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Capítulo 32.

POV Ludmilla Oliveira

Na manhã seguinte Brunna e eu acordamos com o som do despertador do meu celular tocando estridentemente por todo o quarto.

Gemendo em reprovação e me rendendo ao som irritante, soltei a cintura da mulher ao meu lado e me virei para a cômoda, onde procurei o aparelho e finalmente consegui desligá-lo.

Ouvi um gemido baixinho de Brunna e logo em seguida observei-a ficar de barriga para cima, fitando o teto enquanto esfregava o rosto.

Virei-me para ela enquanto apoiava meu rosto sobre meu braço no travesseiro.

— Bom dia, flor do dia. — falei.

Ela riu e se virou na cama, ficando de frente para mim.

— Bom dia, olhos castanhos. — ela sussurrou.

Observei seu rosto marcado pelo travesseiro e sorri.

Seus olhos castanhos ficavam claros pela manhã.

— O que eu preciso fazer? — perguntei.

— Como assim? — suas sobrancelhas se juntaram, confusas.

— O que eu preciso fazer para acordar ao seu lado todos os dias?

Ela afundou o rosto no travesseiro e começou a rir, voltando a me olhar poucos segundos depois com as bochechas completamente vermelhas.

— Você sabe o que precisa fazer. — ela respondeu.

Aproximei meu rosto do seu e selei nossos lábios.

— Quem vai tomar banho primeiro? — perguntei mudando de assunto.

Os olhos castanhos se arregalaram e em seguida pude ouvir sua risada preencher o ambiente.

— Quem chegar primeiro ao banheiro. — ela respondeu enquanto se desenrolava dos lençóis e se colocava de pé.

— EI! — gritei.

Empurrei o lençol com força para o lado enquanto ficava de pé e corria até o banheiro, chegando em frente à porta ao mesmo tempo em que Brunna.

— Eu cheguei primeiro! — ela falou.

— Não chegou não. Nós chegamos juntas. — respondi enquanto ficava em frente a porta.

— E agora?

— Agora nós tomamos banhos juntas. — sorri com malícia.

As sobrancelhas de Brunna se arquearam e seus lábios se curvaram em um sorriso sugestivo.

— É uma excelente ideia... — ela se aproximou de mim e inclinou o rosto, chegando perto do meu pescoço.

Sua língua quente tocou minha pele e rapidamente seus lábios se fecharam contra meu ponto de pulso, onde ela fez questão de chupar com um pouco de força.

Minhas mãos automaticamente desceram para sua cintura, porém as mãos de Brunna foram mais rápidas e seguraram as minhas antes que eu pudesse puxá-la para mim.

— Porém vou conhecer sua família inteira hoje e não quero causar más impressões. — ela sussurrou próximo a minha orelha, onde fez questão de morder. — Então se você me der licença, eu preciso tomar meu banho, por favor.

— Você não fez isso, Brunna. — falei com a voz completamente rouca.

— Isso o quê? — ela sorriu. — Só estou tentando abrir a porta do banheiro.

Cínica.

— Certo. Nos vemos em trinta minutos, então. — saí da frente da porta.

Assim que Brunna se aproximou de onde eu estava e girou a maçaneta, aproximei-me por trás e dei-lhe um tapa estalado, pegando-a de surpresa.

— Não se atrase. — sorri.

Observei-a balançar a cabeça negativamente enquanto erguia o dedo do meio pra mim.

— Não irei. — ela respondeu fechando a porta.

[...]

Enquanto Brunna tomava banho em meu quarto, eu decidi separar minhas roupas.

Como o feriado era da Independência dos Estados Unidos, optei por usar roupas com as cores da bandeira assim como fazia em todos os anos.

Separei uma regata vermelha que deixava uma pequena parte da minha barriga à mostra e uma calça jeans azul-clara totalmente trançada na lateral da perna. Nos pés optei por colocar um salto alto vermelho, porém me arrependi no instante em que os calcei.

Eu não iria aguentar ficar o dia inteiro usando salto, ainda mais estando no meio do campo.

Decidi trocá-los por um all star branco que havia deixado guardado aqui desde a última vez em que visitei a casa de campo da minha família e segui para o banheiro do corredor.

