e a figura de um Jimin recém banhado foi revelada.
Foi automático a maneira que os olhos de Jeon brilhou e o seu sorriso se expandiu para exibir seus dentinhos que remetiam a um coelhinho. Sem pensar ele correu abraçar a pessoa que mais havia sentido saudades dentro de exatos quinze dias e Jimin não tardou em demonstrar como também sentia sua falta.
Maya não deixou de notar aquilo e honestamente ela acreditava que jamais iria conseguir não notar. O jeito que eles se olhavam a cada momento que se encontravam, fazia com que o coração da negra se esquentasse e o suspiro involuntário escapasse de seus lábios.
Ela os adorava, era fato, era apaixonada pela maneira com que eles pareciam ter saído diretamente de um livro de romance clichê. Achava genuíno o amor que os englobava e questionava se em algum momento de sua vida teria alguém que fosse lhe receber de braços abertos e com tanto carinho como ambos faziam.
Ouviu nitidamente quando as bocas se juntaram em um beijo de boas vindas e com um sorriso ladino, voltou sua atenção ao brigadeiro afim de fingir que aquilo não mexia consigo.
- Senti sua falta. – Jimin segredou ao mais alto, que lhe sorriu e beijou mais uma vez.
- Não via a hora de te ver. – Jungkook acariciou o pescoço branquinho.
Pelo mais novo, os dois já teriam ido para o quarto, mas o olhar de censura que Jimin lhe enviou ao que tentou aprofundar de forma inconsciente aquele ósculo, o fez se recordar que não estavam sozinhos ali.
- Está pronto? – Park perguntou se desvencilhando do mais novo, este que não evitou em se chatear com a atitude.
Jungkook suspirou e bagunçou o próprio cabelo, sentindo-se estranho ao ver Jimin se aproximar de Maya.
- Come. – Ela fez exatamente a mesma coisa que havia feito com Jungkook.
Jimin se apossou da colher e em pouco tempo saboreou o doce que tanto havia sido falado pela amiga. Maya apreciou a forma com que aqueles lábios carnudos abraçaram a colher e quase se sentiu derreter quando Park passou a língua entre eles.
Se sentia uma grande cretina por passar tanto tempo apreciando Jimin assim e até mesmo Jungkook. Ela tinha conhecimento do quão errado aquilo era e por isso sempre tentava desviar de forma cômica a situação, às vezes tinha a impressão de que Jeon percebia e talvez este fosse o motivo pelo qual ele a olhava torto vez ou outra.
Maya já até chegou a pensar que o menino a odiava.
- E aí? – Ela perguntou, na tentativa de se auto dispersar.
Jimin forçou uma cara de pensativo, olhou para cima e coçou o queixo, causando uma certa tensão na cozinha.
Maya não deixava de anotar o quão bonito ele ficava com seus fios caídos sobre a testa e do outro lado da cozinha, Jeon conseguiu captar a análise que a mais velha fazia.
Respirou fundo. Deveria sentir ciúmes, certo? Mas por quê o incomodo em seu âmago não era exatamente isso?
- Isso é uma delícia! – Park quebrou a linha de pensamentos que começariam a se formar na cabeça do moreno – Caramba, Maya, isso é muito bom! Por que não fez antes? – Pegou mais.
Maya sorriu satisfeita e copiou o movimento do loiro.
- Ei, Jeon, não quer mais? – Se direcionou ao rapaz.
Ele iria responde-la, mas a forma com que a língua rosada deslizou suavemente pela colher, fez com que Jungkook sugasse o ar e travesse na fala. Sentiu seu rosto esquentar e se amaldiçoou por não conseguir desviar seus olhos de tamanha cena.
Jimin sentiu a falta de uma resposta e quando buscou pelo olhar do namorado, percebeu a maneira com que os lábios do rapaz se prendiam rudemente entre os dentes. Ele sabia ler muito bem Jungkook, não demorou para seguir o olhar para onde o mais novo mirava e perceber como Maya comia despreocupadamente.
Jimin quis rir, mas não com humor.
- Não quer mais, Kookie? – Perguntou um pouco mais alto para que o outro se tocasse.
