☎️ - 09. THESE ARE MY BOYS!
CAPÍTULO REVISADO
CAPÍTULO NOVE; esses são os meus garotos!
POV'S AUTORA
Eleonor e Finney arrumavam seu plano.
A grade que Ellie conseguiu tirar da janela, os dois colocaram dentro do buraco que o Blake e a Addams cavaram.
O cabo que Billy Showalter mostrou para a garota foi usado para colocar entre a entrada do corredor, presos pelos parafusos que Finney tirou do painel do congelador.
A armadilha estava pronta, faltava apenas cortar o cabo do telefone e enche-lo de terra.
Os dois garotos frnaziram as sobrancelhas ao ouvir o telefone tocar.
— O telefone tá tocando...?
— Mas... — Ellie olhou o telefone. — Mas Robin já se despediu. — A garota começou a caminhar até o telefone. — Espere.
A Addams tirou o telefone do gancho e o aproximou do ouvido.
— Robin? — Ellie perguntou, nenhuma resposta. — Bruce? Griffin? Billy? Vance?
— Ellie. — Ouvir seu nome fez Eleonor congelar. A garota arregalou os olhos e ofegou.
— Daisy. — Ellie sussurrou. Do outro lado da sala, Finney arregalou os olhos.
— Daisy? — O garoto repetiu indo até a ruiva rapidamente. — É a Daisy?
— Sou eu, Finney. Oi meu cachinhos. — A voz doce e carinhosa de Daisy fez os olhos de Finn se encherem da água.
Meu cachinhos. Era assim que Daisy o chamava quando cuidava dos Blake. A Addams mais velha sempre dizia amar os cachinhos do garoto, então o apelidou assim. Apenas ela o chamava assim e, quando desapareceu, o apelido morreu junto com a garota.
— Eu sinto sua falta. — Finney murmurou. Eleonor viu Daisy se aproximar das duas crianças. A garota sorriu para o Blake. — Gwen sente sua falta.
— Eu também sinto falta de vocês, pequeno. — Ellie olhou para sua irmã. — Não vai dizer nada...?
— Você sempre pode ligar? — Nor sussurrou, Daisy acenou lentamente com a cabeça. — Então... Então por que só está ligando agora?
— Eu não estava pronta, Ellie. Me desculpa. — Daisy viu os olhos de Eleonor marejarem. — Mas você precisa da minha ajuda, e eu vim.
— Você tem algo que possa nos ajudar? — A garota perguntou. Daisy concordou.
— Era algo para último caso, eu não achei que precisaria fazer isso. Eu não queria que você fizesse isso. — Daisy soltou um suspiro. — Antes de eu... — Eleonor desviou seu olhar para o chão. — Eu... Eu consegui ganhar a confiança dele, o nome dele é Albert. Uns dias antes de tudo acontecer, eu consegui subir e peguei uma faca da cozinha. Mas não consegui matar ele com ela.
— Uma faca?
— Sim, eu escondi ela, fiquei com medo dele achar ela em meus bolsos. — Daisy respondeu. A garota apontou para o colchão. — Eu consegui rasgar o canto do colchão, e eu coloquei a faca lá.
Finney foi rapidamente até o colchão e olhou para o telefone.
— Daisy, em que parte do colchão?
— A segunda ponta do colchão, tem um rasgo ali, rasgue mais, e aí encontrará a faca. — Daisy instruiu. Finney foi até a segunda ponta do colchão, encontrando um pequeno rasgo ali. — É exatamente aí.
— Certo. — O garoto sussurrou, Ellie viu Finn rasgar mais o colchão e colocar sua mão dentro do rasgo, tirando de lá uma faca. — Aqui! — Finney sorriu. Daisy sorriu também.
— Isso vai ser a arma da Ellie. Finney tem o telefone, achei que iria precisar de uma arma também.
— Obrigado. — Ellie respondeu.
Ouve um longo silêncio, Ellie e Daisy se olhavam caladas, sem saber o que falar.
Finney foi até Eleonor e tocou seu ombro.
— Vou ver se nosso plano vai funcionar, você sabe, checar se está tudo bem preso, tudo bem? — O Blake perguntou, Nor sorriu minimamente e concordou. Finn puxou Eleonor para um abraço. — Eu tô aqui, tá bom? — O garoto sussurrou no ouvido da Addams.
— Eu sei. — Nor sussurrou de volta e sem ao menos perceber, beijou o ombro do garoto em forma de carinho. Ela não notou como isso fez o Blake travar por um momento.
Finn engoliu seco e sorriu levemente, o garoto se afastou de Ellie, para ver seu rosto.
— O que foi? — Eleonor sussurrou. A garota tremeu levemente ao sentir as mãos geladas de Finney serem colocadas sobre as bochechas da Addams.
Finney ficou quieto. As bochechas de Ellie já não possuíam mais o tom rosado que ele amava observar. Eleonor estava pálida, pálida demais.
Aquilo não era bom, Finney sabia.
— Nada, eu só... — O garoto se interrompeu. — vou tirar você daqui, tudo bem? É uma promessa, Nor.
— Vou tirar você daqui também. — Eleonor viu Finney sorrir levemente e concordar. O garoto se afastou e seguiu para o corredor. Deixando as irmãs Addams a sós.
— Você devia ter ligado antes. — Eleonor disse assim que viu a garoto sumir pelo corredor. Daisy ficou em silêncio. — Você teve todo esse tempo para falar comigo, para conversármos, e só agora você faz a merda do telefone tocar!
— Eu tava com medo! — Daisy respondeu, Ellie suspirou. — Eu tava apavorada. Eu não queria acreditar que você estava aqui, nesse maldito porão com o maldito telefone. Não consegui ligar, não consegui ajudar, porque eu não quis acreditar.
— Eu senti sua falta. — Eleonor sussurrou.
— Eu sempre estive com você, Ellie.
— Senti falta de ouvir sua voz. E-eu estava começando a me esquecer de como ela era. — A garota sussurrou. Daisy abaixou o olhar.
— Você vai sair daqui hoje. Mas... Quando sair daqui, eu não irei junto, Ellie. — Daisy viu Eleonor franzir as sobrancelhas.
— O quê?
— Ellie...
— Não! V-você não pode ficar aqui! Do que está falando?! — Ellie viu Daisy negar levemente e sorrir tristemente.
