Epílogo (part. 02)
Ravi Gonçalves - Oliveira POV
Era um dia comum desses de final de ano, e enquanto as minhas mães estavam na casa da abuela Silvana, lhe ajudando na organização dos últimos preparativos e decorações para o jantar de ano novo.
Então achei que seria bom trazer Jas para passear no parque próximo a casa dos meus abuelos, e agora estamos aqui, ah, e eu também chamei uma outra pessoa para vir, ela ja deveria estar chegando.
— Mira hermana, não saia de onde eu possa te ver daqui, correcto?
— eu sei Ravi, não seja rabugento. - a mais nova reclamou um pouco enrolada ao pronunciar as palavras.
— Veja só se eu posso com essa menina, agora vá. - dei uma palmadinha na bunda dela e a liberei para brincar.
Sentei em um dos bancos que tinha por ali e fiquei esperando enquanto olhava a minha baixinha correr.
Como Jasmine era envergonhada como a minha mãe Ludmilla, rapidamente ela ficava com as bochechas coradas quando fazia algum esforço.
— Ei, eu demorei? - Liz pergunta ao se aproximar.
— Claro que não - Demos um selinho. — Como você está? Pensou em minha proposta? - Peguei em sua mão trazendo ela para sentar
— Sim pensei, e eu aceito passar o ano novo com você e sua família. - ela diz ao segurar o meu rosto enquanto morde o meu lábio inferior.
Ok, vocês devem estar confusos neste momento, mas acho que aindam lembram de Liz, certo? aquela garotinha que estudou comigo desde o maternal? pois é.
Sempre tivemos um carinho enorme um pelo outro, nos cuidamos, sem contar que nos respeitamos desde que nos entendemos por gente, e agora estamos deixando fluir algo além de uma amizade.
E independente do que acontecer, eu vou sempre proteger e estar do lado dela, assim como eu sei que ela estará sempre aqui quando eu precisar.
— Você trouxe a baixinha? - ela perguntou ao ver Jasmine descer em um dos brinquedos.
— Sim, as coisas lá na minha abuela estão a todo vapor, então, achei bom trazê-la e dar um sossêgo para as nossas mães. - Expliquei vendo a menor vir em nossa direção.
— Irmão, eu quero sorvete. - a pequena diz toda suada..
— Mas já? e você não vai falar com a Liz? - questiono
— Oi Liz. - Ela fala toda tímida.
— Oi princesa, tudo bem? - Liz pergunta e e vejo Jas assentir
— Certo, vamos buscar o seu sorvete. Você vem Liz? - Pergunto e ela assente.
Fomos juntos para uma sorveteria, fiz os pedidos atendendo especialmente o da minha irmãzinha, que sempre era de chocolate, o clássico.
Enquanto estávamos sentados na mesa nos divertindo, senti uma sensação de como estivéssemos sendo vigiados, tentei ver se havia algo errado, sem deixar que as meninas notasse. Foi quando avistei ele, em um carro do outro lado da rua.
Eu o reconheceria, afinal, já vi inúmeras fotos dele.
— Baby, está tudo bem? - Liz pergunta ao perceber que eu mudei de comportamento — Ei - ela tenta me chamar, mas como eu não respondi a mesma direciona o olhar para a mesma direção que eu. — Ravi, vamos embora, isso não vai dar certo.
— Preciso ver o que ele quer, você pode olha-la?
— Eu não vou deixar você ir lá, você pirou?
— Liz, por favor, eu preciso. Vai ser rápido, eu prometo. - consigo convencer ela — Jas, o irmão vai ali e já volta, se comporta tá bom? - falo e ela assente sem me dar bola, o sorvete parecia mais interessante. — Venho já. - dou um selinho em Liz e saio dali.
Caminho até o cara que nessas alturas já estava fora do carro. Sério, essa história precisava ter um fim.
— O que você quer? - pergunto assim que ficamos de frente um para o outro.
— Qual é cara, pode ficar tranquilo, eu vim em paz. - Caio responde como quem não quer nada.
— Você não me respondeu, não percebe que eu não faço questão de ter você por perto?
— Filho..eu
— Não me chame de filho. Céus!!!