Jeon arregalou os olhos e coçou a nuca desajeitado.
- Obrigado, eu como mais depois. – Respondeu envergonhado, sabia que havia sido pego no pulo – Uhm, eu vou no banheiro. Já volto. – Sem aguardar resposta alguma, virou as costas e seguiu rapidamente para o outro cômodo.
- Ele está bem? – Maya indagou – Ele ta meio estranho.
Jimin suspirou.
- Deve ser o calor. – Respondeu, Maya não entendeu, pois pra si não fazia sentido algum aquela resposta, mas pra Jimin tinha uma lógica enorme.
Park queria entender um pouco mais daquilo. Há um certo tempo estava percebendo como as coisas estavam ficando entre os três. No começo jurou ser coisa de sua mente perturbada, mas, ao passar dos dias sua concepção foi se alterando e quando as piadas entre os amigos surgiu, ele teve a conclusão que nada daquilo era impressão.
Mas era estranho para ele. Tinha uma amizade de longa data com Maya, desde que decidiu fazer intercâmbio ao país tropical, com seus quinze anos. Ela era uma amiga maravilhosa e mesmo quando ele teve que voltar para a Coréia, fizeram questão de não perder contato, conversavam sempre que possível pela internet e chamadas de vídeos. Era incrível a sintonia que tinham.
Então Maya contou que havia passado em uma universidade em Seoul, Jimin vibrou junto e sem pestanejar a chamou para morar consigo. Aquilo era mais do que maravilhoso, afinal, sentia saudades da amiga. Mas, quando foi busca-la no aeroporto, juntamente de Jungkook, seu coração bateu errôneo. Maya já não era mais uma menina como antigamente e isso ficou cada vez mais claro a cada dia que passavam debaixo do mesmo teto.
- Já volto. – Ele disse quando deixou a colher sobre o balcão e seguiu o mesmo caminho que Jungkook havia feito.
Maya deu de ombros e voltou a comer seu brigadeiro adorado.
No banheiro, a torneira escorria a água como cascata e os olhos de Jeon se comprimiam em um tentativa de organizar seus pensamentos. O rapaz molhou a mão ali e a temperatura gelada não lhe assustou, logo a espalmou em sua nuca com o intuito de diminuir sua temperatura que se tornava alta.
- Onde você está com a cabeça? – Se questionou atordoado. Ergueu seu olhar, deparando com seu próprio reflexo contra o espelho – Você ama ele!
Suspirou parecendo exausto.
Seu sentimento por Park era imenso e Jungkook nunca em sua vida duvidou disso. Entretanto, era como se seu coração tivesse se expandido um pouquinho mais, não era como se amasse Maya, mas talvez... paixão?
Jeon abanou o rosto, não querendo pensar sobre. Ele não podia pensar sobre. Estava muito bem com Jimin e nada poderia estragar aquilo por nenhum desejo infame.
- Isso vai passar. – Tentou convencer a si mesmo – Vai passar... – Ajeitou sua postura e arrumou a jaqueta em seu tronco. Deu uma última olhada no espelho e suspirou.
Abriu a porta e ao sair do banheiro a primeira coisa que fez foi dar de cara com Jimin encostado na parede. O rapaz tinha o olhar baixo e seus braços cruzados sobre o tórax, parecia perdido em pensamentos até perceber a saída de Jeon.
Os olhos se encontraram mais uma vez, mas de agora de forma tão intensa que Jungkook precisou suspirar. Aquela simples troca de olhares foi o suficiente para que o casal trocasse dezenas de segredos em um silêncio mutuo.
Eles se conheciam... e como se conheciam.
- Você está bem? – Jimin foi o primeiro a se pronunciar, analisando o mais novo minuciosamente.
- Estou com saudades. – Jungkook optou por ser direto e se aproximou do mais velho – Muita saudade, hyung... – Ciciou fitando a boca de Park.
Jimin sorriu, adorava quando Jungkook agia de tal forma. Logo, não tardou em levar suas mãos pequenas até a cintura do mais alto e puxar pra si de maneira rígida.
- Também senti sua falta, amor. – E bastou confessar o óbvio para que as bocas se juntassem em um beijo ardente e repleto de paixão crua.