Meu banho foi breve. Demorei o tempo necessário para ensaboar todo meu corpo e fazer minha higiene pessoal. Optei por não lavar o cabelo já que o havia lavado no dia anterior.

Hidratei meu corpo com o creme que eu sabia que Brunna adorava e depois de já ter me trocado caprichei no perfume.

Acabei encontrando uma choker preta e trançada dentro de um compartimento da minha mala e aproveitei para usá-la também.

Optei por usar uma maquiagem bem natural. Apenas passei base e contornei os olhos com lápis preto, fazendo um delineado e passando rímel para destacar meu olhar. Na boca apenas um batom bem próximo ao tom natural dos meus lábios.

Depois de olhar o resultado final em frente ao espelho voltei para meu quarto, que estava com a porta fechada. Dei três batidinhas.

— Bru? Posso entrar? — perguntei.

— Pode sim! Já estou vestida. — ela respondeu do outro lado.

Girei a maçaneta da porta e assim que entrei no quarto percebi que Brunna estava sentada na cama enquanto terminava de calçar um all star também branco.

— Eu não acredito nisso. — falei

Seu olhar se ergueu e parou sobre mim. Sua expressão de choque logo se transformou em uma risada alta, que ressoou por todo o ambiente.

Nós estávamos usando roupas muito parecidas.

Brunna usava um cropped vermelho, o que deixava boa parte de sua barriga à mostra, e um jeans também claro cobria suas pernas.

Gostosa.

A única diferença era a bandana vermelha presa em formato de nó em seu cabelo.

— Se tivéssemos combinado não daria tão certo. — ela falou se colocando de pé e vindo até mim, selando nossos lábios. — Vamos descer? Ouvi algumas vozes. Acho que sua família já chegou.

— Também ouvi algumas vozes vindo pra cá. — pincelei meu dedo em seu nariz. — Está pronta para conhecê-los?

Ela respirou fundo e me olhou diretamente nos olhos.

— Nervosa sim, pronta nunca. Mas vamos lá. — ela riu.

— Eles vão adorar você. Eu tenho certeza. — tentei acalmá-la.

— O importante é que sua mãe eu sei que gosta de mim.

— Viu? É exatamente sobre isso que estamos falando. Você já conquistou a mais crítica de todas.

Peguei em sua mão e saímos do quarto, entrando no corredor e seguindo em direção às escadas.

— Jura? — ela perguntou surpresa.

— Tudo bem. A segunda mais crítica. — corrigi minha fala. — Minha abuela é a pior de todas.

— Senhor...

Assim que chegamos ao andar debaixo pudemos ouvir algumas vozes vindas da cozinha acompanhadas de barulhos de panela.

— Parece que a bagunça já começou. — falei.

Me aproximei da cozinha e assim que entrei no ambiente pude ver praticamente todas as mulheres da minha família reunidas.

Minha mãe estava no fogão mexendo alguma coisa muito cheirosa dentro da panela. Minhas tias estavam escoradas próximas ao balcão enquanto decoravam alguns biscoitos e algumas primas estavam no meio da cozinha apenas conversando.

— Bom dia, meninas! — falei.

Assim que ouviram minha voz todos os olhares se viraram para mim.

— Finalmente! — minha mãe falou. — Seu pai precisa de você urgentemente na churrasqueira.

— O que aconteceu com ela? — perguntei.

— Eu não faço ideia. Só sei que ele estava louco atrás de você.

Os olhares curiosos do resto das mulheres estavam voltados para Brunna.

— Bom dia, Brunna, querida! — minha mãe falou. — Desculpe a barulheira! Nossa família é agitada.

— Não se preocupe com isso, Silvana! Eu entendo perfeitamente. — ela riu. — Vocês precisam de alguma ajuda por aqui? Eu posso ajudar.

— Imagina, querida! Não se preocupe com isso. Porém, se quiser ajudar Ludmilla com o problema da churrasqueira pode ficar à vontade.

— Tudo bem, então. Vou circular com Ludmilla e ver onde minha ajuda pode ser útil. Já, já eu volto aqui.

Puxei Brunna para a saída da casa.

— Viu? Não foi tão difícil. — falei enquanto a empurrava com o ombro.

— Não foi difícil? Eu estou suando! — ela respondeu me empurrando de volta.

Ri de seu desespero enquanto caminhávamos pela grama aparada, seguindo até a churrasqueira.

