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Capítulo 37.

POV Brunna Gonçalves

Sábado, 11 de julho de 2015, Malibu - Califórnia, 10h35 A.M.

Cinco horas.

Esse era o tempo que Ludmilla e eu havíamos ficado dentro do avião, cruzando o país para chegar até a cidade onde nossas melhores amigas iriam se casar.

Juliana e Júlia viajaram na madrugada de sexta-feira, porém devido aos nossos horários no trabalho, Ludmilla e eu só conseguimos viajar hoje, no sábado.

Acordamos praticamente de madrugada, fomos até o Aeroporto Internacional de Nova Iorque, embarcamos em meio à noite congelante e voamos sobre a selva de concreto.

O casamento seria hoje, ao pôr-do-sol, na praia.

Sorri ao pensar que mesmo sendo uma verdadeira ogra para certas coisas, Juliana ainda tinha seu lado romântico bem ativo dentro de si.

— Do que está rindo? — Ludmilla se aproximou de mim e me empurrou com o ombro. — Quero rir também.

— Estou aqui pensando... — falei, virando-me para ela. — Quem diria que mesmo sendo uma cavala na vida real, a Juliana se casaria ao pôr-do-sol, do outro lado do país, de branco e na areia da praia?

— Olha, essa é uma excelente pergunta. — Ludmilla riu. — Estou tão feliz por elas!

— Eu também estou! — respondi. — É muito bom saber que elas se completam.

— Será que elas já estão vindo?

— Vou ligar pra Juliana. — falei.

Peguei meu celular no bolso traseiro do jeans que eu usava e rapidamente desbloqueei a tela principal, indo até minha agenda de contatos no instante seguinte.

Procurei pelo apelido de Juliana e disquei.

Foram necessários apenas dois toques para que a voz nada calma soasse do outro lado da linha.

— CADÊ VOCÊS DUAS?

— Ai, CheeChee... — falei com um falso tom triste. — Eu não tenho uma notícia muito boa pra você.

Ludmilla me olhou confusa e eu fiz um gesto com a mão para que ela aguardasse.

— O QUE ACONTECEU? ONDE VOCÊ ESTÁ? CADÊ A BUNDUDA? — seus gritos ficavam cada vez mais agudos a cada nova pergunta.

— O nosso vôo atrasou. Nós só vamos conseguir chegar para a festa. — segurei o riso.

— BRUNNA, ISSO É MENTIRA, NÃO É?!

— Não é, CheeChee...

— ENTÃO VOCÊ VAI CONSTRUIR UM AVIÃO, VOCÊ PEGA UMA BICICLETA E VEM COM A LUDMILLA NA GARUPA, VOCÊ PEGA UM TÁXI, EU NÃO SEI! MAS VOCÊ VAI CHEGAR A TEMPO DO MEU CASAMENTO, VOCÊ ESTÁ ME ENTENDENDO? VOCÊ É A PORRA DA MINHA MADRINHA!!!!!!

— Então eu acho melhor você vir me buscar logo. — comecei a rir.

Ela ficou muda durante alguns segundos.

— BRUNNA GONÇALVES COELHO! — sua voz esbravejou do outro lado. — EU VOU MATAR VOCÊ E FAZER UM BIFE DESSA SUA BUNDA GIGANTE. PORRA! NÃO FAZ ISSO COMIGO!

Comecei a rir alto e Ludmilla me acompanhou, mesmo sem saber o que Juliana e eu estávamos conversando.

— Você ri, não é sua ridícula?! — ela perguntou ainda brava. — Pra que ter inimigos quando se tem uma amiga como você?

— Desculpa, princesa. Eu precisava fazer isso, ok? Fique tranquila, Ludmilla e eu já estamos aqui no aeroporto.

— Eu acho ótimo! Já era pra vocês estarem aqui!

— Você sabe que não conseguimos folga no trabalho, CheeChee...

— Eu sei, eu sei. Mas enfim, presta atenção. Meu pai foi buscar vocês. Ele já deve estar chegando, aliás. Fiquem atentas aí.

— Ok, ficaremos atentas aqui. Vê se não infarta. — pedi.

— Eu tenho que casar primeiro, querida. — ela debochou.

[...]

O tio Gorden, pai de Juliana, era o ser humano mais engraçado do mundo.

Ludmilla e eu ficamos o esperando na entrada do aeroporto e, assim que ele chegou, eu já sabia que seria divertido.

O rádio do seu carro estava ligado, se não no último volume, em algum volume bem próximo do limite, e tocava um jazz bem antigo.

Ele saiu do carro com um sorriso enorme estampado em seu rosto e caminhou até onde nós duas estávamos, nos ajudando a guardar nossas malas na parte de trás do veículo.

Fomos conversando do aeroporto até a casa de praia da família Hansen, onde o casamento iria acontecer.

Ele realmente sabia como deixar os convidados à vontade.

Agora, já no estacionamento da casa, Ludmilla e eu estávamos descarregando as malas do carro.

— Meninas, acredito que tenha algo na cozinha ainda do café da manhã caso estejam com fome. Vou pedir para preparem para vocês. — Gorden falou se aproximando de nós. — Vou pedir para a Milika mostrar o quarto onde vocês vão ficar. Não reparem a correria, todo mundo está bem agitado hoje.

