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𝟯𝟲. I might let you make me Juno

𝗝𝗨𝗡𝗘 𝟭𝟱, 𝟮𝟬𝟯𝟰




ᥫ᭡𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇...

Eu bocejo pela quinta vez consecutiva enquanto olho para o nada, sentada na cama. O relógio marca algo em torno das quatro da manhã, mas eu não consigo raciocinar direito ainda. Matt está no banho, ouvindo alguma música animada, o que só me faz questionar como ele pode estar tão desperto a essa hora. Ele parece tão empolgado com a viagem quanto com a ideia de finalmente termos um refúgio depois das últimas semanas corridas.

Ouço sua voz cantarolando por cima do chuveiro, e um sorriso escapa dos meus lábios. Matt fez questão de me lembrar várias vezes o quão feliz está por aproveitar um momento a sós comigo longe de tudo, e eu tenho que admitir para mim mesma que também estou ansiosa por isso. Desde que começamos a confessar o que realmente sentimos um pelo outro, nossos momentos ficaram mais íntimos, mais físicos. Agora, um beijo roubado ou segurar as mãos no meio da noite parece a coisa mais natural do mundo. É gostoso acordar com nossos corpos entrelaçados, como se fossem um só, e essa sensação de proximidade começa a crescer mais e mais. E quero ver até onde podemos chegar.

Mas apesar de estar tentando parecer animada com toda essa ideia, o sono ainda me vence.

Olho de relance para minha mala já arrumada ao lado da cama. Sadie nos convocou para essa aventura em Vermont porque não estará na cidade para comemorar o aniversário no próximo fim de semana. Então, alugou um chalé na cidadezinha turística de Stowe e decidiu que vamos fazer uma trilha e passar o dia em uma cachoeira, algo que combina com seu espírito aventureiro. E aqui estamos nós, a caminho de uma viagem de três horas.

Matt sai do banho, ainda esfregando o cabelo com a toalha, e me lançou um olhar cheio de energia.

— Vamos, dorminhoca! A estrada nos espera!

Suspiro, decidindo que é melhor acordar de uma vez por todas.

— Tá, tá, já tô indo. Você vai dirigir, então tente não me matar de cansaço com essa sua animação logo de manhã.

Lanço para ele um olhar de falsa exasperação, o que apenas o faz rir mais ainda enquanto entro no banheiro.

❄︎   ❄︎  ❄︎

Quando finalmente estamos na estrada, o sono começa a dar lugar à excitação pela viagem. Estamos mais ou menos na metade do caminho quando os primeiros raios de sol começam a despontar no horizonte. O céu assume um tom rosado e dourado, e Matt, concentrado no volante, parece absorto na paisagem.

— Que tal a gente parar pra tomar café? — sugiro, mais para garantir que ele não fique sonolento para o resto da viagem.

Ele concorda com um sorriso, e logo estamos estacionados em um pequeno diner à beira da estrada. Sentados à mesa, enquanto a garçonete anota nossos pedidos, Matt começa a brincar com o anel de noivado no meu dedo.

— Nunca tinha reparado o quanto esse anel é bonito — ele diz, olhando para minha mão com atenção.

Alongo os dedos, observando o anel também.

— É. Parece que você tem bom gosto.

— Será que tive ajuda para escolher? — ele pergunta, meio que pensando alto.

Dou risada, balançando a cabeça.

— Não é que eu duvide de você, mas acho que é bem possível que Nate ou até a Sadie tenham dado uma mãozinha.

Antes que ele possa responder, a garçonete chega com nossos pedidos. Agradecemos, e ele volta ao assunto, me observando com uma expressão mais séria agora.

— Você achou alguma coisa... tipo, sobre a gente já estar planejando alguma coisa pro casamento?

Pego um pedaço da panqueca de chips de chocolate do prato dele, mastigando enquanto penso na resposta.

— Achei uma pasta online com algumas ideias. Locais, vestido, cor de flores, toalhas de mesa... coisas assim. Mas todas as anotações parecem meio confusas pra mim agora. É como se a Lilith do futuro tivesse uma visão clara, mas eu não consigo entender direito o que ela realmente quer.

Matt me olha de canto, intrigado.

— E o que a Lilith que tá aqui, na minha frente, quer pro casamento?