Assim que olhei para frente pude ver a silhueta de uma mulher mais velha vindo em nossa direção.

— Ok, Bru. Chegou a hora. — falei.

— Hora do quê? — ela me olhou.

— Está vendo aquela senhora vindo em nossa direção? — acenei para a mulher.

— Sim...

— Ela é a minha avó.

Brunna virou o rosto pra mim na mesma velocidade que uma boneca de filme de terror.

— O quê? — ela sussurrou baixinho.

— Eu estou com você, fique tranquila. — dei um tapinha em sua mão.

— Mas Ludmilla...

— Ludmilla! Minha netinha! — a voz da minha avó me impediu de ouvir o que Brunna iria dizer. — Como você cresceu!

Fui envolvida por seus braços e a abracei, deixando um beijinho em sua bochecha.

— Imagina, abuelita! Eu estou exatamente igual a última vez que a senhora me viu.

— Não está não! Seus olhos estão mais radiantes e você parece mais corada! Parece um pouco maior também! — ela sorriu enquanto apertava meu rosto.

Seu olhar foi para Brunna, que continuava parada ao meu lado.

— E essa moça bonita aqui?! Quem é? — ela a olhou de cima para baixo.

Olhei para Brunna que estava completamente corada na região das bochechas.

Tão linda!

— Essa é a Brunna, vovó! Ela é a minha namor... — arregalei os olhos e interrompi minha fala ao perceber o que iria dizer.

Minha avó me olhou confusa, esperando que eu terminasse a frase.

— Namorada. — Brunna me olhou e sorriu. — Eu sou a namorada da Ludmilla.

O olhar da mulher mais velha se voltou para Brunna.

— Uau! Mas a senhorita é muito linda! — ela puxou-a para um abraço. — Onde vocês se conheceram?

— Nós trabalhamos juntas. — olhei para Brunna que sorria abertamente.

— Que maravilha! Essa notícia fez o meu dia! — minha avó estava radiante.

— Deixe disso, vovó! Assim a senhora vai deixar a Brunna sem graça.

— Mas por quê? Eu só estou elogiando sua namorada. Não é, querida? — ela olhou para Brunna.

— Exatamente, Ludmilla. Ela só está me elogiando.

Minha avó envolveu Brunna pela cintura e as duas ficaram abraçadas.

— Isso é um complô? — perguntei observando as duas mulheres juntas.

— Eu desconheço essa palavra, minha filha. — minha avó respondeu dando risada. — Brunna, por que não vamos até a cozinha? Quero que experimente as tortillas que eu fiz.

— Claro! Vamos sim!

Ainda abraçadas as duas mulheres começaram a andar de volta para a casa.

— Eu conheço uma receita ótima de recheio para as tortillas... — a voz de Brunna foi ficando cada vez mais distante.

Observei minha avó olhar para trás, fazendo um sinal de jóia com as mãos.

— Eu gostei dela! — ela sussurrou.

[...]

Depois de ajudar meu pai, que queria apenas que eu acendesse a churrasqueira e pegasse as carnes que estavam na geladeira, fiz meu caminho de volta até a casa.

Assim que me aproximei da cozinha pude ouvir algumas risadas e um cheiro delicioso de comida temperada perfumar todo o ambiente.

Encostei meu corpo contra a parede de um dos armários e com um sorriso no rosto assisti à cena.

Brunna estava com um avental branco sobre sua roupa e mexia algo dentro de uma panela grande sobre o fogão enquanto conversava com minha avó, que parecia atenta a cada palavra da latina mais nova.

Minha mãe também participava da conversa e minhas tias e primas continuavam empenhadas nos biscoitos.

Até que para quem estava nervosa, ela estava indo super bem com a minha família.

— Você quer um guardanapo? — ouvi uma voz feminina próxima a mim. — Sua baba está escorrendo.

Olhei para meu lado esquerdo e vi que era Vero.

— Meu Deus, mulher! O que você está fazendo aqui? — perguntei.

— Bom te ver também, branquela. Eu e as meninas acabamos de chegar. Lucy e Júlia estão descarregando o carro e a Juliana está louca procurando pela Brunna. Vou avisar que você já a encontrou.

— Vocês vieram rápido! Achei que só chegariam mais tarde. — abracei a morena ao meu lado.