Sabiam que tinham algo a tratar, mas não agora.
As mãos de Jeon subiram até o pescoço de Park e se infiltraram ali de uma maneira que o manteve firme no ósculo. Já os dedos pequeninos de Jimin se habilitavam em esmagar a carne da cintura fina e delicada do mais novo.
Eles estavam sedentos.
Estavam ardentes.
Em um impulso, Jimin tratou de vira-los, encurralando Jungkook contra a parede e sorrindo ao vê-lo ofegar pelo simples ato. Seus dentes experientes, morderam o lábio baixo do moreno que grunhiu em uma vontade insana de ter Jimin dentro de si.
- Vamos para seu quarto. – Jeon pediu baixinho quando Park se empenhou em beijar seu pescoço – Eu me preparei antes de vir. – Admitiu travesso vendo o olhar de Park voltar ao seu.
- Já veio preparado? – Perguntou e quando o outro confirmou em um acenar, Jimin negou com a cabeça – Que namorado safado que eu tenho. – Riu beijando os lábios dele mais uma vez em uma vontade enorme de ficar ali para sempre – Mas agora não da. – Parou o beijo com dificuldade e no mesmo instante os lábios de Jeon reclamaram – Não faça essa carinha de cachorro abandonando – Beijou a boca alheia – Maya está lá na cozinha, nos esperando. Vamos fazer um pouco de companhia à ela, uhm? – Agora os lábios gordinhos selaram a bochecha redonda de Jungkook, este qual, suspirou.
- Maya... – O nome saiu pesado – Ela ficou bonita com a sua blusa. – Tentou não soar de forma errada, mas o jeito com que as sobrancelhas de Jimin se franziram o fez perceber que talvez tivesse parecido ciumento demais.
- Gostou de ver nela? – A pergunta soou acusatória.
- N-Não é isso... é que... ficou bonita. Só isso. – Tentou se consertar, mas com os mirantes de Jimin sobre si, ficava difícil de raciocinar.
- Eu também achei. – Por mais que parecesse uma provocação, aquilo saiu sincero e por isso o peito de Jimin subiu e desceu em uma respiração profunda ao lembrar de como Maya realmente ficava maravilhosa vestindo apenas sua blusa.
- Hyung e se... – Jungkook soou baixinho, tímido como nunca e com um receio nunca visto antes. Queria muito cogitar a proposta, mas tinha medo do que Park pensaria, tinha medo do que Maya pensaria.
- E se? – Jimin incentivou sentindo os olhos brilhando e quando percebeu a hesitação do mais novo, tratou de colar mais os corpos – Diz pra mim, amor.
JK sofregou e imediatamente desviou os olhos daquela boca ou então o atacaria ali mesmo.
Queria dizer, mas aquilo lhe parecia tão errado. Fora que estragar o histórico de amizade de seu namorado não estava em sua lista de coisas para serem feitas durantes a vida.
Eles se conheciam há mais tempo do que Jimin namorava consigo, a possibilidade de estragar uma amizade tão forte como essa o aterrorizava na mesma intensidade que lhe instigava a saber a probabilidade de dar certo.
- Esquece, hyung. – Pediu manhoso.
Jimin suspirou, queria realmente ouvir aquilo saindo da boca de Jungkook, mas não poderia força-lo a nada.
Sorriu e de forma singela depositou mais um beijinho na boca do rapaz.
- Vamos lá.
Os dois voltaram para a cozinha e ao se juntar com a amiga, passaram a desfrutar do doce maravilhoso que ela havia feito.
- Poderíamos assistir alguma coisa. - Jimin propôs.
- Desde que você não escolha o tema, por mim tudo bem. – A brasileira alfinetou para em seguida tomar um gole generoso de água.
Jungkook quis segurar a vontade de rir da cara de indignação de Jimin, mas não se aguentou quando Maya lhe piscou em cumplicidade.
- Eu tenho um ótimo gosto para filmes, Dona Chey Maya – Rebateu.
- Ah, claro. – Revirou os olhos – É tão ótimo que seu favorito é Diário de Uma Paixão.