— Ellie, meu amor, eu já não estou mais aqui a muito tempo. — Eleonor desviou o olhar, sentindo seu olhos marejarem. Daisy se abaixou na altura de sua irmã. — Nor, você tem que encarar isso...
— Eu não quero! — Eleonor retrucou. De repente, Eleonor Addams se sentiu de volta a dois anos atrás, quando soube do desaparecimento de sua irmã. — Eu acabei de ter você de volta, de poder me comunicar com você de novo, por que você não pode ir comigo?!
— Porque eu tô morta! — Daisy viu Ellie travar.
Tudo parou.
A respiração de Eleonor falhou por um momento.
Ouvir de Daisy aquilo foi como um baque. Daisy estava morta, e nada que ela pudesse fazer mudaria aquilo.
— Ellie, eu tô morta, e eu já fiquei por muito tempo aqui. Aqui não é mais o meu lugar. — Daisy sussurrou, Eleonor sentiu as primeiras lágrimas caírem por suas bochechas. — Eu preciso ir, mas só poderei descansar quando Albert estiver morto.
— Mas... Mas eu não quero ficar sozinha. Eu não quero deixar você sozinha, você não merece isso. — Eleonor murmurou com sua voz embargada.
— Ellie, você nunca mais vai ficar sozinha. Eu fiquei com você, por que achei que estava, mas agora vejo que não está, Finney nunca te deixou sozinha, e ele nunca vai deixar. — Ellie viu Daisy sorrir levemente. — Você ficará bem, minha menina. Tudo que tem que fazer é sair daqui e viver, saia por mim, por Robin, pelos meninos. — Daisy sentiu seus olhos marejarem. — Eu amo você. Sempre vou amar você, amo mais que tudo nesse mundo.
— Me desculpa por ter feito o papai ir embora. — Eleonor murmurou, Daisy a olhou confusa. — Nunca vou me perdoar por isso.
— Você era só uma criança. — Daisy respondeu rapidamente. — Não foi sua culpa. — Ellie mordeu o interior de sua bochecha. — Eu sei que está assustada, e que está triste, e está tudo bem. O que aconteceu nesses últimos dois anos foram coisas horríveis que uma criança como você não deveria ter passado, mas você passou. Você está viva, Ellie. Você está de pé. — Daisy viu Nor soltar um soluço. — Se quiser culpar alguém, então me culpe.
— Eu tô cansada de culpar você. — A garota respondeu entre soluços. — Eu tô cansada. Eu queria estar com você.
— Eu sei que tá cansada, meu amor. — Daisy respondeu tentando segurar o choro. — Mas eu preciso que aguente mais um pouquinho. Você não pode vir comigo.
— Por que não? — Ellie perguntou tentando secar suas bochechas, que continuavam sendo molhadas por suas lágrimas.
— Porque eu já compri o meu propósito, você não está mais sozinha, agora eu já posso descansar. Você não precisa mais de mim.
— Mas eu acho que sempre precisarei de você. — Daisy queria dizer que ficaria com Ellie para sempre. Mas ela sabia que não podia, Albert tirou isso dela.
Daisy se deu conta. Nunca veria Eleonor chegar a maior idade, a própria nunca chegaria a completar seus dezoito anos.
Nunca veria sua irmã se formar, não veria o casamento de sua irmãzinha, não participaria da vida de seus futuros sobrinhos, nunca ouviria os filhos de Ellie a chamarem de titia.
Aquilo doeu.
Como Albert pode tirar isso dela?
Ele arrancou Daisy da vida de Eleonor, sem o menor cuidado.
E agora, ela estava se despedindo de sua irmã.
— Mate Albert por mim, tire o que ele me tirou. — Daisy pediu, Ellie fechou os olhos por um momento, tentando parar de chorar. — Preciso que faça isso por mim, Ellie. Por favor, eu quero descansar.
— Eu farei. Eu prometo. — Eleonor respondeu. — Não verei mais você se eu sair daqui?
Uma lágrima caiu pela bochecha esquerda de Daisy, a garota negou levemente.
— Não verá por um longo, longo tempo, minha ruivinha. — Daisy respondeu, Eleonor suspirou, sentindo seu coração doer.
— Eu amo você.
— E eu sempre amarei você. — Daisy respondeu.
— Mas se me ama... Por que vai me deixar? — Ellie perguntou, como uma criancinha. A pergunta foi tão inocente, que Daisy não soube como responder.
— Pegue meu corpo... Pegue meu corpo, e o leve para casa. — Daisy respondeu. Eleonor ofegou, tentando controlar sua respiração. — Quando sair daqui, chame a polícia. Na casa em frente, no porão, é onde eu e os meninos estamos.
Eleonor não disse nada, apenas acenou com a cabeça lentamente.
— Chame Finney, fale que está na hora de cortar o cabo do telefone, ele precisa de uma arma. — Daisy pediu.
Ellie ficou quieta por um momento.
— Finney! — A garota o chamou, não demorou muito para o garoto aparecer. — Terminamos por aqui, Daisy está dizendo que você já pode cortar o cabo.
— Você tem certeza? — O Blake perguntou, se aproximando da garota. Nor concordou e entregou o telefone.
Hesitantenente, Finney cortou o cabo do telefone.
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Ellie colocou o telefone no gancho novamente, agora, o telefone estava pesado pela terra que Finney havia colocado dentro dele.
Era uma arma agora.
A garota se virou, vendo Finney apertar mais uma vez os parafusos na parede, na entrada do corredor, se certificando mais uma vez se estava tudo certo.
— Estão bem presos. — O Blake murmurou caminhando até Eleonor.
A Addams olhou para janela do cômodo. Estava chovendo.
— Gosto de chuva. É tão... Calma. — Ellie sussurrou. — Queria poder ouvir de novo, ouvir a chuva. Daqui não dá pra ouvir nada.
— Você vai, Nor. — Finney foi até a garota, colocando suas mãos sobre os ombros de Ellie. — Você vai ouvir a chuva de novo, nós vamos sair daqui.
— Consegue mesmo acreditar nisso?
— Ei! Nós vamos sair daqui! — O Blake retrucou.
— Daisy pediu para eu viver, viver por ela. M-mas eu não consigo acreditar... Não consigo acreditar que vou sair daqui. — Ellie sussurrou. — Finney, eu não vivi nada, não vivi nadinha. — O Blake viu um certo desespero em seu olhar. — Eu nunca... nunca fui a um encontro, nunca vi o massacre da serra elétrica e nunca nem...
