Um
O grupo se arrumava para ir em busca de mantimentos. Haviam se dividido para irem cada um para uma direção. Hadassa iria para o norte da cidade, onde já conhecia por morar lá. Carter e Pepper iriam para o nordeste, onde Carter morou. Damien e Trudie iriam para o noroeste. Bart e Luca seguiriam para o leste. Violeta iria para o sul e Skyler iria para o sudoeste. Enrique seguiria para o oeste.
— Nos encontramos amanhã cedo, okay? — Violeta diz, colocandoo sua mochila nos ombros e pegando suas pistolas.
— Okay. — todos respondem juntos e saem da prefeitura.
*
Hadassa se encontrava dentro de uma casa velha. Estava cercada. Um ghoulie era tranquilo. Dois? Até dava para matar. Três? Difícil, mas ainda ia. Agora, dez ghoulies contra uma garota baixinha só com uma katana e uma.pistola com seis balas? Era brincadeira. Só podia ser.
A morena se esgueirava pelo telhado com cuidado, pois o mesmo estava cheio de musgos. Segurando firmemente sua pistola, Hadassa se prepara para atirar. Suas mãos, trêmulas de nervoso, só dificultavam mais as coisa.
Um tiro. Dois, três e quatro.
Quatro ghoulies caíram para trás, com buracos de bala em suas cabeças.
Tudo bem, só mais seis. Vamos lá...
Mais dois tiros foram ouvidos. Outros dois daqueles caíram. Os que ficaram, seguiam contornando a casa. Had se preparou psicologicamente para encarar de perto os outros quatro. Entrando em casa, a Evans logo desceu e abriu a porta, dando de cara com um deles. Logo a cabeça do mesmo rolava para o lado e seu corpo caía lentamente.
Fechando a porta, Hadassa vai para uma das janelas e faz o mesmo. E assim por diante, até os quatro seres estarem mortos.
Se sentando no chão, ao lado de um dos armários, a morena suspira aliviada, pegando um mapa e vendo os locais que não haviam sido revistados por ela ainda: padaria, farmácia, loja de conveniência... e a casa de sua avó.
Had se prepara, pega suas coisas e sai daquela casa velha e empoeirada. Já tinha seu próximo destino em mente, e sabia que ele não ficava longe dali.
____
Bart e Luca corriam como doidos pelo mercado. Haviam enchido suas bolsas e mais algumas sacolas grandes que encontraram lá.
Plaft.
Os irmãos se entreolham e pensam exatamente a mesma coisa: ghoulie. Olhando para a frente, lá estava um daqueles monstros. Era gordo, barbudo e ruivo. Os Adams sabiam quem era ele. Já o conheciam desde sua infância, quando esse homem era só um jovem desiludido com seus sonhos.
— Dave. — dizem juntos, logo correndo.
Só que dessa vez, algo estranho aconteceu: Dave correu junto deles. Não se rastejou, nem andou rápido. Ele correu. Rápido.
Bart e Luca viram em um corredor e se escondem.
— Promoção de bolinhas de queijo é só aqui na Jodie's! — a voz de Dave ecoava pelo local.
Quando o Dave morto-vivo apareceu no campo de visão da dupla, Luca não perdeu tempo: o empurrou diretamente para o freezer de carnes do local.
— Luca! — Bart a repreende, logo a abraçando, preocupado.
— Donnie, eu estou bem. — sorri — É melhor irmos. Vai que tem mais deles aqui.
— Tem razão. Encha sua mochila com o que puder carregar.
A morena assente e vai atrás de sua mochila. O maior faz o mesmo.
Assim, eles deixam o mercado, ouvindo de longe sobre a promoção de bolinhas de queijo da Jodie's.
______
Pepper e Carter estavam indo bem. Já tinham conseguido entrar em um restaurante chinês e agora estavam indo até uma farmácia ali perto. Pepper seguia fazendo piadas, e Carter seguia rezando para ela calar a boca.
