CATHERINE HALE

"Deixe que seja eu uma vez

Com quem eu devo falar

Sobre se é possível refazer

A profecia?"

SENTI BRAÇOS PEQUENOS AGARRANDO minhas pernas, automaticamente um sorriso surgiu no meu rosto e eu me virei, vendo a expressão sorridente da minha sobrinha.

— Sabe o que eu fiz para você? Um enorme bolo de chocolate cor de rosa.

Os olhos dela brilharam enquanto eu a pegava no colo. Minha sobrinha estava crescendo rápido demais, em questão de meses ela já parecia ter seis anos de idade. Ela era o raio de sol da nossa família.

— Cath? Você pode levar ela lá para cima?

Olhei para trás, percebendo que Bella e Jacob estavam com expressões estranhas no rosto. Preocupação imediatamente inundou meu peito, concordei lentamente e peguei o pedaço de bolo que tinha servido para Renesmee.

— Vamos ir lá ver desenho com a tia, então.

Levei ela lá para cima e entrei no quarto de princesa que eu tinha montado junto com Rosalie e Esme. Coloquei Renesmee na cama e me sentei ao lado dela, ligando a TV para a gente ver desenhos juntos.

Me aconcheguei com a garota na cama repleta de ursinhos de pelúcia.

— Você quer assistir Scooby-Doo ou Barbie?

Ela apontou para o filme da Barbie e eu concordei.

Enquanto o filme passava na TV, eu ouvia as conversas que estavam acontecendo no primeiro andar. Aparentemente Irina havia visto Renesmee e achado que era uma criança imortal, Bella não tinha a alcançado para explicar e agora ela tinha ido para os Volturi.

Abracei Renesmee e apoiei minha cabeça em cima da dela, eu não podia perder minha garotinha.

— Oi, baixinha — Jasper disse, entrando no quarto — Cath, pode vir aqui, por favor?

Eu beijei a testa da garotinha e sai da cama, indo na direção de Jasper. Ele fechou a porta do quarto e me encarou, havia algo tenso em sua expressão.

— Alice e eu vamos sair um pouco para esfriar a cabeça. Vem com a gente?

Eu conhecia Jasper o suficiente para saber que não era uma simples pergunta, ele precisava que eu fosse. Ele era meu irmão, meu melhor amigo.

— Ok.

Segui ele para fora de casa, Alice se juntou a nós dois. Quando chegamos perto da fronteira dos lobos, ela parou, tendo uma visão.

— Os Volturi vão vir atrás da gente — ela sussurrou, nervosa — com tudo. Jasper e eu vamos ir atrás de uma testemunha que pode mudar tudo.

Arregalei os olhos, em choque.

— Vocês vão embora?

Alice suspirou.

— Nós vamos embora. Você precisa ir atrás de Demetri, ele é um lutador experiente, perder ele faria os Volturi ficarem mais cuidadosos.

— O que te faz acreditar que Demetri largaria eles por minha causa?

Ela franziu a testa, então colocou a mão no meu ombro.

— Vai.

Eu não sabia o que Alice tinha visto, mas confiava nela o suficiente para seguir suas palavras. Abracei ela e depois Jasper, que beijou o topo da minha cabeça.

Então eu fui embora.

"Com quem devo falar

Para mudar a profecia?"

A CABANA NO MEIO DA FLORESTA era o único imóvel que eu tinha mantido sem que ninguém soubesse, ele havia pertencido a minha família biológica, era onde a gente passava todas as férias de inverno quando eu era pequena. Aquele era facilmente um dos meus lugares favoritos do mundo inteirinho.

Fiquei sentada na beirada da cama do meu antigo quarto, esperando.

Eu tinha mandado uma mensagem para Demetri com o endereço, uma enorme parte de mim não conseguia acreditar que ele realmente ia aparecer, mas eu tinha que confiar nas visões de Alice.

Meu celular estava cheio de mensagens e ligações da família, mas a vidente tinha me avisado para não responder. Nossas chances eram baixas, então precisávamos fazer certos sacrifícios para que tudo ocorresse bem. Olhei pela janela quando ouvi uma movimentação do lado de fora.

— Πριγκίπισσα?

Levantei em um pulo, desci as escadas da velha cabana em segundos. Demetri estava parado no meio da sala, parecendo terrivelmente tenso.

— Você veio.

Seus olhos vermelhos estavam fixos em mim, ele não estava usando a capa típica da guarda Volturi e sim roupas normais, o que me deu esperança.

— Você chamou.

Parecia que eu finalmente conseguia respirar, a tensão dos últimos dias abandonou meu corpo, avancei na direção de Demetri e joguei os braços ao redor do seu corpo, afundando meu rosto contra seu peito. As mãos dele lentamente envolveram minha cintura e ele apoiou o rosto nos meus cabelos.

— Eu estava com medo de você não vir — acabei confessando em um sussurro — os últimos meses foram horríveis.

— Eu pensei que tinha te perdido — ele murmurou, tenso — depois daquela ligação... Nunca senti tanta dor na minha vida, você não respondia as ligações e nem as mensagens, tive que ligar para Carlisle para ter notícias suas.

Me afastei dele, Demetri levou a mão até a minha bochecha, fazendo carinho ali.

— Os Volturi vão matar a minha família.

Demetri voltou a ficar tenso, sua expressão se tornando sombria.

— Vocês têm uma criança imortal.

— Renesmee não é uma criança imortal, ela foi concebida quando Bella ainda era humana. Sei que é uma história difícil de acreditar, mas é a verdade, ela é metade vampira e metade humana — sussurrei desesperada — Eu juro pela minha vida.

Ele desviou o olhar.

— Os Volturi vão me matar quando perceberem que eu saí.

Sentei no sofá, olhando para as minhas mãos.

— Eles não vão perceber... Estou usando meu dom neles desde que Alice me pediu. Ela viu você saindo — admiti, me sentindo desconfortável — Então se está arrependido de estar aqui comigo, pode voltar para eles, vai ser como se você nunca tivesse saído.

Demetri me encarou parecendo verdadeiramente surpreso.

— Você me chamou, mas mesmo assim garantiu que eu pudesse voltar? — murmurou, parecendo incrédulo — Por que?

— Eu quero que você seja livre para decidir o que quer.

Alguns momentos se passaram em total silêncio, me fazendo acreditar que ele realmente iria embora. Para a minha surpresa, Demetri apenas avançou na minha direção e segurou meu rosto, me beijando.

— Não vou ir embora, nunca mais. É uma promessa.