☎️- 10. DRIVE-IN
CAPÍTULO REVISADO
— quem é vivo sempre aparece né?
CAPÍTULO DEZ; drive-in
POV'S AUTORA
Eleonor saiu do carro de sua mãe, a mulher a olhava preocupada.
— Tem certeza que quer isso? — Livia perguntou. — O diretor disse que você poderia faltar o quanto quisesse, meu amor. Tem certeza que está...
— Está tudo bem, mãe. Eu não vou estar sozinha. Finney vai estar comigo. — A garota respondeu pegando sua mochila do banco.
Livia a olhou apreensiva.
— Certo, tudo bem. Mas se acontecer algo, minimamente que for, você peça para que me liguem e eu virei, tudo bem? — A Addams mais velha perguntou, Ellie sorriu levemente e concordou.
De longe, a duas puderam ver o carro de Terrence Blake estacionar. Gwen e Finn saíram do carro.
A ruiva pode ver o garoto olhar para os lados e parar seu olhar na Addams mais nova, o menino sorriu minimamente.
A garota viu Finney se virar para Gwen e falar algo para a mesma, a menina concordou levemente e assim, o Blake caminhou até Eleonor.
Finney a envolveu em um abraço e a beijou na bochecha, Ellie sorriu.
— Bom dia. — Eleonor viu o garoto sorrir.
— Bom dia, Nor. — Finn respondeu e passou sua mão pelos braços da mesma, a fazendo um carinho ali. — Bom dia, senhora Addams.
— Bom dia, Finney. — A mulher respondeu sorrindo levemente. — Bom, vejo que está em boas mãos, não é?
As bochechas de Eleonor rapidamente obtiveram uma coloração vermelha.
As de Finney também não demoraram para ruborizarem também.
— Finney, se um de vocês não se sentirem confortáveis, seja com algum comentário ou... Ou qualquer coisa, por favor, me liguem. Faça ela me ligar. — Livia insistiu, o Blake sorriu e concordou.
— Sim, senhora. Qualquer coisa eu faço ela ligar, ou então eu ligo para o meu pai. — Finn respondeu, a mulher sorriu levemente e concordou.
— Obrigada. — A mulher agradesceu. — Bom, boa sorte. Ellie, amo você.
— Amo você também, mãe. — Eleonor respondeu.
E assim, a mulher fechou a porta do carro e saiu.
Gwen correu até as duas crianças e abraçou Ellie.
— Ellie, como você tá? — A garota perguntou, Eleonor sorriu levemente.
— Melhor, eu acho.
— Fico feliz. — Gwen sorriu. A Blake observou os dois. — Eu tô atrasada pra aula.
— Tá tudo bem, Gwen. Você pode ir na frente. — Finn respondeu. A garota o olhou apreensiva.
— Tem certeza?
— Claro, estaremos logo atrás de você. — O garoto respondeu, a Blake olhou novamente para os dois e concordou levemente.
— Vejo vocês depois?
— Sim! Com certeza. — Eleonor respondeu.
A menina abraçou Finn e Eleonor uma última vez e saiu correndo em direção a escola.
O sinal tocou e a Addams e o Blake se entreolharam.
— Nervosa?
— Um pouco...? — Eleonor murmurou.
Finney se aproximou mais um pouco e segurou sua mão, as entrelaçando. A garota o olhou.
— Saímos juntos, e agora vamos entrar juntos. — As palavras de Finn a tranquilizaram, fazendo Nor sorrir levemente.
Os dois respiraram fundo e caminharam lentamente até a porta da escola, – já recebendo alguns olhares surpresos e até mesmo curiosos — a abrindo e entrando.
"Olhem eles ali!", "É eles! É o Finney e a Ellie!" e "meu Deus!" foi as primeiras coisas que os dois ouviram.
O corredor ainda estava cheio, alguns alunos indo apressados para suas salas.
Eleonor apertou mais a mão de Finn, um pouco intimidada com os olhares. Ninguém ali tentava disfarçar, todos apenas olhavam as duas crianças, chocados.