— Não se preocupe com isso! — Ludmilla falou. — Eu super entendo esse agito.

Observei o homem se afastar, seguindo em direção à casa.

— Você está com fome? — perguntei para Ludmilla.

— Morrendo! — a dona dos olhos castanhos respondeu e começou a rir. — E você, amor?

— Estou com fome também. — gemi insatisfeita enquanto levava minha mão até a barriga.

— Meninas! — ouvi uma voz feminina se aproximar.

Assim que girei em meus calcanhares pude ver a mãe de Juliana se aproximando com alguns bobes presos em seu cabelo.

— Tia Milika! — caminhei até ela e a abracei. — Quanto tempo que não vejo a senhora!

— Você está diferente! Está ainda mais linda! — ela respondeu segurando meu rosto e olhando em meus olhos. — E aquela moça ali, quem é? — ela perguntou baixinho enquanto apontava discretamente para Ludmilla.

— É minha namorada. — respondi sorridente.

Os olhos da mulher parada na minha frente se arregalaram e sua boca se transformou em um pequeno "O".

— Ela é linda! — Milika sorriu.

Nos soltamos e a mulher mais velha foi até Ludmilla, que a abraçou apertado.

— Seja bem-vinda!

— Muito obrigada! A casa de vocês é maravilhosa! — Ludmilla respondeu.

— Vou levá-las até o quarto reservado para vocês duas. — Milika falou. — Sigam-me!

Tentei ajudar Ludmilla com as malas, porém ela fez questão de carregar tudo sozinha.

Fofa.

Enquanto seguíamos Milika, fiz questão de observar cada detalhe da casa.

Aquele lugar era enorme!

Parecia que eu havia acabado de entrar em uma daquelas páginas de decoração do Pinterest.

Era lindo!

Saímos da garagem e caminhamos por uma trilha feita de pedras até o jardim principal da casa, onde havia uma fonte d'água no centro.

Contornamos a fonte e continuamos a seguir a Hansen mais velha, passando agora por uma área gramada com algumas árvores.

Enquanto caminhávamos podíamos ouvir o balançar das árvores provocado pelo vento e ao fundo o barulho das ondas do mar quebrando. Hora ou outra também era possível ouvir alguns pássaros, como gaivotas, sobrevoando a casa e indo em direção ao infinito beijo azul entre o céu e o mar.

Atravessamos a grama, passando também pela área de churrasqueira e a piscina enorme, chegando até uma parte da casa que possuía escadas externas.

Milika começou a subir as escadas e rapidamente eu me aproximei de Ludmilla, insistindo para ajudá-la com as malas, que finalmente permitiu ser ajudada.

Já no andar de cima, caminhamos até a última porta da esquerda, que no instante seguinte foi aberta para que pudéssemos adentrar o ambiente.

— Bom, meninas, esse aqui será o quarto de vocês! Deixamos o frigobar bem abastecido com algumas bebidas e ali naquele pequeno armário, — a mulher apontou para um móvel branco com uma portinha. — deixamos alguns petiscos para vocês. Atrás da cortina está a sacada. Espero que gostem da vista.

— Meu Deus! — falei. — Esse quarto é maior que o meu apartamento!

Nós três rimos juntas da minha fala.

— Deixe de bobagens, Bru! Oh! E antes que eu me esqueça... — Milika caminhou até o final do quarto, aproximando-se da parede direita, onde só então eu percebi que havia uma porta. — É uma suíte. As toalhas e roupões de banho estão aqui atrás da porta e se precisarem de algo a mais é só abrir o guarda-roupas.

— A senhora é realmente a fada madrinha. — Ludmilla comentou tímida. — Muita obrigada pela recepção!

— Imagina, querida! Só queremos o melhor para as convidadas da nossa bebê. — ela respondeu orgulhosa.

— E em relação a horários, Lika? — perguntei. — Maquiagem, cabelo, vestidos, ensaio com a madrinha...

— Não se preocupe com isso, Bru! Contratamos uma equipe especial para orientá-las em relação aos horários e compromissos até a hora do casamento. Aproveitem para se alimentar e descansar da viagem por enquanto, as tarefas só começam mais tarde. — ela sorriu. — Irei deixá-las à vontade agora. Nos vemos por aí!

Nos despedimos da mulher que saiu reluzente pela porta do quarto, fechando-a em seguida.

Assim que me virei, pude notar que Ludmilla havia acabado de se jogar sobre a cama macia.

— Se isso for um sonho, por favor não me acorde! — ela começou a rir.

— Esse lugar é lindo demais! — falei enquanto me aproximava da cama. — E não, eu não vou te acordar. Vou fazer algo muito mais legal que isso.

— Ah, é? — Ludmilla se apoiou sobre os cotovelos. — Você vai fazer o quê?

Tirei meus sapatos enquanto caminhava até a cama e, quando já estava suficientemente próxima, segurei as pernas de Ludmilla e as abri, encaixando meu corpo entre elas enquanto me inclinava sobre minha namorada.

Aproximei nossos rostos e rocei nossos lábios enquanto descia minhas mãos até sua cintura.

Toquei o tecido de sua camiseta e o puxei para cima, o que me permitiu tocar em sua pele, que estava quente.

— Eu vou fazer... — sussurrei baixinho ainda roçando nossos lábios. — COSQUINHAS!

