— Minhas adagas. — Cassie estendeu a mão esquerda em sua postura firme.

— Você deve ser Cassie Wayland. — Lydia entregou as adagas para a garota enquanto a analisava. — Você é uma lenda em Idris.

— Sim, bem. — Cassie encolheu os ombros. — Eu não perguntei. — ela sorriu provocadora.

Os Lightwood presentes reprimiram uma pequena risada. A loira revirou os olhos e passou pelos Lightwood e garota Wayland, colidindo sem ombro com a castanha. Max decidiu voltar para seu quarto, deixando Alec com Cassie, para quem deu uma rápida olhada. Quando Lydia entrou na sala principal, Maryse e Lydia estavam descendo as escadas.

— Maryse. — Lydia cumprimentou a mulher. — A Clave ordenou que eu assumisse o controle temporário deste Instituto.

Os presentes refletiam confusão e aborrecimento em seus rostos, exceto Cassie e Isabelle, que a encaravam.

— Espere um minuto. — disse Maryse. — Ninguém nos informou.

— A Clave não precisa informar. — Lydia sorriu.

— É isso que ela faz. — disse Cassie sarcástica.

— E como eu disse. — a loira ignorou o comentário enquanto caminhava para um painel. — É temporário. Nada foi decidido ainda. Mas preciso de acesso completo para a administração do Instituto. Onde está Clary Fairchild? — ela perguntou, vendo que ninguém respondeu, ela voltou o olhar para Cassie e os Lightwood. — Espero que alguém aqui saiba.

— Ela está no campo. — respondeu Alec, rapidamente. — Treinando.

— Está me dizendo que ela está andando pelas ruas de Nova York? — ela perguntou começando a caminhar até o Lightwood mais velho e garota Wayland. — A filha de Valentine? — ela inclinou a cabeça.

— Ela também não é a sua prima? — Cassie perguntou cruzando os braços.

Isabelle sorriu orgulhosamente da parabatai.

— Prima distante. — a loira afirmou forçando um sorriso.

— Ainda assim, é família. — Cassie sorriu.

— Ela está com Jace. — disse Alec.

— O mesmo Jace Wayland que decidiu liberar um ataque não autorizado contra os vampiros? — Cassie e os Lightwood olharam para ela surpresos. — Eu li os relatórios. — Ela girou os calcanhares e começou a se afastar.

— Sim. — disse Cassie. — Isso soa como meu irmão.

— Jace pode não ser convencional. — Maryse defendeu o filho adotivo, seguindo-a. — Mas ele é o nosso melhor soldado. Se Clary está com ele, está em boas mãos.

— Espero que sim. — disse a loira. — E para o seu bem, todos em Nova York. — ela ameaçou. — É melhor que toda a sua jurisdição esteja bem protegida.

Cassie e Alec encontraram o olhar de Isabelle, essa mulher conquistaria muitas inimizades no Instituto. Começando com eles.

(...)

— Eu não sou fã. — disse Isabelle com seu irmão e parabatai caminhavam em direção ao centro de reuniões para encontrar Lydia

Cassie sorriu.

— Você não é a única. — disse Cassie.

— Ciumes? — Alec deu uma risadinha.

— Não. — Cassie respondeu.

— Talvez. — disse Isabelle. O celular de Alec emitiu um som indicando que ele tinha mensagem. — Como diabos ela pegou aquela flecha?

— Realmente não é difícil, uma vez Jace atirou uma flecha em mim e eu consegui pegá-la... — Cassie disse e Isabelle estreitou os olhos em sua direção. — Eu não estou ajudando, desculpe Izzy.

Alec verificou o celular lendo a mensagem, parou de ler enquanto Isabelle e Cassie continuavam descendo as escadas.

— Tenho algo para mostrar a vocês. — Os três jovens se aproximaram de Lydia e Maryse, que estavam perto de um painel, Alec com o celular na mão, conectou-o ao painel, revelando a imagem de um corpo. — Algo atacou o Jade Wolf.