— Escute. Eu gostaria de poder trocar uma idéia com você. Sei bem que errei com a sua mãe no passado, mas quero muito me retratar com você, e quem sabe ao menos podemos ser amigos. até porque querendo ou não, você é sangue do meu sangue.
— Agora? 16 anos depois? Eu não quero que você se retrate de nada, eu estou bem, não preciso de uma figura paterna nessa altura do campeonato, entende? Eu tenho duas mães, e para mim é o suficiente, e sempre será! - Afirmo o que já havia dito antes.
— Eu não quero ocupar o lugar da sua, m-mãe, em nenhum minuto disse isso.
— E você não poderia fazer isso, qual é, aceite o seu lugar de desconhecido na minha vida, eu nunca vou perdoar o que fez, e o que causou para a minha mãe Brunna.
O homem a minha frente direciona sua atenção para trás de mim, e o vejo soltar um suspiro e baixar a cabeça.
— Filho. - ouço a voz das minhas duas mães e me viro para vê-las ali.
— Venha cá. - minha mãe Brunna abre os braços me chamando e claro, eu vou.
Brunna Gonçalves POV
Eu estava terminando de ajudar a minha sogra, quando o meu celular começa a vibrar no bolso da calça.
Vi que era uma mensagem da amiga do meu filho. Estranho, algo com certeza não estava certo.
Caio. Logo pensei e ao mesmo instante gelei.
Respondi a mensagem de Liz dizendo que estávamos indo.
— Clara, eu preciso dar uma saída. - avisei a minha sogra.
— Está tudo bem, Bru? - a mais velha perguntou?
— Está sim, não se preocupe. - deixei um beijo no rosto da minha sogra para que ela não ficasse apreensiva.
Enquanto saía da cozinha vi que Ludmilla estava na sala com o meu sogro. Ótimo, seria impossível sair sem ser vista por ela. Então, tive que contatá-la. Afinal, ela também era mãe e precisava estar ciente das coisas.
Fomos para o carro, e eu a todo tempo estava aflita, será possível que esse inferno não teria fim nunca?
— Bru, por favor, tente se acalmar.
— E tem como? Ludmilla, pelo amor de Deus, eu não aguento mais.
— Eu sei, mas vamos dar um jeito nisso. - a minha esposa me tranquiliza.
Quando chegamos no parque, fomos direto para a sorveteria favorita de Jasmine, Ravi nunca deixaria de mimar a irmã, e bingo. Elas estavam lá, a minha filha dormia nos braços da adolescente, mas nenhum sinal do garoto.
— Onde ele está? - Perguntei e Liz me mostra apontando. — Vamos lá, amor.
Ludmilla e eu caminhamos até onde os dois estavam, e chegamos a tempo de ouvir o que Ravi estava dizendo. Ludmilla e eu o chamamos.
— Venha cá — Abro os braços para recebê-lo e o aperto forte — Me desculpe meu amor, a mami não queria que você passasse por isso, mas não é algo que está em meu controle. Me desculpa. - Falo e o mais novo me abraça apertado como se dissesse que está tudo bem.
— Você não cansa cara? Já não basta o que você causou no passado? - Ludmilla fala um pouco exaltada. — Esqueça, você não tem o direito de bagunçar a vida do nosso filho como bem entender.
— Eu não quero bagunçar a vida dele, apenas gostaria de ter alguma relação com o meu filho, assim como estou buscando ter com a minha outra filha.
Ele falava de Manu, que por sinal estava uma moça linda. Ravi e ela tinha uma relação de irmãos linda, tão quanto ele tinha com Jasmine.
— Pois esqueça, Caio, De boas intenções o inferno está cheio, você só vai bagunçar a mente deles. - Foi a minha vez de falar. — Por favor, deixe o nosso filho em paz, ele tem à mim e a minha esposa, e uma coisa eu garanto, nunca lhe faltará amor.
— E se um dia for de vocês terem alguma aproximação, pode esperar que ele vai atrás, não é você invadindo o nosso espaço que vai conseguir bons frutos. Espero que não tenhamos que acionar a justiça, afinal de contas o nosso filho ainda é um menor de idade. - Minha esposa deixou as coisas ainda mais claras do que ela podia.
— Tudo bem, eu não vou mais incomodá-las
Então, demos as costas e fomos até onde as garotas estava.
