~5~
POV: Lalisa Manoban
Rio de Janeiro|02/01/2024
- Olha aquela porra - a mesma apontou o dedo para trás de mim.
Virei um pouco meu corpo para que eu pudesse ver na direção em que a morena apontava.
Aquilo talvez fosse a nossa salvação. Acredito que seja mais fácil encontrarem a gente em uma ilha, do que em um bote no meio do oceano.
- Uma ilha? - olhei para Jennie que possuía um sorriso. - Mas ela está muito longe, Jennie - o sorriso dela murchou e ela me encarou.
- Jennie? - assenti. - Você nunca me chama de Jennie. Desde que nos conhecemos é: Jen, Jendeukie... Mandu...
- Não começa, beleza? Eu não estou com paciência pro seu draminha - ela me olhou boquiaberta. - Vamos tentar arrumar o motor. Se não der certo, vamos usar nossos braços para fazer essa porra navegar.
Jennie não disse nada, apenas assentiu e tentou me ajudar a arrumar o motor do bote ou sei lá o que é isso.
- Ai! - gemi após cortar meu dedo sem querer.
- O que foi? Se machucou? - ela pegou minha mão e olhou o machucado. - Não foi nada. Já vai passar, ok? - ela olhou nos meus olhos.
- Diz isso porque não foi você que cortou.
- Ah, Lalisa, pelo amor, cara! Olha o tamanho dessa porra, véi - ela disse, rindo de mim e indignada. Apenas dei de ombro e voltei a mexer no motor.
Não tendo sucesso, tivemos que ir pelo plano B.
- Hora de malhar os braços - disse.
- Você malha eles todos os dias. Já é rotina, né? - ela me olhou, sorrindo maliciosa.
- Tem vezes que eu malho as pernas, também. Eu vou revezando as partes em dias diferentes - dei de ombros.
- Puta merda, hein, Lisa Manoban. Não é de academia que eu tô falando.
- Não? - ela assentiu. - É de que, então?
- Quando você descobrir, me fala, tá? - ela me deu uma piscadela.
***
POV: Narrador
Elas chegaram na ilha depois de muito tempo e esforço.
Lisa saiu do bote e se jogou na areia, sem pensar na possibilidade de ter escorpiões, cobras, entre outros bichos que possa a picar ou morder.
- A gente faz o que agora? - perguntou Jennie. - Vamos ficar aqui olhando pro céu?
- Vamos escrever: SOS.
- Na areia?
- Não, no meu cu.
- Eu só fiz essa pergunta porque deve ser difícil ler isso lá do céu - sua expressão era de tristeza, pois sua melhor amiga havia ficado estranha com a mesma sem motivos.
Isso é o que ela acha.
- Tem razão. Vamos achar algumas madeiras, pedaço de pau, qualquer coisa que possa servir para montar as letras.
- Tá bom! Eu vou... procurar algumas coisas, então...
POV: Lalisa Manoban
Eu sei que talvez esteja exagerando, mas eu estava me machucando vê-la pensar que só a quero como amiga.
E outra: a cada três palavras que saia de sua boca, seis eram falando do Jongin.
- Cheguei. Eu achei um coqueiro, também. Acho que pode ser útil - saí dos meus pensamentos quando a pequena garota deixou os troncos na minha frente.
- Vamos ao trabalho, então - disse, começando a pegar os troncos e fazer as letras.
Começamos fazendo o S. Foi um pouco difícil por conta das curvas, mas nada impossível.
Uma farpa entrou no meu dedo e Jennie riu do meu drama. Estava doendo de verdade.
- Pare de rir! Tá doendo.
- Own, bebezinho, deixa eu ver - ela se aproximou falando com uma voz fofa e rindo. - Quer um beijinho pra sarar? - a mesma me encarou nos olhos. Pude jurar que a vi ficar corado pela proximidade de nossos rostos, mas logo ela desviou o olhar para as madeiras. - É-É melhor continuarmos, Lalisa - gaguejou.
- Claro, claro - um sorriso de orelha a orelha abitava meu rosto.
Ela acabou de ter um gaypanic comigo?
POV: Jennie Kim
Que porra é essa, Ruby? Você não é assim.
Gaypanic com sua melhor amiga?
Não ouse se apaixonar por ela, sua vadia!
Quer perder uma amiga? Quer perder a sua única amiga, porra?
Se aquieta, Jane!
- Jennie? - olhei Lisa. - Eu disse pra me levar aonde você achou o coqueiro.
- Claro, só vamos terminar de escrever... - olhei para a areia. - A gente já escreveu?
Caralho, eu nem vi o tempo passar.
- Sim!? Você tá bem, Jennie - assenti, sorrindo.
- Só preocupação mesmo. Vamos!
***
- Você veio buscar pau no cu da ilha, Jennie Kim? - perguntou ela, ofegante de tanto andar.
- Não reclama, Lalisa - ri dela. - Chegamos! Não é tão longe.
- Eu não consigo ver o mar, Jennie. O MAR!
- Você é muito dramática - disse e ela deu de ombros, começando a subir na árvore.
- Eu vou jogar os cocos e você pega, beleza? - ela disse, subindo o tronco grande.
- Eu?
- Não, meu pai. Óbvio que é você, Jennie - ela nunca fala assim comigo, a não ser se estiver brava comigo.
- Desculpa.
E começamos uma nova saga. Pegamos uns oito cocos. Paramos de pegar porque Lisa encontrou uma cobra em outra árvore.
O animal estava camuflado no tronco, era perigo continuar aqui. Por tanto, resolvemos ficar só com oito cocos mesmo.
Voltamos para onde estava o SOS e nos sentamos na areia.
- Temos que fazer uma fogueira. Ficamos pegando coco e nem vimos o dia passar.
- Tem razão. Nós nem comemos ainda. Inclusive, temos outro problema: a comida - ela disse e eu assenti. - Na verdade, podemos pegar peixes.
- Ou procurar frutinhas - disse, alegre.
- Tá maluca, Jennie? - me assustei porque ela gritou. - Frutinhas? E se forem venenosas?
- Tem razão. Mas não precisa gritar. Eu não tenho culpa se aqueles homens ficaram olhando para mim - murmurei.
- Foi mal! Mas você tem que pensar um pouco. Não pode pegar tudo que vê pela frente. É a mesma situação quando um estranho entrega alguma comida pra você. Comida ou qualquer coisa do tipo, podem ter câmeras.
- Eu sei...
- Parece que não.
- Porra, Lisa! O QUE VOCÊ TEM? POR QUE TÁ ME TRATANDO ASSIM, PORRA? - gritei e ela arregalou os olhos.
Olhei para trás e ela me puxou fazendo-me cair em cima da mesma.
- ME SOLTA-
Sua mão foi para minha boca, impedindo-me de gritar.
Mordi sua mão, mas ela continuou tapando minha boca.
Quando relaxei mais, olhei na mesma direção que ela, tinha algo se mexendo. Não dava para ver o que era direito.
Será que é uma onça?
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