Aproveitei o contato da minha mão com sua pele exposta e comecei a mover meus dedos freneticamente por toda sua cintura e barriga, causando tremeliques na mulher embaixo de mim, que não conseguia parar de se mexer e rir.

— Bru.. n... naaaa! — ela falou entre risos.

— O que foi? — perguntei sorrindo, movendo minhas mãos por todo seu corpo.

— Paraaaaa! — sua risada aumentava a cada novo movimento que eu fazia.

— Parar com o quê? Não entendi. — respondi.

Sua risada era tão gostosa e contagiosa que estava me fazendo rir junto com ela.

— EUVOUFAZERXIXIIIIII! — ela falou em um só fôlego.

Tirei minhas mãos do seu corpo e as ergui, como se me rendesse.

— Tudo bem, você venceu. — falei.

Olhei para ela e percebi que seu peito subia e descia ofegante enquanto ela me olhava negando com a cabeça.

— Eu te odeio.

Inclinei-me novamente sobre seu corpo até estar suficientemente próxima de sua orelha.

— E eu te amo. — sussurrei.

Senti sua mão segurar firmemente em minha nuca para logo em seguida trazer minha boca para junto da sua.

Iniciamos um beijo lento e assim que senti sua língua entrar em contato com a minha foi inevitável segurar o gemido, que subiu rasgando pela garganta e saiu contra os seus lábios.

— Adoro quando você geme assim pertinho. — ela sussurrou antes de voltar a me beijar.

Desci meus beijos até seu pescoço e fiz uma trilha de mordidas e pequenos chupões até sua orelha, onde fiz questão de gemer com mais vontade.

Suas mãos, que até então estavam entre os fios do meu cabelo, desceram de forma impressionantemente rápida até minha bunda, onde ela fez questão de apertar e deixar um tapa estalado.

Afastei meu rosto do seu e fitei seus olhos, que ganharam uma coloração mais escura do que o normal.

— Gostosa. — falei antes de voltar a beijá-la.

[...]

A manhã passou de forma tão rápida que quando parei para olhar no relógio e vi que já estava na hora de começar a me arrumar para o casamento quase tomei um susto.

Ludmilla e eu passamos a manhã inteira juntas.

Depois de uma sessão de amassos com direito há muitas mãos bobas e gemidos, fomos tomar nosso café da manhã e conhecer um pouco mais da enorme casa da família Hansen.

Nós passamos pelo salão de festas onde em poucas horas haveria centenas de convidados e pessoas bem vestidas festejando a união de nossas duas amigas.

A decoração ainda não estava inteiramente pronta, mas já era possível ver o enorme carregamento de flores brancas e rosas claras que haviam acabado de ser descarregadas espalhadas pelo salão.

Agora já fazia um pouco mais de duas horas e meia que eu não via Ludmilla, já que eu estava me arrumando junto de Juliana e ela junto de Júlia.

— Bru, você tem certeza que eu estou bonita? — Juliana me perguntou, olhando-se pela milésima vez em frente ao espelho.

— Juliana! Você está perfeita! — aproximei-me da minha melhor amiga e segurei em seu rosto. — Entenda que você é linda! A Júlia é uma das mulheres mais sortudas de todo o mundo só pelo simples fato de ter você ao lado dela!

— Para! Eu vou chorar e não quero estragar a minha maquiagem! — ela brincou, levando a mão até os olhos.

— Ok, parei! — levantei minhas mãos para cima. — Deixe pra chorar no meu discurso.

— Exatamente. — ela concordou. — Mas vê se pega leve, ok? Eu tenho uma imagem a manter.

— Você é uma bobona. — abracei-a.

Ouvimos algumas batidas na porta do quarto onde estávamos e logo em seguida a mãe de Juliana adentrou o cômodo.

— Oh meu Deus, filha! Como você está linda!!!!! — a mulher se aproximou da Hansen mais nova.

As duas se abraçaram e eu sorri com a cena ao ver ambas as mulheres emocionadas.

— Vem também, Chancho! — Juliana esticou o braço que estava nas costas de sua mãe e me puxou para perto, tornando o abraço triplo.

Envolvi as costas de Milika com meu braço esquerdo e com o direito acariciei as costas de Juliana.

— Eu amo vocês. — falei.

— E nós amamos você, Bru! — as duas falaram em uníssono.

Ficamos abraçadas por mais alguns minutos até que nos soltamos.

— Prontas? — Milika perguntou. — Já estão todos lá fora.

Olhei para Juliana que estava respirando fundo.

— Você consegue, CheeChee. — toquei em seu ombro. — Eu vou entrar primeiro, se eu ver que não está legal eu saio de lá e venho aqui correndo pra te ajudar a fugir.

Recebi um olhar de reprovação de Milika.

— É brincadeira, tia. — comecei a rir. — A Dinah só sai daqui casada.

— Ai, bunduda! — Juliana começou a rir enquanto inspirava e expirava devagar. — Só você pra me fazer rir em uma situação dessas.

— Te vejo no altar, CheeChee. — aproximei-me da minha amiga e beijei sua bochecha.

[...]

Depois que me despedi de Juliana, um dos assessores da festa me levou até o lugar onde as outras madrinhas estavam e assim que cheguei debaixo da tenda meu mundo parou.

Conversando com Keana, pude avistar Ludmilla.