— E perder a oportunidade anual de comer a comida deliciosa da sua abuelita? Jamais!

— Interesseira. — cerrei os olhos.

— Ludmilla! Finalmente! Você viu a Brunna em algum lugar? Estou procurando aquele projeto de gente há tempos e não a encontro em lugar nenhum! — Juliana entrou pela porta e veio até onde Emily e eu estávamos.

Apontei para a cozinha.

— Ah, mas é claro que ela está na cozinha! Só sabe comer. Acho impressionante como tudo que ela come vai parar na bunda. — ela comentou.

— Não, é? — Vero falou. — Eu estava reparando nisso esses dias.

As duas olharam para Brunna, que continuava de costas conversando com minha mãe e minha avó, e inclinaram a cabeça para o lado.

— EI! — tentei chamar a atenção das duas, porém acabei chamando a atenção das mulheres na cozinha também.

Brunna se virou para trás e assim que nos viu juntas abriu um sorriso.

— Vá ficar com suas amigas, querida! Obrigada pela receita nova! Já, já tudo fica prontinho! — minha mãe falou.

Ela tirou o avental branco de seu corpo e o colocou ao redor da minha avó, amarrando-o em suas costas e fazendo um carinho em seus ombros antes de caminhar até nós.

— Ela já conquistou sua abuelita? — Emily perguntou.

— É o que parece. — sorri.

— Sua avó nunca gostou de nenhuma namorada sua.

— Talvez porque nenhuma delas fosse a certa. — olhei-a.

— Interessante que você nem negou o fato de eu ter dito que ela é sua namorada. — ela retrucou.

— Do que vocês estão falando? — Brunna perguntou ao se aproximar de nós.

— Sobre o fato de que tudo que você come vai parar diretamente na sua bunda. — Juliana  respondeu. — Estava te procurando.

— Vocês são péssimas. — ela riu enquanto se aproximava da melhor amiga.

— Vamos lá pra fora? — sugeri.

[...]

Depois de termos ido até o lado de fora da casa, com a ajuda das meninas acabamos montando toda a mesa onde iríamos almoçar.

A mesa comprida e branca aos poucos foi sendo preenchida por pratos, talheres, panelas e travessas com comidas caseiras extremamente cheirosas.

Os lugares ao redor da mesa ficaram completamente ocupados. Dividimos a mesa entre amigos e parentes, apesar de todos ali se conhecerem.

Na ponta direita da mesa quem havia ficado era meu pai e ao seu lado minha mãe, acompanhada de meus avós, enquanto na ponta esquerda quem havia ficado era uma de minhas primas.

Separamos os casais de forma que todas ficassem de frente uma para a outra e no momento estávamos brindando, cada um com sua taça de bebida, àquele momento em família.

Eu adorava os feriados de 4 de julho.

Apesar de adorar estar com meus amigos, também era muito bom sentir toda a energia da minha família reunida.

As vozes começaram a ocupar o ambiente e em poucos segundos a mesa já era uma mistura de risadas e discussões sobre o mais diversos dos assuntos.

— Nossa, vovó! — Luane falou. — A senhora se superou esse ano no recheio das tortillas.

Todos os olhares se voltaram para minha abuelita, que começou a rir.

— Adoraria levar os créditos por isso, Luane. Mas esse ano tivemos outra cozinheira conosco. — ela explicou. — A receita é da senhorita Brunna, namorada da Ludmilla, sentada ali ao fundo.

Minha família inteira olhou para Brunna, que se transformou em um tomatinho vermelho em questão de segundos.

— Imagina, pessoal! Foi um prazer cozinhar ao lado de mulheres tão experientes. — ela agradeceu.

Ergui minha taça de vinho para cima, oferecendo-a à Brunna, e sem deixar de quebrar nosso contato visual levei-a até minha boca, bebendo um pouco do líquido escuro e passando a língua entre meus lábios, colhendo todo e qualquer resquício de bebida que poderia ter ficado por ali.

O olhar atento de Brunna acompanhava cada movimento meu.

Observei-a negar com a cabeça enquanto sorria apenas com os lábios, levando sua taça até a boca e ingerindo um pouco da bebida ali contida.

— Será que dá para as duas pararem de flertar por um segundo? — Emily perguntou. — Por Deus, esse é um almoço em família!

