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𝟯𝟰. I guess that's love like this

𝗝𝗨𝗡𝗘 𝟵, 𝟮𝟬𝟯𝟰





ᥫ᭡𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇...

Será uma longa noite... Pensei assim que fui informada hoje pela escola que serei uma das professoras-monitoras no baile de formatura, na próxima quarta-feira. Olho o e-mail de confirmação na tela do meu celular com uma mistura de cansaço e resignação. Sabia que alguém teria que ficar de olho nos adolescentes – especialmente quando se trata de um evento cheio de bebidas "não-alcoólicas" e com cantos discretos e propositadamente escuros. Mas, sinceramente, ainda acho uma ironia eu ser a escolhida para evitar as escapadas dos alunos, como se eu mesma não tivesse sido adolescente... há algumas semanas atrás, literalmente.

Mas talvez eu tenha uma carta na manga: Matt. Ele ainda não sabe, mas não vejo ninguém mais adequado para me ajudar nessa missão de vigilância. Um jogador de hóquei profissional sempre atrai um pouco de atenção; os alunos podem até esquecer, por uns minutos, que estão planejando dar uma batizada no ponche ou sair de fininho do ginásio para os corredores. Dou uma risadinha só de imaginar Matt de vigia na festa. Aposto que ele vai resistir – e muito – quando eu contar o plano.

Eu balanço a cabeça, tentando afastar as ideias do baile e focar no presente. Estou na recepção da casa de repouso, esperando o horário de visitas começar. Foi aí que Judith, uma das funcionárias com quem tenho mais contato, se aproxima e chama meu nome com uma expressão séria. Ela me pede para acompanhá-la até sua sala, um lugar mais reservado, e meu estômago dá um leve nó.

— Judith? Aconteceu alguma coisa? — As palavras embolam na minha língua, mas consigo ser clara.

Judith endireita os óculos e suspira antes de começar, como se também se sentisse desconfortável em dar a notícia.

— Lilith, eu queria conversar com você sobre as mensalidades da sua avó... — Ela hesita, buscando as palavras com cuidado. — Estamos com dois meses de atraso. Sua mãe, Celeste, pediu para estender um pouco mais o prazo, mas estamos com dificuldade em cobrir as despesas médicas de Marjorie sem o suporte do seu plano de saúde. Eu tentei entrar em contato com eles, mas tem sido complicado.

As palavras de Judith parecem ecoar na minha mente. Fico piscando, atordoada. Não fazia ideia disso e, pior ainda, me sinto envergonhada. Como não pensei em acompanhar mais de perto a situação da minha avó desde que vim parar aqui? Era um pouco menos burocrático na adolescência, eu tinha Mary Lou para me ajudar e "pagava" a estadia de vovó com meu voluntariado, mas agora sou uma adulta e a responsabilidade financeira é outra. E pelo visto, minha mãe estava tentando segurar as pontas sozinha.

— Eu... Sinto muito, Judith. Vou cobrir os dois meses de atraso hoje mesmo e vou resolver essa questão com o plano. Não precisa cobrar mais nada da minha mãe, tudo bem? — Minha voz soa firme, mesmo que por dentro eu esteja alarmada.

Ela sorri, compreensiva. — Obrigada pela compreensão, Lilith.

Assim que saio da sala de Judith, o peso da situação começa a descer. Minha mãe deve ter tomado a frente quando o plano parou de cobrir as despesas, provavelmente para evitar que eu me preocupasse. Mas sei que, com os custos desse lugar, ela não conseguiria sustentar isso por muito tempo.

Faço um desvio rápido até a recepção e quito o valor atrasado. Enquanto a atendente processa o pagamento, procuro o número do meu plano de saúde no celular. O ideal seria resolver isso agora, mas não vou encurtar minha visita com a vovó por causa desse contratempo. Quando entro no salão, lá está ela, me esperando ao lado das amigas, com as cartas já embaralhadas e um brilho desafiador nos olhos.

Sento-me ao lado dela, dando a atenção que ela merece. As preocupações ficam em suspenso, pelo menos por um tempo, enquanto me rendo à série interminável de jogos de cartas.

❄︎ ❄︎ ❄︎

A tarde é só minha. Depois da visita à vovó, passo rapidamente em casa, almoço algo leve e preparo minha prancha para o mar. Aspen está com minha mãe pelos próximos dias, e Matt está imerso na rotina intensa de treinos e compromissos publicitários com o Boston Bruins. Aproveitar esse tempo sozinha, longe das preocupações, é tudo o que preciso agora. Envio uma mensagem rápida para ele, dizendo que vou surfar na praia de Nahant, e sigo para lá, já sentindo o vento salgado antes mesmo de avistar as ondas.