— Você vai ver o massacre da serra elétrica! Nós dois vamos! — O garoto a interrompeu. — Olha, q-quando sairmos daqui, eu vou te levar a um encontro, nós vamos comer x-burguer's, tomar refrigerante e nos entupir de doces enquanto vemos o massacre da serra elétrica juntos, tudo bem? — A garota não pode evitar de sorrir. — Eu sei que estamos praticamente no inferno, mas... Eu sinto que tenho você de volta, depois de muito tempo, eu tenho você de volta e eu não vou deixar ele tirar você de mim. Eu amo você, Ellie.
Aquilo saiu tão naturalmente e tão espontaneamente da boca de Finney, que o garoto demorou um tempo para entender o que ele falou.
— O quê?
— Caramba, eu amo você. — O garoto disse para si mesmo. — Eu amo você, Eleonor. E eu não vou perder você de novo.
A garota sentiu seu coração acelerar, a adrenalina correndo por todo seu corpo de uma forma que fazia sua cabeça doer levemente, em um momento de impulso, Eleonor colocou suas mãos sobre as bochechas de Finney e o puxou para perto, encostando seus lábios.
O garoto fechou os olhos instantaneamente e deixou que suas mãos fossem até às bochechas de Ellie.
A Addams se afastou, quebrando o selinho. O Blake abriu os olhos quando sentiu ser abraçado pela menor.
— Eu amo você, Finn Blake. — Ellie sussurrou de olhos fechados. — Em 1976, quando Daisy morreu, eu morri também. Mas aqui, mesmo estando no inferno, eu nunca me senti tão viva. Você fez eu me sentir viva de novo. Eu amo você. — Eleonor repetiu.
— Eu amo você desde os sete anos, quando você bateu na porta do meu quarto, perguntando se eu queria ajuda no meu desenho de foguete com macarrões. — Finney sussurrou, sentindo suas bochechas esquentarem, Eleonor sorriu levemente.
— E eu amei você no exato momento em que você sorriu e disse que adoraria a minha ajuda. — A garota respondeu soltando uma risada. — Desculpe ter roubado seu beijo, eu queria que o meu primeiro beijo fosse com alguém que eu amasse.
— Não me importo de você me roubar beijos. — Finney sussurrou fazendo carinho nos cabelos ruivos da garota. — Queria que fosse com alguém que eu amasse também, e foi. Obrigado Nor.
Os dois ficaram abraçados por um tempo, apenas aproveitando aquele momento.
Finney havia acabado de beijar a garota por quem era apaixonado desde os sete anos.
Conhecia Eleonor Addams a seis anos, a amou por seis anos inteiros, a amou quando a conheceu, a amou quando ela virou sua melhor amiga, a amou quando por dois anos inteiros, ela se afastou dele.
E agora ele tinha sua melhor amiga de volta, tinha seu amor de volta, bem ali, abraçada a ele..
Finn se deu conta de como havia sentido falta dela.
— Senti sua falta.
Eleonor passou seu nariz pela curva do pescoço do Blake, se aconchegando mais.
— Senti sua falta. — A garota repetiu em um murmuro, era verdade. Ela sentiu falta em cada momento, sentiu falta do garoto quando ela se afastou, sentiu falta das conversas, sentiu falta dos abraços, sentiu falta das risadas de Blake quando Ellie fazia alguma piada boba, ela sentiu falta de cada mínimo detalhe. — Senti muito sua falta. — E beijou a bochecha do garoto.
Antes que Finney pudesse reagir, o garoto ouviu um barulho esquisito, parecido com um zumbido de abelha. O Blake olhou para o telefone.
— Acho que ele está chegando... — Finn sussurrou, Eleonor abriu os olhos e lentamente se afastou do garoto, saindo do abraço. — Tá na hora de sairmos daqui.
— Certo, está na hora.
— Hum... Acha que mereço um beijo de boa sorte? — Finney perguntou num ato de impulsividade. Eleonor sorriu.
— Deixe o beijo para o encontro que você me prometeu. — A garota respondeu tentando soar tranquila, mas Finney pode ver o quanto Ellie estava assustada com aquilo.
As luzes se acenderam, fazendo a Addams tremer levemente.
Finney tirou o telefone do gancho e colocou sua lanterna em formato de foguete em cima do discador. Eleonor tirou de seu bolso a faca que Daisy havia os instruído a pegar.
O garoto se pôs em frente a ruiva, Ellie apertou o cabo da faca em suas mãos e a escondeu atrás de suas costas, de um ângulo que Albert não pudesse ver.
A porta lentamente se abria, Finney apertou o telefone em suas mãos instantaneamente.
A expressão de Ellie se suavizou, tornando um semblante confuso quando conseguiu ver quem abria a porta.
Era um homem totalmente diferente do Sequestrador, ele não usava máscara, tinha cabelos pretos e usava uma camiseta estampada.
— Ah, cara, tá de sacanagem... — O homem murmurou. Eleonor arregalou os olhos levemente.
Alguém havia os encontrado.
— Eu sabia que ele tava escondendo alguma coisa aqui em baixo, minha nossa senhora. — O homem continuou abismado.
— Por favor, nos ajuda. — Finney conseguiu dizer, dando alguns passos para frente em direção ao homem. — Liga pro meu pai, sei lá, pra minha irmã!
— Liga pra Gwen, o-ou para Anny! Por favor liga para a Anitta Arellano, por favor! — Eleonor pediu rapidamente.
— Não, escutem, calma! E-ele não tá aqui, ele-ele teve que trabalhar. Eu sou o Max, fiquem calmos, — Max disse rapidamente, Ellie e Finney se entreolharam. — é por isso que ele tava surtando de manhã. — A Addams franziu as sobrancelhas, o homem parecia muito animado. Max parecia eufórico. — Vocês querem ouvir a história de como eu achei vocês, garotos?
Finney e Ellie negaram rapidamente.
— Não, não, não, não... — O Blake sussurrava rapidamente.
— Não, não, não, não, fiquem tranquilos — Max empurrou mais a porta do porão, a abrindo completamente, Eleonor arregalou os olhos olhando fixamente para atrás do homem. — depois a gente conversa melho... — O homem foi brutalmente interrompido por Albert, que cravou o machado na cabeça de Max.