— Emily... — olhei-a com facilidade já que ela estava ao meu lado. — Você precisa transar.

— Como as pessoas mudam, não? — ela olhou para Brunna ao concluir a frase. — Continue. Seja lá o que você estiver fazendo, continue. Essa Ludmilla aqui é a Ludmilla que a gente conhece.

Continuamos a conversar e depois de termos nos saciado com tanta comida, ajudamos a levar toda a louça suja de volta para a cozinha.

Como era muita louça para apenas uma pessoa lavar, decidimos fazer um revezamento. Nos separamos em duplas para facilitar o processo.

Brunna e eu fomos as últimas.

Ficamos com uma pilha de pratos e talheres para lavar enquanto todos os outros estavam lá fora, observando o céu e comendo as sobremesas.

— O que você está achando? — perguntei enquanto ensaboava um prato.

— Eu estou amando passar esse final de semana com vocês, Lud. Juro. — ela me olhou.

— Minha abuelita adorou você. — comentei.

— Mesmo? — ela respirou aliviada. — Achei que ela não iria gostar de mim.

— Brunna, por favor. Quem não gosta de você? — olhei-a.

Ela sorriu.

— Ah, eu não sei. Eu procuro sempre agradar as pessoas com o meu jeito de ser.

— E é exatamente por isso que as pessoas gostam de você. Pela sua essência.

— Ok, vamos mudar de assunto, estou ficando sem graça. — ela riu tímida.

Uma de suas mãos abriu a torneira para poder começar a enxaguar os pratos. Olhei para minhas mãos que estavam com espuma e sem pensar duas vezes passei-as pelo braço de Brunna.

— LUDMILLA! — ela gritou e eu comecei a rir.

Assim que terminou de enxaguar o prato que segurava, Brunna pegou boa parte da espuma que estava sobre seu braço e veio pra cima de mim, que aproveitei para correr pela cozinha.

— Volta aqui! — ela falou.

Fiquei de um lado do balcão que ficava no centro da cozinha enquanto ela ficou do lado oposto.

— Não me faça molhar a cozinha da sua mãe!

— É só água, pode ficar à vontade. — provoquei.

— Ah, é? — ela arqueou as sobrancelhas.

— É.

— Então tudo bem.

Brunna começou a correr atrás de mim com o braço molhado e a mão pingando espuma, e quando finalmente conseguiu ficar bem próxima arremessou o que havia sobrado de espuma em sua mão na minha direção.

Fui atingida de raspão no rosto, porém não satisfeita com o resultado, Brunna se aproximou de mim e sujou meu nariz com o pouco de espuma que ainda tinha em seu braço.

— Meninas, por que vocês estão demorando tan... Jesus Cristo! — a voz da minha mãe ressoou pelo ambiente.

Brunna arregalou os olhos e escondeu ambos os braços para trás.

— Oi, Silvana. — ela falou. — Foi ideia da Ludmilla.

— Oi, mãe. — sorri. — Não foi ideia minha.

Minha mãe começou a rir ao entender o que estávamos fazendo.

— Terminem o que estão fazendo e venham comer com nós. Estamos esperando vocês.

Assim que ela deixou o ambiente eu olhei para Brunna.

— Por que você me dedurou, sua traíra?

— Porque ela é a sua mãe! Eu não quero perder pontos com ela porque você decidiu que seria legal me sujar com espuma de sabão. — ela respondeu como se fosse óbvio.

— Vamos terminar de lavar essa louça logo antes que eu te pegue no colo e te jogue na piscina. — falei.

— Você não é nem doida. — ela olhou séria para mim.

[...]

Depois de limparmos a bagunça que havíamos feito na cozinha, lavarmos, secarmos e guardarmos todas as louças, Brunna e eu finalmente voltamos para o lado de fora da casa.

A tarde já começava a cair e as pessoas estavam espalhadas pelo vasto gramado. Minha família estava reunida em uma rodinha conversando entre si enquanto minhas amigas estavam todas sentadas na grama bebendo cerveja e jogando conversa fora.

— Finalmente! — Emily exclamou ao ver que estávamos nos aproximando.

— Estavam transando? — Juliana perguntou.

— Juliana! — Brunna chamou sua atenção enquanto olhava para Sofia. — Minha irmã está aqui.