Os burburinhos pareciam aumentar ainda mais.
"Ela não é irmã daquela que sumiu?"
"Ouvi dizer que a garota quase morreu."
"Qual é mesmo o nome dela?"
"Esse é o garoto que namora Eleonor Addams? Achei que ele fosse mais alto! Que garoto sortudo."
Finn teve vontade de rir, mas se conteve.
"Foi ele quem matou o Sequestrador!"
"Tão dizendo que foi com uma facada."
"Não, não, foi ela quem levou a facada, mas sobreviveu"
"Ouvi dizer que ela recebeu ajuda da irmã."
"A irmã morta?"
"Ela tem amigos do outro lado, sempre teve."
Finn e Eleonor passaram pelo trio de garotos que uma vez bateram nos dois.
Matty, e seus amigos estavam encostados na parede, assim que viram Ellie e Finney, descruzaram os braços e ajeitaram a postura, seus olhos possuíam um leve medo, talvez choque? Eleonor não soube dizer.
A Addams e o Blake se olharam e sorriram em seguida.
Ninguém nunca mais mexeria com eles.
Os dois entraram em sua sala – novamente recebendo olhares que fizeram questão de ignorar – e sentaram um do lado do outro.
— Conseguimos. — Eleonor murmurou colocando sua mochila na mesa, Finn sorriu.
Os dois viram uma garota vir na direção da mesa dos dois.
— Donna, oi. — os dois comprimentaram.
A garota sorriu e se sentou em outra mesa, ao lado da dos dois.
— Oi, Finney. Oi Ellie. Bom ver vocês. — Donna respondeu colocando seu caderno em cima da mesa e o abrindo.
— Me chama de Finn. — O Blake respondendo, sorrindo levemente.
Donna sorriu e olhou para Ellie.
— Nor. — Eleonor viu Donna concordar e sorrir, se virando para seu caderno.
Finn e Nor se entreolharam e sorriram levemente.
Aquilo era uma forma de deixar Robin entre eles, já que o garoto era um dos únicos que chamam eles desse modo.
E também, para mostrar que, de certa forma, amadureceram, não de um jeito bom, mas amadureceram.
📞
— Nor, você me daria a honra... — Finn se interrompeu. — Não, não... Nor, você gostaria... Nor, o que que você acha de...
— A situação tá feia mesmo, hein. — Finn pulou de susto ao ouvir a voz de Gwen.
Era por volta das 19h da noite de uma sexta-feira.
Finn e Eleonor estavam indo parcialmente bem na escola, realmente ninguém mexia mais com eles. Alguns até o evitavam, na verdade.
Os dois haviam virado amigos de Donna, passavam o recreio juntos. Finn, Nor, Donna, Gwen e Anny. Os cinco estavam sempre juntos, mesmo que Gwen fosse de outra sala por ser mais nova e Anitta fosse de outra sala por ser mais velha.
As vezes o Blake e a Addams matavam aula de matemática, apenas para passarem um tempo juntos a sós.
Os dois iam para a biblioteca e ficavam lendo HQs um do lado do outro, em silêncio, porém de mãos dadas.
Nunca mais conversaram sobre o beijo, e nem sobre como aquilo deveria ser dali pra frente.
Isso estava começando a incomodar Finn. Afinal, o que eles eram?
O garoto não conseguia chegar a um consenso, chegar a uma resposta concreta.
E agora, naquele exato momento, Finn estava treinando em como chamar Eleonor Addams, a garota pelo qual ele era apaixonado desde os sete anos, para sair.
Aquilo estava sendo ridículo.
— A quanto tempo você tá aí? — Finn perguntou passando suas mãos pelo rosto. Gwen deu de ombros e entrou no quarto, se sentando na cama.
— A tempo o suficiente. — A garota respondeu. — Por que tá tão nervoso pra chamar ela pra sair?
— Eu não sei. — Finn admitiu. — Eu só... Ela me disse que nunca foi a um encontro. Queria que fosse algo especial pra ela.