Eu paro por um segundo, surpreendida com a pergunta. Não é algo que eu esperava discutir, embora devesse parecer natural. Olho para ele, ponderando minhas palavras, enquanto o cheiro do café fresco nos envolve. Uma parte de mim sabe que essa resposta não será apenas sobre flores e vestidos, mas sobre nós dois, aqui e agora.

Repouso o garfo ao lado do prato e apoio as mãos na mesa enquanto o sol recém-nascido entra pela janela suavemente, e eu consigo imaginar o mesmo sol com as cenas projetadas em minha mente.

— Eu acho que, para mim, um casamento perfeito seria algo ao ar livre, com uma paisagem natural como pano de fundo... talvez em uma praia ou perto de uma montanha. Não algo grande, entende? Só para amigos próximos, pessoas que realmente fazem parte da nossa vida. E, em vez de decorações exageradas, eu prefiro um estilo mais simples, natural. Tipo, muitas luzes penduradas, como aquelas luzinhas que dançam no ar à noite... As que você usou no terraço para o meu aniversário. — Tenho certeza que meu rosto está vermelho-tomate enquanto falo. Falar sobre casamento parece sério demais. — Algo como um jantar ao entardecer, com flores secas, velas e arranjos elegantes, mas descomplicados. Sem grandes estruturas ou luxo forçado. Sabe, algo íntimo, mas ainda assim bonito, onde todos se sintam à vontade e possam curtir o momento, o ambiente... o amor. — Estico a mão para brincar com o guardanapo no colo, minha voz levemente sonhadora.

Matt fica em silêncio por um momento, processando a descrição, talvez nos imaginando lá, com a magia que coloquei em palavras de como seria meu casamento ideal.

— Eu consigo imaginar isso perfeitamente — ele responde, finalmente, sorrindo enquanto olha para mim com admiração. — Mas... de onde veio essa inspiração toda?

Dou uma risada leve.

— Acho que sempre preferi coisas que parecem naturais... algo que flui, sabe? Não quero algo que pareça montado só para as fotos. Quero que as pessoas sintam a alegria, a conexão, como se fosse uma extensão de quem nós somos.

Matt abre um sorriso, especialmente porque eu não estou mais falando só sobre o meu dia especial, mas como se fosse o nosso. Ele não resiste à provocação e repete, com um brilho nos olhos:

— Quem nós somos, é? Está pensando mesmo em casar comigo, Lilith?

Reviro os olhos, mas não consigo evitar um sorriso.

— É isso que estou prestes a fazer, não é? Não parece que tem mais para onde fugir...

Matt ri, e eu continuo:

— Mas, se for assim, é o nosso dia, Matt. Não é sobre impressionar os outros. É sobre nós dois, começando algo juntos, e quero que seja assim, sem pressão, só... que seja verdadeiro.

— Gosto da sua visão. Acho que tem muito a ver com a gente.

Eu sorrio de volta, satisfeita. Depois dessa troca, seguimos com o café da manhã, conversando sobre qualquer assunto que surgisse. Logo percebemos que está na hora de voltar para a estrada. Retomamos a viagem, e dessa vez, não fazemos mais nenhuma parada até estarmos respirando o ar puro da cidade arborizada de Vermont.

Matt parece estar mais feliz do que nunca. Ele me conta, animado, o quanto adorava passar os invernos no estado conhecido por cores outonais e beleza natural única, numa casa que seus pais alugavam na região, e como boa parte das memórias da sua infância estão ali. A empolgação dele é contagiante, e me pego imaginando Matt criança, correndo por entre as árvores e aproveitando a paisagem gelada do inverno.

Quando finalmente chegamos ao chalé alugado por Sadie, já estão todos lá – menos Chris e Angel. Eles não conseguiram vir para Boston porque Angel está se sentindo muito mal nos últimos dias, e decidiram que seria melhor não forçar uma viagem de avião seguida de uma viagem de carro com ela nesse estado.

— Quando soube disso, mandei uma mensagem para Angel — conto para Matt enquanto pegamos nossas malas do carro. — Ela respondeu que está melhorando e que se certificou de que não era nada relacionado à gravidez. Parece que está tudo bem com o bebê.

