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Capítulo 16.

POV Brunna Gonçalves

Há muito tempo eu não passava um dia inteiro conversando com Juliana sem ser sobre coisas relacionadas ao trabalho. Ontem, felizmente, esse ciclo havia sido quebrado. Fiquei em sua casa até bem tarde, quando não se ouvia mais nenhum barulho nas ruas movimentadas de Nova Iorque.

Júlia chegou do trabalho e se juntou a nós na conversa. Foi uma noite divertida entre amigas, como se não nos víssemos há muito tempo. Pedimos pizza e bebemos cerveja, aproveitando para colocar as notícias em dia.

Elas me levaram de volta para casa, alegando que não me deixariam voltar sozinha de táxi tão tarde.

Quando entrei em meu apartamento fui surpreendida pelas luzes apagadas e o mesmo silêncio ensurdecedor que o preenchia quando o deixei sozinho pela manhã.

Nada havia mudado.

Passaria a noite sozinha mais uma vez.

Pensei em ligar para Matthew, mas não o fiz. Ao invés de preocupar-me com ele, preocupei-me comigo.

Tomei um longo banho, depilei cada centímetro do meu corpo, hidratei-me com meu creme preferido e coloquei o melhor pijama que encontrei na gaveta. Aproveitei também para cuidar da minha pele.

Deitei confortavelmente em minha cama, que se tornava enorme sem a presença de outra pessoa, e liguei a televisão. Assisti a um programa qualquer até pegar no sono, o que não demorou muito.

[...]

Poucas horas se passaram até meu despertador tocar, porém, surpreendentemente, eu não me sentia cansada.

Depois de seguir toda a minha rotina matinal e me arrumar de forma bem casual, porém elegante, peguei um táxi até a loja de vestidos.

Voltaria a rotina, afinal, eu não estava impossibilitada de trabalhar.

Paguei o taxista e o agradeci ao sair de seu carro.

Admirei a fachada da loja por alguns segundos e subi os degraus que levavam até sua entrada.

— Bom dia, Emily! — cumprimentei, me aproximando da mulher que estava no balcão da recepção. — Você sabe me dizer se a Ludmilla já chegou?

— Ainda não, mas provavelmente ela já deve estar a caminho. Posso te ajudar em alguma coisa? — ela respondeu.

— Obrigada! Só queria checar se eu estava atrasada. — ri. — Estarei no último andar, no estúdio.

— Tudo bem! Bom trabalho, Brunna. — Emily respondeu, lançando um sorriso simpático em minha direção.

— Pra você também!

Subi de elevador até o último andar, caminhando pelo enorme corredor branco até chegar em frente a porta do estúdio. Peguei meu chaveiro, que estava guardado dentro da bolsa e procurei a chave certa para destrancar a porta.

Eu precisava urgentemente separar um chaveiro para o trabalho.

Depois de algumas tentativas, finalmente consegui abrir a porta, revelando o estúdio que se encontrava do mesmo jeito da última vez em que estive aqui. O papel de parede florido e os quadros com minhas citações preferidas espalhados por ela, a estante com os equipamentos fotográficos e o aroma característico de um ambiente recém-reformado.

Deixei minhas chaves sobre a mesa onde ficava o notebook, marca-textos e potinhos com post-its e andei em direção ao varal de polaroids. Observei uma a uma, deixando as memórias invadirem meus pensamentos, até notar um espaço vago entre duas fotos.

— Tive uma ideia. — falei sozinha.

☂️

POV Ludmilla Oliveira

Nova Iorque é um caos. Não importa o horário do dia, você sempre vai ficar preso no trânsito se resolver ir de carro para algum lugar.

Estava há apenas alguns metros da entrada do estacionamento da loja de vestidos, mas os carros continuavam parados em fila na minha frente.

Fiz algumas manobras e ao invés de guardar meu carro no estacionamento, acabei deixando-o estacionado em frente à loja, o que poupo-me alguns preciosos minutos.

Caminhei até a entrada da loja e fui até o balcão de recepção para falar com Emily.

— Bom dia, Srta. Atrasada. — Emily falou.

— Não enche, Emily. Nova Iorque é um inferno esse horário. — respondi. — Bom dia pra você também.

— Ihhhh... Já vi que você não está em um dia bom, mas sei de algo que talvez te anime.

— O que? — perguntei interessada.

— Uma formiguinha passou por aqui perguntando por você e eu avisei que você ainda não havia chegado.

Franzi o cenho, confusa.