Eleonor travou, a garota não conseguiu gritar como Finney gritou – ela nem ao menos conseguiu olhar o garoto, que havia se encostado na parede –, ela só estava ali, no meio do cômodo, observando Max dar três passos para dentro do porão e cair no chão, sem vida.
A garota não conseguiu processar aquilo direito.
Eleonor sentiu sua respiração falhar quando Albert entrou no porão e sorriu para ela.
O olhar do Sequestrador foi até Finney.
— Olhem o que me fizeram fazer, me fizeram matar o meu irmão. — O homem os acusou.
— Não... Não foi a gente, nós... — Finney balbuciava, em choque. O garoto deu alguns passos para a frente.
— Ele era um idiota, — Albert olhou para o corpo sem vida de Max no chão. — mas era o meu idiota. Ah, desculpa, Max. — O homem caminhou até o corpo do mais novo. — Agora eu vou ter que te colocar com os outros. — Ellie franziu as sobrancelhas levemente, ele não parecia estar verdadeiramente mal com aquilo. — Ai... Você vai achar os meninos levados afinal.
A garota sentiu uma forte ânsia de vômito vendo o homem tentar tirar o machado da cabeça de Max.
Quando Albert finalmente conseguiu tirar o machado, ele se virou para as duas crianças.
— Qualé do telefone, hein? — O Sequestrador perguntou irritado, vendo Finney segurar o aparelho em suas mãos. — Eu falei que não funciona! — Albert gritou.
— Você sabe que funciona, só não quer acreditar. Por que não passa da porra de um velho medroso! — Eleonor teve coragem de dizer. O homem a olhou. — Você sabe que o telefone toca, e você escuta, não é, Albert?
Finney olhou para a garota, tenso.
O Sequestrador a olhou, seu olhar carregado de puro ódio fez Ellie erguer a cabeça, empinando o nariz.
— O que você disse? — Sua voz soou calma, mas a Addams pode ver os olhos do homem a olharem com o mais puro ódio.
— Albert. Esse é o seu nome, não é, seu filho da puta? — A garota perguntou, o Sequestrador sorriu.
— Normalmente, eu usaria uma faca, mas, vocês... — Albert apontou o machado ensanguentado para as duas crianças. — são especiais.
— Foi o que falou pra minha irmã antes de matar ela? Ou você disse isso pro Robin? — Eleonor podia ver Albert começar a perder a sua paciência. — Vance? Griffin? Bruce? Billy? Você dizia isso para todos eles?!
— Cala boca! — o Sequestrador gritou, fazendo Eleonor apertar o cabo da faca em suas mãos.
Ellie não olhava Finney naquele momento, não estava vendo o olhar de repulso que o Blake direcionava para Albert.
— Eu não vou ter pressa com vocês... Eu quero machucar vocês, muito. — O Sequestrador disse com raiva. — Sansão! — Albert gritou, ainda olhando para as crianças.
Ellie não precisou desviar os olhos do homem, para ver o grande cachorro preto descer as escadas latindo.
Sansão foi o cachorro que denunciou a fuga de Nor e Finn. Implicitamente, era cúmplice de Albert.
Finney encarou o cachorro, enquanto Sansão rosnava para as crianças.
Albert segurou Sansão pela corrente e olhou para as crianças, um olhar sádico e nojento.
Ele parecia se divertir com aquilo.
Ele se divertia com aquilo.
— Muito bom... — O Sequestrador murmurou para o cachorro, enquanto o puxava para o canto direito do porão.
Eleonor viu o homem encostar o machado na parede.
Albert prendeu o cachorro ali no canto direito do cômodo, ainda olhando para as crianças.
Finney observou atentamente ele pegar novamente o machado. Sorrindo, Albert começou a se aproximar lentamente, como uma cobra prestes a dar o bote.
Em um movimento rápido, Albert levantou o machado.
Em um movimento mais rápido ainda, Finney puxou Eleonor para trás e a puxou para o lado.
O machado bateu no chão e voou para trás enquanto Albert tropeçou pelo impacto e caiu no colchão.
Com muita dificuldade e com a ajuda de Finney, os dois correram para o corredor. O Blake e a Addams pularam rapidamente o buraco coberto pelo tapete. E se jogaram no chão.
A garota se arrependeu instantaneamente ao sentir sua cabeça girar e uma forte dor a atigir.
Finn segurou o cabo, esperando.
Não demorou muito para Albert se levantar e correr até às crianças. No exato momento que ele ia passar pelo corredor, Finney puxou o cabo, fazendo Albert tropeçar e cair no buraco.
O homem berrou ao sentir sua perna quebrar pela grade que havia no final daquele buraco.
Finney se levantou e Eleonor também.
O garoto se preparou e começou a usar o que Robin havia o ensinado.
Quando Albert insinuou que iria o atacar, Finney desviou e em um ato ágil, o bateu com o telefone.
Ellie viu o homem parecer surpreso.
Finney foi para frente, jogando sua isca. Albert a pegou e rapidamente, foi para frente de novo, tentando pegar o Blake, Finn rapidamente foi para trás e em seguida para frente, batendo na cara de Albert.
Albert sorriu para as crianças. Como se estivesse gostando de ver.
O homem tentou mais uma vez bater em Finney, mas o garoto novamente desviou e em seguida, o atingiu com o telefone. O atingiu em cheio, deixando Albert desnorteado.
— Seu nojento filho da puta! — Eleonor gritou e enfurecida, a garota foi até ele e levantou a faca em suas mãos.
Antes que ela pudesse o acertar, Albert foi mais rápido e a puxou pelo braço, a prendendo e a impedindo de acertá-lo com a faca. O Sequestrador tentava a puxar para dentro do buraco.
— Solta ela! — Finney gritou.
Eleonor gritou de ódio e de dor ao sentir Albert bater em sua barriga. Ellie sentiu uma enorme vontade de vomitar.
— Eu não disse que ia te machucar, Daisy? — Albert segurou Eleonor contra ele. Eleonor gritou enfurecida e em um ato rápido, bateu seu cotovelo no rosto do Sequestrador, o fazendo afrouxar mais o aperto que ele tinha sobre ela. A garota, com sua sua mão livre, puxou a máscara da cabeça do Sequestrador, a tirando.
Albert rapidamente soltou Eleonor e começou a gritar, enquanto tampava seu rosto.
— Ellie!
