Oi gente linda, tudo bom? Acho que voltei rápido considerando a vez passada, enfim, eu tentei dar meu máximo nesse capítulo, pela demora no capítulo anterior e pelo conteúdo que não tava tão... Sabe.

Esse aqui tem um pouco mais de 7K de palavras e até agora é o capítulo mais longo da fic, aliás, muito obrigado pelos 800+ de views, fiquei tão feliz gente, Obrigado mesmo.

E por ser um capítulo longo, provavelmente vai ter erros de caligrafia aqui, mas como os outros eu vou procurar e corrigir, ainda tem capitulos com erros e eu não tive tempo de corrigir, e eu não sei quando vou estar disposta para fazer isso, semana passada eu perdi um amigo e essa semana perdi um membro da família pro covid, eu espero que entendam.

Por favor gente, pelo amor de deus, usem máscara, andem com álcool e gel e só saiam se for realmente necessário, o peso do que tá acontecendo aí tá ficando cada vez maior, então por favor, tomem cuidado com vocês, com a família de vocês e com as outras pessoas.

Tudo bom? Amo vocês e a gente vai passar por isso, vai dá tudo certo, tudo vai ficar bem, aguente firme, eu estou aqui.

Enfim, vamos para o capítulo e eu espero de coração que ele poça fazer alguém se sentir melhor.

Boa leitura.

☕📖

Com os dias passando minha convivência com Taehyung não apresentava melhora alguma, e quanto mais eu me lembrava do quão ousado ele foi em apontar aquela flecha para minha cabeça e foi ainda mais assustador quando ele sequer pareceu se importar com isso, ou ele me odiava muito ou me queria fora do caminho a qualquer custo, embora eu tente me convencer que aquilo não passou de uma perigosa e inocente brincadeira.

Mesmo que ele tenha motivos para me evitar e estar bravo, pelo que parecia nenhum dos dois estava disposto a dar o braço a torcer, tanto eu quanto ele estávamos nos comportando como dois estranhos embora Taehyung me olhasse como se quisesse me comer vivo.

Durante a manhã inteira tive apenas que encontrar Taehyung e traze-lo para casa, a atmosfera dentro do carro era quase sufocante enquanto estávamos juntos e quanto mais tempo passamos na companhia um do outro mais insuportável parecia ser.

A semanas se passaram assim, com o resto de tempo que me sobrava sozinho na mansão tentava encontrar uma pista do cofre - oque quase sempre era em vão, eu já deveria imaginar que ricos não deixam seu cofre dando sopa por ai, e sem que eu percebesse um mês e meio já haviam se passado e meu tempo se esgotava a cada segundo esmagado.

Uma pressão esmagadora passou a abertar meu cérebro dentro do crânio e pensar no quão fodido eu estava só piorava cada vez mais a situação, sem contar Taehyung a todo momento fazendo da minha infeliz existência ainda mais infeliz.

Era uma sexta-feira no final da tarde, por mais que o sol ainda estivesse deslizando lentamente pelas paredes da terra para finalmente descansar depois do dia longo, o tempo estava frio e aos poucos ficava cada vez mais evidente a chegada do inverno, as árvores secas de galhos relampiosos só destacavam a presença dolorosa do frio e confirmavam que nesta época iria ser tão gelada quanto as outras, no entanto Taehyung estava sentado sobre o chão úmido do quintal olhando para o céu como um um quadro de pinturas mesclados entre os diferentes tons de azuis, laranjas e roseas.

Eu não tinha muita oque fazer, me referindo ao meu real "trabalho" naquela mansão, vasculhei os quatro cantos da extensão daquele lugar e tudo oque consegui encontrar foram um pendrive cheio de conteúdo pornográfico, um porão com infestação de morcegos e muito material inutilizado acumulado, e por mais fácil que parecia ser, não era como colocar a mão em um doce de bebê, a renda familiar dos Kim's era aparentemente - muito obviamente - extremamente bem escondidas, e eu já tinha que entrar aqui sabendo disso considerando o histórico deles, no entanto meu trabalho só se tornava pior e mais trabalhoso, como eu iria roubar dinheiro se sequer sabia onde ele estava?

Mesmo assim eu tentei vasculhar os dados bancários e consegui descobrir o pior: Caixas bancárias era necessário senha.

Senhas de número? Daquele tipo que aberta os botões e faz um bip legal, bem estilo FBI.

Não, era leitura de iris, eu não podia simplesmente arrancar o olho de Taehyung e levá-lo no bolso, prometi a mim mesmo não causar estragos e fugir na primeira oportunidade quando estivesse com bolsas cheias nas mãos, mas os Kim's complicavam a minha vida de uma maneira divinamente bem feita.

E tirando em conclusão, Taehyung era o único e mais valioso alvo, sempre foi desde o início, mas agora se tornava mais, já que ele tinha acesso a tudo oque envolvia dinheiro Kim.

Ele era meu plano.

Suspirei derrotado bufando o ar morno decidido a ignora-lo e passar por ali sem dar importancia para a cara de sofrimento que ele estava fazendo, mas tão inútil quanto foi este pensamento foi o comando que dei as minhas pernas que ao invés de me obedecerem fizeram o contrário deslizando feito um fantasma até ele.

Meu amago estava estritamente magoado e considerando a meu péssimo histórico com orgulho eu não fui o primeiro a falar mesmo estando ao seu lado sujando a bunda com lama e arriscando a minha vida de baixo daquele abraço gelado de boas vindas do inverno.

Taehyung me observou pelos cantos dos olhos formando no rosto um claro deboche no entanto não me importei com aquilo.

- Tá fazendo oque aqui? - ele perguntou erguendo o rosto para o céu e deitando sua cabeça no ombro.