Depois de quase uma hora no mar, a energia renovada, noto uma figura familiar na areia. Matt está sentado junto aos meus pertences, e, assim que caminho na sua direção com a prancha sob o braço, ele se levanta, estendendo para mim uma toalha seca e uma garrafa de água. Aceito, sorrindo em agradecimento, e me sento ao seu lado, apreciando o silêncio confortável por um instante, antes de perguntar:

— E aí, o que você está fazendo aqui?

Ele me olha com aquela expressão travessa, os olhos brilhando como se estivesse prestes a contar uma grande piada.

— Me inscrevi para uma aula de surf com uma professora muito bem avaliada e... muito bonita — diz ele, tentando soar sério. — Mas ela não apareceu, então acho que vou ter que me contentar com você mesmo.

Reviro os olhos e, rindo, jogo a garrafinha contra o peito dele, arrancando um resmungo exagerado.

— Ah, é? E você trouxe uma prancha, pelo menos?

Matt faz um leve gesto com a cabeça para trás, e vejo uma longboard encostada na areia, como se estivesse ali só esperando por ele.

— Encontrei essa relíquia no quartinho da bagunça em casa — ele explica, com um sorriso orgulhoso. — Suponho que seja minha.

Dou uma última chance de ele reconsiderar, perguntando se ele realmente está pronto para tomar alguns caldos, mas, em resposta, Matt apenas tira a camisa e pega a prancha, encaixando-a debaixo do braço e me lançando um olhar desafiador, como se perguntasse "e aí, dá pra ser ou tá difícil?"

Não consigo conter o sorriso. Surfar é o que me faz sentir em casa, mas me dou conta de que dividir esse espaço com ele parece certo.

Vamos para a água, e, no começo, não espero que ele consiga se equilibrar, mas Matt é teimoso e surpreendentemente hábil. Em poucas tentativas, já está quase pegando o jeito, o corpo firme enquanto desce uma onda pequena. Os olhos dele cintilam à luz do mar, um azul ainda mais vívido contra o sol e a água, e eu, rindo, brinco que ele está quase me convencendo a acreditar em qualquer coisa com esse olhar determinado.

A praia sempre foi meu refúgio, mas agora, dividindo essa paz com ele, percebo que poderia me acostumar com a companhia. Se for Matt ao meu lado, parece fácil transformar qualquer lugar em casa.

Depois de algum tempo na água, nossos corpos finalmente cedem ao cansaço. Caminhamos juntos de volta para a areia e nos jogamos lado a lado sobre a canga, respirando fundo sob a sombra. Nossos braços se encostam, e fecho os olhos, deixando a brisa suave do entardecer roçar minha pele salgada e aquecer cada célula do meu corpo. É só então que sinto o toque quente dos lábios de Matt em meu ombro, um gesto tão natural que nem parece que... não somos nada.

Nos últimos dias, tudo entre nós tem sido assim – tão sem esforço, tão fácil que, por vezes, esqueço que não existe rótulo algum para isso. Tento ignorar o pensamento que insiste em voltar sempre que ele me beija: o que somos? Será que ele sente algo parecido com o que sinto? Será que ele me nota da mesma forma que eu o noto, se repara em cada detalhe, em cada curva do rosto e da voz? Ou se, em algum momento, sente essa vontade arrebatadora de arrancar minhas roupas, como eu sinto a cada toque dele?

Meu coração acelera, e, buscando uma desculpa para me afastar dessas perguntas que nunca me atrevo a fazer em voz alta, engulo em seco e murmuro:

— Estou começando a ficar com frio.

Antes que ele responda, me levanto, dando alguns passos até minha bolsa de praia para pegar minha camiseta e vesti-la. Ao me virar, vejo que Matt ainda está me olhando, mas seu olhar agora está fixo em algo específico – minha perna esquerda. Ele observa a cicatriz que se estende do joelho até quase o tornozelo, com o formato nítido de um grande anzol gravado em minha pele.

Ele pigarreia, ainda encarando a cicatriz, e pergunta, com uma expressão hesitante:

— É cedo demais para perguntar sobre... isso?

Por um instante, meu coração parece bater nas costelas, como se tentasse impedir que eu respondesse. Mas percebo que, com Matt, não há por que esconder.