— Emily, você voltou a usar maconha antes de trabalhar? Já conversamos sobre isso. — perguntei.

— Claro que não, isso é passado! — ela respondeu.

— Então que história é essa de formiguinha me procurando?

— A formiguinha foi até o último andar e provavelmente está dentro do estúdio agora.

Fiz uma pausa durante alguns segundos, ligando os pontos e soltando um riso no final.

— Eu não acredito que você comparou a Brunna com uma formiga. Faz tempo que ela chegou? — perguntei.

— Eu tenho certeza que ela foi uma formiga na vida passada. A tanajura. — ela riu. — E não, não faz muito tempo que ela chegou. Uns vinte minutos no máximo.

Revirei os olhos para o comentário sobre a saliente curva de Brunna.

— Vou checar se a formiguinha está bem. — falei. — Tchau.

— É claro que você vai... — Emily respondeu, sorrindo maliciosamente.

Parei na metade do caminho e virei meu corpo em direção a ela, levantando meu dedo do meio e mostrando-o para ela, que riu mostrando a língua.

Usei o elevador para ir até o último andar e caminhei pelo corredor até a porta do estúdio, que estava entreaberta.

Estava prestes a bater na porta, indicando minha presença, porém parei ao encontrar Brunna de costas próxima ao varal que segurava algumas polaroids. Ela estava com a cabeça baixa, como se tivesse algo em mãos.

Observei-a erguer o olhar para o varal e tentar encaixar o que parecia ser uma nova foto entre outras duas que já estavam presas. Com o movimento, seus cabelos escorreram até a metade de suas costas, o que me fez reparar em sua roupa.

Uma jaqueta com estampa camuflada em diferentes tons de verde e uma calça jeans preta que realçava suas curvas.

Céus...

Suspirei e finalmente bati três vezes na porta.

Brunna, que estava concentrada em sua atividade, virou-se em direção a porta e ao me ver abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Oie! — ela falou, mantendo o sorriso em sua boca.

— Bom dia! — respondi, sendo contagiada pela sua alegria. — Posso entrar?

— Claro! Vem cá, quero te mostrar uma coisa.

Fui até ela e quando me aproximei pude notar que ela segurava uma foto em formato polaroid nas mãos.

Ela pegou um mini-pregador e com muito cuidado prendeu a foto no varal, entre as outras duas que já estavam presas.

— E aí, gostou? — ela perguntou.

Olhei fixamente para a foto e foi impossível não sorrir.

Ela havia pendurado a nossa única foto juntas. A que havíamos tirado no topo do mundo, após dançarmos debaixo da chuva forte.

Me aproximei do varal e observei a fotografia.

Nossos rostos colados, minhas mãos envolvendo sua cintura e seu sorriso com a língua entre os dentes.

— Essa foto ficou perfeita. — sorri e virei-me de frente para ela. — Vou querer uma cópia.

— Não. — ela respondeu, segurando o riso. — Essa foto é única. E ela é minha.

Estreitei os olhos em sua direção e ela começou a rir.

— Estou brincando. Fiz uma pra você também. — ela foi até a mesa e retornou segurando uma foto idêntica a que estava presa no varal. — Já sabe onde vai colocar?

— Sei sim. — respondi.

— Onde?

Fiz um gesto com as mãos pedindo para que ela se aproximasse e assim ela o fez.

Quando estava suficientemente próxima, a ponto de eu conseguir sentir o delicioso cheiro de seu cabelo, sussurrei em seu ouvido:

— É segredo. — me afastei e mostrei a língua.

— Não acredito nisso. — ela me olhou brava, cruzando os braços em frente ao corpo.

— Quem sabe um dia você descobre onde eu irei deixá-la. — respondi.

Ela revirou os olhos e descruzou os braços.

— Preciso falar com você.

— Pode falar, estou aqui.

— São três coisas. — ela falou.

— Wow! Ok, uma de cada vez, por favor. — respondi.

— Está bem. A primeira delas: quero saber se correu tudo bem na reunião ontem pela manhã. A segunda, eu estive com Juliana, conversamos e ela amou a ideia e pediu para que eu te agradecesse pela oportunidade.

— E a terceira? — perguntei.

— Essa eu falo só depois que você me contar como foi na reunião. — ela balançou as sobrancelhas.

— Certo, espertinha. Nosso plano segue como planejado. A reunião foi um sucesso! Meu pai aprovou minhas escolhas, os fotógrafos já começaram a trabalhar em projetos e o mais importante: Matthew não desconfia de nada. O coloquei como líder da equipe, o que agradou tanto a ele quanto ao Cooper, diretor-chefe do jornal. Fiz questão de não comentar sobre o contrato de vocês duas, para que as notícias não se espalhem. Eles só irão descobrir no dia do evento.