- Sentado observando melancólicamente o céu, não tá vendo? - Taehyung soltou uma risada, cortando o vento com o hálito quente da sua respiração, mas a risada não era de longe uma amigável ou calorosa, como todas as vezes ele estava na defensiva.

- Estou vendo claramente, mas eu estou sentado aqui também e você está do meu lado, e pelo oque eu sei, não somos tão íntimos a esse ponto, sequer temos algum nível de intimidade. - e ele tinha razão, mal nós aguentávamos um ao lado do outro.

- Hum, resolvi apenas ficar aqui, estava curioso para saber oque você tanto olha. - relatei jogando a cabeça para trás e sendo engolido lentamente pelas cores do céu, aos poucos mudavam de cor, entre as mais claras e mais escuras, anoitecendo enquanto o tempo passava, salpicados de pontinhos coloridos brilhando ao longe como se estivessem alegres de onde estão.

- Está vendo alguma coisa amais que o céu diante dos seus olhos? - ele respondeu soando áspero, mas não me importei com isso julgando o quão aerio pelo céu eu estava.

- Você poderia ser um pouquinho menos arrogante, poderi­amos conversar como duas pessoas normais se caso o fizesse.

- E você poderia ser um pouquinho menos metido.

- Eu sou metido? você já se olhou no espelho?

- Todos os dias, só consigo ver um homem lindo. - e sorriu para mim após finalmente me olhar.

O pior de tudo a que eu não podia discordar.

- Até parece, um feioso desse, deve assustar as crianças na rua com essa cara feia. - respondi, eu podia não discordar, mas não perderia oportunidade em alfineta-lo.

- Assustar de tão bonito que eu sou, você pelo contrário, parece um gorila.

- Pelo menos eu tenho músculos, você parece um frango.

- Seu idio-

- Olha a boca. - o repreendi agarrando sua mão no ar quando ela veio até mim intencionada a me dar um tapa.

Durante esse tempo, percebi que tanto quanto viver na casa como viver com Taehyung era uma série infinita de acontecimentos clichês, era até cômico como o universo nas conduzia a isso, Taehyung me olhou bem de perto a mão ainda sendo segurada pela minha e os uma fração de segundos um brilho diferente foi capiturando seu olhar, Tae tinha os olhos tão brilhantes quanto o praprio céu e daquele ângulo ele parecia ser de mentira.

- Ah vá. - mas claro que não durou muito tempo, tão rápido quanto foi nossa aproximação ele se afastou, estranhamente ofegante.

Tentei não deixar aquilo muito em pauta na minha cabeça e rapidamente mudei de assunto quando ele voltou a sua posição inicial.

- Você ainda não me disse porque está aqui. - olhei o céu, lentamente sendo coberto pelo véu de estrelas.

- E eu deveria? Nem sei porque está conversando comigo, não pense que eu esqueci do episódio da cozinha. - revirei os olhos internamente envergonhado mas corajoso suficiente para encarar seu perfil.

- E você acha que eu esqueci que você queria literalmente me matar. - sua reação foi diferente do que eu pensei, mas não que eu esperasse um pedido de desculpas, no entanto ele meteu a gargalhada no meio da conversar e as bochechas vermelhas pelo frio ficaram ainda mais coradas.

- Foi cômico, você deveria ter visto sua cara.

- haha engraçadinho. - bufei - Já que não sou bem vindo, estou indo embora.

Mas baixinho, antes que eu levantasse ele disse:

- Meus irmãos, estão voltando para casa amanhã.

- E isso não é bom?

- De um certo ponto, eu não os odeio, só quando estão perto de mim. - sentei-me novamente ao seu lado, desta vez um pouco mais próximo.

- Você não parece um tipo de pessoa que tem conflitos com os irmãos. - falei.

Sua expressão serena não me deixava angustiado e de um certo modo estar ali conversando com ele era até confortável.

- Eu os amo, mas amo mais ainda quando estão longe de mim. - ele relatou tendo o riso fácil no meio da fala.

Continuei o olhando, pedindo respostas para aquilo que ele omitia, no entanto sua expressão mudou drasticamente assim que olhou para mim, bufou ar com força e levantou.

- São apenas assuntos familiares, você não é ninguém pra saber sobre isso.

E se retirou sem pensar duas vezes, me deixando para trás com uma cara de interrogação gigante, mas novamente angustiado e... Curioso.

...

Aparentemente a volta dos irmãos Kim's eram para o recebimento de cada um em um evento corporativo beneficiando Taehyung como novo membro da empresa em pouco tempo, e mediante isso eu tinha que ir obviamente para o evento grudado no ômega exalando aquele humor ácido durante muitas horas da noite.

E embora eu tenha tentado recusar era muito óbvio que não daria o luxo visto que meu trabalho não apenas envolvia ficar com ele na mansão ou na empresa, mas principalmente quando ele estava vulnerável.

Mesmo que eu tentasse conversar com Taehyung amigavelmente, a cada tentativa minha, nossa relação ficava três vezes pior, e eu não entendia porque ele queria me empurrar para tão longe, ou será que sim?

Conversar com Chaeyong sobre como deveria me portar no meio de pessoas era no minimo humilhante, eu conseguia ser educado e embora devesse ficar horas e horas grudado em Taehyung, não estava indo como seu acompanhante.

- Não quero que chame muita atenção Jeongguk, é um momento importante para o Taehyung. - falou erguendo as mãos pálidas para o ar e apoiando os dedos logo em seguida na protuberância quase imperceptível na barriga.

Concordei com a cabeça, educadamente revirando os olhos sem que ela percebesse.

Não era como se eu fosse pular de um lado para o outro como os ninjas dos filmes ou sair empurrando todo mundo que se atrevesse em chegar perto demais.