— Acaba com isso, Finney! — Eleonor gritou enquanto saia de perto se arrastando pelo chão.
Finney partiu para cima de Albert. O bateu em seu rosto, o bateu de novo e de novo. O Sequestrador não se dava o trabalho de tentar revidar, estava ocupado demais tampando seu rosto.
O Blake olhou para o cabo do telefone em suas mãos e correu para trás de Albert, passando o cabo pelo pescoço do homem, o enforcando.
Eleonor se encostou na parede do corredor e ficou observando Albert agonizar, tentando tirar o cabo de seu pescoço. Sem sucesso.
Eleonor ouviu o telefone tocar e viu a reação de Albert, ouvindo também.
Finn encostou lentamente o telefone no ouvido do homem.
— É pra você. — O Blake disse seriamente.
Albert mantia seus olhos vidrados no telefone, mas Ellie não.
A atenção de Eleonor estava em Vance Hopper, que caminhava lentamente em direção ao Sequestrador.
— Bem-vindo ao pesadelo que é o fim da sua vidinha patética! — Vance dizia, sua voz carregada de fúria.
— Você. Não tem. Muito tempo. — Eleonor viu Griffin Stagg ficar ao lado de Vance, o garotinho riu.
— Hoje é o dia, seu desgraçado! — Vance exclamou.
— Eu não posso te matar, hijo de puta, então Finn vai te matar por mim! — Assim que o moreno disse isso, Nor viu Robin Arellano, seu melhor amigo, desviar seu olhar de Albert. O garoto a olhava agora.
Eleonor tentou se levantar ao ver Daisy Addams aparecer e caminhar lentamente até Albert.
Mas não conseguiu, apenas sentiu uma dor aguda a atingir na barriga. Ellie abaixou seu olhar até sua barriga. A garota respirou fundo ao ver uma mancha vermelha se alastrar por sua blusa.
— Sabe o que é mais engraçado? — A Addams voltou seu olhar para sua irmã. A garota viu a reação de desespero de Albert ao ouvir a voz de sua primeira vítima. — Você está prestes a morrer, estrangulado... enforcado, como fez comigo... — Daisy se aproximou mais, o olhava com tanto ódio. Estava na frente de seu assassino, do homem que tirou sua vida, que tirou tudo dela — E agora vai morrer pelas mãos de uma das pessoas que eu mais amei na minha vida, vai morrer pelas mãos da criança que eu praticamente criei, o karma chega para todos. Esses são os meus garotos!
— O braço do Finn é um canhão! — Bruce Yamada dizia enquanto ia rapidamente para o lado de Daisy Addams.
No exato momento que Bruce terminou sua frase, Finney usou toda sua força e puxou o cabo.
Eleonor pode ouvir nitidamente o barulho do pescoço de Albert quebrando. Agora, tudo que podia ouvir era Sansão latindo alto.
O corpo sem vida do homem se afundou no buraco.
A garota viu Vance sorrir, ela nunca havia visto o garoto sorrir na vida. Em todas as vezes que já trombou com o Hopper no fliperama, ela nunca havia o visto sorrir.
Todos ali pareciam aliviados, vingados. As crianças se entreolharam em silêncio, sabendo que finalmente poderiam descansar em paz.
— Conseguimos... — Finney murmurou, lentamente se levantando do chão. — Nós... Nós matamos ele, Ellie.
— Você conseguiu, eu sabia que conseguiria. — Eleonor sorriu, o garoto finalmente a olhou.
O Blake puxou o ar, assutado, ao ver a garota. Eleonor estava mais pálida ainda, seu semblante estava abatido, enquanto ela estava apoiada na parede. Mas, o que mais o assustou foi ver a blusa de Ellie manchada de sangue, seu sangue.
— Nor... — Finney murmurou em choque, o garoto andou até ela rapidamente, se abaixando a sua frente. — Mas que porra...
— Tá tudo bem, eu só preciso sair daqui. Quero sair daqui. — Eleonor sussurrou a última frase.
— Já acabou, n-nós vamos sair daqui. — O garoto sussurrou, deixando seu olhar cair para a blusa de Ellie. O sangue ensopando sua roupa.
O cachorro chamou a atenção de Eleonor, ele parecia raivoso. Parecia faminto.
— O cachorro tá na porta, você precisa... encontrar algo para despistar ele. — A garota viu Finney olhar diretamente para o banheiro no final do corredor, mais especificamente, para o buraco na parede, que dava acesso ao congelador.
— Espere um momento. — O Blake se levantou e correu até o final do corredor, saindo do campo de visão de Ellie.
— Cara, sua irmã não tá nada bem. — Eleonor franziu as sobrancelhas, ao ouvir a voz de Vance. — Ela está horrível.
— Vance, vai se foder. — A garota sussurrou olhando para o Hopper, que fechou a cara.
— Ahn, ela... Ela deveria estar nos ouvindo? — Bruce Yamada perguntou confuso.
Foi ali que Eleonor se sentiu confusa.
Não, ela não deveria estar os ouvindo. Ela não estava com o telefone em mãos.
— Porra, por que ela tá ouvindo a gente? — Ellie viu Robin passar pelas crianças e ir até a Addams. — Nor, o que tá acontecendo?
— Achei que não falaria mais com você de novo. — Nor sorriu, Robin suspirou e negou.
— Você não deveria estar falando comigo agora, não deveria estar nos escutando. — O garoto olhou para Daisy, que olhava Eleonor em silêncio. — Daisy, o que faremos?
— Ela precisa de ajuda, ela precisa ir embora daqui antes que apague. — Daisy falou pela primeira vez. — Ellie, você precisa sair daqui. Nor, você tem que levantar.
— Não consigo, tá doendo muito. Não dá. — A garota respondeu.
Daisy se interrompeu ao ver Finney voltar do banheiro, com um grande pedaço de carne nas mãos, o garoto passou por Eleonor e jogou a carne para longe da porta, onde o cachorro estava.
Sansão não pensou duas vezes antes de correr em direção a carne, deixando o caminho livre.
— Vem, Nor. Vai ficar tudo bem. — Finn voltou até ela rapidamente.
Eleonor tentou se levantar novamente, e mais uma vez, a dor aguda a atingiu, a fazendo se sentar de novo.
— Tá doendo muito, não consigo. — Ellie murmurou com seus olhos marejados pela dor.