— Ótimo! — ela respondeu. — Eu sabia que daria certo.

— Ok, agora eu quero saber o que é a terceira coisa. — falei.

— Ah, sim! Não é nada demais, na verdade é um pedido. Terei que sair um pouquinho mais cedo hoje pra tirar isso aqui... — ela apontou para a sobrancelha machucada. — Tem problema?

— Problema algum. O trabalho aqui no estúdio está bem tranquilo pra ser sincera.

— Tudo bem, então. O que faremos hoje? — ela perguntou.

☂️

POV Brunna Gonçalves

Após analisar alguns projetos e fotografias para a nova revista de Ludmilla, que ainda estava em processo de montagem, olhei em meu celular e vi que estava em cima da hora para poder ir até o hospital retirar os pontos da minha sobrancelha.

Organizei o estúdio e segui até a sala de Ludmilla para avisá-la que estaria indo embora.

Ao me aproximar da porta com suas iniciais, bati três vezes, ouvindo sua permissão para entrada logo em seguida.

— Oi. — falei, abrindo a porta de forma com que só metade do meu corpo estivesse dentro da sala. — Passei rapidinho só pra avisar que estou indo embora. Já estou em cima da hora.

— Você está de carro? — ela perguntou, girando na cadeira como uma criança brincando. Sorri com a cena.

— Não estou, ele ainda está em conserto na oficina. Acho que vou acabar pedindo um Uber mesmo.

— Conheço um Uber bem bom, não precisa nem de aplicativo. — ela falou, levantando-se da cadeira.

— Você é incrível! Pode me passar o número dele? Ou dela...

— Eu acho que você já tem. — ela veio em minha direção e pegou algo atrás da porta, que logo percebi como um molho de chaves.

— O que está fazendo? — perguntei.

— Virando Uber. — ela balançou o molho de chaves e deu uma piscadinha.

— Lud, não precisa! Você deve estar cheia de coisas pra fazer. — falei.

— Na verdade... — ela olhou para o lado, como se estivesse pensando. — Eu tenho uma reunião perto do hospital. Vou me encontrar com a minha sócia. Estava organizando umas coisas aqui no escritório e já estava indo pra lá. Posso te dar uma carona se quiser.

— Eu vou aceitar sua carona, mas só porque eu realmente estou em cima da hora.

— Tudo bem, fico feliz em poder te ajudar. Vamos? — ela perguntou.

— Vamos! Eu só preciso trancar o estúdio. — respondi.

— Eu tenho a chave, posso trancar e aí já seguimos direto para o estacionamento.

— Ótimo, pode ser então. Obrigada de verdade, você sempre me salva!

[...]

O caminho até o hospital foi animado. Ludmilla ficou responsável pelas músicas e conseguimos ouvir metade do álbum da minha banda preferida, que acabei descobrindo ser a dela também.

The 1975.

— Chegamos! — ela falou, parando o carro em frente a entrada do hospital.

— Muitíssimo obrigada, Lud. Você é um anjo! — falei, inclinando-me e beijando-a na bochecha.

Percebi que isso havia se tornado um hábito toda vez que nos encontrávamos ou fôssemos nos despedir.

— Não precisa agradecer, Bru. Eu estava vindo pra cá, não custou nada. — ela respondeu.

— Tenho que ir, vou tirar meu piercing. — brinquei e ela riu.

— Então... Até amanhã? — ela perguntou.

— Até amanhã. — respondi.

Saí de seu carro arrependendo-me no instante seguinte.

Havia saído do ambiente onde seu perfume era o principal aroma a ser sentido.

[...]

Depois de aguardar aproximadamente 15 minutos na sala de espera, fui chamada até uma salinha minúscula onde tive meus pontos retirados em poucos segundos. Não senti dor, por incrível que pareça.

Agradeci o médico e saí de lá, trilhando o caminho de volta até a saída do hospital, porém parei ao ser surpreendida por um toque em meu ombro.

— Oi. — a voz rouca falou.

— Oi! — falei surpresa. — O que faz aqui? Você não tinha uma reunião?

— Eu tinha. — Ludmilla deu ênfase no verbo no passado. — Minha sócia ligou para avisar que teve um imprevisto e eu me perguntei... Por que não voltar até aqui e te esperar?

Sorri enquanto balançava a cabeça negativamente.

