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«Presente»

Eijirou voltou para onde costumava ficar, tentando dormir, mas nem disto era capaz.
Não esperava que o loiro fosse daquele jeito, mas não esperava mais ainda se importar tanto com aquilo. Quer dizer, Katsuki era seu amigo, certo? E ainda por cima, ele era um humano, como teriam esse tipo de relação?
E se estivesse o atraindo para uma armadilha? Tinha até o deixado ficar com aquelas “fotos” suas. No entanto, ele pareceu bem triste enquanto falava daquilo, como se o estivesse o deixando desconfortável.
Oh, teria o chateado com aquele assunto? Justo quando o que mais queria fazer era ajudá-lo e fazer-lhe companhia?

Iria resolver esse problema.

***

— Me pergunte o que quiser, eu vou responder! — declarou firme logo após chegar perto da rocha no vigésimo primeiro dia — É um pedido de desculpas pelo que eu perguntei ontem, sei que te incomodou.

— E que porra eu deveria perguntar? Você já me contou sua vida toda.

— Ei, isso não é verdade! — negou, cruzando os braços — Pode me perguntar coisas desconfortáveis também para ficar justo! — declarou meio incomodado.

— Idiota. — bufou — Toma isso logo — estendeu um colar feito de pedras vermelhas para o ruivo.

— Pra mim? — indagou confuso.

— É claro que é pra você porra!

Eijirou aceitou o presente ainda meio receoso.

— Tem certeza? — colocou no pescoço.

— Ficou ótimo em você. — ignorou a o questionamento do outro, evitando fazer contato visual enquanto o elogiava.

— Obrigado... — olhou para baixo envergonhado — Agora me pergunte algo, por favor — voltou ao assunto anterior.

Katsuki pensou nas palavras do outro.
“algo que o deixasse desconfortável?”, droga, tinha mesmo que fazer uma pergunta assim? Não queria deixar o ruivo mal. Até tinha uma certa dúvida que rondava sua mente, mas com certeza extrapolaria o nível de “desconfortável” da pergunta.

— Não tenho nada pra te perguntar — respondeu — Você não me deixou desconfortável, cacete, só aceita isso logo — bufou, mesmo tendo ficado de fato meio mal com aquela pergunta, ele achava que quem saiu mais chateado daquilo foi o ruivo, portanto, não merecia ser humilhado assim.

— Mas-

— Já disse, sem “mas” caralho! — rosnou.

— Quer que eu faça algo então? É injusto eu só ser perdoado assim, né?

— Não é injusto, porra — estava cansado de repetir para o ruivo que ele não tinha culpa — Apenas seja você — disse sincero, fixando o olhar nas orbes avermelhadas do tritão.

— Certo — seus lábios formaram um mini sorriso.

***

Aquele dia terminou de uma forma mais reconfortante que o anterior, então Eijirou voltou para o lugar onde dormia mais feliz, ainda mais pelo presente que recebera.

Na manhã seguinte, nadou tão apressadamente para a praia que quase não sentiu o colar sair de seu pescoço, apenas notou meio minuto depois, vendo algo vermelho e brilhante indo para o fundo do oceano.

Ninguém seria louco de nadar para lá, mas Eijirou jamais se perdoaria caso perdesse aquele presente precioso que o loiro lhe deu.
Também achou que Bakugou fosse ficar furioso com isso, então movido a medo, nadou o mais rápido que podia.

. . .

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