— Mas vai ser algo especial! — Gwen sorriu. — Você só precisa ser você mesmo. Ela gosta de você e do seu jeitinho, não tem como dar errado.
— M-mas o que eu falo?
— "Nor, quer sair comigo?"
— Só falo isso?
— Finn, o que houve? — Gwen perguntou, sincera. O garoto a olhou confuso. — Me diz a verdade, por que tá tão nervoso?
Finn voltou a dois anos atrás, quando ele e Eleonor tinham apenas onze anos.
Tudo passou por sua cabeça como flashbacks dolorosos.
O desaparecimento de Daisy.
A briga.
O afastamento.
A dor.
Foi ai que Finn se deu conta. O Blake não estava nervoso, estava com medo.
— Finney? — Gwen o despertou de seus flashbacks. O garoto a olhou.
— Tô com medo. — O mesmo sussurrou.
Gwen deu um meio sorriso e bateu levemente na cama, sinalizando para ele sentar ao seu lado. O garoto lentamente se sentou ao lado de sua irmã.
— Finn, do que você tá com medo? — A garotinha perguntou.
Finn teve vontade de rir. Naquele momento os papéis se inverteram, Gwen era a irmã mais velha agora.
— Lembra da Daisy? — O garoto sussurrou, a expressão de Gwen mudou, se tornando triste.
— Tenho poucas memórias, mas o pouco que lembro... Ela era incrível.
— Ela era. — Finn concordou. — Nós éramos apegados a ela, conhecemos a Nor por causa dela. E... Eu não sei, eu só, tô com medo que tenha alguma possibilidade de voltar a ser como era antes, a dois anos atrás, quando Daisy desapareceu e Eleonor se afastou de mim. Não quero estragar isso.
— Você não vai estragar nada chamando ela para sair, Finn. — Gwen sorriu. — Vocês nunca mais vão voltar a ser o que eram a dois anos atrás. Fala sério! A algumas semanas atrás não conseguiam dormir separados! — Isso fez Finn sorrir, sentia falta do cabelo ruivo de Eleonor o fazendo cócegas.
— Vou chamá-la pra sair.
— É claro que vai, acredito em você. — Gwen beijou a bochecha de seu irmão. — Papai fez o jantar, a propósito, macarrão com queijo, está realmente bom!
— Já estou indo comer. — O garoto respondeu.
📞
Eleonor estava se preparando para dormir quando ouviu o telefone da cozinha tocar.
— Ellie, pode atender para mim, por favor? — A garota pode ouvir sua mãe da cozinha.
— Estou indo! — Nor respondeu caminhando até a cozinha.
A garota viu sua mãe cozinhar algo no fogão assim que adentrou a cozinha.
Eleonor foi até o telefone e o tirou do gancho, o encostando no ouvido.
— Alô?
— Oi! Nor, oi. — Do outro lado da linha, Nor pode ouvir a voz ansiosa de Finn.
— Finn, oi! Está tudo bem? — A garota perguntou. — Digo, não está na hora de dormir ainda.
Todos os dias, antes de dormir, Finn ligava para Eleonor, apenas para desejar boa noite e para saber se a garota iria para a escola no dia seguinte.
Já havia virado costume.
— Está tudo bem, eu sei que não é hora de dormir ainda. É que eu precisava te perguntar algo... — Finn respondeu, Nor franziu as sobrancelhas.
— Oh, tudo bem, então... O que é? — Eleonor perguntou.
— Eu queria saber... No caso, perguntar. Eu queria perguntar... Você tá livre amanhã? — Eleonor arqueou uma sobrancelha ao ouvir Finn.
— Você... — Um sorriso começou a brotar nos lábios da Addams. — Tá me chamando pra sair?