O vestido rosê estava perfeitamente alinhado em seu corpo e destacava suas curvas, me fazendo ter vontade de agarrá-la ali mesmo, na frente de todos.

Seu cabelo estava solto, exceto por duas mechas trançadas e presas na parte de trás de sua cabeça e as pontas escuras estavam completamente onduladas.

O fato de Keana estar conversando de frente com Ludmilla e de costas para mim, me impedia de ver o seu rosto completamente, porém percebi que ela usava uma maquiagem mais forte que o habitual.

Estava ansiosa para olhar em seus olhos.

Comecei a caminhar até onde ela estava e assim que nossos olhares se encontram pude ver que ela parou de falar com Keana.

— Lud? — ouvi a voz da mulher de cabelos castanhos a chamar.

— Oi, Ke! — toquei em seu ombro, cumprimentando-a.

— Brunnaaaa! Que saudades! — ela me abraçou apertado. — Você está linda!

— Muito obrigada! Você também está! — agradeci.

Voltei meu olhar para Ludmilla, que continuava estática me olhando.

Tentei disfarçar o meu nervosismo diante de seu silêncio e comecei a olhar ao meu redor.

— Puta que pariu. — ela falou depois de mais alguns segundos em silêncio.

— O que foi? — pergunta tímida comprimindo meus lábios.

— Você é a mulher mais linda do mundo. — ela respondeu, dando um passo para frente e segurando em minha cintura.

— Eu não concordo com essa sua afirmação. — falei tocando em seu rosto e observando os olhos verdes de perto.

Eles me atingiam em cheio.

— E eu posso saber por quê? — ela questionou.

— Porque a mulher mais linda do mundo é a que está me segurando agora. — sorri.

Seus lábios se transformaram em um sorriso, revelando seus dentes brancos e perfeitamente alinhados.

— Você não existe. — ela falou baixinho antes de selar nossos lábios.

— Meninas! — o assessor que havia me levado até ali chamou nossa atenção. — A cerimônia já vai começar.

Fomos para nossas devidas posições e esperamos que o evento começasse.

(Inicie: Perfect - Ed Sheeran)

O azul do céu havia sido substituído por uma aquarela completamente alaranjada, com alguns tons rosados e levemente arroxeados em algumas partes. As nuvens haviam sumido, o que deixava tudo ainda mais lindo de se observar.

Algumas gaivotas voavam rente à água para logo em seguida levantarem vôo em direção ao sol, que parecia beijar o mar enquanto se punha.

A areia branca estava marcada com algumas pétalas de flores, determinando o caminho até o altar enfeitado com um arco florido. De ambos os lados do caminho havia uma considerável quantia de cadeiras, que estavam respectivamente ocupadas pelos convidados de ambas as famílias.

Os primeiros a entrar foram Júlia e seu pai.

A salva de palmas para os dois foi intensa e eu quase não me contive.

Cerimônias de casamento costumavam me deixar emocionada.

Júlia estava linda! Ainda mais do que já era!

O vestido branco realçava seu busto e esvoaçava entre suas pernas enquanto seus cabelos negros perfeitamente ondulados seguravam uma flor entre os fios, e o sorriso alinhado não saía de seu rosto por nem sequer um segundo.

Os fotógrafos trabalhavam a todo instante, procurando registrar cada ângulo daquele momento e por alguns segundos tive vontade de ter minha câmera em mãos para que eu também pudesse registrar tudo o que estava acontecendo.

A próxima dupla a entrar era formada pelas mães das noivas, Milika e Andrea, que também estavam deslumbrantes em seus vestidos.

A energia daquele lugar estava me fazendo tão bem!

Com todos no altar, a última dupla que faltava era Juliana e Gorden, que nesse momento estavam caminhando até lá.

Algumas gaivotas voavam rente à água para logo em seguida levantarem vôo em direção ao sol, que parecia beijar o mar enquanto se punha.

A areia branca estava marcada com algumas pétalas de flores, determinando o caminho até o altar enfeitado com um arco florido. De ambos os lados do caminho havia uma considerável quantia de cadeiras, que estavam respectivamente ocupadas pelos convidados de ambas as famílias.

Os primeiros a entrar foram Júlia e seu pai.

A salva de palmas para os dois foi intensa e eu quase não me contive.

Cerimônias de casamento costumavam me deixar emocionada.

Júlia estava linda! Ainda mais do que já era!

O vestido branco realçava seu busto e esvoaçava entre suas pernas enquanto seus cabelos negros perfeitamente ondulados seguravam uma flor entre os fios, e o sorriso alinhado não saía de seu rosto por nem sequer um segundo.

Os fotógrafos trabalhavam a todo instante, procurando registrar cada ângulo daquele momento e por alguns segundos tive vontade de ter minha câmera em mãos para que eu também pudesse registrar tudo o que estava acontecendo.

A próxima dupla a entrar era formada pelas mães das noivas, Milika e Andrea, que também estavam deslumbrantes em seus vestidos.

A energia daquele lugar estava me fazendo tão bem!

Com todos no altar, a última dupla que faltava era Juliana e Gorden, que nesse momento estavam caminhando até lá.

A salva de palmas novamente voltou a aparecer, porém dessa vez não consegui me conter e algumas lágrimas acabaram escorrendo pelo meu rosto.

Ainda bem que a maquiagem que eu usava era a prova d'água!