— Como se ela não soubesse o que é transar. — a loira concluiu.

— Nós estávamos terminando de lavar e secar a louça. — falei.

— Que demora, credo. — Emily falou. — Mas já que vocês chegaram, juntem-se a nós.

Sentamos no gramado e pegamos uma garrafa de cerveja.

Brunna se aproximou de mim e abriu minhas pernas, se encaixando entre elas, apoiando suas costas contra meu peitoral e relaxando seu corpo sobre a grama.

A envolvi com meus braços e assim ficamos por longos minutos, conversando com nossas amigas enquanto nos deliciávamos com o líquido amargo e gelado preenchendo nosso interior.

O céu azul e com poucas nuvens aos poucos começou a escurecer, se tornando cinza.

— Ludmilla, seu pai já está movendo as coisas para os fundos. — minha mãe disse ao se aproximar de nós, que continuávamos deitadas juntas.

— Jura? Que rápido! Ainda está um pouco claro. — falei.

— Ele está com medo de começar a chover. — ela explicou.

— Tudo bem, vou avisar as meninas para irmos para lá.

Brunna me olhou confusa.

— Meninas, vamos lá pra baixo? Meu pai já quer começar.

— Vamos! Essa é a melhor parte do feriado. — Lucy falou enquanto ajudava Vero a se levantar.

— Eu já encontro com vocês. — falei.

Olhei para Brunna, que agora já estava de pé, e segurei em sua mão, levando-a de volta para dentro de casa.

— O que está acontecendo? — ela perguntou enquanto subíamos as escadas.

— Hora de tirar fotos. Espero que tenha trazido sua câmera. — falei.

— Eu só trouxe a minha Polaroid.

— Melhor ainda. Acho que você vai gostar do que vai acontecer. — sorri.

Enquanto Brunna ia até suas coisas para pegar sua câmera, eu fui até minha mala de onde peguei um pacotinho com velas de aniversário que soltavam faíscas ao estarem acesas, e um isqueiro.

— Pronta? — perguntei.

— Prontíssima. — ela respondeu.

(Inicie: Electric Love - BØRNS)

Voltamos a descer as escadas e saímos da casa. Andamos juntas pelo gramado verde e descemos até a parte debaixo do sítio, onde havia um lago enorme, uma área para fogueira e mais um campo aberto, onde minha família estava reunida.

Ao nos aproximarmos do campo aberto, pude notar uma sequência enorme de caixas de papelão com algo que pareciam canos, também feitos do mesmo material, apontados para cima.

Meu pai havia caprichado esse ano.

— Aquilo é o que eu acho que é? — Brunna perguntou.

— Se você acha que são fogos de artifício, são sim. — olhei-a e vi seus olhos brilharem.

— Oh meu Deus, Ludmilla! — ela falou.

Peguei o pacotinho de velas e o isqueiro que havia guardado em meu bolso traseiro e os trouxe para frente, mostrando-os para Brunna.

— Meu pai sempre compra fogos de artifícios vermelhos e azuis por serem as cores que predominam na nossa bandeira. — expliquei. — Como eu sei que você gosta de tirar fotos, resolvi comprar essas velas de aniversário que soltam algumas faíscas quando estão acesas. Achei que seria legal ter uma foto ao seu lado em meio aos fogos coloridos.

Seus olhos estavam brilhantes e se não fosse a pouca iluminação do local, poderia jurar que suas pupilas estavam dilatadas.

— Eu... — ela começou a falar. — Você é perfeita, Ludmilla.

— Pombinhas! Já vai começar! — Luane nos chamou e fomos até elas.

— Três! — meu pai gritou enquanto se aproximava das caixas de papelão presas ao chão.

Abri o pacotinho de velas enquanto Brunna tirava sua câmera para fora do estojo onde estava guardada.

— Dois! — ele continuou a gritar.

Observei-a ligar a câmera, deixando-a devidamente pronta para o que estava por vir.

—Um! — gritamos todos juntos.

Meu pai acendeu os fogos de artifício e em poucos segundos começamos a ouvir os estrondos subindo pelo céu e explodindo em diversos pontinhos coloridos de luz.

Olhei para Brunna, que já estava com a câmera apontada para o céu fotografando a explosão de cores.