— Ataque de tubarão — solto de uma vez só. — Meu avô tinha um compromisso na costa oeste de Barbados, e eu insisti para ir junto. Era o dia do meu aniversário e vovó Marjorie estava planejando minha festa, mas eu... eu estava numa fase difícil. Convenci todo mundo que, se estivesse fora de casa, teria uma festa surpresa de verdade.

Matt escuta atentamente, os olhos fixos em mim. Respiro fundo e continuo:

— Não conhecia todas as praias de lá, e a ideia de surfar em um lugar novo parecia empolgante. Insisti tanto que vovô acabou cedendo. Paramos em uma das praias e fomos pegar algumas ondas, como fizemos tantas vezes antes. Estava tudo bem... até que não estava mais.

Sinto minha mão deslizar automaticamente pela cicatriz enquanto revivo o momento.

— Não vimos o tubarão. Ele chegou rápido e me mordeu primeiro. Quando gritei, meu avô agiu no mesmo instante, me colocou de volta na prancha e empurrou com toda a força. Mandou que eu saísse da água o mais rápido possível, e eu obedeci sem olhar para trás. Quando cheguei à areia, virei para procurá-lo... mas ele estava cercado.

Minha voz vacila um pouco, e sinto a lembrança se tornar vívida demais.

— A água começou a ficar vermelha. Meus gritos atraíram as pessoas que estavam por ali, mas... eu... eu não vi quando os bombeiros tiraram meu avô da água. Ou o que tiraram do resto do corpo dele. Não consegui nem ir ao funeral.

Matt escuta em silêncio, uma compreensão suave, sem palavras, estampada no rosto. Respiro fundo uma última vez antes de acrescentar:

— Depois do incidente, renomearam a praia com nosso sobrenome. Foi uma homenagem ao avô que salvou a neta.

— Nossa, eu... Sinto muito, Lily — ele diz, como se faltassem palavras.

Fico em silêncio, o olhar perdido no horizonte. Matt se inclina levemente, tocando minha mão com um carinho silencioso, como se tentasse abafar o peso da memória com o calor de sua presença.

Logo ele parece se lembrar de algo e vira-se para mim, o olhar mais focado.

— Então a prancha quebrada no quarto da bagunça...?

Sorrio com tristeza, sabendo exatamente do que ele está falando.

— É a prancha que eu usava naquele dia. Metade dela foi destroçada na primeira mordida.

Ele passa a mão pela nuca, pensativo.

— Deve ser uma memória difícil de carregar.

Respiro fundo, pensando em como formular as palavras que estão há tanto tempo guardadas.

— Tento me manter positiva e focar no fato de que ele me salvou. Mas, no fundo... sei que o incidente poderia ter sido evitado. Ele estaria vivo se eu não tivesse insistido tanto para ir à costa oeste naquele dia. Estaria vivo se eu não tivesse forçado a barra para surfar em uma praia que ele não conhecia bem. E o que mais dói é saber que nunca poderei pedir desculpas por isso.

Uma única lágrima escapa, e antes que eu consiga secá-la, Matt suavemente coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Ele parece ver algo além da culpa que carrego.

— Lily, ele jamais teria te culpado — diz ele com a voz firme. — Como você mesma disse, foi um acidente. Isso poderia ter acontecido com qualquer um... E sabe de uma coisa? Quero saber mais sobre ele. Como o seu avô era?

Olho para ele, sentindo-me consolada pelo seu toque. Puxo as pernas para mais perto e me aconchego ao seu lado, pronta para soltar um sorriso ao lembrar do meu avô.

— Sabe, ele era... único. — Faço uma pausa, e o riso começa a escapar. — Ele adorava uma boa história. Acho que ele se achava o herói das próprias aventuras.

Matt sorri, curioso.

— Como assim?

Dou uma risadinha, as memórias voltando com força.

— Ele contava a todos que tinha lutado contra um polvo uma vez, lá em Key West. Era a história preferida dele para entreter as crianças, sempre exagerava nas partes em que o polvo se enrolava nele, como se fosse uma cena heroica. Mas a verdade é que, depois que cresci, descobri que tudo isso não passava de... uma luta contra uma boia em formato de polvo!

Matt solta uma risada surpresa, e eu me permito rir também, sentindo o peso da memória se dissipar.

— Não acredito! Ele realmente manteve essa história?

— Até o fim — digo, rindo mais ainda. — Ele dizia que a bóia 'tinha uma força de outro mundo' e que 'só sobreviveu porque era bom nadador'. Todos acreditaram por anos! E ele adorava cada segundo disso.

Rimos juntos, e a tristeza remanescente se dissolve um pouco. Lembrar das histórias do meu avô, de como ele fazia todos rirem e acreditarem em qualquer coisa porque falava com convicção, é como sentir um pouco da alegria dele aqui comigo.

Matt segura minha mão com um sorriso que, de certa forma, diz que está adorando conhecer um pedacinho do homem que me ensinou a amar o mar e as aventuras da vida. E ele está tão perto, tão envolvido no momento, que logo percebo quando sua expressão se torna mais séria – como se quisesse dizer algo há muito guardado.

— Lilith — ele começa, com o tom baixo, os olhos presos aos meus, como se quisesse ler cada expressão antes mesmo que palavras viessem à minha boca. — Eu quero que você saiba que... eu gosto de você, de verdade.

As palavras dele vibram em mim, e fico sem reação, uma mistura de surpresa e felicidade que não sei muito bem como expressar. Tento sorrir, mas não parece suficiente, porque meu coração parece ter disparado de uma forma nova, ansiosa.

Matt continua, a voz suave e segura.

— E é estranho porque quero estar ao seu lado a todo segundo, mesmo que estejamos mais próximos do que poderíamos imaginar. — Ele respira fundo, apertando um pouco minha mão. — Acordar ao seu lado todas as manhãs tem sido um privilégio, sabia? E segurar sua mão todas as noites... é como se eu finalmente soubesse porquê nossas versões adultas voltaram um para o outro.

É estranho também que, enquanto ele fala, algo toma conta de mim, preenchendo todos os espaços vazios que nunca percebi que estavam lá. Meu coração parece estufar, como se fosse explodir com algo novo e ao mesmo tempo familiar. Esse sentimento não é como o amor que sinto pela minha família, mas, de alguma forma, também é. Meu coração se expande de um jeito que só o amor consegue fazer.

Sinto os olhos dele me observando, aguardando algo que não sei como responder. Faço-o esperar um pouco, deixando-o naquele estado de expectativa que me divirto em esticar. Lentamente, me levanto e, sem desviar o olhar, me ajeito de lado no colo dele, as pernas cruzadas na areia, sentindo seu braço se ajustar ao redor da minha cintura. Sua outra mão logo encontra meu rosto, os dedos acariciando minha pele com uma ternura quase tangível.

— Sabe, você fica muito bonito quando tenta ser romântico. — Meu tom sai leve, quase brincalhão.

Ele revira os olhos, uma expressão de falsa indignação que só o faz parecer mais bonito ainda.

— Você não consegue ser séria nunca, né?

Eu rio, mas deixo que o riso se dissolva, para então olhar para ele com um pouco mais de calma, deixando que enxergue no meu rosto o que ainda não consegui organizar em palavras.

— E quem disse que eu não estou sendo séria? — murmuro, antes de finalmente quebrar o espaço entre nós e beijá-lo, deixando que o toque diga tudo aquilo que minhas palavras não conseguem.

Seus lábios respondem aos meus de forma intensa, e sinto que o mundo se dissolve, enraizando-se nesse instante, em tudo o que ele disse e que ainda mal consigo processar.

Quando finalmente nos afastamos, sinto duas lágrimas quentes rolarem pela minha bochecha, uma cai na curva do meu sorriso, o gosto de sal nos meus lábios se misturando ao gosto de Matt.

— Ei — ele diz, com o olhar agora preocupado e enxugando as lágrimas antes que elas desçam pelo meu queixo. — Eu disse algo de errado? Me desculpa, eu não quis interromper as recordações do seu avô...

— Não. Não é nada disso. Eu... — Solto uma risada, que reverbera na brisa da praia. — Eu às vezes esqueço que não deveríamos estar aqui, porque é exatamente onde quero estar. Com você.

O alívio toma conta dele de uma forma tão visceral que sou eu a perder o ar. Ele procura os meus olhos, e na boca há um sorriso de campeão.

— Então tudo isso não é só beijos sem compromisso?

— A não ser que você esteja noivo de outra pessoa, Matthew, não. Isso não é só beijo sem compromisso.

Ele morde o lábio enquanto responde:

— Você está um pouco obcecada em me lembrar que sou um homem comprometido. E eu amo isso.

Ele diz isso tão abruptamente que me pergunto se quis realmente dizer isso. Mas mesmo que tenha escapado, é sincero, não é?

— Você ama?

— Amo.

E aí eu o beijo com tanta força que ele cai de costas contra a canga antes de me puxar com mais força para aprofundá-lo. Ele sorri, e sinto-o por todo o meu corpo, como se o paraíso fosse na próxima esquina e a sensação de vê-lo fosse melhor do que atravessar a linha de chegada.

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