Recebi um lencinho do assessor que estava cuidando de nós madrinhas, que aproveitou a aproximação para dizer que seríamos as próximas a entrar.

Comecei a respirar fundo na tentativa de me acalmar e conseguir me concentrar.

O medo de tropeçar e cair de cara na areia mesmo estando descalça era maior do que qualquer outra coisa.

E com a sorte que eu tinha, eu não duvidaria de nada.

Respirei novamente e criei a coragem necessária para entrar em cena.

No meio do caminho resolvi que a melhor opção seria olhar para Juliana e Júlia que estavam juntas no altar, o que acabou me ajudando a manter a concentração, chegando sã e salva até onde elas estavam.

E assim aconteceu a entrada de todas as madrinhas restantes. Uma por uma, até todas estarem no altar junto das noivas.

Por eu ser madrinha de Juliana, havia ficado do lado esquerdo do altar, enquanto Ludmilla, que era madrinha de Júlia, ficou do lado direito.

A cerimônia ocorreu de forma breve, me fazendo chorar em alguns momentos.

De onde eu estava, podia sentir o olhar de Ludmilla em mim e confesso que ter aquele par de olhos castanhos me encarando estava me deixando um pouco aérea.

Trocamos olhares durante todo o evento e eu só fui me dar conta de que a cerimônia havia chegado ao final quando o padre falou que as duas mulheres poderiam se beijar.

Olhei para minhas amigas e fui contagiada pela energia positiva que emanava das duas.

Elas se aproximaram e trocaram um breve beijo, causando a euforia dos convidados, que aplaudiam, gritavam e assobiavam em comemoração.

Já na saída, a ordem permaneceu a mesma, porém ao contrário, iniciando com as madrinhas e encerrando com as noivas.

Eu e as meninas ficamos no final do caminho feito na areia e ao invés de jogarmos arroz, optamos por jogar pétalas de flores sobre nossas amigas.

Pela quantidade de fotógrafos que ficaram ao nosso redor tinha certeza de que as fotos ficariam lindas, em todos os ângulos possíveis.

Os convidados começaram a se levantar das cadeiras e foram orientados a seguirem até o salão de festas, onde a segunda parte do evento aconteceria.

Enquanto seguíamos todos para lá, parei para observar Juliana e Júlia à beira da praia, posando juntas com o buquê de flores.

— Você vem, amor? — a voz rouca surgiu atrás de mim enquanto sua mão se apoiava em minha cintura.

— Claro, vida! Parei pra observar as duas. — olhei-a e sorri. — Elas são tão lindas!

— São mesmo. — Ludmilla respondeu e deixou um beijo no meu pescoço, envolvendo minha cintura com as mãos e me abraçando por trás. — Mas você é muito mais!

[...]

O salão de festas agora estava inteiramente decorado.

As mesas, espalhadas por toda a extensão do local, estavam forradas com toalhas de linho branco e rosê, e em seu centro havia um arranjo impecável de flores.

Os convidados já se serviam com os petiscos e bebidas trazidos pelos garçons e muito em breve os discursos começariam a acontecer, já que percebi uma certa movimentação no palco montado ao fundo do salão.

Nossa mesa era especial já que éramos madrinhas e agora estávamos todas rindo e conversando, aproveitando do delicioso champanhe que nos foi servido.

Emily, Lucy, Keana, Hayley, Ludmilla e eu.

O sexteto fantástico.

— Elas mandaram bem demais nessa festa! — Lucy comentou.

— A família Hansen nunca decepciona! — Emily respondeu.

— Nunca mesmo! — sorri.

— Está nervosa para o discurso, Bru? — Keana perguntou.

— Um pouquinho. — balancei meu corpo em sinal de nervosismo, o que fez as mulheres da mesa rirem.

— Você vai se sair muito bem. — Ludmilla falou, colocando sua mão literalmente sobre minha coxa, já que por estar sentada a fenda do meu vestido ficou mais exposta.

— E agora, para começar com a nossa sequência de discursos, gostaria de chamar ao palco uma pessoa muito querida para nossas noivas... — o mestre de cerimônias chamou a atenção de todos os convidados. — Senhorita Brunna, o palco é todo seu!

— Vai lá, bundudaaaaa! — Juliana gritou bem alto.

— Boa sorte, amor. — Ludmilla falou baixinho.

Caminhei entre as mesas até chegar ao palco, onde um foco de luz estava posicionado próximo ao microfone.

Aproximei-me do objeto e dei duas pequenas batidinhas, testando o som.

— Não me faça chorar! — Juliana gritou de novo.

Olhei na direção onde ela estava e sorri abertamente.

— Boa noite a todos! — falei e todos responderam de volta. — Uau, vocês são muitos! — ri nervosa enquanto olhava para os convidados sentados em suas mesas com os olhares voltados para mim. — Bom, acredito que a maioria aqui não me conhece, então vou me apresentar. Meu nome é Brunna e eu sou uma das melhores amigas da Juliana. — olhei para ela. — Nós nos conhecemos na faculdade e desde então continuamos a conviver e compartilhar nossas vidas uma com a outra. Agradeço a NYU por ter te colocado na minha vida e agradeço você por ter deixado com que eu continuasse fazendo parte da sua. — sorri. — Não quero ser muito extensa na minha fala, até porque, olhem pra isso... — apontei para o lugar onde estávamos. — Temos uma festa e tanto para curtir!