— Ellie, não pode desistir de sair daqui agora. — Daisy se pronunciou, Eleonor a olhou.
— Deixa eu ajudar você a se levantar. — Finn sussurrou se abaixando.
Com certa dificuldade, Finney conseguiu ajudar Nor a se levantar. A garota se apoiou em Blake, sentindo sua visão embaçar cada vez mais.
Os dois caminharam lentamente até a porta e começaram a subir as escadas.
As duas crianças subiam os degraus com cautela, Finney com medo de machucá-la.
Eleonor se sentiu sonolenta. Um sono esquisito a atingiu, nunca havia sentido aquilo. Era como se seu corpo estivesse desligando.
Finn notou isso, ao ver a garota fechar os olhos e os abrir rapidamente, atordoada.
O Blake soltou um grunhido surpreso ao sentir o corpo de Ellie ficar pesado de repente. O garoto não conseguiu segura-la a tempo e ela caiu sentada na escada.
— Ellie, ei! — Finn se desesperou e se abaixou até ela, vendo a garota quase desacordada. O garoto começou a dar leves tapinhas no rosto da Addams, tentando faze-la acordar. Ele se desesperou ao vê-la fechar os olhos. — Ellie, vamos, acorde! Estamos perto. Vamos para casa, por favor!
A garota não estava respondendo.
— Não, não, não! — Daisy subiu as escadas rapidamente, indo até sua irmã. — Ellie, acorde!
Nenhuma resposta.
— Porra, o que tá havendo? — Robin foi o próximo a subir. As crianças pararam na porta do porão, observando de longe. Não sabendo o que falar. — Nor, ei, maninha. — Por extinto, ele encostou sua mão na bochecha esquerda de Eleonor.
Um formigamento atigiu sua bochecha esquerda, fazendo Eleonor abrir os olhos levemente.
— Robin? — A garota murmurou, Robin e Finney franziram as sobrancelhas.
— O quê? — O Blake sussurrou.
— Conseguiu me sentir? — O Arellano perguntou. Ele não esperou uma resposta. — Daisy! Ela sentiu o meu toque, tenho quase certeza que isso não é bom!
— Eu não acho que ela vai... — Billy se interrompeu ao ver Daisy o olhar. — Nós já podemos ir, Daisy. Podemos descansar já.
— O quê?
— O quê?! Não. Não! Eles... Ela tá tão perto de sair! — Daisy respondeu. — Eu não vou deixar ela morrer aqui. Nós morremos por causa dele, e eu não vou deixar a minha irmã ser mais uma vítima também! Ela tem que sair daqui! — A garota retrucou desesperada. Daisy caminhou até Robin, Finney e Ellie. A Addams mais nova tentava se concentrar em se manter acordada. — Ei, meu amor, eu tô bem aqui. Tô aqui com você, consegue me ouvir.
— Finney, vai, por favor.
— Não saio daqui sem você. Tá me ouvindo, Ellie? Não saio daqui sem você!— Finn reforçou. — Para com essa porra de complexo de herói! — O garoto olhou para os lados. — Daisy, Robin, — A Addams mais velha o olhou confusa, ele estava a vendo? O Arellano franziu as sobrancelhas, com o mesmo pensamento. — eu sei que estão aqui, vocês tem que ajudar, por favor.
— Vamos Nor, você tá tão perto de viver. — Eleonor olhou para Robin.
— Billy está dizendo que vocês já podem descansar, você já pode ir... — Ellie viu o Arellano negar.
— Não vou embora, eu tenho que salvar a sua vida, pelo menos uma última vez, Nor. — Novamente, por extinto, Robin tentou segurar a mão de Ellie. Tristemente, não conseguiu. — Vamos Nor, você ainda está de pé.
— Ellie, por favor. —Finn segurou a mão de Eleonor. — Não vou subir sem você.
Eleonor viu Finney a observar apreensivo. A garota desviou o olhar, olhando para Robin, para Daisy e para os meninos, que estavam a observando em silêncio na porta do cativeiro.
Ela precisava tentar. Precisava ao menos sair dali, sair dali por eles.
Eleonor precisava sair daquele maldito lugar por Daisy, Robin, Vance, Billy, Griffin, Bruce. Precisava sair por Finney.
Ellie segurou o choro ao se apoiar nos degraus, se forçando a se levantar. Finney arregalou os olhos e se levantou rapidamente também.
— Me ajuda a subir. — A garota disse, tentando soar firme.
A Addams se apoiou em Blake, sentindo o garoto a segurar mais firme dessa vez.
E assim, eles subiram, dessa vez, com certa pressa.
Finn estava com medo, medo que Eleonor apagasse novamente, mesmo que ele conseguisse ver seu empenho em tentar se manter acordada.
O Blake abriu mais uma porta e eles passaram pela mesma cozinha da noite passada, agora, sem medo. Albert estava morto. Não havia mais ninguém os esperando, com o cinto em mãos.
As duas crianças foram até a porta, Finney a abriu, encontrando o cadeado de Griffin.
Ellie se desvencilhou do garoto, o deixando livre para ele colocar a senha no cadeado e o abrir.
E assim, o garoto o fez. Ele colocou a senha e abriu o cadeado.
A Addams não consegui acreditar, quando Finney abriu a porta.
O primeiro som que ouviu, foi o som de sirenes.
O Blake olhou para Ellie, em um pedido silencioso para que ela se apoiasse nele novamente. E assim, ela fez.
Os dois saíram.
Saíram daquele maldito pesadelo.
Ellie sentiu o sol em seu rosto novamente, o calor agradável dele.
O olhar das duas crianças foram atraídos para Gwen e Anny.
As duas meninas se levantaram do chão, olhando Finney e Ellie. Desacreditadas.
Gwen foi a primeira a começar a correr em direção a eles, não demorou muito para Anitta a seguir.
Finn e Nor foram envolvidos fortemente em um abraço coletivo de Anny e Gwen.
Eleonor encostou sua cabeça no ombro de Anny, ouvindo a morena chorar.
Gwen chorava baixinho, apertando seu irmão durante o abraço, Finney encostou seu queixo na cabeça de sua irmã. Ele não achou que a veria outra vez.
— Ei, ei, ei! Vamos, venham comigo! — Ellie ouviu vozes de um homem de longe e logo, viu dois homens mais velhos correrem até eles. Policiais, ela supôs.
— No porão. — Finn murmurou para um deles.