Eles já estavam a poucos passos da entrada da farmácia, quando uma voz os chama a atenção:
— Carter.
A voz era feminina, e Carter a conhecia muito bem. Se virando lentamente, sem saber como reagir, Carter encarava Kayla Walker boquiaberto. Kayla se aproximava, enquanto Carter ficava parado, algumas lágrimas caindo involuntariamente.
— Porra, Carter, vem logo! — Pepper grita, depois de muito chamar o mais velho.
Impaciente, a ruiva o puxa pelo braço bruscamente, o fazendo voltar para o mundo real. Aquela não era Kayla. Pelo menos não a que ele conheceu. Sua mãe estava morta. Aquela era apenas uma aberração, um monstro acéfalo.
Carter fechou a porta de vidro da farmácia rapidamente, enquanto ouvia seu nome ser pronunciado diversas vezes do lado de fora. Seus olhos ardiam e sua visão estava um tanto desfocada, mas o mesmo seguia pegando caixas de remédio e coisas para fazer kits de primeiros socorros.
— Carter, péssima notícia. — Pepper fala, ainda pegando algumas barrinhas de cereal — Mas se quisermos sair daqui vamos ter que matar ela.
Carter engole em seco, tentando manter em sua mente a ideia de que não era sua mãe ali.
— T-tudo bem... mas faça você. Enquanto isso eu pego mais coisas aqui. — fala sem levantar o olhar para encará-la.
Parte de Carter queria ficar ao lado de sua mãe, largar tudo e permanecer ali. Mas ele sabia que não era o certo. Sabia que poderia morrer e sabia que não podia abandonar Pepper sozinha e ficar aqui com um ghoulie.
No meio desses pensamentos, Carter é desperto pelo som alto de um tiro de espingarda. A voz chamando por seu nome cessa e Pepper volta, com sua sacola cheia.
— Vamos. Rápido. — diz, logo saindo do estabelecimento, sendo seguida pelo mesmo.
Carter sabia que aquilo era o certo, mesmo sentindo uma dor enorme, que chegava a ser física.
Ambos seguiam para as cassas ali perto, a procura de mais mantimentos e de um lugar para passar a noite.
_____
Trudie e Damien já haviam pego tudo o que podiam. Como já estava de noite, decidiram parar por ali. Estavam conversando, enquanto comiam feijão com bacon enlatado. Trudie, surpresa por ambos não se conhecerem, dizia:
— Como não não conhecemos no colégio? Quer dizer, éramos da mesma sala!
— Não é? Como nunca nem nos esbarramos? — Damiem concorda, tomando um gole de vodca, que havia encontrado no local.
— Queria ter te conhecido antes. Acho que teríamos sido amigos na época do colégio.
— Concordo. Acho que seríamos amigos bem próximos.
— É...
Ambos adormecem pouco tempo depois. Poucas horas depois, Damien acorda com um grito de Trudie:
— Damien, ajuda aqui!
Se levantando assustado, o mesmo já pega seu taco de baseball.
— O que? Ahn? Cadê o ghoulie? — diz, alerta, e encara Trudir, em cima de uma cadeira.
— Que ghoulie? É que tem uma lagartixa ali no saco de dormir. — a morena sorri sem graça, arrancando uma revirada de olhos e uma risada baixa do maior.
Damien retira a lagartixa do saco de dormir de Trudie e a coloca na janela.
— Pronto, Trudie, pode voltar a dormir.
— Valeu. — a garota sorri sem graça e volta a se deitar.
— Vamos tentar dormir. Temos um caminho longo, amanhã.
— Não precisa pedir duas vezes. — responde a morena, já pegando no sono.
Damien, por outro lado, não conseguiu voltar a dormir. Por isso tentou beber um pouco e pensar em coisas que pudessem o distraír.