Os convidados começaram a rir da minha fala.

— Desde que nos conhecemos a Juliana sempre foi assim... — olhei-a. — Espontânea, divertida, de topar tudo e qualquer coisa se isso significa ter uma boa história para contar depois, entre outras coisas que vocês já sabem. Mas algo que eu sempre admirei nela é a sua fidelidade aos amigos. A sua vontade de estar sempre perto, preocupada quando algo acontece, feliz quando se existe algo para comemorar, triste quando um coração é partido e cupido quando o assunto é amor. Eu te agradeço por tudo, amiga. Por cada história que já vivemos juntas, por cada sorriso ao seu lado e até mesmo por cada puxão de orelha. Mas dentre todas essas coisas, acredito que existem duas pelas quais eu agradeço com o fundo do meu coração. A primeira delas é por você sempre me mostrar que eu sou suficiente e que eu mereço tudo de melhor que há no mundo, o que também inclui alcançar o mais alto dos meus sonhos, e a segunda, mas não menos importante, é por você ter sempre algo para me ensinar. Ensinar a não desistir, ensinar a correr atrás daquilo que eu quero, ensinar a perceber que aquilo que eu sempre sonhei pra mim esteve bem ali na minha frente durante todos esses últimos meses. — olhei para Ludmilla . — Eu te amo, CheeChee. Você é a melhor do mundo pra mim.

O som de salva de palmas ressoou por todo o ambiente assim que terminei meu discurso e enquanto eu descia do palco e caminhava até a mesa onde Juliana e Júlia estavam, percebi que minha melhor amiga estava chorando.

— Eu falei pra você não me fazer chorar, bunduda. — ela falou quando estávamos próximas.

— Eu não falei que não iria. — sorri, puxando-a para um abraço. — Eu te amo demais!

— Eu que te amo! — seus braços me apertavam fortemente.

— Estou muito feliz por vocês duas. — sussurrei em seu ouvido.

— Eu também estou, Chancho. Eu também estou.

Nos afastamos e vi que Juliana continuou a enxugar as lágrimas que desciam sem parar.

Abracei Júlia e juntas quase rodopiamos de tão forte que foi o abraço, e voltei para a mesa das madrinhas, que me receberam com muitos gritos e palmas.

Assisti à toda a sequência de discursos até o final, quando Juliana e Júlia se levantaram e subiram ao palco.

— E agora o momento mais esperado da noite. — o mestre de cerimônias anunciou. — A hora de jogar o buquê!

Todas nós levantamos da mesa onde estávamos e nos posicionamos em frente ao palco, nos misturando entre todos os convidados.

— Esse buquê vai ser meu! — Emily falou.

— Que seu o quê, ele vai ser meu! — Keana retrucou.

— Gente, é só um buquê! — falei.

— BRUNNA! É O BUQUÊ DE FLORES! — Vero gritou.

— Vou tentar pegar. — Ludmilla falou próxima a mim.

Olhei-a e imediatamente sorri.

— Você vai?

— Sim. — ela sorriu de volta.

Resolvemos nos espalhar por entre os convidados para termos mais chances de conseguir pegá-lo.

Confesso que por mais que eu tenha dito que era apenas um buquê de flores, uma grande parte de mim ansiava para que eu conseguisse pegá-lo.

Afinal, de acordo com a tradição, a pessoa que pega o buquê será a próxima a se casar.

Fiquei praticamente no meio do salão.

Havia algumas parentes de Juliana ao meu lado que estavam quase se estapeando para conseguir uma posição boa, mas não me importei com isso.

— Eu vou contar até três! — Juliana falou enquanto se virava de costas. — Me ajudem!

— UM! — todos os convidados falaram.

— DOIS! — Juliana gritou, ameaçando jogar o objeto.

— E... — o mestre de cerimônias falou. — TRÊS! PODE JOGAR O BUQUÊ!

Assim que as palavras saíram da boca do homem, Juliana arremessou o objeto, que deu algumas cambalhotas pelo ar.

Percebi uma aglomeração de madrinhas, convidadas e até mesmo crianças se unindo olhando para cima enquanto tentavam pegar o objeto que havia sido arremessado sobre nossas cabeças.

Eu não me mexi.

Fiquei estática como uma parede, apenas observando a bagunça próxima a mim enquanto ria sozinha.

Até que senti um peso em meus braços.

Todas as cabeças que anteriormente olhavam para cima e depois para baixo agora estavam olhando pra mim.

Olhando para os meus braços.

Abaixei meu olhar e não acreditei no que eu vi.

O buquê de flores. Ali. Nas minhas mãos.

Agarrei o objeto e o ergui para cima, começando a gritar e pular em torno de mim mesma.

As madrinhas logo se aproximaram de onde eu estava e começaram a pular junto comigo.

Juliana e Júlia, que estavam em cima do palco, também vieram para a pequena festa, e, juntando-se com as meninas, formaram um círculo comigo no meio, e começaram a pular e gritar.

— VAI CASAR! VAI CASAR! VAI CASAR! — nossas vozes se misturavam.

Recebi um abraço coletivo de todas ali, porém confesso ter sentido falta do meu par de olhos preferidos.