— Você não existe. — respondi.

— Existo sim, olha. — ela abriu os braços e olhou para o próprio corpo.

— Não acredito que voltou até aqui por mim.

— Acredite.

— Fiquei feliz! Não queria ter me despedido de você.

— Nem eu, por isso voltei. — ela sorriu me olhando atentamente. — A propósito, vou sentir falta do seu piercing. Você ficou bonita com ele.

— Você acha? Vou colocar um de verdade então. — ri.

— Deveria! Ficaria lindo em você.

— Eu já tenho um. — respondi.

— Sério?

— Sim, aqui. — joguei meu cabelo para o lado esquerdo e apontei para a parte de cima da minha orelha. — Doeu muito.

— Ora, ora... Eu tenho um no mesmo lugar. — ela respondeu.

— Mentira.

— Verdade. — ela jogou o cabelo e me mostrou a peça prateada em sua orelha.

— Achei que você só tivesse a argolinha no nariz.

— Eu tenho três piercings. Um no nariz, um na orelha e um em um lugar onde eu não posso te mostrar. — ela respondeu.

— Você... — comecei a falar, mas senti meu celular vibrando em minha bolsa e o peguei.

O visor indicava que minha irmã estava me ligando.

— Você vai ter que me contar isso depois. — respondi. — É minha irmã, só um minutinho.

Ludmilla riu e balançou a cabeça como se dissesse que não iria me contar nada.

— Sofi? — perguntei ao atender a ligação.

— Bru! Onde você está? — ouvi alguns barulhos e gritos de fundo.

Gelei.

— Estou no hospital, vim tirar meus pontos da sobrancelha. Onde você está? Está tudo bem? Consigo ouvir alguns gritos por aí.

— Está tudo bem! Estou com a Luane em um parque de diversões e pensei em te chamar pra aproveitar com a gente. — ela respondeu.

— Eu adoraria, mas estou com a Ludmilla. — ela me olhou.

— E daí? Traz ela também.

— Sofia! Eu não sei se ela tem algum compromisso ou se ela curte esse tipo de programação.

— Como você é chata! Pergunte a ela se ela quer vir, caso contrário vou fazer a Luane ligar pra ela. — minha irmã sabia ser insistente quando queria.

— Ok, mas não prometo nada.

— Você tem 10 minutos para me ligar dizendo que está vindo. Vou te mandar o endereço.

Encerrei a chamada e olhei para Ludmilla que já me encarava atentamente.

— Sofi está bem? — ela perguntou.

— Está ótima. Com a sua irmã. — respondi. — Elas estão nos chamando para ir até um parque de diversões, mas eu falei que não sabia se você iria querer, porque não sei se você tem algum compr...

— Você disse parque de diversões? — ela me interrompeu.

— Sim...

— Por que ainda estamos paradas aqui? — ela perguntou.

Sorri para sua resposta e recebi um lindo sorriso de volta, acompanhado de sua mão pegando na minha e me puxando para fora do hospital.

[...]

— Sabia que você não me decepcionaria. — Sofia falou e me puxou para um abraço. — E nem você. — direcionou o comentário para Ludmilla e também a abraçou.

— Oi, Bru! — Luane me cumprimentou e eu a abracei. — Oi, gasparzinho.

Ri do apelido que Ludmilla recebeu, enquanto ela brigava com a irmã.

— Luane tem um ponto. — respondi, segurando o riso e batendo minha mão contra a da Oliveira mais nova.

— Até você? — Ludmilla me perguntou. — Vem, Sofi! Vamos nos unir contra elas também!

Ludmilla abraçou Sofia pelo ombro enquanto Luane fez o mesmo comigo.

— O que vocês acham de comermos primeiro antes de começar a diversão? — sugeri.

— Ótima ideia! — Ludmilla respondeu. — Eu posso ir até a barraquinha de comida, mas preciso de ajuda.

— Eu vou com você. — Luane respondeu. — Pode ser?

Ludmilla me olhou e depois olhou para a irmã.

— Claro que pode, Lulu! O que vocês vão querer?

— O que você pedir pra você pode pedir pra mim também. — respondi.

— Digo o mesmo, mas para o que a Luane pedir. — Sofia falou.

— Ok, voltamos daqui a pouco. — Ludmilla respondeu e saiu abraçada com a irmã em direção às milhares de barraquinhas de comida.

Olhei para Sofia com malícia.

— Então... você e a Luane... — empurrei-a com o braço.