— Vamos, vamos, vamos!
— Levem as crianças. — O outro homem falou e correu para dentro, junto com outros policiais.
Dois policiais seguraram gentilmente Ellie e Finney – que ainda eram agarrados por Gwen e Anny – pelos ombros.
— Nor? — A morena murmurou confusa, vendo que Ellie parecia estar ficando mais pesada. — Nor! — A garota chamou a atenção dos quatro, quando viu que Eleonor havia apagado.
📞
Finn tremia a perna sem parar, enquanto observava Eleonor dormir.
Estavam todos no hospital.
Flashbacks rodeavam a cabeça do Blake.
Eleonor desmaiou, os policiais a carregaram até a ambulância mais próxima, que a levou correndo para o hospital, pois sua situação era grave.
O pai dos irmãos Blake apareceu, desesperado, pedindo desculpas, inplorando por perdão.
Uma ambulância levou Finney – Acompanhado de Gwen e Terrence – para o hospital, para checar se o garoto estava bem.
E agora, Finney estava no quarto, onde Ellie estava.
O garoto interrompeu seus pensamentos, ao sentir a mão de Gwen apertar a sua. O Blake a olhou.
— Ela vai ficar bem, Finney. — Gwen sussurrou.
Desde que a garota o encontrou, Gwen não soltava sua mão. Não o deixava sair de perto dela por nada. E honestamente, Finn não queria sair de perto de sua irmã também.
Anny estava sentada em uma das poltronas do quarto, olhando Ellie ainda dormir.
A garota estava com uma aparência péssima, seus olhos possuíam olheiras, seu cabelo estava preso em um coque muito bagunçado e ela possuía uma bandana amarrada em seu pulso.
A bandana de Robin, Finn notou.
— Gente... — Anitta sussurrou se ajeitando na cadeira.
Finney olhou para a maca, vendo Eleonor abrir os olhos.
A primeira coisa que a garota pode ver, foram as luzes florescentes que irritavam seus olhos azuis.
— Nor! — O garoto se levantou em um pulo e correu até a Addams.
— Finney, oi. — A garota sorriu fracamente ao sentir ser abraçada pelo Blake.
O garoto beijou sua testa repetidas vezes, a fazendo soltar uma risada.
Anny e Gwen correram até a mesma também, os abraçando.
— Que susto que você nos deu, defensora! — Gwen sorriu.
— Desculpa. — Eleonor riu. — O que houve?
— Você teve que fazer uma cirurgia de emergência. — Anny disse. — O legal é que vai ficar uma cicatriz irada, né?
— Com certeza. — A garota riu.
Os quatro permaneceram abraçados, até ouvirem alguém abrir rapidamente a porta.
A Addams engoliu seco ao ver Livia Addams.
Sua mãe parou na porta, olhando Ellie com lágrimas nos olhos.
A garota reparou em sua mãe.
Seu cabelo escuro estava desgrenhado, possuía olheiras profundas e parecia muito cansada.
Finney, Gwen e Anny se afastaram levemente de Eleonor, ao ver Livia se aproximar.
De todas as reações que esperava... Um abraço e beijos no topo de sua cabeça, não era uma delas.
— Me desculpa, me desculpa, me desculpa. — Livia sussurrava enquanto passava as mãos pelos cabelos ruivos de sua filha, Ellie não soube como reagir aquilo. — Por favor, me desculpa. Me perdoa, filha. Perdoa a mamãe, por favor. — A mulher dizia, sua voz embargando a cada palavra.
Eleonor não respondeu nada, não sabia o que responder, o que falar, como agir.
— Encontraram ela, encontraram a Daisy. — As palavras de Livia pesaram no coração de Ellie. — Encontraram a nossa menina.
Finney viu uma lágrima descer pela bochecha de Eleonor.
📞
A chuva batia levemente na janela do quarto da garota, que estava acordada.
Já havia se passado algumas semanas, a Addams já estava em sua casa. Já estava no conchego de sua casa, no conforto de sua cama.
Mas não conseguia dormir.
Eleonor não dormia a semanas.
Se sentia sozinha.
Antes de tudo acontecer, a garota sempre dormia, sentindo Daisy por perto, seja ela sentada na ponta da cama, ou só em pé, a observando. Nunca teve medo, porque sabia que sua irmã nunca a faria mal, sabia que a garota estava ali apenas para a proteger.
Mas agora, a Addams estava sozinha.
Daisy não aparecia mais em seu quarto, não se sentava na ponta de sua cama e não zelava pelo seu sono.
Aquilo a assustava, nunca se sentiu tão sozinha em toda a sua vida.
Não sentia a presença de sua irmã e nem o toque gentil do Blake, enquanto a abraçava durante o sono, em uma forma simples de dizer que estava tentando protegê-la.
Eleonor se levantou de sua cama e caminhou até a porta, a abrindo e saindo do quarto.
A garota pode ouvir a TV ligada e lentamente andava em direção a sala.
— Ellie, meu amor, está tudo bem? — Eleonor se assustou com a voz doce de Livia.
Desde que Livia abraçou Eleonor e implorou por perdão no hospital, a algumas semanas atrás, a mulher havia mudado drasticamente.
A mais velha havia jogado qualquer tipo de bebida alcoólica pela pia da cozinha e havia jogado seus cigarros no lixo.
Havia voltado a cozinhar, limpava a casa, havia voltado a se empenhar no emprego e o mais assustador, – na opinião de Ellie – havia mudado seu comportamento com Nor.
Era sempre "meu amor", "precisa de algo querida?" e "estou tão feliz por ter você de volta."
Eleonor não sabia como reagir aquilo, ainda não sentia confiança na mulher, não conseguia sentir verdade nas palavras dela, e Livia entendia.
— Eu... Eu não consigo dormir. — Nor respondeu baixinho. — Preciso que me leve a um lugar.
— Mas... Meu amor, está chovendo, e já está muito tarde. Se você quiser, eu posso preparar um lanche! O que acha? Um chocolate quente com...
— Mãe, — Ellie a interrompeu. — por favor, eu preciso dormir, não durmo a semanas. Preciso dele.
📞
— Ellie, querida, se acalme! — Livia disse assim que viu sua filha abrir rapidamente a porta de seu carro e sair.
A ruiva não a deu ouvidos, caminhou apressadamente até a porta da casa dos Blake e começou a bater na porta, não se importando com a chuva que a cobria.