— E VAMOS DE FESTAAAAA!!!!! — Júlia gritou e as luzes do ambiente rapidamente se apagaram, dando espaço para luzes de balada e uma música muito alta.

Enquanto todas as madrinhas seguiram em direção à pista de dança, eu olhei para o buquê ainda em minhas mãos e comecei a olhar ao redor.

— Procurando por mim? — a voz rouca soou próxima a minha nuca.

Virei-me da maneira mais rápida que pude para vê-la e percebi que ela estava atrás de mim sorrindo.

— Onde você estava? — perguntei.

— Presa na aglomeração de tias e parentes das meninas. — ela respondeu rindo. — Você faz questão de ir dançar com elas? Eu queria te mostrar um lugar.

Olhei para a pista de dança e vi nossas amigas dançando e virando algumas bebidas.

— Explorar por aí parece uma ideia interessante. — comecei a rir.

Ludmilla segurou na minha mão e me puxou para fora do salão de festas, levando-me de volta até a areia da praia.

O céu não estava mais alaranjado.

Agora o tom escuro do azul marinho cobria toda a sua imensidão, dando espaço apenas para as milhares de estrelas que brilhavam sobre ele.

Caminhamos pela areia em silêncio por alguns minutos, apenas desfrutando da companhia uma da outra.

— Eu peguei o buquê! — falei animada balançando o objeto.

— Parabéns, meu amor! — Lauren começou a rir da minha animação. — Você sabe o que isso significa, não sabe?

Olhei-a e procurei algum sinal de que ela pudesse estar brincando, porém não encontrei.

— O quê? — perguntei.

— Que você será a próxima a se casar. — ela respondeu.

Abaixei meu olhar para meus pés, prestando atenção na marca deixada por eles conforme eu caminhava sobre a areia.

— Você tem vontade de casar? — perguntei depois de alguns minutos.

— Tenho sim! — ela respondeu me olhando.

— E você alguma vez já chegou a noivar?

— Cheguei bem perto, mas não deu certo.

— Jura?! — perguntei.

— Percebi que seria uma grande furada a tempo, felizmente. — ela riu.

— Isso é bom! — falei. — Comigo foi um pouquinho diferente.

— Ah, é? — ela me olhou. — E como foi com você?

— Digamos que eu tenha sido salva por um belo par de olhos castanhos . — sorri.

Ludmilla riu alto e me empurrou com seu corpo.

Continuamos a caminhar por mais alguns minutos, ainda em silêncio.

Uma pergunta começou a se formar na minha garganta, porém não sabia se deveria perguntar.

— Estamos quase chegando. — ela falou. — É logo ali.

Nos aproximamos de uma espécie de tronco de madeira gigante enterrado parcialmente na areia.

Ludmilla se sentou, encostando no tronco e eu repeti seu gesto.

— Como achou esse lugar? — perguntei.

— Antes de ir me arrumar com a Júlia, deixei você com a Juliana e saí um pouquinho para andar. Vi isso aqui preso na areia e fiquei curiosa para saber o que era. — ela riu. — Mas é só um tronco.

— Não é só um tronco. — falei. — É um tronco encontrado por você.

Ludmilla riu alto.

— E o que muda nisso?

— Se torna especial. — sorri.

(Inicie: Malibu - Miley Cyrus)

— Vem cá. — Ludmilla me chamou, abrindo as pernas e batendo no meio delas. — Quero te abraçar.

Levantei-me rapidamente e encaixei-me entre as pernas de Ludmilla.

Senti seus braços me envolvendo e me aconcheguei em seu peito, soltando todo meu peso para trás.

Seu queixo repousou em meu ombro direito enquanto suas mãos encontraram as minhas, entrelaçando-as.

— Posso te fazer uma pergunta? — falei.

— Claro que pode!

As palavras começaram a coçar minha garganta.

— Você se casaria comigo?

— Se eu me casaria com você? Hmmm, deixa eu pensar. — ela respondeu.

Dei um leve tapinha em seu braço.

— Eu estou falando sério! — falei.

— É claro que eu me casaria com você. — ela respondeu.

Virei meu corpo o suficiente para olhar para ela.

— Sério mesmo? — perguntei.

— Você ainda duvida? — ela rebateu.

Voltei a me aconchegar em seu corpo, sentindo meu coração bater cada vez mais rápido dentro do meu peito.

Ainda com nossas mãos unidas, comecei a fazer um leve carinho na parte superior da sua mão e assim que o fiz, reparei no tamanho de nossas mãos.

— Você é muito grande, garota. — falei.

— Ah, não! Até você? — ela perguntou.

— Amor, olha isso! — comecei a rir enquanto erguia nossas mãos.

— Para de me zoar! — ela falou com uma voz triste.

Virei meu corpo para trás e notei que ela estava fazendo uma carinha de brava, com um biquinho muito fofo e senti uma vontade enorme de apertá-la.

— Ok, ok, eu paro! Você ganhou! — levei nossas mãos juntas até meus lábios e as beijei.

— Hm. — ela continuou emburrada.

— Eu não acredito que vou ter que fazer cosquinha em você no meio da areia.

— Você não ouse. — ela me olhou séria e por alguns segundos senti meu corpo esquentar.

— Tive uma ideia. — falei.

— Qual? — ela cerrou o olhar na minha direção.

— Tá com você! — toquei em sua coxa e rapidamente me coloquei de pé, segurando em meu vestido e começando a correr pela areia fofa.