— Não! Quer dizer, tô! Tô sim! Tô chamando você pra sair! — Eleonor sentiu vontade de rir com o desespero do menino. — Poderíamos ir a Drive-in amanhã, ver o massacre da serra elétrica... O meu pai vai emprestar o carro. — Finn franziu as sobrancelhas do outro lado da linha. — Claro, ele vai estar lá, no caso, ele vai nos deixar lá e ir no mercado ao lado, disse que vai demorar horas lá, então tecnicamente ficaríamos sozinhos no carro e nós poderíamos ver o filme! — Finn não soube exatamente porque falou aquilo tão alto, o garoto fechou os olhos e bateu sua mão na testa. — Então... O que acha de ir comigo? V-você gostaria?
— Eu adoraria sair em um encontro com você, Finn. — Eleonor respondeu, sentindo um sorriso brotar em seus lábios.
— O quê? Sério? — Finn perguntou, abrindo seus olhos.
— Uhum, é, adoraria. — Nor tentou soar naturalmente, mas suas bochechas já estavam possuindo um rubor.
— Oh, isso-isso é ótimo! Eu também adoraria ir a um encontro com você. Bom... Eu vou pegar você aí às... — Ouve um pequeno silêncio do outro lado da linha. — Às 19:30 em ponto, tudo bem?
— Tudo, tudo ótimo! — Eleonor deu leves pulinhos, chamando a atenção de sua mãe. — Então, 19:30 você vem me buscar?
— Sim, 19:30.
— Certo, certo. — O garoto sentiu suas bochechas esquentarem. — Então... Eu to indo comer agora.
— Oh, certo, certo, eu também estou. — Nor respondeu. — Até mais tarde?
— Sim, sim, até mais tarde para a ligação de boa noite. — Finn infelizmente não pode ver o grande sorriso bobo de Eleonor. — Até depois, Nor.
— Até depois, Finn. — E desligou o telefone.
Eleonor colocou o telefone de volta no gancho e se virou para sua mãe, que a olhava curiosa.
— Tenho um encontro!
📞
A Addams passava suas mãos por seus cabelos, o arrumando, enquanto se arrumava em frente ao espelho.
Já era sábado, finalmente.
Nor sentiu o dia passar arrastado, devagar, lento, o que foi horrível para a ansiedade da garota.
A garota olhou para cômoda de seu quarto, vendo que o relógio marcava 19:10.
Eleonor sorriu.
A ruiva usava uma blusa roxa um pouco mais larguinha presa na calça, a deixando com o aspecto de mais folgadinha, uma calça jeans clara, all star preto e um arquinho preto em sua cabeça.
A garota se sentia linda daquele jeito.
Nor nunca foi de usar maquiagem, para ser bem sincera, não sabia exatamente como usar aquilo. Mas naquele sábado a garota se atreveu a usar pelo menos um batom.
Vasculhou as coisas de sua irmã e achou um de seus batons vermelhos. A mais nova o abriu e deu leve batidinhas na boca, apenas para dar uma corzinha nos lábios, nada muito exagerado, até porque ela não gostava muito daquilo.
Seus olhos pararam novamente no espelho, pelo reflexo, viu a porta de seu quarto abrir e sua mãe entrar, com uma caixinha delicada de madeira nas mãos.
A mulher parou por um momento, observando sua filha mais nova.
— Está tão bonita. — A Addams mais velha sorriu.
— Você acha? — A garotinha murmurou, passando suas mãos pela calça jeans clara.
— Está muito bonita, mas... Está faltando algo. — Eleonor franziu as sobrancelhas ao ouvir aquilo.
— Faltando o que? — Nor perguntou confusa, sua mãe abriu a caixinha que estava em suas mãos.
A caixinha era aveludada por dentro, um veludo vermelho muito bonito, dentro dele, havia alguns anéis, brincos e um belo colar.
O colar de Daisy.
O colar era prateado simples, mas o pingente era o diferencial, era um pingente de sol.
Eleonor olhou para sua mãe, uma pergunta silenciosa se ela poderia, Livia acenou com a cabeça, a encorajando.
Com cautela, a garota se aproximou mais da caixa de madeira que ainda estava nas mãos de sua mãe. Nor pegou o colar e delicadamente passou o polegar pelo pingente, nostálgica.