Não demorou muito para a porta ser aberta por Terrence, pai dos irmãos Blake.
— Ellie? Livia? O que fazem aqui nesse horário? — O homem perguntou confuso.
Eleonor desviou do mais velho e passou, entrando na casa sem ao menos o comprimentar.
— Livia, mas o que é isso?
— Eu já explico, Terrence. — A mulher respondeu, o Blake respirou fundo e abriu espaço para a mulher entrar.
Ellie correu rapidamente até o quarto de Finn, ela ainda se lembrava exatamente onde era.
A garota abriu a porta, encontrando Gwen e Finn.
A mais nova estava na frente de seu irmão, – que segurava uma maquete de foguete, pronto para atacar alguém – segurado o mesmo. Os dois pareciam apreensivos.
— Nor! Meu Deus! — Finn foi o primeiro a exclamar, soltando a maquete.
— Porra, que susto! — Gwen murmurou saindo da frente do garoto.
Finney foi surpreendido por Eleonor indo até o mesmo e o envolvendo em um abraço.
— Nor, tá tudo bem? O que houve? — Finn perguntou, enquanto Ellie se escondia na curva do pescoço do Blake. — A Livia fez algo? Ela te machucou?
— Não, e-ela está sendo muito boa. É quase como se eu tivesse voltado para dois anos atrás... — Finn sentiu Eleonor o apertar mais no abraço. — Mas ela não tá mais lá, Finn. A Daisy foi embora. Ela nunca me deixou, e agora, ela não aparece mais pra mim. Eu não sinto mais ela. — O Blake passou suas mãos pelos cabelos ruivos da garota, tentando conforta-la. — Eu me sinto sozinha. Não consigo dormir, não durmo a semanas.
— A Daisy tinha que ir, Nor. Entende isso, não é? Ela precisava descansar, assim como todos os garotos. Assim como Robin. — A boca de Finn custou em dizer a última frase. Ainda doía. Sempre doeria.
— Eu não quero me sentir sozinha.
— Você não tá sozinha. — O garoto respondeu. — Você tá com sono?
— Com muito sono, mas não consigo dormir. — Eleonor suspirou deitando sua cabeça no ombro do garoto e fechando os olhos.
O garoto olhou para Gwen.
— Gwen, avise ao pai que está tudo bem, diga que Eleonor vai dormir aqui. — O garoto pediu. A Blake mais nova, ainda um pouco relutante, concordou e saiu do quarto.
A verdade é que Finney também não estava dormindo muito bem aquelas semanas longe de Eleonor. O garoto tinha pesadelos constantes, onde voltava para aquele maldito porão, onde acordava naquele lugar, acordava sozinho, com Albert dizendo que havia dado um jeito na Addams. Aquilo o apavorava tanto, que o menino acordava assustado e corria até o telefone e ligava para a casa da família Addams.
Ele só se sentia um pouco melhor quando Livia atendia, dizendo que Ellie estava em seu quarto, e que estava tudo bem.
Mas mesmo assim, ele não dormia direito. Gwen o fazia companhia, o que ajudava um pouco.
— Vem Nor, vamos dormir. — Finn a segurou gentilmente pelos ombros. Eleonor deixou o garoto a senta-la na cama.
Ellie se deitou lentamente, Finney não demorou muito para imita-la e se deitar também. O Blake os cobriu e a encarou.
— Vai ficar tudo bem. — O garoto sussurrou, na esperança de isso a tranquilizar. E isso a tranquilizou, de certo modo.
Finney envolveu a garota em um abraço e Eleonor fechou os olhos, se aconchegando.
— Não sinto mais ela. Eu sinto falta de sentir ela comigo. — A Addams sussurrou. Finn a apertou mais no abraço.
— Eu sei, mas ela ainda está com você, ainda está conosco, você só não pode mais vê-la. Mas ela jamais te deixaria, Nor. — Finney beijou a testa da garota.
— Vai ficar comigo até eu dormir? — A garota perguntou com a voz baixa, se rendendo ao sono.
— Vou ficar até quando você me permitir ficar. — Finney fechou os olhos. — Porque eu amo você.
— Eu amo você também. Sempre amei. Sempre vou amar. — A garota não viu, mas o Blake sorriu sentindo suas bochechas esquentarem.
Depois de alguns minutos, Terrence e Lívia abriram lentamente a porta de seu quarto.
Encontrando seus filhos dormindo serenamente na cama.
Lívia soltou um suspiro, aliviada. Sua filha havia conseguido dormir, finalmente, depois de semanas. Apenas por causa de Blake.
— Ela não dorme a semanas... E agora, está dormindo, apenas por causa de seu filho. — Livia deu um meio sorriso, Terrence riu levemente.
— Eles sempre tiveram uma quedinha um pelo outro, coisa de criança. — Terrence deu de ombros. — Mas, algo me diz que tem muita coisa pra acontecer ainda com esses dois.
— Coisas boas, espero.
— Com certeza. — O homem respondeu. — Pode dormir no meu quarto, irei para o sofá.
— Obrigada, Terrence.
— Algo me diz também que ficaremos algumas semanas dormindo um na casa do outro. — Terrence murmurou, Livia riu, concordando levemente.
E assim, os dois adultos fecharam a porta.
Depois de semanas, Finney e Eleonor tiveram uma verdadeira noite de sono, sem pesadelos, sem se sentirem sozinhos. Aproveitando o aconchego que os dois ofereciam um para o outro.
esse capítulo tem exatamente 7648 palavras
GENTE ESSE É O PENÚLTIMO CAPÍTULO TO MUITO TRISTE
eleonor sobreviveu fml podem respirar !!!!
eles juntinhos :(( muito namoradinhos QUE NAMORAM, o que acharam do beijinho deles???
gente, eu demorei quase um mês pra terminar esse capítulo, pq ele me deu muito bloqueio pra escrever, me desculpem !!
daisy e os meninos finalmente estão descansando, infelizmente não do jeito que a gente queria mas ne :((
enfim, espero que tenham gostado do capítulo, desculpem qualquer erro ortográfico e eu espero que toda essa espera tenha valido a pena para vocês, assim como valeu para mim !!
por favor, votem e comentem, isso ajuda a fanfic a ser recomendada para outros leitores e isso também me deixa muito mas muito feliz
é isso, até o próximo e o último capítulo <3
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