- Olha aqui, você não fala mal do meu filme não. – Ameaçou tacar um guardanapo qualquer nela – Você gosta de homem que voa numa armadura de alumínio, nem tem moral!
- Ei, não fala mal do homem de ferro! – Jeon interveio.
- É, não fala mal do meu playboy não! – Maya se juntou indignada.
- Qual é? Um complô contra mim? – Questionou com drama – Se querem se livrar de mim digam logo que eu saio por essa porta e não volto mais. – Fechou a cara em um bico emburrado que derreteu o coração de Maya como manteiga na chapa e Jungkook quis mais que tudo morder a carne rosada.
- Oh meu deus, quanto drama! – Ela negou se aproximando do amigo e então o cercou em um abraço exagerado – Meu gatinho anda muito manhoso ultimamente. Não anda dando carinho o suficiente pra ele, JK? – Encenou um olhar repreensor na direção do mais novo, este qual sorriu sem graça.
Maya esmagou Jimin entre seus braços enquanto o mesmo tentava se esforçar para permanecer com a pose emburrada. Mas foi quando ela passou a dar diversos beijos em seu rosto, rindo entre eles, foi que ele não conseguiu se segurar e começou a rir.
Jungkook encarava a cena fascinado, queria por tudo que é mais sagrado sentir ciúmes daquilo, mas seu coração ficava quente em vê-los daquela forma.
Era como se aquilo o tornasse completo.
Em poucos segundos, fantasiou uma cena onde os três estavam ali e seu interior se encheu. O “e se...” estava lhe infernizando e para tentar manter a lucidez, decidiu intervir.
- Quem pegar o controle primeiro decide o filme! – E sem tempo para respostas, os três marmanjos correram pra sala e travaram uma guerra para se apossar do aparelho.
A noite se iniciou com “Diário de uma paixão” e um Jungkook e uma Maya emburrados no sofá, enquanto um Park Jimin sorria triunfante entre eles.
Em determinado momento, cansado e em pura carência, Jungkook deitou sua cabeça no ombro de Park e como quem nada queria, passou a acariciar a coxa carnuda por cima da bermuda moletom. Jimin olhou de soslaio e viu que Maya assistia atentamente o filme da outra ponta do sofá. Suspirou e com cuidado afastou a mão do mais novo.
- Hyung... – Jungkook reclamou com manha.
- Não estamos sozinho. – Sussurrou fingindo prestar atenção no filme.
Mal sabia Park e para Jungkook isso só tornava as coisas mais interessantes.
Jeon sorriu sem que ninguém percebesse. Direcionou seu olhar para Chey tendo certeza de que a garota prestava toda atenção no filme, mas a surpresa veio quando a pegou os olhando.
Maya tratou de desviar seu olhar e tentou manter o fingimento de que seus olhos jamais haviam abandonado a televisão, mas para Jungkook aquilo já havia sido o suficiente para uma provação barata.
Sua mão grande, abraçada por traços finos de tatuagem, cercou suavemente a coxa de Jimin. O mais velho suspirou, mas acreditou que o melhor seria ignorar para que o mais novo tomasse tento e parasse.
Pobre Jimin...
Os dedos largos de Jungkook apertaram mais uma vez a carne macia e deslizando seus dedos por lá, subiu um pouco mais. Park queria fielmente não se afetar, mas sua respiração começava a se tornar pesada e seus olhos queriam o trair pela vontade de olhar para Jungkook.
Maya segurou firmemente seu suspiro quando notou que mão do mais novo ali passou a massagear a virilha de Park. Ela sugou seu lábio inferior pra dentro e se ajeitou no sofá para dissipar o desejo começava a lhe causar quentura entre as pernas.
E Jeon também percebeu...
Sorriu com travessura e rodeou seu dedo sobre o short. Jimin respirou fundo e pegou uma almofada para cobrir seu quadril e dessa forma, também, a mão de Jungkook.
Jeon gostou, não que o rapaz fosse fã de voyeurismo, mas provocar Maya também era seu objetivo.
- Jimin-ah... – Reclamou baixinho.
- Pelo amor de Deus, Jungkook. – Ralhou Jimin – Parece que ta no cio.