A garota franziu as sobrancelhas levemente, procurando, onde era que ele estava mesmo?
Quando seu polegar passou por uma espécie de botãozinho em um dos raios do sol, a garota o apertou, fazendo o pingente abrir.
Eleonor sentiu seus olhos marejarem levemente, ao ver as duas pequenas fotos dentro do pingente.
A foto do lado esquerdo do pingente estava uma versão pequena de nove anos de Finn e Eleonor.
O braço do Blake estava sobre o ombro da Addams, ambos sorriam felizes na foto, suas bochechas muito coradas.
Já na foto do lado direito, havia uma foto de natal, onde, sorridentes, Livia, Anthony, Daisy e, no colo de sua irmã, Ellie se encontrava.
Sentia tanta falta de sua família, mesmo com as cobranças, com a pressão, sentia falta de tudo aquilo.
Mas agora, tudo que restava dela era Livia e Eleonor Addams.
Seu pai e sua irmã haviam ido embora, a diferença é que apenas um foi por vontade própria.
— Acho que deveria ficar com o colar. — Livia passou uma de duas mãos pelos cabelos ruivos de sua filha, a garota estremeceu levemente.
Ainda não estava acostumada com aquilo.
— Daisy iria gostar de ver você com ele. — Livia sorriu. — Eu vou deixar a caixinha aqui, é sua agora.
— Você tem certeza?
— É o que ela iria querer. — A mulher respondeu. — Agora, sobre o encontro, não quero que chegue muito tarde, tudo bem?
— Certo, que tal lá pelas 23:00? — Eleonor riu da cara que a mulher fez. — Tudo bem, tudo bem, que tal as 22:00?
— Ótimo horário. — Livia respondeu. — Bom, vou deixar você terminar de se arrumar, daqui a pouco seu namoradinho está aqui.
— Ele não é meu namorado! — Eleonor respondeu no automático. Livia riu.
— Claro que não é. — A mulher murmurou, sua voz carregada de sarcasmo.
Sua mãe saiu do quarto, a deixando sozinha.
Eleonor colocou o colar em seu pescoço e segurou firmemente o pingente, se sentindo um pouco nervosa.
Seu primeiro encontro...
A garota olhou para todos os cantos do quarto, Daisy não estava lá.
Sua irmã não estava lá, dando pulinhos pelo quarto, ou julgando sua roupa, ou até mesmo dando sorrisos maliciosos apenas para irritar Eleonor.
Ela não estava mais ali. Ellie as vezes esquecia aquilo.
A Addams respirou fundo e saiu do quarto, assim que caminhou em direção a sala, a campainha tocou. A garota sorriu.
— Eu atendo! — Eleonor correu até a porta. A garota passou suas mãos por seus cabelos, respirou fundo e sorriu, abrindo a porta.
Não era Finney.
— O que tá fazendo aqui? — Eleonor perguntou séria, seu pai a olhou, sem saber o que falar.
Anthony Addams estava ali, bem na frente de sua filha.
A garota o analisou, o homem estava mais velho, a barba por fazer, seu semblante parecia arrependido. A Addams franziu as sobrancelhas, ao vê-lo olhar em volta, por um momento.
— O que tá fazendo aqui? — A garota repetiu.
— Eu... Eu soube que Daisy foi encontrada, o-o corpo, vi nos jornais... — O homem murmurou. — Eu... Soube de você também...
— Isso não responde a minha pergunta.
— Vim me desculpar, Ellie. — A Addams riu, uma risada sem humor.
— Desculpe, se desculpar pelo que? Por ter ido embora, sem avisar, quando minha irmã desapareceu? — Eleonor perguntou, Anthony abaixou o olhar. — Ou veio se desculpar por não ter tido a decência de ter aparecido aqui, quando soube que eu desapareci?
— Eu não sabia como vir aqui, Ellie. Por favor, tenta entender...
— Entender? — Eleonor o interrompeu. — Por que eu deveria? — A garota perguntou. — Você perdeu uma filha, eu sei, mas ela não era sua única filha. Eu tinha onze anos! Eu precisava de você aqui, e você simplesmente foi embora de madrugada. Que tipo de pai é você?