— A sede dos lobisomens? — perguntou Maryse. — Onde você...

— Onde você conseguiu isso? — A loira a interrompeu com a sua voz estridente. Naquele momento Cassie sentiu vontade de bater nela.

— Com o líder da matilha de lobos de Nova York. — respondeu Alec alternando o olhar entre a sua mãe e Lydia.

— Você é amigo de Lucian Graymark? — Lydia perguntou surpresa. — Um ex-membro do Ciclo? — ela levantou uma sobrancelha.

— Há um problema com isso? — Cassie  retrucou a loira.

— Que tal mandar Cassie, Isabelle e Alec para investigar? — Maryse disse forçando um sorriso. — Certamente isso está ligado a...

— Valentine. — Lydia interrompeu novamente. — Preciso ver pessoalmente. — Ela começou a se afastar, depois virou se virou para Alec. — Você vem ou não?

Alec cruzou um olhar com Cassie que estava ao lado de Isabelle e se aproximou da loira. Depois de alguns passos, ele parou virando se e estendeu a mão para Cassie. A castanha olhou relutante para ele com uma sobrancelha levantada, apesar de não querer ir, ela aceitou e pegou a mão dele.

— Bem, como você quiser. — disse Lydia lançando um olhar irritado para Cassie.

— Sorria Alec, alguém pode se apaixonar pelo seu sorriso. — Cassie disse zombando do garoto ao seu lado.

Alec sorriu para a irmã adotiva e juntos de mãos dadas, eles seguiram a representante da Clave. Isabelle sorriu observando eles, ela sempre gostou da idéia de que Cassie fosse a sua cunhada.

(...)

— Entendo porque as garotas de Idris estão loucas para conhecê-lo? — Lydia disse caminhando ao lado de Alec e Cassie.

— Eu não aguento mais, vou na frente. — disse Cassie a Alec, afastando-se e começando a andar muito mais á frente deles.

— Como assim? — Alec perguntou a loira, parando de observar Cassie caminhando mais na frente.

— Dizem por aí que você quer se estabelecer... se casar. — explicou Lydia.

— Droga, fale mais baixo. — reclamou Alec, pensando que Cassie podia ouvi-los.

— Deixe-me adivinhar. Não foi a sua idéia? — perguntou Lydia.

— Não mesmo. — disse Alec.

— Meus pais tentaram fazer o mesmo comigo. — confessou Lydia.

— E como foi? — Alec perguntou curiosamente.

— Não muito bom para eles. — Lydia deu uma rápida olhada no moreno antes de continuar a falar. — Eu fiz meu próprio caminho. Casei com o amor da minha vida, John Monteverde. — ela disse triste. — Juntos iríamos administrar o Instituto de Lisboa, e então John foi morto. — sua voz era nostálgica. — Tudo desmoronou. Meu amor, meu emprego dos sonhos. Vou lhe dar um conselho, no nosso trabalho, só vale a pena se apaixonar pelo próprio trabalho. — eles pararam em frente ao restaurante chinês, onde Cassie estava os esperando.

— Lydia, eu sinto muito. — desculpou-se Alec.

— Do que vocês estavam conversando? — perguntou Cassie.

— Nada. — respondeu Alec pegando na mão dela e apertando.

Alec, Cassie e Lydia entraram no restaurante, onde encontraram Luke ajoelhado na frente de um corpo sujo e morto. Ele olhou para cima e fixou o olhar em Alec e Cassie.

— Alec, Cassie, fico feliz em vê-los. — disse Luke.

— Digo o mesmo. — Cassie disse.

— Eu sou Lydia Branwell. Vamos ver o que temos aqui. — a loira se inclinou sobre o cadáver. Luke olhou para Cassie e Alec, e eles apenas deram de ombros. — Tem características de um Renegado. Era humano. Tinhas runas.

— Eu não sei. — Luke disse. — Era mais focado, mais determinado. Atacou como se fosse algo programado. — explicou Luke, tocando seu pulso enfaixado. Alec pegou o cassetete que a coisa parecia ter usado. — Além disso, não teria sido tão difícil matar um Renegado normal. Foram precisos cinco lobos para acabar com essa coisa. Nunca vi nada assim.