Peguei uma Jasmine adormecida dos braços de Liz e fomos para o carro, as três crianças iam no banco de trás, vi o momento em que Ravi descansou a cabeça no ombro de Liz e logo ela começou a fazer carinhos nos cabelos do meu filho. .
Bom eu não era cega, sempre fui uma mãe bem enciumada, até mais do que Ludmilla, confesso. Notei que ao longo do tempo no qual Ravi e Liz cresciam ali havia mais do que uma amizade, e agora nesses últimos meses eles andam ainda mais próximos, se é que isso fosse possível e coração de mãe nunca se engana.
— Mama? - ouço o mais velho chamar
— Oi meu amor.
— Podemos conversar quando chegarmos em casa?
— Por mim tudo bem.
— Ih, agora os dois vão ficar de segredinhos? - Ludmilla questiona enquanto prestava atenção na rua.
— Ma, não seja ciumenta, eu te amo igual. - Ravi diz fazendo a mãe sorrir.
— Seii - Ludmilla resmunga — Liz vai lá pra casa, ou?
— Não dona Ludmilla, pode me deixar em casa? - ela pergunta
— Tudo bem, é caminho mesmo, não faz mal.
— Ah mães, a Liz vai passar o ano novo com toda a nossa família, algum problema?
— Problema algum, Sol, Liz sempre será muito bem vinda.
— Obrigada, Dona Brunna
— Apenas Brunna, mocinha. - digo e ela sorrir.
É, acho que eu devo ter uma candidata a nora. Pensei.
Deixamos a garota em sua casa, e fomos direto para a nossa. Achei melhor não voltar para a casa dos meus sogros, já que por lá as coisas estava bastante adiantadas para a virada do ano.
— Querida, coloquei a pequena no quarto dela acho que ela brincou bastante, você precisa de algo? - Ludmilla pergunta ao entrar em nosso quarto.
— Estou bem, Lud, obrigada. - dou um selinho nela
— Tem certeza? - assinto — Então venha dar um beijo de verdade na sua mulher. - a mais velha me puxa pela cintura fazendo os nossos corpos se chocarem.
Acabei cedendo e a beijei, e pense em um beijo maravilhoso, os anos passaram mas a nossa conexão foi ficando ainda mais forte todos os dias, Ludmilla era uma mulher e tanto, e eu sou feliz por ter me casado com ela.
— Hum - demos um selinho e sorrimos — Tudo bem senhora beijoqueira, agora eu preciso ir ver o seu filho.
— Vai lá.
— Se você me soltasse seria mais fácil.
— Ah sim, desculpa.
Ela me solta e eu lhe dou as costas, e fou uma péssima idéia, pois a mais velha taca um tapão na minha bunda. — LUDMILLA OLIVEIRA.
— Gonçalves Oliveira, mocinha. - ela diz gargalhando e vai para o banheiro.
Eu mereço.
Já no corredor vou até a porta do quarto do meu filho e dou 3 batidas.
— Entra.
— Pronto, o que você quer falar com a mamãe. - pergunto como quem não quer nada ao me sentar na cama.
— Promete que não vai rir? - ele diz envergonhado
— Eu prometo. - digo e deixou um beijinho na bochecha dele
Vejo o garoto ir até o seu closet e voltar de lá carregando uma caixinha e me entregando.
— Olha, você é muito lindo, mas caso você não se lembre, eu já sou casada e com a sua mãe.
— Mami, para de brincadeira, abre ai. - rindo abro a caixinha e vejo um par de alianças, lindas por sinal. — E então?
— São lindas, mí amor. é o que eu estou pensando?
— Sim, eu quis que a senhora soubesse antes, porque eu sei que sempre serei o seu menino e blá blá blá e não quero que você fique brava - ele revira os olhos.
— Garoto, você me respeita, eu ainda sou a sua mãe. E eu não vou ficar brava, a não ser que você pise na bola com a filha dos outros, daí você vai conhecer uma cubana brava. - digo de maneira seria e ele sorrir grande me abraçando
— Eu amo você, cubana brava. - Ravi me aperta nos derrubando na cama. — Obrigada por tudo Mama. Eu sempre serei grato por tudo que fez por mim, mesmo sendo nova por todo seu sacrifício, obrigada por não ter desistido de mim. - Ele diz me olhando nos olhos
— Eu nunca desistiria de você, meu menino.
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