Nesse exato momento, Livia apareceu na sala, a mulher travou ao ver Anthony.
— Livia pode ter sido uma péssima mãe pra mim durante esses anos, mas pelo menos ela não me deixou. — Eleonor murmurou. — Ela ficou comigo, mesmo tendo perdido a filha dela.
— Onde ela tá? — Ellie franziu as sobrancelhas com a fala de Anthony. — Daisy, onde ela está?
— Porra, você não leu os jornais? Ela morreu, ele matou ela!
— Não, eu-eu li os jornais, eu estou falando... cadê ela, por que não consigo... — Anthony se interrompeu quando baterem novamente na porta.
— Quer um conselho? — Eleonor perguntou, indo até a porta. — Faça igual fez a última vez, vá embora sem avisar. — A garota abriu a porta e saiu, a fechando.
A Addams se trombou com o Blake, o garoto a olhou confuso.
— Nor, tá tudo bem? Poxa... Eu achei que ia ter que falar com a Senhora Livia, decorei um discurso pra... — Finn se interrompeu ao sentir um beijo ser depositado em sua bochecha.
— Preparado para o encontro? — Eleonor perguntou.
As bochechas da Addams coraram quando Finn Blake, sua quedinha de infância, lhe ofereceu um buquê de flores.
Flores azuis.
— Miosótis. — Finney sorriu, entregando as flores para a garota, que as pegou de bom grado. — Significam amor verdadeiro. — O garoto agora sentia suas bochechas esquentarem. — E também significam outra coisa, que agora não estou lembrado.
— Elas... Elas são lindas, Finney. Desculpe, ainda posso te chamar de Finney? — Eleonor perguntou.
— Gosto quando você me chama assim, me chame do que quiser. — Finn respondeu, fazendo a garota sorrir levemente. — Vamos? Meu pai vai levar a gente.
— Vamos.
📞
Eleonor se encontrava encostada no ombro de Finn.
O hambúrguer da Addams já estava na metade, junto de seu refrigerante.
As balas de Finney já estavam acabando também, junto com o filme O Massacre da Serra Elétrica.
Terrence havia saído do carro, para falar com um amigo. Ellie desconfiou que aquela era apenas uma desculpa esfarrapada para deixar os dois ali sozinhos.
E francamente, aquilo não a incomodava nem um pouco.
— Robin teria gostado de estar aqui conosco. — Finney murmurou, Ellie sorriu.
— Já te contei que ele me deu a ideia de te chamar para o Drive-in? — Eleonor olhou para Finn, o mesmo franziu as sobrancelhas. — Ele falou que deveríamos ir nós três juntos ao Drive-in, para que eu pudesse me reaproximar de você de novo.
Finney soltou uma risada e negou com a cabeça.
— O que foi?
— Ele sugeriu o mesmo pra mim. — Eleonor riu da fala do garoto.
— Robin sempre quis que voltássemos a sermos amigos. — Finn sorriu. — Ele sempre soube que eu gostava de você.
— Ele também sempre soube que eu gostava de você. — Eleonor sorriu. — Que eu amava você.
Finn sorriu bobo e se inclinou, beijando a testa da garota.
Eleonor se ajeitou no banco e se inclinou até o Blake, o beijando.
Era um beijo simples e até mesmo desajeitado, nenhum dos dois nunca havia feito aquilo.
A garota se afastou um pouco, observando Finney abrir os olhos.
— Desculpe, eu não sei beijar. — Eleonor riu nervosa. O Blake observou as bochechas da Addams vermelhas, enquanto a mesma colocava uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
O garoto sorriu. Ela era a garota mais bonita de todo o mundo. E aquela garota bonita gostava dele.
Ele era tao sortudo.
— Tudo bem, eu também não sei. Podemos aprender juntos. — Finney respondeu.
— Adoraria aprender isso com você.
— Podemos tentar de novo, e de novo, e de novo, — Finn conseguiu fazer Eleonor soltar uma gargalhada. — até aprendermos.