— Vamos levar o corpo para o Instituto e fazer uma autópsia completa. — disse Lydia.

Alec e Cassie lançaram um olhar a Lydia.

— Espere, sei que chamei você. — Luke olhou nos olhos da loira. — Na verdade, chamei Alec e Cassie. — O Lightwood abaixou a arma da coisa e foi até ele com a Cassie. — Mas não queria que alguém viesse assumir o comando.

— É, ela tende a fazer isso. — disse Alec.

— Bem-vindo ao nosso mundo. — acrescentou Cassie.

Lydia revirou os olhos.

— Olhe. — a loira fixou o olhar em Luke. — Eu sei que posso parecer ser um pouco... Desagradável. — Ela hesitou em dizer isso.

— Um pouco? — Cassie perguntou ironicamente, erguendo as sobrancelhas.

— Mas estamos todos do mesmo lado. — continuou Lydia, dando um olhar irritado na garota Wayland. — Não podemos concorda com isso?

— Espero que sim. — disse Cassie com uma expressão seria. — Lydia está certa. — a voz dela refletiu desagrado ao dizer essas palavras. — Temos de levá-lo ao Instituto.

— O Instituto tem os recursos para descobrir o que é essa coisa. — Lydia disse com um sorriso satisfeito.

— Temos uma legista em perito, altamente treinada em todas as criaturas do mundo das sombras. — disse Alec, apoiando também a decisão de Lydia.

— Você tem um aqui? — perguntou Lydia olhando por todo lugar. — Neste restaurante chinês?

— Bem. — o lobisomem suspirou. — Você venceu. — os seus olhos estavam fixo na loira. — Apenas me diga o que aconteceu.

— Acha que Valentine está por trás disso? — perguntou Alec olhando para Luke.

— Sem dúvidas. — respondeu Luke. — Com certeza é obra dele.

— O que a acha que ele quer?  — perguntou Cassie.

— Sinceramente? — Luke suspirou. — A mim.

— Então acha que Valentine está indo atrás de ex-membros do Ciclo? — Lydia perguntou com uma careta.

— Não sei. Talvez seja muito pessoal. Temos um passado complicado. — Luke confessou. — Mas, é claro, que ele poderia estar atrás da antiga equipe. — ele assentiu. — Certamente Valentine guarda rancor de todos que se viraram contra ele.

— Vamos colocar mais salvaguardas no Instituto. — disse Lydia.

— Certo, para Hodge. — disse Alec, virando-se.

— E para os seus pais. — a loira concordou.

Alec e Cassie se entrelhoram antes de encararem Lydia confusos.

— Eles esconderam isso de vocês? — perguntou a Lydia confusa.

Alec irritado saiu do restaurante, Cassie também saiu de dentro do lugar, procurando o garoto de cabelos escuros, a quem viu se afastando com uma notável raiva.

— Alec. — Cassie chamou enquanto corria para alcançá-lo. Ela conseguiu segurar o braço dele para detê-lo.

— Você sabia? — Alec perguntou virando-se, enquanto a olhava com raiva.

Cassie deu um passo para trás.

— Não. — ela respondeu. Alec suavizou um pouco o olhar.

— Desculpa, eu não deveria ter descontado minha raiva em você. — Alec encostou a sua testa na da garota e depois passou seu braços pela cintura dela, abraçando-a.

Lydia finalmente saiu do restaurante e olhou atentamente para a imagem á sua frente: suas testas encostadas, seus olhos fechados, o abraço, a sua proximidade. A loira estava começando a pensar que entre os dois havia um vínculo muito mais fortes do que irmãos adotivos. Ela limpou a garganta, fazendo com que ambos se separassem do abraço e a olhassem, embora eles não se afastassem muito.

 — Devemos volta para o Instituto agora.  — avisou Lydia.

Cassie concordou com a mulher, mas Alec apenas olhou irritado para Lydia.