Matt parece aliviado com a notícia, e seguimos para dentro do chalé, onde o grupo já está discutindo sobre qual quarto cada casal deve ficar. Como Nick e Hunter estão sem seus parceiros, acabam decidindo dividir um quarto. Nesse momento, sinto uma tensão sutil no ar, mas deixo passar.

Pouco depois, já no quarto designado para mim e Matt, enquanto estamos nos arrumando para fazer a trilha, não consigo segurar a curiosidade.

— O que foi aquilo lá na sala com Nick e Hunter?

Matt me olha meio desconcertado, tirando um par de roupas da mala e colocando no armário de madeira maciça acoplado à parede do quarto.

— Nem eu sei ao certo. Até onde eu lembro, nem Hunter nem Sadie tinham suas sexualidades assumidas. Foi uma boa surpresa saber que ela é casada com uma mulher e ele, aparentemente teve relacionamentos com homens e mulheres ao longo dos anos. E mais, Hunter e Sadie chegaram a namorar por um tempo na escola.

Eu paro, surpresa com a revelação.

— Uau, não fazia ideia... Bom, espero que Nick e Hunter não fiquem estranhos um com o outro por causa disso. Se precisar, a gente pode sugerir trocar os companheiros de quarto, né?

Antes que eu possa pensar em qualquer solução, Matt protesta de imediato.

— Nem pensar! Não vou deixar você ficar com mais ninguém no quarto.

Ele se aproxima de mim com um sorriso brincalhão, e antes que eu possa retrucar, ele me prende com os dois braços.

— Uh, acho que eu nunca reparei o quão possessivo você é, Sturniolo — provoco, tentando liberar pelo menos meus braços para abraçar o pescoço dele, mas Matt me segura firmemente.

— Você não viu nada, princesa — ele sussurra, beijando um ponto bem abaixo da minha orelha que me faz sentir cócegas. Dou risada.

Ele leva uma mão à minha boca, e toca meu lábio inferior. É assim que consigo mover meus braços para abraçá-lo pelo pescoço, me concentrando em como qualquer toque dele parece mais íntimo do que qualquer interação física que tive com outro amante em minha curta experiência.

Matt mergulha para um beijo, e eu prontamente decido que poderemos alcançar o pessoal na trilha mais tarde. Ficar para trás e deixar que os lábios dele nos guie para um lugar mais perigoso parece uma ideia muito mais interessante.

Enquanto nos beijamos, tropeçamos para trás até chegarmos à cama, onde caímos com ele por cima de mim, apoiando o peso nos braços que amortecem a queda. Eu abro as pernas, dando espaço a ele no meio delas, e nós dois sorrimos ao sentir o quão próximos estamos.

— Vamos ficar aqui ou...? — ele pergunta, a voz rouca e a respiração entrecortada, como se estivesse lutando contra o oxigênio para passar mais tempo me beijando.

Eu o encaro seriamente, com um sorriso malicioso.

— Tranca a porta.

Matt salta da cama com agilidade e está prestes a rodar a chave, quando batidinhas suaves ecoam na porta, seguidas pela voz estressada de Nick.

— Ei, vocês dois! Saiam logo daí, o meu protetor solar está derretendo mesmo aqui dentro!

Nós dois trocamos olhares e caímos na risada silenciosa, completamente interrompidos pela urgência exagerada de Nick. Matt balança a cabeça, divertido, e estende a mão para me ajudar a levantar da cama.

— Parece que a trilha vai ter que começar mais cedo — ele comenta, ainda sorrindo.

Eu pego sua mão e me levanto, ajustando rapidamente minha roupa. Matt já está juntando nossas coisas para a trilha, e nós saímos do quarto com nossas mochilas, prontos para encontrar o resto do grupo. A intimidade do momento ainda paira no ar, e, enquanto atravessamos o corredor, nossas mãos se entrelaçam de forma natural.

❄︎   ❄︎  ❄︎

Matt me segura firmemente pela cintura, ajudando-me a atravessar uma pedra grande e sinuosa no meio do caminho. O guia turístico, a alguns metros à frente, está empolgadíssimo, contando as histórias da região e prometendo que a cachoeira no final da trilha é a mais bonita que veremos na vida. Eu queria poder compartilhar da mesma animação, mas já sinto o cansaço pesar em cada músculo do meu corpo. O suor escorre pela minha testa, e posso jurar que uma bolha de tanto atrito nos meus pés com o tênis acabou de estourar. Ainda assim, me recuso a reclamar, principalmente com Sadie incentivando todos a seguirem firmes, quase com a mesma empolgação do guia.