Jungkook o olhou incrédulo e no mesmo instante se afastou, cruzando seus braços e encarando a tv com seu bico formado.
Maya quis rir, mas optou por ficar na sua.
- Vou fazer pipoca. – Anunciou logo se levantando.
Na realidade aquilo era apenas uma rota de fuga para sua mente não enlouquecer.
Jimin respirou fundo ao vê-la se distanciar e depois voltou seus grandes olhos para o descontentado ao seu lado.
- Você não presta. – Disse com censura.
- Ah pronto, não posso matar a saudade do meu próprio namorado. – Respondeu.
- Você sabe que não é isso! – Jimin rebateu – Maya estava aqui, poxa. Não é legal. – Explicou.
- Mas ela gostou. – Jeon sussurrou deixando um sorriso ladino aparecer.
- Como? – Park não escutou muito bem.
- Nada. – Jungkook suspirou. Aquela conversa não iria levar a lugar nenhum de qualquer forma.
Pouco depois, Chey voltou com uma bacia de pipoca e os três desfrutaram enquanto assistiam o filme.
Havia algum empecilho entre os três, de alguma forma a áurea daquela casa estava diferente, mas nenhum deles seriam corajosos para abrir a pauta. E os três sabiam disso.
Após o filme, Chey avisou que iria pro seu quarto já que no dia seguinte teria aula. Se despediu dos dois com beijos nas bochechas e rumou para o cômodo particular.
Ao fechar sua porta, deixou com que a respiração pesada fosse solta e levou as mãos até suas têmporas.
- Você está ficando louca. – Disse a si mesmo – Isso é muito errado!
Abanou a cabeça e se jogou na cama afim de esquecer do desejo que crescia cada vez mais dentro de si.
Enquanto isso, na sala, Jungkook mal se importou em parecer cortês quando sua perna atravessou a cintura de Jimin e o mais alto se sentou ali. A jaqueta já havia sido tirada suas mãos não demoraram a encontrar o pescoço do loiro. O beijo que deram foi selvagem e sensação de quentura era familiar.
- Moleque abusado. – Jimin ralhou desferindo um forte tapa na bunda de Jungkook, este mesmo que arfou e em resposta rebolou enquanto jogava a cabeça para o lado.
- Vamos pro quarto, hyung. – Pediu passando a beijar o pescoço de Park – Vamos matar essa saudade com força.
Sorriram um para o outro e se beijaram uma vez mais como prova do que ansiavam.
Em tropeços mal dados, Jimin e Jungkook foram para o quarto – que por sinal, era praticamente colado ao da amiga. Estavam em combustão e queriam queimar todo aquele fogo.
Sem piedade alguma, Park empurrou o moreno que caiu sobre a cama com um sorriso gostoso nos lábios. Gostava quando Jimin era bruto.
- Você é uma putinha sem vergonha. – A voz tomou tons mais graves e a mão pequena esmagou os fios pretos em um puxão doloroso, resultando em um gemido – Tudo esse desespero só pra sentir meu caralho te fodendo? – Fingiu desdenho.
Jungkook mordeu fortemente seu lábio. A forma com que Jimin o encarava deixava claro o queria: Devora-lo.
O loiro se aproximou, seus narizes se tocaram e acariciaram um ao outro. Os lábios cheios de Jimin desceram trilhando beijos molhados até que estivesse entre o pescoço de Jungkook. O mais novo não conseguiu manter seus olhos abertos e acabou por tombar a cabeça para trás ao que um chupão foi desferido ali.
Sua mão esquerda alcançou o ombro de Park e o apertou entre os dedos sentindo seu pau ficar cada vez mais duro, tamanho era o tesão que sentia.
- Oh, J-Jimin-ssi. – O gemido ecoou após a mordida feita pelos dentes do mais velho.
Estávamos ambos em puro desejo, mas de alguma forma parecia que ainda faltava algo. Parecia que faltava alguém.
As mãos de Jimin se habilitaram em arrancar a camiseta cinza que Jeon vestia. Os olhos grandes apreciaram com louvor o tronco malhada do mais novo e sem pestanejar sua boca voltou a degustar da pele alheia.