— O quê? Claro que não! Eu e a Luane? Onde? Quando? Somos amigas! — ela tentou negar e eu ri de seu jeito constrangido.

— Sofi... Eu vi vocês duas juntas na casa dos pais do Matthew.

Acho que nunca vi minha irmã ficar tão branca na vida.

— Ei, está tudo bem. — falei.

— Então... Isso quer dizer que você continua me amando do mesmo jeito? — minha irmã perguntou, abaixando o rosto.

— Sofi, olhe pra mim. — ergui seu queixo, fazendo com que ela me olhasse nos olhos. — Você é a minha irmã caçula preferida, e eu sei que só tenho você de irmã, antes que você me corrija. — sorri. — Eu te amo muito e nada nesse mundo vai fazer com que eu te ame menos. Jamais. Você é muito mais do que sua orientação sexual, não deixe com que te definam por conta dela. Está tudo bem. É amor, apenas isso. Vocês duas são lindas juntas. Ela te faz bem, dá pra ver isso no jeito como você fica quando está perto dela.

Enxuguei algumas lágrimas que escorriam pelo rosto da minha irmã e ela fez o mesmo comigo. Puxei-a para um abraço e ela me abraçou de volta bem forte.

— Eu te amo, Bru!

— Eu te amo mais!

— Não ama não!

— Amo sim, eu sou a mais velha. — fiz cara de brava.

— Ok. Eu vou deixar, mas só porque hoje eu estou sensível. — ela respondeu e eu sorri. — Você acha que a Ludmilla vai reagir da mesma forma que você quando souber?

— Eu tenho certeza. — respondi.

— E o papai e a mamãe? — ela perguntou.

Respirei fundo. Eu sabia que aquela barreira seria um pouco mais difícil de ser quebrada.

— Talvez seja um pouquinho mais difícil com eles, mas eu estarei ao seu lado. Sempre.

— Você acha que eles não me aceitarem é uma possibilidade? — ela perguntou, as lágrimas voltando a manchar seu rosto.

— Não posso prometer que isso não vai acontecer, mesmo sabendo que eles nos amam muito para serem tão radicais, mas caso aconteça, você sempre, sempre, sempre terá a mim. — ergui meu dedinho.

— Promete? — ela perguntou, também levantando seu dedinho.

— Prometo. — juntei nossos dedos e os beijei. — Um Gonçalves por todos, todos os Gonçalves's por um.

— Um Gonçalves por todos, todos os Gonçalves's por um. — ela repetiu.

— Obrigada por confiar em mim. — falei.

— Obrigada por ser a melhor irmã mais velha do mundo! — ela me abraçou.

— Você vai me fazer chorar de novo e eu não quero borrar a minha maquiagem! — brinquei.

— Tem razão, sem mais lágrimas! Vamos falar de outras coisas. — minha irmã falou.

— Sobre o que quer conversar? — perguntei.

— Você e a Ludmilla. — ela respondeu.

Arregalei os olhos.

Wow, essa foi rápida!

— Eu e a Ludmilla? — tentei demonstrar que estava confusa com sua curiosidade para despistá-la.

— Sim.

— O que quer saber?

— Vocês já ficaram? — Sofia balançou as sobrancelhas.

— Por que todo mundo acha que nós já ficamos? — perguntei.

— Isso quer dizer que já? — ela rebateu.

— Não, nós nunca ficamos. — respondi. — Só queria entender porque todos acham isso. Primeiro a Juliana e a Júlia, agora você...

— Brunna, você realmente não percebe a química entre vocês?

— Sofi, ela é minha chefe.

— Eu nunca vi alguém ir a um parque de diversões com a chefe.

Revirei os olhos.

— É muito complicado, ok? — falei.

— É complicado porque você quer que seja, Bru.

— Sofi, eu não posso simplesmente puxá-la e beijá-la. Existem muita coisas que me impedem de fazer isso.

— O que, por exemplo? — ela perguntou.

— Matthew. — respondi.

— Termine.

— Simples assim? Estamos noivos há um tempão e do dia pra noite chego nele dizendo que quero terminar?

— Sim.

— Sofia! E o que as pessoas vão falar? E a mamãe e o papai?

— Bru... — minha irmã segurou em minhas mãos. — A mamãe e o papai gostam dele porque sabem que ele trabalha no mesmo ramo que você, que ele tem uma família com recursos e que vocês se dão bem, mas só quem sabe o que você passa com ele é você. Eu, Sofia Gonçalves, não sinto que você é feliz com ele. Acho que vocês fingem ser felizes e isso faz com que ambos sofram, ou, pelo menos com que você sofra. Você acabou de me dizer que eu não devo deixar com que as pessoas me definam pela minha orientação sexual, então eu te peço para que você não deixe com que as pessoas te definam pelas suas atitudes. Seja feliz, Bru. Não tenha medo disso.