— Cuidado aí — Matt me avisa quando passamos por baixo de um galho enorme que caiu bem no meio do caminho.

Ele deixa que eu passe na frente, e em algum momento, ao me virar para pedir o cantil de água, pego-o no flagra olhando diretamente para a minha bunda. É quase impossível não perceber, especialmente quando o meu short luta para cobrir tudo enquanto subo as pedras, com minhas pernas compridas fazendo o trabalho duro. Solto uma risadinha e arqueio uma sobrancelha.

— Aproveitando a vista?

Matt fica vermelho na hora, sem ter muito para onde correr. Ele esfrega a nuca e, sem perder o bom humor, pisca para mim.

— Sim, essa paisagem não estava na programação do guia.

Reviro os olhos e ignoro a piscadinha, pegando o cantil para beber um gole de água. Continuo andando, mas noto que ele desacelera os passos, deixando a gente bem para trás do grupo.

— Nós vamos perdê-los de vista se você continuar lerdando! — alerto, mas ele me olha com aquele sorriso atrevido que eu conheço bem.

— Isso seria tão ruim assim? — ele responde, e pela expressão no rosto dele, não preciso de mais explicações sobre o que ele realmente tem em mente.

Dou uma risada rápida, embora tente parecer séria.

— Você não vai me arrastar para algum canto escondido no meio dessa trilha — digo, tentando acelerar os passos de volta para perto dos outros, mas posso sentir o olhar dele ainda em mim, como se estivesse planejando uma forma de me contradizer.

— Vamos lá, Lily! Tenho um mapa em mãos e sei que não estamos muito longe da cachoeira — ou de uma outra parte dela. Ninguém vai sentir a nossa falta — Matt sussurra, agarrando minha cintura por trás.

Eu tento me soltar, sentindo o calor do sol que vaza pelos buracos entre as folhas acima, deixando minha pele suada e um pouco queimada.

— Estou suada, Matt, sem contar que o sol está me cozinhando. Além disso, não quero me perder — reclamo, tentando acelerar os passos de volta para perto dos outros, mas ele não me deixa ir.

Com um sorriso despreocupado, ele me beija de leve nos lábios.

— Eu nunca estaria perdido contando que estivesse com você — ele sussurra.

Eu rio, balançando a cabeça.

— Você é tão cafona, sabia? Chega a ser vergonhoso.

— E então, o que me diz? — ele provoca, enquanto seus lábios roçam meu ombro, e sinto seus dedos firmes ainda agarrados à minha cintura, me conduzindo pelo caminho. O grupo à frente já sumiu de vista, e a floresta parece mais isolada com cada passo.

Eu solto um suspiro resignado, minhas defesas começando a ceder. Quando a mão de Matt escorrega perigosamente perto da parte superior do meu biquíni por baixo da blusa, um calor diferente do sol se espalha por mim.

— Tudo bem, então, mas se ficarmos perdidos, você vai ter que encontrar o caminho de volta e me levar nas costas — respondo, tentando soar durona, mas sabendo que ele é uma causa perdida.

Alguns minutos depois, me surpreendo com a habilidade de Matt de se guiar pela trilha. Ele segue à frente, atento ao mapa, os olhos focados no papel e no caminho. O som suave de água corrente começa a surgir, e o ar ao nosso redor se torna mais úmido.

Quando finalmente descemos com cuidado pelo terreno íngreme, folhas secas estalando sob nossos pés, a visão da cachoeira se revela à nossa frente. A água despenca sobre as pedras escuras de uma altura considerável, formando uma cortina líquida que bate com força em uma piscina natural abaixo. As rochas ao redor estão cobertas de musgo, e o som da queda d'água ecoa pelas árvores, criando uma melodia constante e relaxante. O ar aqui é diferente, mais fresco, e o cheiro de natureza úmida invade meus sentidos. A luz do sol, que mal conseguia passar pelas copas densas das árvores durante a trilha, agora brinca sobre a superfície da água, refletindo tons verdes e dourados.

— Uau... — suspiro, parando para admirar a cena. Matt me puxa para mais perto, os braços firmemente ao meu redor.

— Nada mal, né? — ele diz, com aquele sorriso vitorioso.

Eu reviro os olhos, mas não consigo deixar de sorrir.

Me viro para ele, cruzando os braços, mas sem conseguir esconder o sorriso que ainda está no meu rosto. Ele segura o mapa com orgulho, como se tivesse nos levado ao tesouro final.

— Eu admito, você mandou bem. — Balanço a cabeça, tentando não rir, mas falho miseravelmente.

Matt tem esse brilho nos olhos, como se ainda estivesse com outro plano em mente. Ele dá mais alguns passos à frente, até estar mais perto da beira da água, mas seus olhos não desgrudam dos meus, como se me desafiasse a segui-lo.

Eu o sigo sem hesitar, e assim que me aproximo, Matt estende a mão. Seguro a mão dele e desço com cuidado pela pedra lisa. Jogo minha mochila no chão e chuto os tênis para longe, me sentando na pedra mais próxima da água. Ao mergulhar os pés na água fria, sinto um arrepio percorrer meu corpo, como se toda a energia do lugar estivesse me refrescando de imediato.

Quando olho para cima, Matt já está sem a blusa, subindo em uma das pedras angulosas com uma determinação que me faz revirar os olhos.

— Você não vai fazer o que eu acho que vai fazer, né? — pergunto, mas já sabendo a resposta.

Ele me lança um sorriso travesso, sentindo-se desafiado.

— Eu absolutamente vou fazer o que você está pensando. — E antes que eu possa protestar, ele já deu de ombros e está no ar, girando em um mortal perfeito, caindo direto na água como se não existisse um pingo de preocupação no mundo.

Levanto rapidamente, meu coração batendo acelerado enquanto tento acompanhar seus movimentos na água cristalina. A visão é clara, e logo vejo onde ele caiu, mas mesmo assim, a ansiedade me domina até que ele finalmente emerge à superfície, balançando os cabelos molhados e soltando um grito de pura felicidade.

— Está uma delícia, Lily! Vem logo — ele grita, jogando água para cima e em minha direção.

— Você é louco! — respondo, tentando manter uma cara de brava. — E quer me deixar viúva antes mesmo da gente casar.

Mas, ao vê-lo ali, rindo e cheio de vida, não consigo resistir. Tiro as roupas, deixando-as cair no chão, e solto o cabelo do rabo de cavalo. O abraço instintivo ao meu corpo é um reflexo do ar fresco e da adrenalina que corre em minhas veias. Matt já está nadando de volta para mim, aproximando-se da borda para me ajudar a entrar na água.

Quando finalmente me jogo nos braços dele, envolvendo sua cintura com minhas pernas e seu pescoço com meus braços, ele solta uma risada vibrante.

— Para quem surfa, você está com muito medo de uma cachoeira — provoca.

— O oceano e a cachoeira são águas muito diferentes, se você não percebeu — respondo, dando um soquinho leve em seu ombro.

Nós dois rimos, e por alguns minutos, nadamos tranquilamente, absorvendo a natureza ao nosso redor. O som da água caindo, a sensação de estarmos ali, isolados do mundo, é quase mágico.

Logo, nos abraçamos novamente, minhas costas apoiadas em uma pedra enquanto Matt se aproxima, seus lábios encontrando os meus em um beijo profundo, cheio de paixão.

Quando finalmente nos separamos, solto um suspiro, sentindo a água ao nosso redor e o corpo de Matt próximo ao meu. Passo a mão pelos cabelos molhados dele, deixando os dedos deslizarem suavemente enquanto murmuro:

— Às vezes, é tão dolorosamente óbvio o que sinto por você, mas temo que não consigo colocar em palavras.

Matt me olha com um brilho curioso nos olhos, sua expressão suavizando.

— O que você quer dizer com isso?

Sinto meu peito apertar, as palavras dançando na ponta da língua, mas a dificuldade de expressá-las pesa em mim.

— É o jeito como você sempre me elogia — confesso, minha voz saindo mais baixa do que eu esperava. — Como você fala sobre o que sente, sobre nós... sobre o futuro. Isso me deixa vulnerável. Eu quero retribuir, mas nunca sei como me expressar direito. Eu penso em você nas menores coisas, comparo você com outras pessoas o tempo todo, e sempre encontro alguma desculpa para associar tudo com você, mas nunca sei dizer o que é tudo isso.

Matt segura meu rosto com gentileza, seus polegares traçando linhas suaves em minha pele enquanto me olha intensamente.

— Você não precisa dizer tudo, Lily — ele começa, sua voz calma, reconfortante. — Eu entendo mais do que as palavras podem explicar. O que temos não precisa de definições o tempo todo. E o jeito que você demonstra o que sente... é perfeito para mim. Não quero que você se sinta desconfortável só porque seu jeito de mostrar o que temos é diferente do meu.

No meio dessa fala, me perco nos olhos dele, nas nuances de cada palavra que ele diz, e no quanto Matt parece me ler como um livro aberto, mesmo quando eu mesma não consigo me entender. Antes que ele termine de falar, minha mão se move instintivamente até a nuca dele, puxando-o para um beijo.

É um beijo voraz, mas ao mesmo tempo delicado, exatamente como o relacionamento que estamos construindo. Sinto todo o desejo acumulado entre nós, que tem crescido nas últimas semanas, se romper ali, em cada toque de nossos lábios. O mundo ao redor desaparece, e tudo o que resta é esse momento, o calor dele contra mim, a água fresca nos envolvendo, e a certeza de que, com ele, palavras nem sempre são necessárias.

— Agradeço por tudo o que disse, mas acho que agora é um desses momentos que vou demonstrar o que sinto por você do meu jeito — sussurro, meus lábios ainda colados nos dele.

— Deixamos a conversa para depois?

— Isso, temos tempo para conversar depois — digo, em concordância, rindo de como ele consegue ser o mais delicado dos homens mesmo com o desejo correndo por suas veias e transformando seu toque em mim em afagos possessivos.

Nossas bocas colidem, se separam e então colidem novamente. Lábios entreabertos, línguas emaranhadas e frenesi invadindo nossos corpos colados.

Logo ele está gemendo na minha boca, a língua enroscada em cada canto como se estivesse reivindicando o espaço só para ele. Matt coloca as duas mãos firmemente na minha bunda, perdendo qualquer controle que finge ter. Meus olhos se apertam e solto um riso sufocado quando ele me empurra para baixo e eu sinto sua crescente ereção, um gemido tenso saltando dos lábios dele quando se afasta dos meus em busca de ar.

— Você vai me matar, mulher — ele grunhe, a pele corada pelo sol escondendo o que realmente está deixando-o vermelho enquanto pressiona a virilha com tanta força contra mim que eu consigo sentir tudo.

Meu interior se aperta instintivamente com as palavras dele, e sou acertada por um caminhão de pensamentos do que quero fazer quando nenhum tecido estiver nos separando.

— Não quero aumentar seu ego nem nada, mas ugh, você me faria terminar sem nem precisar me tocar, Matt.

Não consigo manter minha boca fechada e nem filtrar meus pensamentos nesse momento, e quase não sinto muito por isso.

— Cala a boca — ele responde em meio a uma risada ofegante. — Você é muito sensível.

— Ah, é? Não sou eu que estou com uma pedra no meio das pernas.

— Lilith!

Eu rio e o som passeia por cima de nossas cabeças. Parece que a cachoeira fica mais ampla ao nosso redor enquanto construímos a tensão e o desejo recíproco. O sol de fim da manhã brilha como flechas alaranjadas na água cristalina que estamos, criando um holofote natural para o rompimento de mais uma linha que eu e Matt estamos prestes a cruzar.

A boca dele está de volta em mim, com fome de beijos na pele molhada do meu pescoço, clavícula e busto. Ele está por todos os lugares que consegue alcançar, chupando e mordendo até que esteja satisfeito em ver marcas que não serão facilmente escondidas nem se eu tentar. E eu estou me apoiando nos cabelos dele como se fosse um colete salva-vidas, afundando os dedos na maciez escura que contrasta tão uniformemente com o tom azul vívido de seus belos olhos.

A água ajuda a nos movermos sem esforço, o balançar do meu corpo no dele criando fricção o suficiente para não ser tão facilmente abafado pelo barulho da cachoeira. Ele sobe os dedos até o nó do meu biquíni, enroscando o indicador no tecido fino e olhando nos meus olhos com algo selvagem por trás dos dele.

— Você tem certeza disso? — Sua voz é um sussurro que eu capturo lentamente.

Faço um carinho no cabelo dele antes de descer por sua barba que desenha o rosto mais bonito que já vi. Tem tanta coisa que posso listar na expressão que ele tem no rosto, mas eu me apego na doçura de seu sorriso. É como se seus superpoderes fossem malícia e delicadeza, indo de um para o outro na rapidez da batida do coração.

— Tenho, Matty. Eu quero isso tanto quanto você.

— Acho que você não sabe o quanto eu quero isso. Mas, felizmente, posso te mostrar.

Ele me puxa para outro beijo, enquanto habilidosamente desamarra a parte superior do meu biquíni. O tecido está prestes a flutuar com a água, mas ele o agarra junto ao meu seio e eu solto o ar pela boca, trêmula demais pelo roçar de seus dedos frios em minha pele.

Meu batimento cardíaco acelerado troveja contra meu peito, e sei que ele sente o mesmo percorrer pelo corpo dele porque estamos impossivelmente próximos, nossos troncos colados um no outro. Uma de suas mãos está pressionando minha coxa, deslizando pela extensão externa enquanto traça padrões invisíveis que combinam com o movimento de sua língua em minha boca.

Matt mergulha com a mão para o topo das minhas coxas. Sobe pela minha barriga, dá a volta para a parte inferior das minhas costas. Quando respiro ofegante, desgrudando nossos lábios, seu dedo desenha no interior das minhas coxas, me obrigando a dar-lhe acesso.

Estou muito próxima de começar a implorar quando ele me encontra onde mais preciso e sem pensar duas vezes, os dedos dele movem meu biquíni habilmente para o lado, fazendo-me contorcer levemente.

— Aí mesmo — sussurro, a cabeça tombando para perto da orelha dele.

Dois de seus dedos estão dentro de mim no segundo seguinte e a cachoeira projeta meu gemido até a copa das árvores. Coloco a mão em minha boca, porque de todo jeito ainda estamos em público, e a outra agarra o seu ombro para dar o suporte que preciso quando mexo meus quadris sobre os dedos dele.

— Fique parada — ele resmunga, com um finco aparente entre as sobrancelhas de concentração nas estocadas lentas e deslizantes. — E não faça isso.

Ele se refere a tapar a boca com a mão, me olhando nos olhos ao me pressionar ainda mais contra a pedra. Sinto a virilha dele encostada na minha coxa esquerda, a qual desobediente, movo para cima e para baixo criando mais atrito. Não posso evitar apertar os dedos dele no meu interior, consumida pela sensação eufórica que fazem meus joelhos tremerem e meu peito exposto subir e descer em busca de oxigênio.

Ao passo que ele aumenta o ritmo, eu me torno mais vocal, gemendo seu nome como se fosse o único pensamento racional em meu cérebro.

— Oh, Matt.

Eu deveria estar envergonhada, mas de alguma forma, não há espaço para isso. Eu nunca estive tão confortável com outro homem antes, nem com o primeiro com quem me deitei. E não tem porquê ser estranho, é como se mais uma vez, eu estivesse me deparando com uma dessas situações onde meu corpo, esse corpo, tivesse memória. Como se conhecesse cada centímetro de Matt e ele o meu. Como se me ver parcialmente nua, me fazer gozar em seus dedos e me ouvir dizer seu nome como a mais doce canção, fosse completamente normal.

Sinto o vazio me alcançar quando ele se afasta e a água neutraliza o prazer. Matt abraça minha cintura com os dois braços, olhando-me nos olhos como se fosse guardar esse momento em sua memória para sempre. Mas, eu dou tapinhas nos braços dele, pedindo silenciosamente que me solte enquanto passo as pernas pela cintura dele apenas o suficiente para me apoiar.

— Não vou te deixar no prejuízo — digo, ainda recuperando o fôlego, sentindo sua barriga se mover enquanto ele ri do jeito que estou tentando alcançar o cós de seu calção de banho.

— Sério, você não precisa...

— Mas eu quero.

Então ele se firma no chão rochoso abaixo dele e abaixa as últimas roupas que veste.

— Porra, você realmente vai me matar.

Ele me puxa mais para si, alinhando nossas intimidades com uma vontade que me faz morder os lábios em expectativa.

— A ideia não é essa.

Seus olhos se fecham quando, sem aviso prévio, eu afundo nele, gemidos sincronizados deixando nossas gargantas. Meu Deus. O céu está tão claro como um dia ensolarado pode estar, mas tenho certeza que vejo estrelas quando de centímetro em centímetro, Matt está fundo em mim.

Caralho — ele sussurra, de lábios entreabertos e cabeça jogada para trás, apertando minha cintura com tanta força que tenho certeza que suas digitais ficarão marcadas ali. — Tudo bem assim?

Assinto, subindo e descendo até envolvê-lo por inteiro para garantir que não está me machucando. Afundo as unhas em suas costas, vendo-o hipnotizado com o balançar do meu peito na água, criando ondulações que se espalham ao nosso redor. Estou em chamas, sentindo um misto de vergonha e empolgação por saber que, se alguém estiver passando pela trilha mais próxima agora, talvez nos ouça. Mordo o ombro dele, usando-o para reprimir os sons de prazer que ameaçam escapar enquanto continuo me movendo para cima e para baixo em seu colo.

— Você pode se mover — digo a ele, admitindo a falta de energia para continuar por cima e totalmente no comando.

— Assim? — Matt ofega com a boca colada na minha orelha enquanto empurra a cintura para cima, acertando cada vez mais fundo até atingir um pontinho específico que é quase bom demais para aguentar.

Ele desliza a mão para o meio das minhas pernas e eu quero gritar para avisar que não vou aguentar muito tempo. Ele murmura um "Shh", me desafiando a conter todos os meus gemidos enquanto os dele saem como grunhidos roucos e guturais.

— Por favor... quase... — As palavras são desconexas, mas ele entende.

— Sim... quase lá.

Seus movimentos ritmados, fortes e rápidos enquanto rebolo o quadril é o que quase nos leva ao limite, e involuntariamente, me aperto em volta dele mais uma vez, sugando-o mais fundo. O orgasmo parece estar chegando de jatinho, meu estômago se contraindo e minha respiração perdendo o padrão.

— Porra — ele choraminga quando desliza para fora, mas não parece ter terminado ainda quando entra agressivamente de volta em minhas dobras, batendo em mim no mesmo ritmo implacável de antes.

Matt coloca meu cabelo atrás da orelha, deixando meu rosto completamente livre de qualquer coisa que atrapalhe sua visão, enquanto os quadris dele investem em mim como se sua vida dependesse disso. O gesto quase me faz chorar. Ou gritar.

É só quando os movimentos se tornam desleixados que estamos encharcados – não só pela cachoeira – e exaustos – não só pela trilha. Ouço Matt sussurrar para si mesmo palavrões e profanidades que terminam no meu nome, sua cabeça jogada para trás enquanto me segura firmemente e derrama seu calor dentro de mim. Ele sorri maliciosamente e lentamente sai de dentro de mim. A sensação de êxtase é como estar em queda livre, embora sejamos o paraquedas um do outro.

— Isso foi... — ele diz, a boca colada em meu pescoço.

— Do cacete — respondo, abraçando-o pela nuca com um dos braços.

Ele ri e se afasta para olhar em meus olhos.

— Do cacete — ele repete, beijando delicadamente minha bochecha, minha têmpora, meus olhos, meu nariz, meu maxilar e descendo.

Quando ele está acima dos meus seios, dou falta do meu biquíni.

— Matt. Cadê a parte de cima do meu biquíni?

Olho para a pedra atrás de mim enquanto ele vira a cabeça para os lados. A peça está presa entre duas rochas, o mais longe que conseguimos enxergar da piscina natural de água transparente.

— Merda!

E ele se afasta rapidamente, nadando para recuperar o meu biquíni enquanto eu coloco os braços em frente ao meu busto, rindo da repentina vergonha que me atinge pela aventura inesperada que acabamos de viver. Com certeza essa é uma das memórias que guardarei para sempre.

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