— Acho isso uma ótima ideia. — Eleonor disse enquanto colocava suas mãos nas bochechas do Blake, o puxando delicadamente para outro beijo.
Um pouco distante dali, uma garota os observava em silêncio.
O moreno entortou levemente a boca e se aproximou da ruiva.
— Sabe que já pode ir, não é? — A garota murmurou. — Os meninos te esperam, seu pai te espera, Robin.
— Você também já pode ir. — Robin respondeu, Daisy suspirou. — Vamos fazer um acordo, eu vou quando você for.
— Não posso deixa-los, não consigo. — Daisy sussurrou. — Como posso dizer adeus? — A Addams mais velha perguntou. — Deixar Ellie, deixar Finney... — Arellano ficou em silêncio. — Robin, ela não consegue mais me ver, ela acha que eu fui embora, ela se sente sozinha.
— Não precisamos dizer adeus, um dia veremos eles de novo. — Robin sorriu tristemente.
A garota o olhou.
— Você devia estar com eles agora, não aqui comigo. — Daisy viu Robin desviar o olhar. — Você é só uma criança.
— E você também era, Daisy. — Robin a olhou com pesar.
Daisy piscou seus olhos e finalmente se deu conta.
Ela tinha apenas 16 anos quando tudo aconteceu.
Era apenas uma criança que teve a vida interrompida.
— Éramos apenas crianças. Nós dois deveríamos estar com eles. — Robin sussurrou a última frase.
— Nós vamos ver eles de novo, não vamos, Robin? — Daisy o olhou e Robin percebeu.
Ela sabia que precisava deixá-los, ela só não queria. Estava com medo.
Passou dois anos cuidando de Ellie e mesmo de longe, observava Finney e Gwen crescerem que agora... Não sabia mais como ir embora.
Robin timidamente se aproximou mais da garota e segurou a mão da ruiva.
— Eu tô com medo de ir também, Daisy. — Em partes, era verdade.
Robin não mentiu para Ellie quando falou que estava cansado e estava pronto para ir, mas estava com medo, afinal, o que havia no outro lado?
— Eu não queria deixar eles, deixar Finney, deixar Nor... — O garoto se interrompeu por um momento. — deixar An.
Daisy pode ver os olhos de Robin marejarem e num ato de impulso, puxou o menor para um abraço.
— Ahn... Daisy, tá tudo bem, eu tô bem, você não precisa fazer isso. — O garoto murmurou, tentando parecer forte, de algum jeito.
Daisy fungou, denunciando que o choro estava preso em sua garganta. O jeito marrento de Robin lembrava sua Ellie.
— Eu sei, mas eu preciso de um abraço agora. — A mais velha murmurou e Robin cedeu, a abraçando de volta.
Os dois ficaram um longo tempo ali, abraçados e observando de longe as duas crianças. Até que foram embora.
Quando uma brisa fria, e aconchegante assoprou os cabelos das duas crianças, Finney e Ellie souberam.
Souberam que os dois haviam ido encontrar a paz.
Os dois se entreolharam em silêncio e Finn abraçou Eleonor de lado.
Eles sabiam que agora tudo ficaria bem.
ENTAO GENTE DEVO EXPLICAÇÕES EU SEI
mil desculpas o sumiço gente, aqui na minha família tava tudo dando errado e na minha vida em si também.
outubro foi um mês muito complicado pra mim, num nível tao traumatizante que eu não lembro de absolutamente nada delekkk só do evento traumatizante em si.
perdi uma pessoa muito importante pra mim nesse meio tempo ((el nao morreu, só foi embora da minha vida mesmo
a escola tava me matando e tive problemas familiares, já que a minha avó adoeceu
e devido a tudo isso, eu acabei não conseguindo escrever nada bom o suficiente para vocês, e eu sinto muito por isso :((
mas enfim, oficialmente THE NIGHTMARE está terminada, irei sentir saudades, mas novos projetos vem aí !!
até a próxima <3
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