Suas palavras me atingiram como pedras.

— Eu sou a mais velha, mas parece que às vezes você toma meu lugar. — brinquei.

— Eu só quero que você seja feliz, Bru, e eu acho que você é feliz com ela. Além disso, seríamos cunhadas umas das outras, olha que incrível! — ela riu.

Acompanhei-a na risada e a abracei.

— Do que vocês estão rindo? — Ludmilla perguntou se aproximando de nós junto de Luane.

— De como vocês duas estão engraçadas tentando equilibrar esse tanto de comida nas mãos. — respondi mostrando a língua.

— E o que você acha de me ajudar? — ela perguntou.

Fui até ela e com muito cuidado peguei metade das coisas que estavam em suas mãos.

— Onde vamos comer? — perguntei.

[...]

Depois de caminhar por alguns minutos, conseguimos encontrar uma sombra fresca e algumas mesinhas feitas de madeira. Agora estávamos conversando sobre coisas em comum enquanto terminávamos de comer.

— Esse foi o melhor cachorro-quente que eu já comi na minha vida inteira. — comentei após morder o último pedaço.

Sofia olhou pra mim e começou a rir, em seguida Luane e por fim Ludmilla.

— Olha, eu acho que foi mesmo. — Ludmilla comentou, segurando o riso. — Até sujou a boca.

— Ai meu Deus! Onde? — perguntei desesperada levando minhas mãos até meu rosto.

— Espera aí. — Ludmilla falou, pegando um guardanapo e se aproximando de mim. — Vem cá.

Virei-me para ela e senti-a próxima demais. Seus olhos verdes me encararam e depois fixaram-se em minha boca. Ela segurou em meu queixo com uma mão e com a outra aproximou o guardanapo do canto esquerdo dos meus lábios, pressionando-o levemente contra minha pele.

— Prontinho. — ela falou após concluir sua ação e colocar o guardanapo sobre a mesa.

— Obrigada, Lud. — falei.

— Não foi nada, Bru.

Olhei para Sofia que me olhava com um sorriso carregado de malícia.

— Ok, e agora por onde começamos? — perguntei, virando-me para o casal em minha frente. Ludmilla repetiu meu gesto.

Sofia revirou os olhos para a minha atitude e olhou para Luane, como se esperasse que ela dissesse algo.

— Eu tenho uma ideia, mas não sei se vocês vão topar. — a Oliveira mais nova disse.

— Qual? — perguntei.

— Nós somos em quatro, certo? — Luane continuou.

— Certo. — respondemos em uníssono.

— O que vocês acham de nos separarmos em duplas e percorrer o parque todo juntando tickets em todas as barraquinhas? No final, a dupla que juntar menos paga um mico.

— Qual mico? — Ludmilla perguntou.

— Dançar em público. — Luane respondeu.

— Pode ser. — respondi.

— Eu tenho vergonha. — Sofia falou.

— Por isso se chama mico, duh. — respondi dando um tapinha no braço da minha irmã.

— E como vamos separar as duplas? — Ludmilla perguntou.

— Podemos sortear. — respondi.

— Como? — foi a vez de Luane falar.

— Alguém tem batom? — perguntei.

— Eu tenho. — Luane respondeu, me entregando um batom rosa que estava em seu bolso.

Peguei um guardanapo e o cortei em quatro partes, em seguida, abri o batom e fiz uma bolinha em duas das partes cortadas. Dobrei todos de forma igual e os deixei em minha mão.

— Temos quatro partes. Duas estão em branco, duas estão marcadas com uma bolinha rosa de batom. Começamos o sorteio pela Ludmilla, depois a Luane, Sofia e a última parte fica comigo. — falei.

Esperei com que todas pegassem suas partes e juntas abrimos para descobrir quem seria a dupla de quem.

— Peguei um branco. — Sofia disse, colocando o papel sobre a mesa.

— Eu peguei um rosa. — Ludmilla disse e repetiu a ação de Sofia.

Olhei para Luane que já me olhava.

— Juntas? — ela me perguntou.

— Juntas. — respondi.

Ao mesmo tempo, abaixamos nossos papéis até a superfície da mesa, revelando quais seriam as duplas formadas.

— Que os jogos comecem. — falei.

☂️

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