— Você não fez isso não, né? — ela perguntou também se colocando em pé.

— Eu fiz! — gritei.

— Então eu acho melhor você começar a correr. — ela ameaçou, correndo até mim.

Gritei o mais alto que pude enquanto corria pela areia da praia, mas por ser fofa demais eu acabava afundando.

Minha única saída seria ir para a água.

Comecei a correr em direção ao mar e quando percebeu o que eu estava fazendo, Ludmilla começou a gritar.

— BRUNNA, VOCÊ VAI SE MOLHAR!

— EU SEI! — gritei de volta.

— EU NÃO QUERO ME MOLHAR!

— E POR QUE NÃO? VOCÊ É DE AÇÚCAR? — provoquei.

Mesmo estando longe pude ver o olhar castanho sendo cerrado na minha direção para logo em seguida ela começar a correr até onde eu estava.

Voltei a correr e cheguei na parte onde a areia já estava molhada, porém isso não me impediu de continuar correndo.

Uma onda havia acabado de quebrar e estava vindo ao meu encontro.

Assim que meus pés tocaram a água, uma corrente elétrica percorreu todo meu corpo, sentindo a temperatura gélida.

A água não estava insuportavelmente gelada. Quando o corpo se acostuma, a temperatura fica mais amena, porém o primeiro contato sempre é o pior.

— CARALHO, QUE ÁGUA GELADA! — Ludmilla gritou.

— DEIXA DE SER MOLE, LUDMILLA! — continuei a provocá-la.

Continuei entrando no mar até a água começar a bater na metade da minha perna.

Foi quando Ludmilla me alcançou.

— TE PEGUEI! — ela gritou enquanto segurava minha cintura.

— LUDMILLAAAAA! — me debati em seus braços.

Suas mãos impulsionaram meu corpo para cima e rapidamente me colocaram em seus ombros.

— Você me provoca demais, sabia? — ela perguntou.

— ME PÕE NO CHÃO! — gritei enquanto batia em suas costas, tentando me soltar.

Ludmilla começou a rir das minhas tentativas falhas de me soltar de seus braços e começou a caminhar comigo de volta para a areia.

— Eu odeio você! — falei me rendendo e soltando todo meu peso em seu ombro.

— Isso não é verdade e você sabe bem disso. — ela respondeu depois de mais alguns passos na areia, me colocando de volta no solo.

— Eu sei? — perguntei.

— Sabe. — ela falou se aproximando de mim.

— Prove. — falei.

— Com prazer. — ela respondeu se aproximando de mim.

Seu rosto desceu até o meu pescoço e assim que sua respiração quente bateu contra a minha pele pude sentir todo meu corpo se arrepiar.

Ludmilla deixou um breve beijo sobre meu ponto de pulso e se afastou, voltando a olhar para mim.

— O corpo sempre fala a verdade, meu amor. Eu não tinha nem tocado em você e os arrepios já tinham aparecido. — ela sorriu com malícia.

Balancei a cabeça negativamente enquanto abaixei meu olhar para a areia.

Próximo aos meus pés encontrei uma espécie de galho e na hora uma ideia surgiu na minha mente.

Abaixei-me o suficiente para pegar o objeto e comecei a caminhar até a areia molhada.

— Onde você está indo? — ela perguntou.

— Vem cá! — chamei.

Assim que ela se aproximou comecei a desenhar na areia, fazendo nossas iniciais acompanhadas do símbolo de adição e um coração em volta.

Olhei para Ludmilla que observava o desenho atentamente.

— Só faltou uma coisinha. Posso? — ela falou apontando para o graveto que eu segurava em mãos.

— É todo seu. — entreguei o objeto para ela e observei seus movimentos na areia.

Depois de alguns segundos percebi que ela havia acrescentado uma flecha, como se um cupido tivesse acertado nosso coração.

— Agora sim. — ela falou, jogando o graveto longe. — Perfeito.

— Você tem alguma coisa afiada aí com você? — perguntei.

— Eu tenho a chave do carro, pode ser? Pensei que poderíamos dar uma volta e resolvi trazer comigo. — ela respondeu.

— Pode sim! — falei.

Ludmilla levou sua mão para dentro do busto do vestido e de lá tirou a chave do carro, o que me fez rir.

— Excelente esconderijo. — brinquei.

Peguei o objeto de suas mãos e comecei a caminhar de volta até o tronco, abaixando-me até ficar da sua altura.

Com o auxílio da chave, comecei a marcar o tronco com exatamente o mesmo desenho que Ludmilla e eu havíamos feito na areia.

Senti quando ela se aproximou, sentando-se ao meu lado na areia e observando minha arte no tronco.

Assim que terminei, olhei para ela e joguei a chave.

— Não é só um tronco agora. — falei. — É o nosso tronco.

Ludmilla sorriu abertamente e se aproximou de mim, levando alguns fios soltos do meu cabelo para trás da minha orelha.

— Ele ficou muito mais bonito agora. — seu nariz pincelou o meu.

Levei minhas mãos para sua nuca e aproximei sua boca da minha, sorrindo contra seus lábios antes de uni-los ao meu.

E assim nos beijamos, tendo como testemunhas apenas a lua brilhante no alto do céu estrelado e o barulho das ondas do mar quebrando.

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