A foto saiu pelo orifício da câmera e assim que estava totalmente fora da máquina, Brunna a guardou em seu bolso traseiro.

— Luane! — chamei-a.

— O que foi? — ela se aproximou de mim.

Segurei-a pelo braço e me aproximei de Brunna.

— Quero que tire uma foto nossa. — falei.

Enquanto Brunna explicava de forma rápida para Luane como tirar nossa foto usando a câmera instantânea, eu aproveitei para pegar duas velas e acendê-las.

Luane se afastou um pouco de nós enquanto Brunna correu até mim, segurando uma das velas para cima. Repeti seu gesto e virei-me para ela.

O mundo inteiro pareceu ter parado de girar no momento em que nossos olhares se encontraram.

Ela sorria com a língua entre os dentes o que deixava seu nariz franzido e os olhos fechadinhos.

Abracei-a pela cintura e uni nossos rostos sem deixar de olhar em seus olhos, que também não desgrudavam dos meus.

Essa é a sua deixa, Luane. Tire a foto.

Parecendo ler meu pensamentos, senti quando o flash da câmera nos acertou, o que significava que minha irmã havia conseguido nos fotografar.

— Pronto, pombinhas. Aqui está. — a morena falou ao se aproximar de nós, devolvendo a câmera para Brunna e entregando o pequeno filme para mim.

— Obrigada, Lulu! — ela agradeceu minha irmã.

Depois de alguns segundos esperando a foto ficou totalmente nítida, revelando exatamente a pose em que havíamos ficado juntamente com os fogos de artifício azuis e vermelhos, que apareceram atrás de nós.

Olhei para Brunna, que estava encantada segurando a pequena foto entre as mãos.

Seu olhar encontrou o meu e logo seu sorriso tomou conta de seus lábios.

— Esse é definitivamente o melhor final de semana da minha vida. — ela falou. — Obrigada por me deixar fazer parte disso tudo.

[...]

Depois que a sessão de fogos de artifício havia acabado, voltamos todos para a parte de cima onde nos deliciamos com o churrasco que meu pai decidiu fazer com a ajuda de alguns dos meus tios.

Jantamos novamente em família e quando a noite começou a cair meus parentes mais velhos começaram a entrar para dentro da casa, alegando que estavam cansados e que precisavam de um bom banho quente para poderem ir dormir.

Entretanto a parte jovem da família nem sequer estava cansada, então aproveitamos que a noite havia chegado de forma fria e decidimos fazer uma fogueira.

Meus primos ajudaram a carregar a lenha e acender o fogo, enquanto minhas primas ficaram responsáveis por pegar alguns biscoitos que haviam sobrado. Brunna, Sofia, Juliana e Júlia foram procurar alguns gravetos para espetarmos marshmallows, enquanto Luane, Emily, Lucy e eu ficamos responsáveis por pegarmos alguns instrumentos que ficavam guardados no sótão da casa.

O fogo já estava bem alto quando chegamos até eles com os instrumentos. Pegamos o básico: alguns violões e dois cajons.

As meninas já estavam sentadas nos troncos deitados ao redor da fogueira. Me aproximei de Brunna e sentei-me ao lado dela.

— Demorei? — perguntei.

— Um pouquinho. — ela sorriu.

Notei que suas mãos estavam esfregando freneticamente seus braços para cima e para baixo.

— Está com frio?

— Muito. Ainda não consegui me esquentar e olha que o fogo já está aceso há uns bons minutos.

— Eu já volto.

Subi correndo de volta até a casa e peguei uma de minhas jaquetas jeans.

Assim que cheguei de volta à fogueira, percebi que o lugar vago ao lado de Brunna havia sido ocupado por um de meus primos mais velhos, que mantinha uma conversa casual com ela.

Aproximei-me dos dois e envolvi Brunna com a jaqueta, o que a fez pular levemente de susto.

— Agora você vai ficar quentinha. — sussurrei em seu ouvido.

— E você? — ela me olhou.

— Eu não estou com frio. — falei.

Recebi um olhar ameaçador da mulher envolvida em meus braços.

— Eu juro. Pode ficar tranquila.

Olhei para meu primo que observava a cena atentamente.

— Vem pra cá, Ludmilla! — Lucy me chamou.

Deixei um beijo na bochecha de Brunna e fui até o lado oposto, sentando no tronco de frente para onde ela estava.