Aos poucos os dois já estavam deitados sobre a cama, Jimin por cima, deslizando a língua suavemente pelo mamilo enquanto Jungkook gemia rendido ao prazer fodido que sentia.
- Delicioso. – Jimin sussurrou.
- Por favor... – O moreno pediu sofrego – Hyung... – O aperto em sua calça o estava matando.
Ao ver o desespero estampado na forma com que Jeon ondulava seu quadril, Park precisou sorrir maldoso e como um bom filho da puta que era, tratou de grudar sua ereção bem formada na do outro.
- Oh, céus... – Jungkook gemeu e Jimin rebolou, esfregando seus membros ainda cobertos – Ah... isso. – Levou as mãos até o quadril de Park, o ajudando na fricção.
- Gostoso. – Jimin gemeu em uma voz embriagada por prazer e rebolou com ainda mais força.
- J-Jimin, me beija... oh, p-por favor. – Jungkook pediu em manha e Park logo realizou o desejo sem parar em momento algum a masturbação que faziam.
As línguas se chocaram e os corpos quiseram juntar em um só, mas ainda faltava algo.
Jimin desceu sua mão até o cós da calça do outro, mesmo empenhado no beijo molhado, conseguiu desatar os botões e sem tempo de espera, afundou sua palma direto para dentro da cueca de Jungkook.
Acariciou o todo o comprimento duro e se deliciou com a visão que Jungkook lhe deu ao abrir a boca totalmente avermelhada pelo recente beijo.
-E-Ela vai escutar... – Jeon, em um breve milésimo de sanidade, disse.
Park sorriu e intensificou os movimentos no mais novo. Jungkook gemeu forte.
- É o que você quer? – Questionou analisando o rapaz.
Os olhos de Jeon se arregalaram, mas logo se contraíram ao que Jimin pressionou a glande que se tornava molhada. Jimin riu e aproximou a boca do ouvido do moreno, deslizou a língua por ali para morder no final.
- É o quê você quer? – Repetiu a pergunta ainda mais rente do ouvido de Jungkook, sem parar em momento algum de punheta-lo – Quer que ela escute como eu te fodo gostoso. Quer que ela deseje ser fodida como só eu faço. Quer que ela foda com a gente. – Não era mais uma questão e sim uma comprovação.
- H-Hyung...
- Ah, Jungkook... eu sei, eu sei muito bem, baby. – Beijou a orelha dele – Você quer ela conosco... igual a mim.
Jeon gemeu de forma longa e levou sua mão até o pulso de Jimin o pedindo por mais. Fechou os olhos e imaginou Maya junto deles, a imaginou sendo completamente deles.
E então, Jungkook descobriu que sentir a garota era o que ele mais queria, descobrir o gosto que teria sua pele, assisti-la se derreter em sua boca depois de gozar gostoso, a ouvir gemer o nome de Jimin enquanto o quadril do mais velho a foderia sem piedade alguma e talvez nesse meio tempo ele seria o espectador dos amores de sua vida...
Céus, aquilo seria fodidamente perfeito.
- Jimin-ssi... – Clamou abrindo seus olhos. A bochecha vermelha denunciava a temperatura elevada – Eu quero Maya. – Segredou – Quero e-ela hyung... com a gente, sendo nossa... – Gemeu arrastado.
Aquilo foi demais para Park, porque, tal como Jeon, tudo que ele mais queria era Maya junto deles, gemendo com eles.
- A faremos nossa... – Sussurrou como uma promessa intensificando ainda mais o prazer em Jungkook.
Iriam saciar o desejo que sentiam um do outro, por hora, sozinhos como sempre foi, mesmo que estivessem incompletos naquela cama gigante.
Não sabiam se o que planejavam internamente daria certo totalmente, mas guardar aquilo só pra eles não funcionava mais.
O que eles provavelmente não planejavam – mas que com certeza queriam – é que, através da porta daquele quarto, no corredor com o seu corpo escorado na parede, uma Maya sentia seu coração disparado no peito enquanto seu meio se encontrava completamente molhado em desejo.
Ela sempre soube que os amigos não eram silenciosos, mas definitivamente não esperava ouvir o que ouviu ao ir buscar um simples copo d'água.
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