- Sinta-se um convidado, mas saiba que está em horário de trabalho. - concordei novamente checando meu pulso que sequer tinha relógio para constatar as horas.

Eu sequer sabia o porquê de está ali.

- E eu preciso que faça outra coisa. - a olhei. - Vá a uma loja com Taehyung e escolha ternos pra vocês.

Então era pra isso? Porque logo com ele?

- Mas porque eu-

- Jeongguk, vamos concordar que seu estilo não é tão... Sabe. Eu vi no dia que você chegou aqui e... Uau, parecia que havia sido atropelado. - ela disse e eu ergui a sobrancelha achando aquilo desnecessário demais. - Eu conheço meu filho e ele vai saber oque vai ser melhor para você vestir sem que pareça um agente do FBI, ele soube muito bem oque te dar no seu primeiro dia de trabalho.

- Então...

- Sim, eu sabia, você acha que eu saio perguntando sobre os ternos de todo mundo por aí? Claro que não. - e riu, minhas bochechas estavam coradas e devido a isso não tive coragem de negar a oferta, me apressando a sair de lá o mais rápido possível.

Felizmente ainda tínhamos umas boas horas antes do evento barra festa de gente rica, era cedo demais, o evento seria anoitinha, eu não sabia se Taehyung havia sido informado sobre a nossa visita no shopping, mas de qualquer forma eu nunca concordei com aquilo e se ele simplesmente não tocasse no assunto não seria eu quem o lembraria.

Mas depois do almoço ridiculamente bem pontual lá estava ele, trajado feito um rico mimado e óculos de sol, quase revirei os olhos.

- Já podemos ir? Estou atrasado. -retalhou a fala sem sequer me olhar jogando a chave do carro para mim de qualquer jeito, agarrei-a rente o peito mas de cenho franzido. Atrasado?

- Atrasado pra' que?

- Pra' me arrumar para o evento ué.

- Mas é só a noite Taehyung. - ele bufou entrando no carro rápido demais e murmurou:

- Tenho menos tempo do que imaginei, vamos lá gorila, entra no carro! - e eu fui, negando com a cabeça várias várias vezes já com dor nas têmporas.

E quando chegamos ao shopping umas horas depois de fora eu já conseguia ver que aquilo era caro demais até para respirar, Taehyung no entanto caminhou para dentro como se fosse muito rotineiro - e eu não tinha dúvidas que realmente fosse, entrei logo atrás olhando para os lados perdidinho.

- Vamos por aqui, eu já sei oque quero vestir. - Kim disse saltitante sequer parecendo o garoto ácido e de lingua afiada se algumas horas atrás.

E assim foram-se longas horas desperdiçadas para quem queria começar uma skin care vinte horas antes do evento e eu servindo de cabideiro tendo roupas e mais roupas jogadas sobre a montanha que eu estava segurando, mal conseguia ver o caminho na minha frente e Taehyung apenas seguia feliz com suas compras sem de fato se importar com o meu sofrimento.

Vou me encarregar de levar todas as suas economias quando isso acabar, você vai ficar sem um centavo quebrado!

Taehyung teve pena do meu sofrimento quando eu não passava de um amontoado de roupas ambulante e finalmente pediu para as atendentes colocarem aquilo tudo dentro das sacolas e outros homens para pôr dentro do porta malas.

- Você realmente precisa disso tudo? Vai usar uma por uma no evento? - falei ajeitando o blazer do meu terno e penteando os cabelos com as mãos.

Taehyung se demorou nestes movimentos antes de virar o olhar abruptamente e recuar como o diabo foge da cruz.

- Eu não vim comprar só o terno. - respondeu apenas sem me olhar e eu me aproximei olhando sem muita interesse umas peças nas araras.

- Claro, veio comprar a loja toda. - devolvi e ele finalmente me encarou com as sombrancelhas juntas.

- O dinheiro é todinho meu, e eu faço dele oque eu quiser, fica caladinho aí. - abri a boca em um o, indignado, insatisfeito e de orgulho ferido. Outra vez.

O segui até o estoque de roupas e inconscientemente passamos a observar cada uma delas, eu olhava Taehyung pedindo ajuda porque definitivamente não entendia nada daquilo mas nossa aproximação geral algo complicado quando três das atendentes nós olhava com as bochechas coradas, sorrisos de orelha a orelha e os olhos tão bizarramente brilhantes que chegava a ser assustador.

Certamente leitoras de yaoi.

Jurei que vi uma delas escorrer sangue pelo nariz, tentei cutucar Taehyung para fugirmos e eu já estava imaginando onde aquilo iria nos levar mas ele sequer me ouvia.

A sala explodiu em um grito agudo e estérico, quase mortificando minha alma, meus lábios ficaram brancos e foi aí que Taehyung me olhou.

- Oque... - Mas era tarde demais, elas estavam nos atacando.

- Vocês são namorados? - uma delas disse sorrindo e pulando.

- Claro que são, eles estão comprando roupas combinando! - e novamente, mais chamas de gritos e risadas.

Taehyung olhava confuso e entendendo o caso quando o par de roupas iguais estavam em nossas mãos sem sequer percebermos.

- Mas que droga...

- Vamos levar vocês até o provador. - não esperou nossa relutância quando as três nós empurraram com força em direção os provadores.

Alerta, em um deles, não em dois separados, mas um para os dois.

- Ei, não, espera a gente não é-

Taehyung tentou, eu tentei mas nada adiantou, nossas vozes não eram altas o suficiente para os gritos e a força era assustadoramente demais, acabou que lá estávamos eu e Taehyung espremidos dentro de uma cabine, um enorme espelho deixando ainda mais explícito a nossa vergonha e confusão.

- Mas que droga. Abram a porta! - tentei, mas em vão outra vez e tudo oque eu ouvi de longe foram risadinhas e cochichos.

Bufei derrotado.

- Você deveria ter dito alguma coisa! Que tipo de segurança é você?! - Taehyung quase gritou, sem coragem de tentar empurrar a porta, qualquer movimento acabaríamos nós tocando...

- E porque você não disse? - falei. - Eu sou responsável por te manter protegido, mas nada impede que eu também entre em perigo, e eu nunca estivesse tão vulnerável com um doido como você trancado aqui dentro.

- Imbecil!

- Já se trocaram? - uma voz doce e alegre gritou do outro lado. - Só vamos abrir quando estiverem prontos.

- Podem ao menos nós deixar em provadores separados? - perguntei.

- Não. - cantarolou, a voz se afastando.

Olhei para Taehyung bufando e tratando de tirar minha blusa, no entanto ele permaneceu com o conjunto de roupas rente o peito e me encarando.

- Vai ficar aí olhando? Se veste!

E saiu do transe, nós viramos de costas um para o outro resmungando e retirando peça por peça, por respeito fechei os olhos mesmo que estivesse de costas para ele e tratei de me trocar de olhos fechados, Taehyung estava quieto demais e eu tive vontade de me virar para ver oque estava havendo, mas mesmo assim me mantive virado e de olhos fechados.

Vez ou outra nossas peles se encontravam e de olhos fechados a sensação parecia acolhedora demais, era macio e morno.

Estranhamente satisfatório, ouvi um suspiro atrás da mim e então dedos tocando meu torço desnudo, tencionei os músculos sentindo os dedos gelados de Taehyung me tocando suavemente, de forma experimental sem de fato agarrar apenas me circulando respeitosamente, explorando os músculos das minhas costas raspando os dedos de forma boa e eu me deixei levar sem perceber, arrancando-me ofegos sem mesmo saber oque estava acontecendo, mas que estava bom e eu não queria parar.

- Prontos? - outra voz gritou do lado de fora

Abri os olhos rapidamente num susto a mão de Taehyung se afastando de mim de forma bruta do mesmo modo que foi arrancado para a realidade.

Vesti rápido a blusa moletom preta e quando a pronta abriu saí sem olhar para trás, patéticamente afetado por algo estúpido.

Me olhei no espelho a frente e bufei o ar, era um conjunto bonito, mas que definitivamente eu não usaria, pelo espelho vi Taehyung de ombros encolhidos e... Muito bonito no conjunto, muito bonito mesmo.

Desviei o olhar nervoso e passei a mão pelos cabelos bagunçados.

- Ficou tão lindo! - uma das meninas sacodia o braço da outra que sorria de uma forma estranha olhando para mim e Taehyung.

- Parecem personagens de mangá. - sei o tipo de mangá.

Segurei o braço de Taehyung.

- Vamos sair daqui, estou começando a ficar com medo. - e nos dirigimos a área externa do Shopping, estava vazio iluminado.

O chão refletia a claridão e Taehyung correu, eu sentia que estava transformado ali e o Taehyung de antes ficava para trás, era estranho como ele estava sendo espontâneo.

- Vem gorila, veste isso comigo. - ele falou segurando duas fantasias na mão e eu neguei veementemente.

- Não vou vestir isso! Já é humilhante suficiente estar com roupinhas combinando, agora fantasia? - neguei.

- Vai vestir sim!

- E porque eu deveria?

- Porque sou eu quem paga seu salário. - e foi assim que eu fui vencido no argumento.

Entramos em um provador grande e com duas cortinas que nos cobria enquanto nos vestiamos, estava me sentindo patético e humilhado, bem a nossa frente tinha um espelho cobrindo toda a parede e quando saí do provador com cara de tédio e emburrado Taehyung me olhou e passou a gargalhar como se sua vida dependesse disso.

- Porque a gente tá vestindo isso? - perguntei.

- Porque você tá vestindo isso?

- Porque você me obrigou? oh soberano e inigualável Taehyung. - devolvi a pergunta e ele me olhou um pouco vermelho mas seu olhar foi para o espelho.

Taehyung era claramente esse tipo de cara clichê.

- Porque eu tinha que ser o rosa?

- E porque não? - o olhei incrédulo.

- Taehyung... É rosa. - falei dramátizando, formando um bico e cara de choro. - Eu odeio rosa, me dá até cocheira.

Fiz o maior drama que conseguia, me coçando como se estivesse infestado de pulga, mas ele revirou os olhos e se olhou no espelho dentro da fantasia azul que combinava com os seus olhos, e era até irritante como ele conseguia ficar lindo até nessa roupa horrível.

O frio fazia suas bochechas ficarem rosinhas, as luzes refletiam nós seus olhos triplicando o brilho natural e só agora eu pude notar oque Taehyung era muito além de um cara mimado e rancoroso, ele era só um menino, que gostava de provar fantasias acompanhado mesmo que a segunda pessoa não fosse sua preferida, que olhava o céu despretensiosamente nas noites mais geladas, que mostrava ser maduro mesmo dentro de certas atitudes.

Que talvez ele não fosse oque eu estava pensando e talvez eu estivesse tendo uma visão errada, começamos com o pé esquerdo e isso contribuiu para as desavenças, mas isso não apagava o quão irritante ele conseguia ser e eu também não era um exemplo de sensatez.

Mostrei um sorriso de lado quando o vi balançar o rabinho da fantasia para si mesmo no espelho e as bochechas coradas faziam ele ficar ainda mais adorável a cada segundo que passava.

Olhei ao redor, abrindo a boca ao achar a coisa mais ridícula que eu já vi em toda a minha vida.

Se ele gostava de fantasias, vamos fazer isso direito.

- Taehyung... - ele me deu atenção, cobrindo imediatamente a boca com as mãos para conter a risada escândalosa, curvando as pernas e o tronco de um jeito engraçado quando me viu vestido em outra fantasia.

- Que coisa ridícula Jeongguk... Eu amei vou levar. Vamo tirar uma foto. - falou animadíssimo vestindo o par da fantasia, pulando até mim, fizemos uma posição estranha no espelho até que o clic da câmera reverberasse.

Mas o inesperado aconteceu, todas as luzes se apagaram, a energia havia caído.

- Mas que merda... Taehyung? - falei.

- Eu tô aqui.

- Chega mais perto, segue minha voz. - e ele veio, mas rápido demais.

- AAAAAAAAAAA JEON-

- Porque você tá gritando?!

- Você gritou!

- Porque você pisou no meu pé!

- Atá, desculpa. - e se agarrou no meu braço. - Eu não tô enxergando nada Jeon.

- Liga a lanterna do celular.

- Tem razão. - mas assim que ele agarrou o aparelho, a tela quase sem brilho denunciava. - Tá descarregado Jeongguk...

Ele disse baixinho se escondendo no meu braço com se pedisse proteção, me perguntava se seria assim depois que saíssemos daqui.

- Tudo bem, vamos andar. - falei tranquilizando-o.

- Oque? Não! É perigoso!

- Você prefere ficar aqui? - ele não respondeu. - Foi oque eu pensei.

Saímos esbarrando em tudo que era lugar, mas conseguíamos nós mover sem sofrer muito, o único problema era que não fazíamos ideia para onde estávamos indo.

- Não tem ninguém nessa loja não? - perguntei, o silêncio era assustador no escuro daquele lugar e até então não conseguíamos contato com uma alma viva sequer.

- É um espaço alugado Jeongguk, as únicas pessoas que estão aqui são os funcionários.

- Você é os seus lugares particular! Olha aonde a gente se meteu. - bufei ao meter o nariz em um dos manequins no meu caminho. - Droga! Para de rir Taehyung!

- Desculpa, é que é engraçado. - ele falou meio abafado então supus que ele estivesse com as mãos rente a boca.

- E estou tentando não esbarrar em nada. - falei caminhando devagar e quase gritei quando minha testa foi de encontro a seja lá oque estivesse na minha frente. - Porra!

- Olha a boca. - disse risonho e eu tive uma breve sensação que já ouvi aquilo. - No que você esbarrou?

- E você acha que eu sei? Só sei que doeu. - tateei a superfície dura até apalpar duas bolas que preenchiam perfeitamente minhas mãos, tentei prestar atenção oque era aquilo até que minha visão doeu quando a luz ligou novamente, de forma brusca e sem aviso.

Foquei a visão e olhei para frente, era uma mulher e eu estava com as duas mãos nos seios dela.

- AH! - gritei tirando a mão dali e ela no entanto parecia petrificada e meio pálida, mas assim que olhei direito relaxei.

Era só um manequim.

- Nossa que susto. - baixei a cabeça pondo a mão no peito e corei brutalmente envergonhado.

Taehyung estava quase rolando no chão, rindo como se não precisasse de oxigênio, rindo como se eu fosse a melhor comédia e era tão contagiante que não aguentei e soltei um bufo em forma de riso, tentando não me achar patético na frente dele.

- Esse, definitivamente, é o melhor dia da minha vida. - baixou a cabeça sem se importar com postura enquanto ria esganiçado e meio entrecortado, mas tão contagiante que derreteria até os mais frios dos corações.

- Vai ficar aí ou a gente pode prosseguir, quero ir embora. - retalhei sem estar de fato irritado.

Taehyung concordou, caminhando a frente com o sorriso quadrado e ambos ainda fantasiados, ele azul e eu rosa, e por incrível que podesse soar, não me importei de caminhar de um lado a outro com um rabo arrastando no chão cheio de roupas nós braços avaliando sempre que Taehyung me mostrava um conjunto novo.

E ele ficava bem em todos os conjuntos.

...

Do meio ao fim, Taehyung acabou escolhendo o meu terno para o evento e prometeu me ajudar a arrumar o cabelo aquela noite, eu não neguei mas quando finalmente estava debaixo de uma ducha morna dentro de um box molhando meu corpo nu e pensando em tudo no que eu estava me metendo, não fiz esforço para me aproximar de Taehyung durante o dia e oque mais me assustava era que querendo ou não, estávamos próximos desde o momento em que fui ao shopping, sequer sabia se permaneceriamos assim com o passar dos dias ou se aquilo era uma mera preocupação para o meu comportamento no meio de inúmeras pessoas bem acima da minha classe.

Desde que conheci Taehyung tudo oque ele mais fez da vida foi estudar sobre a empresa enquanto estava nela, analisar e nada de divertimento, ele era ranzinza mas talvez eu entendesse o motivo, não sabia nada sobre Taehyung, mas podia chutar considerando oque estava vendo.

Hoje pareceu o seu primeiro divertimento, principalmente quando ele disse ser o melhor dia da sua vida.

Suspirei derrotado tentando não ser invadido por pensamentos naquele momento e desliguei o registro antes de sair debaixo do chuveiro, amarrei uma toalha na cintura e saí dando de cara com Taehyung, que mesmo que estivesse de olhos arregalados e bochechas rosadas tentou agir o mais naturalmente possível olhando para qualquer lugar que não fosse eu quase nu.

- Desculpa, eu não sabia que-

- Você vai cortar meu cabelo? - perguntei não querendo instalar qualquer clima desconfortável ali e pareceu funcionar.

Encima da minha cama estava tesouras, pentes, escovas e uma máquina de cortar, fiquei automaticamente desesperado. Meu cabelo estava realmente precisando de um corte e até mesmo Taehyung pareceu notar isso, mas eu não sabia se podia confiar nos dotes de Taehyung.

Ele no entanto, vendo minha cara de desgosto fechou a expressão totalmente, parecendo finalmente aquele cara que gostaria me me matar com uma daquelas tesouras, até arrisquei me afastar um pouco.

- Eu disse que ia dar um jeito nessa juba e eu sei cortar cabelo seu idiota. - Franzi o cenho. - Eu tô falando sério!

- Não sei não...

- Senta na droga dessa cadeira e deixa eu fazer logo isso antes que eu desista. - ralhou, mas eu não obedeci no enquanto ele pegou uma tesoura pontuda e eu sentei imediatamente.

Ainda pelado debaixo daquela toalha que eu segurava como se minha vida dependesse disso.

- okay...

E o tempo passou o som da tesoura no meu cabelo, tufos caindo ao meu lado e então a máquina, por fim ele fez o penteado, as laterais raspadas e jogado para trás com gel.

- Maquiagem?!

- Qual parte do "fica quieto" você não entendeu?

- Taehyung...

- Jeon!

- Você fez eu vestir uma fantasia ridícula hoje, está cortando meu cabelo e agora quer encher minha cara de base? - o olhei.

- E qual o problema?

- Nenhum, é só que...

- Só que nada Jeon, não é pra todo mundo que eu faço essas coisas, se não quer é só falar que eu saio daqui. - disse irritado.

Observei seu rosto, os olhos brilhantes a mandíbula trincada e suspirei me rendendo outra vez, erguendo a cabeça e fechando os olhos aceitando silenciosamente, não muitos minutos depois ele estava batendo uma coxinha na minha cara.

- Não é uma coxinha.

- Oque?

- Você chamou minha almofadinha de coxinha. - juntei as sobrancelhas.

- Tá ouvindo meus pensamentos por acaso?

- Como queria que eu não ouvisse? Você disse "agora ele tá batendo uma coxinha na minha cara". - forçou a voz em uma imitação horrível minha. - Tava pensando alto bobão.

Voltou a fazer oque estava fazendo finalmente outros ingredientes por fim, eu estava definitivamente o cara mais lindo do mundo.

- Caraca. - Encarei-me no espelho. - Isso é incrível.

- Eu consegui reduzir um pouco da sua feiúra, se quiser melhor que isso faça uma plástica, mesmo eu achando que só mágica resolve isso. - o olhei com a sombrancelha erguida, finalmente lembrando do episódio da cabine no shopping.

- Hum, Vem cá, porque você-

- Vou indo, preciso me arrumar agora, vista o terno. - e saiu batendo a porta sem me dar chance de falar nada.

- Tá bom...

...

Tempinho depois foi o suficiente para conseguir vestir o terno assim como Taehyung havia ordenado e administrado, me olhei no espelho achando um completo estranho no reflexo onde deveria estar eu, o terno destacava meus ombros e arriscava dizer até que minha própria postura aparentava ser mais arrogante, com os meus cabelos jogados para trás com o gel o perdendo e as laterais raspados derivado ao corte de Taehyung havia feito, consegui me sentir ainda mais estranho dentro daquele personagem, não que eu esteja reclamando.

Afinal, eu estava um gato.

- Uau.

Abri um sorrisinho para mim mesmo, logo depois formando um biquinho sacana e erguendo uma das sobrancelhas.

- Iai? Vem sempre aqui? Que homem lindo esse que tá na minha frente, como se chama? Ah, sou eu. - e ri sozinho saindo daquela bolha idiota e extremamente patética. - Eu sou doente, só pode ser.

- Jeongguk? - ouvi alguém bater na porta alguns minutos depois. - Está pronto? Precisamos ir agora.

- Estou indo.

Corri até a porta e Taehyung estava lá, tão brilhante quanto o próprio sol vestido de branco e maquiado.

Não fiquei alguns segundos o encarando feito um pateta, escaneando cada partezinha perfeita do seu rosto e olhando profundamente naqueles olhos azuis brilhantes pensando o quão ele ficava lindo naquelas roupas, eu não fiquei.

- Jeongguk!

- Oque!? - saí do transe meio atordoado. - Oque foi?

- Eu disse que o carro está pronto, mas você só fica ainda com essa cara de idiota. - pisquei algumas vezes fechando a boca ao perceber que havia caído no mesmo transe outra vez.

Minhas bochechas coraram fortemente alguns segundos depois e achei com veemência que estava prestes a morrer quando uma palpitação estranha tomou o meu peito de uma foram repentina.

Que porra!

- O-ok, vamos. - limpei a garganta.

- Espera. - e minha respiração travou, virou-me lentamente sua direção.

Eu não sabia que tipo de sensação era aquela ou oque eu estava esperando que Taehyung dissesse para mim, mas o olhei com expectativa embora não soubesse oque esperava receber, foi inevitável não sentir uma leve pontada de frustração quando ele apenas se aproximou alguns passos e passou a borrifar algumas vezes um perfume com cheiro caro no meu pescoço pulsos e um pouco no ar.

- Prontinho, agora podemos ir. - sorriu já saindo da minha frente e ficando alguns passos a diante.

Observei-o se afastar e suspirei apertando a roupa sob meu peito.

- Que porra foi essa? - neguei juntando a sobrancelhas.

...

O caminho para o salão onde aconteceria o evento, estava sendo calmo demais, Taehyung estava no banco de trás e senhora Chaeyong ao meu lado com um sorriso tão grande que quase não lhe cabia no rosto.

- Estou tão animada! - bateu palminhas. - É o primeiro evento que Taehyung aceita ir sem fazer birra, estou até emocionada.

Chaeyong ao contrário de Taehyung era uma pessoa muito animada, seguia regras a risco e mantinha a ordem na casa e esse foi um dos motivos para a Kim contratar um tipo de babá para o filho, já que com ele sentia que não conseguia estar no controle e isso sempre lhe rendia umas boas crises de acordo com ela.

Mas dava para ver a pessoa bondosa que ela era, até então ainda não tinha tido oportunidade para conhecer o pai de Taehyung e parecia que ele estava sempre em viagens e trabalhando.

- Isso não é grande coisa, eu já fui a vários eventos com você. - falou birrento cruzando os braços e encarando através do vidro do carro.

- Mas Taehyung, festa de aniversário infantil não conta. - e riu virando-se para mim. - Ele só vai para comer as guloseimas das crianças.

Ela disse novamente rindo e eu não pude prender a gargalhada, imaginando Taehyung enorme no meio do um monte de crianças disputando doces com elas.

- Mama!

- Oque? Estou apenas falando querido. - mas era óbvio que ela queria o envergonhar já que seu sorriso ficou maior quando viu uns tons mais coloridos nas bochechas de Taehyung, eu tive que prestar o máximo atenção na estrada. - Não acho que Jeongguk se importe em ouvir algumas coisas suas, se importa querido?

Mostrei um sorriso e neguei.

- Claro que não.

- Teve uma vez que-

- Olha, chegamos! Vamos sair mama? - e não era mentira, assim que estacionei o carro em uma vaga, Taehyung saiu mais apressado que o normal abrindo a porta para sua mãe e tentando a tirar dali já que ela ria como se aquilo fosse sua maior diversão.

Ela tinha uma risada estranha e ao mesmo tempo contagiante.

- Isso nunca vai perder a graça. Vamos. - e saímos.

A salão era tão grande quanto a mansão Kim, haviam taças de vinho por toda os lados, garçons e garçonetes servindo os convidados e assim como a grande maioria das festas de rico, estavam todos engravatados e pisando em solo nobre.

- Estou indo receber os convidados. Fique de olho nele. - Chaeyong disse.

- Pode deixar. - Taehyung respondeu.

- Estou falando com o Jeongguk. - e nos deu as costas assim que Taehyung abriu a boca indignado, eu no entanto tentava não falar ou rir tão expressivamente ou iria sobrar para mim.

Senhorita Chaeyong definitivamente era a minha predileta.

- Pelo visto, você consegue ser imatura suficiente para precisar de um babá até em uma festa. -
Falei enquanto seguia seja passos no meio da multidão, perde-lo de vista não era uma opção.

- Não tenho culpa se meus pais acham que eu vou tentar algum coisa.

- E você vai?

- Estou pensando.

- Não vai.

- Oque me impede?

- Eu.

- Ata. - e revirou os olhos. - Continue com essa falsa segurança, será ótimo para os meus negócios.

Bufei irritado.

Caminhamos por mais alguns segundos até Taehyung parar em um grupo de pessoas, eu fiquei logo atrás apenas observando e estranhamente senti meu lobo revirar no peito quando um alfa mais ou menos do meu tamanho pareceu interessado em chamar a atenção de Taehyung, principalmente nas trocas de olhares em forma de flerte que o alfa jogava para Taehyung.

Bufei mais uma vez quando Taehyung sorriu com um interesse palpável e tão determinado quanto um suspiro ele foi até o cara, me mantive parado os olhando sem conseguir desviar o olhar.

Meu lobo rosnava irritado e eu sem conseguir o entender apenas ignorava.

E alguns eternos minutos se passaram assim, Taehyung de gracinha para o alfa e eu os encarando feito um maníaco, resolvi pegar um dos vinhos enquanto o garçom passava e o engoli como se estivesse morto de sede mas me arrependi amargamente depois que o líquido passou pela minha garganta arranhando cada corda vocal que existia ali, rasgando as paredes, fiz uma careta tremendo dos pés a cabeça com o gosto e então percebi Taehyung ao meu lado.

Não só ele, mas o alfa também.

Empurrei a língua na parede da bochecha olhando aquele garoto dos pés a cabeça, ele era uns poucos centímetros mais baixo e por esse motivo alinhei a postura para que parecesse mais alto.

- Porque você tá com essa cara? Já é feio, desse jeito só piora. - Taehyung disse rindo, mas obviamente não retribui, cruzei os braços. - Esse aqui é o Bogum, estou indo dançar com ele e vim avisar para não ficar grudado em mim feito um carrapato, é muito estranho, só... Senta do bar e fica lá.

Sequer esperou alguma intervenção, apenas saiu segurando a mão do alfa que olhou para trás, diretamente nos meus olhos e sorriu, senti minha têmpora doer de tanto trincar a mandíbula.

Mas sem muitas opções fui até o bar quando a massa de pessoas começaram a se agrupar para dançar uma música lenta, eu estava sozinho então minha companhia foi o barmen e as bebidas sem álcool, já que eu estava dirigindo.

Bufei irritado vendo o tal Bogum agarrar a cintura de Taehyung no processo e o ômega envolver seus ombros com os braços, bufei outra vez feito um touro irritado.

- Se continuar assim vai acabar saindo fogo do seu nariz. - o barmen disse enquanto fazia oque aquelas típicas cenas de filme, conversando com o cara solitário ao mesmo tempo em que limpava um copo.

- E é da sua conta?

- Contando o fato que você iria incendiar meu balcão, sim, é da minha conta. - bufei e ele riu, fiquei ainda mais bravo bufando com mais força. - Para de bufar cara!

- Me deixa bufar em paz!

- Olha, se serve de consolo, provavelmente não, mas o ômega que você tava olhando sumiu. - olhei para a direção e era verdade, Taehyung e nem o alfa estavam mais onde eu havia visto e meu desespero triplicou.

- Droga! - levantei ouvindo o barmen rir mas não sumi antes de lhe dar o dedo do meio com muita gosto.

Caminhei pelo salão todo, vez ou outra tendo que parar para não esbarrar em ninguém e em nada, o avistei em outro barzinho, um bem menor considerando oque eu estava e a cena me fez bufar mas desta vez uma risada.

Era um baile, mas o acompanhante de Taehyung estava mais interessado nas bebidas e na
prefeita morena da cidade do que propriamente em Taehyung.

Ele estava com maior cara de mimado como sempre e quando me aproximei ele se levantou em um pulo parecendo repensar as atitudes.

Olhei para o alfa e depois para Taehyung.

- É, pelo visto vocês estão dançando muito. - ri.

- Cala a boca idiota, vamos sair daqui. - agarrou meu pulso me puxando para o mesmo bar de antes.

- Estou admirado, você estava tão determinado.

- Acho melhor você ficar de boca fechada, ou a próxima coisa que vai sair dela são seu dentes. - fiz movimento de zíper na boca e me calei.

O resto do evento se diminuiu em apenas fofocas dos grupos próximos, sons de taças, música clássica baixa e um Taehyung emburrado no canto do bar, sequer aproveitou o resto das músicas e tudo oque ele fez foi beber álcool e me olhar com ódio maçante.

E diante dessas circunstâncias, tive que seguir uma tradição básica dentro de uma forma educada de não ver uma pessoa empacado e sozinha em um bar, para tirar uma al maltratada do fundo do poço.

Ou só chamar Taehyung para uma dança como uma pessoa normal.

Me curvei a sua frente entendendo a mão tentando ser o mais formal possível.

- Aceita me acompanhar em uma- Argh! Vem logo dançar, você tá parecendo um idiota parado e sozinho no fundo do bar. - falei e Taehyung revirou os olhos sem ter
outra opção já que claramente estava morrendo de vergonha em ser o único sozinho ali além de mim.

E ambos nós embolamos em uma dança lenta do qual os corpo tendiam a ser um tanto mais colados que as outras, exigindo aproximação e intimidade. Taehyung

como filho de um fundador não poderia ser visto sozinho. Era oque ele dizia.

- Você estava fugindo de mim hoje? - perguntou de repente. - Antes de irmos ao Shopping.

- Porque eu estaria fazendo isso? - retalhei, porque eu realmente estava o ignorando pelo tiro de flecha, ainda que não estivesse me acertado, havia sido certeiro no meu orgulho.

- Porque eu quase te matei umas semanas atrás. Esta com medo Jeongguk. - o tom era
ousado, bufando um risada.

- Eu? Como medo de você? não me faça rir Taehyung, você e dois tamanhos menor que o
meu.

- Medo não se aplica apenas pelo tamanho Jeongguk, eu posso ser muito mais do que você tem
em tamanho. - e aquilo doeu no meu amago, meu lobo balançava o rabo para ele, mas eu
estava puto.

- Fica calado ta bom. Eu estava ignorando você, é diferente. - e continuamos dançando, sem eu propriamente ter entendido oque
ele quis dizer com aquilo, não sabia se era um aviso ou uma ofensa.

Taehyung era a pessoa mais cheia de ousadia que fui capaz de conhecer, e eu estaria mentindo ao dizer que não admirava esse lado marrento, mandão e sem paciência, podia dizer isso porque desta vez eu já tinha conhecido o outro lado do ômega, que era doce e curtia algo mais clichê, mas gostava mais ainda quando alguém participava dos momentos com ele, não só presença mas mostrando coisas tão idiotas quanto ele mostrava.

E os dois lados me agradavam fortemente, meu alfa que o diga.

Agarrei sua cintura com mais possessão do que deveria colocar e Taehyung rodeou meus ombros até que seus dedos estivessem tocando minha nuca, arrepiei com a sensação sem conseguir entender as palpitações no peito outra vez, Taehyung arfou quando o agarrei com mais força a música exigindo muito dos nossos movimentos embora lentos e precisos, Taehyung quem me conduzia e eu o acompanhava mesmo que ele fosse menor acomodado no meio do meu corpo com a bochecha deitada entre o ombro e o pescoço fazendo-me arrepiar cada vez que sentia sua respiração bater contra minha pele.

Nós mantivemos assim até que iniciasse o momento das palestras chatas e depois que sai­mos do pátio, o alfa que estava com Tae rapidamente veio marcar território depois que me viu agarradinho a ele devido a dança, eu me senti encomodado com aquilo por algum motivo e minha vontade de também marcar território sobre o dele era grande, meu lobo rosnava e

grunia, mas eu me mantive calmo até o término do evento finalmente.

E no final, quando estávamos saindo e entrando no carro, de longe perto de um carro preto que eu conhecia bem, estava um dos grupo de Hyumbim me observando passar com uma cara nada boa e eu sabia que aquilo não era um bom sinal, era péssimo na verdade, não me demorei e colocar Taehyung no carro o mais rápido possível e sair dali sem olhar para trás e com estranhas batidas no peito, dos quais desta vez eu consegui diferenciar qual eram as boas e as ruins e está definitivamente não nem de longe uma boa sensação.

🍵📘

Fim do capítulo amores, espero que tenham gostado.

Aqui o terno que o Taehyung escolheu e o corte de cabelo.

Aqui como o Taehyung tava vestida.

E aqui são as fantasias.

Essa aquim é um exemplo da foto que eles tiraram.

E aqui uma fanart pra ajudar vocês a imaginar Taehyung de olhos azuis.

Por hoje é isso, fiquem bem.