Quem começou a cantar foram Juliana e Júlia, que fizeram praticamente um show particular para todos nós.

Aos poucos, cada um presente na roda cantava alguma música ou optava por tocar algo no violão.

— Minha vez! — Brunna falou.

— Vai cantar ou tocar, bunduda? — Juliana  perguntou.

— Os dois. — ela sorriu.

Juliana entregou um dos violões para ela, que dedilhou as cordas e ajustou-as no tom que queria.

(Inicie: Can't Take My Eyes Off You - Joseph Vincent)

Todos os olhares da pequena roda se voltaram para Brunna, que deslizou a mão pelas cordas e começou a cantar.

— You're just too good to be true, can't take my eyes off you... — a voz melódica preencheu o ambiente.

Seu olhar cruzou com o meu e quase que instantaneamente senti minhas bochechas corarem.

Ela estava cantando para mim assim como eu havia feito na noite em que trocamos nosso primeiro beijo.

Iluminada somente pela luz da chama ardente, Brunna sorria enquanto cantava. Minha jaqueta jeans havia ficado um pouco larga em seu corpo, mas tê-la usando minhas roupas era um fator que a deixava ainda mais atraente.

— Pardon the way that I stare, there's nothing else to compare... — ela continuou.

— The sight of you leaves me weak, there are no words left to speak... — completei a letra.

— Ela só falta falar o seu nome. — Emily falou.

Olhei para a mulher ao meu lado e neguei com a cabeça enquanto sorria.

— Depois dessa eu pedia em casamento. — Lucy completou a fala da namorada.

— Então quer dizer que se eu cantar para você, você casa comigo? — Emily olhou-a.

— Eu preciso de você baby e se estiver tudo bem, eu preciso de você baby para aquecer as noites solitárias... — voltei a olhar para a mulher à minha frente, que ainda olhava para mim.

Se sua voz falada já me enlouquecia, cantando ela me deixava à beira do precipício da insanidade.

A forma como ela sorria enquanto as palavras escapavam por seus lábios estava me deixando com cada vez mais vontade de levantar dali e beijá-la em frente a todos.

Eu não fazia ideia de que ela sabia cantar, mas como ela mesma havia me dito uma vez, havia muitas coisas que eu não sabia sobre ela.

Mas de uma coisa eu sabia e tinha certeza.

Ela seria minha.

— Oh, linda querida, agora que encontrei você, fique! — ela mudou a nota da música, deixando-a um pouco mais aguda que o normal.

A letra da música me atingia a cada nova estrofe.

Aguentei firme a vontade quase insuportável que eu estava de beijá-la até que a música chegasse ao final.

Todos nós a aplaudimos quando o último acorde do violão foi tocado e ela por sua vez se colocou de pé e fez uma reverência, agradecendo aos aplausos.

Levantei-me e segui determinada até ela, puxando-a pela mão e a levando para o campo aberto onde havíamos assistido à queima de fogos mais cedo.

Caminhamos lado a lado em completo silêncio por alguns minutos.

Eu tinha tanta coisa para dizer e não sabia nem ao menos por onde começar.

— Você gostou da música? — ela quebrou o gelo.

— Eu amei! Sua voz é linda! — olhei-a. — Não sabia que você cantava.

— Existem muitas coisas...

— Que eu não sei sobre você. — completei sua frase, o que a fez rir.

— Estou apenas brincando. — ela falou. — Acho que você já me conhece até melhor do que eu mesma.

Olhei-a e sorri.

O silêncio voltou a tomar conta de nós enquanto caminhávamos pela grama.

— Eu tenho uma pergunta pra você. — ela falou, parando de andar e se virando para mim.

— Pode dizer. — virei-me de frente para ela.

— É sobre hoje mais cedo. Aquela conversa com a sua abuelita... — ela riu tímida. — Você estava falando sério?

Senti meu coração começar a bater freneticamente dentro do meu peito.

— Você estava? — rebati.

— Eu perguntei primeiro.

— Eu estava. — falei sério. — E você?

— Eu também estava.

— Bom... — dei um passo para frente, aproximando-me de seu corpo. — Então nesse caso eu também tenho uma pergunta pra você.

— Qual? — ela sussurrou.

— Você aceita namorar comigo?

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