_____
Henrique estava no telhado de uma loja de roupas. Havia arrumado suas coisas para deitar, mas não conseguia dormir. Pegando seu walkie-talkie, o moreno tenta se comunicar com seus amigos:
— Bart? Luca? Alguém acordado, pessoal?
— Pode falar, Rique. — a voz de Bart soa pelo aparelho.
— Nada demais, só não estava conseguindo dormir.
— Eu também não. Acabei de ter um pesadelo.
— Sobre o que?
— Eu não lembro! O pior foi isso. — Bart ri baixo.
— Aí é difícil, não? — ri.
— Vou ter que ir, cara. Vou tentar dormir um pouco para amanhã. Vou voltar pior que um ghoulie para casa. — Brinca.
— Até mais, Bart.
— Até, Rique.
Enrique muda a frequência, a fim de falar com alguém.
Violeta estava desenhando, com algumas lágrimas em seus olhos, quando ouviu o chamado de Enrique.
— Oi. Aconteceu algo? — pergunta, depois de alguns minutos procurando o walkie-talkie e limpando as lágrimas que não haviam caído ainda.
— Além da minha falta de sono? Nada. — o garoto ri, arrancando um sorriso de Violeta — O que tá fazendo?
— Desenhando. E ouvindo música. Nada demais.
— O que tá desenhando?
— Nós. Todos nós saindo daqui. — responde, olhando para o desenho de todos se abraçando, depois de passar aquela enorme cerca de arame farpado.
Enrique sorri.
— Espero que esse desenho se torne realidade.
— Ele vai. Pode ter certeza.
— Só Deus sabe o quanto eu quero sair daqui.
— Todos nós queremos. Nós vamos air daqui, acredite em mim. Vamos criar um plano.
— Eu acredito. — o garoto diz, não confiando nas próprias palavras, — Mas e aí, o que está ouvindo?
— Músicas que me acalmam quando estou mal.
— Nossa, super específica. — Enrique fala, em um tom irônico e engraçado.
— Nocturnes. — responde a garota, revirando os olhos mentalmente.
— Chopin. — Enrique sorriu — Não sabia que ouvia música clássica, Sabichona.
— Não tenho o costume de ouvir.
—Por que está mal?
— Fazem três meses. Desde o BD.
— Oh... — fala o garoto, agora um pouco mais sério — Eu realmente sinto muito.
— Tudo bem. É só que... — Violeta limpa uma lágrima — Eu sinto muito a falta deles.
A voz embargada de Violeta fez Enrique sentir um aperto no peito. Ele sabia a dor de perder a família e não desejava isso para ninguém.
— Eu acho melhor eu ir... — murmura Violeta — Até Rique.
Sozinho novamente, Enrique decide não importunar mais ninguém.
Enquanto isso, em outra parte da cidade, Violeta chorava e soluçava, péssima por lembrar daquele dia horrivel que mudou sua vida.
_____
Skyler era a que mais estava avançada. Por causa da prefeitura ser mais para o sudoeste, as coisas ficaram mais fáceis para a mesma. O caminho havia sido tranquilo e ela havia confrontado poucos ghoulies desde então. A loira se encontrava voltando para casa. Estava na metade do caminho, quando parou ao ver uma van em bom estado. Receosa, a mesma se aproxima do lugar e abre a porta. Algum idiota, na hora do desespero, havia largado as chaves no tapete do veículo. Sorrindo vitoriosa e olhando para a parte de trás da van, que não possuía absolutamente nada, Skyler pega a chave e liga a mesma.
Por sorte, havia um pouco de combustível. Pelo menos a quantidade exata para chegar na prefeitura.
Skyler liga o rádio, que possuía um pen-drive cheio de músicas pop e de rock clássico, e se dirige à prefeitura, animada por ter encontrado o veículo.
Okay, não me matem pelo drama, por favor.
Nesse capítulo eu chorei e ri escrevendo.
Espero que vocês tenham gostado, apesar do drama.
Beijins da Sweet.
Ps: a música de abertura é a que a Violeta estava ouvindo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro