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𝟯𝟭. closing walls and ticking clocks

𝗝𝗨𝗡𝗘 𝟰, 𝟮𝟬𝟯𝟰














ᥫ᭡𝐌𝐀𝐓𝐓...

Aspen está radiante. Faz uma semana que ela fala sobre essa festa em Londonderry, e ela mal conseguiu dormir de ontem para hoje por causa disso. Não é só mais uma festa de aniversário, ela me disse; é a chance de se vestir no estilo country e ter passe livre em uma fazenda com todos os animais que você possa imaginar! Além do fato de estar com seu amigo, Garrett, fora dos limites da escola; ela não me disse essa última parte, mas não faz muito tempo que fui um adolescente vivendo sua primeira paixão avassaladora.

Com isso dito, também fica claro dizer que todos nós fomos arrastados para o universo de chapéus de cowboy e botas de couro.

— Vocês vão adorar! — ela insiste, mais de uma vez, fazendo questão de que Lilith e eu tenhamos aderido completamente ao tema.

Confesso que não sou de recusar uma boa camisa xadrez e botas, mas Aspen está levando isso para outro nível. E, honestamente, ver o sorriso no rosto dela fez qualquer hesitação desaparecer.

— O Nick mandou isso pelo correio, olha só! — diz ela, empolgada, segurando o vestido que ele havia lhe ajudado a escolher em um site de roupas vintage.

— Ele disse pra mim que não quer nenhum centavo, que é presente para a sobrinha favorita dele — sussurro para Lily, que está rindo da animação contagiando da garota rodopiando em nosso quarto.

Ela gira mais uma vez, exibindo o vestido azul claro que parece ter saído direto de um catálogo de antiguidades. A atenção aos detalhes, as pequenas flores bordadas, o laço nas alças. Nick realmente acertou nessa e soube como deixar Aspen feliz. Ela parece ser uma parte gigante da vida dele, e vendo-a agora, toda empolgada e confiante, percebo que ela também já ocupa um espaço imenso na minha.

Lilith sorri ao vê-la tão contente, vestindo uma blusa de alça finas em um tecido flanelado, shorts jeans e botas que ela por acaso tinha no closet. Já eu, com minha camisa xadrez surrada e boné, me sinto preparado para o contato com a natureza e andar a cavalo.

Quando saímos de casa, Aspen, sentada no banco de trás, passa o caminho todo inquieta, como uma criança esperando abrir os presentes de Natal.

No carro, o silêncio é preenchido apenas pela voz de Aspen, alternando entre sua ansiedade pela festa e seu amor pelo vestido que Nick lhe enviara. Ela fala sem parar, rindo e imaginando como será o dia com suas amigas.

— Vocês acham que a Wendy vai gostar do presente? — pergunta Aspen pela terceira vez, segurando o embrulho com as duas mãos.

Lilith riu, virando-se para trás enquanto abre a porta do passageiro.

— Se não gostar, o problema é com ela, não com você. Está perfeito.

Eu saio do carro e dou uma olhada ao redor. A fazenda é imensa, maior do que imaginei quando entramos na estradinha de barro. Há um celeiro de madeira vermelha, com o sol se pondo atrás dele, iluminando tudo com uma luz dourada. Ao lado, cerejeiras brancas florescem, como se fossem parte da decoração natural. Mais adiante, um cercado repleto de lhamas, burros e cabras atrai as crianças que correm animadas.

Aspen desce do carro com os olhos brilhando. Ela segura o presente com cuidado, o olhar percorrendo o cenário.

— Uau... — murmura. — A Wendy não disse que a fazenda dos seus avós era tão grande assim.

Eu sorrio ao vê-la tão encantada. No caminho para o celeiro, vejo um lago com patos nadando tranquilamente e, um pouco mais longe, senhoras conversando animadamente em torno de uma estufa. Esse lugar é um sonho até mesmo para mim.

— Azzy, por que não vai encontrar a Wendy? — diz Lilith, inclinando-se para a menina enquanto ela ainda segura o presente. — Nós vamos ficar por aqui, perto dos coelhos.

Aspen acena rapidamente e dispara na direção das amigas. Quando a perdemos de vista, uma mulher com uniforme de zoológico e chapéu de safari se aproxima, sorrindo calorosamente.

— Vocês gostam de coelhos? — ela pergunta, apontando para o cercado à nossa frente. — Temos alguns filhotes adoráveis por aqui, podem entrar e interagir com eles se quiserem.

Lilith me lança um olhar divertido, mas antes que ela pudesse responder, eu já estou aceitando o convite.

— Claro! Vamos ver esses coelhinhos — digo, fazendo uma voz mais fofa do que pretendia enquanto abro o portão do cercado. Lilith ri, entrando logo atrás de mim.

Dentro, os coelhos pululam ao redor, e eu me agacho para acariciar um deles, falando com a voz infantil que eu guardo só para essas ocasiões. Lilith me observa, os olhos brilhando de diversão.

— Eu sou um desastre com isso — ela comenta, tentando pegar um dos coelhos no colo com a ajuda da mulher, mas o bicho quase escapa por entre seus braços.

— Deixa eu te ajudar — digo, aproximando-me dela. Com cuidado, ajusto os braços dela ao redor do coelho, garantindo que o animal fique confortável.

— Isso mesmo — diz Carla, como me informa o nome bordado no colete do seu uniforme. — Assim, ele se sente mais seguro.

Lilith sorri para mim, e ficamos parados por um momento, lado a lado, com o coelho relaxando nos braços dela enquanto eu faço carinho no nariz dele.

Antes que pudéssemos prolongar o momento, Carla volta a falar, animada:

— Estamos tendo passeio a cavalo e... adoção de tartarugas e jabutis, caso se interessem.

Lilith e eu trocamos olhares curiosos, mas antes que possamos discutir o que fazer, Aspen reaparece correndo em nossa direção, os olhos brilhando de entusiasmo.

— Podemos adotar um jabuti? Por favor! — Ela implora, e eu e Lily não conseguimos segurar as risadas.

— Vamos ver isso, então — respondo, saindo do cercado dos coelhos ao agradecer a funcionária e nos dirigimos ao cercado dos répteis.

Dessa vez, o monitor dos animais é um homem jovem, que nos cumprimenta e, sem demora, coloca um filhote de jabuti na palma da mão de Aspen. Ela o acaricia gentilmente, encantada com a textura do casco.

— Ele é tão lindo! — ela exclama, olhando para nós com olhos suplicantes.

Kate, a melhor amiga de Aspen, surge ao lado dela, dizendo que vai convencer os pais a pegarem um também, e olha para nós como se incentivasse a adoção.

Eu sou o primeiro a ceder.

— Você tem certeza, Azzy? — pergunto. — Vai ser sua responsabilidade cuidar dele.

O homem com chapéu de safari, que ouve a conversa, sorri.

— Sua filha não terá muito trabalho com um jabuti, mas vai ajudar com o senso de responsabilidade.

Eu e Lilith trocamos um olhar significativo assim que ouvimos 'sua filha'. Nenhum de nós corrige o funcionário. Em vez disso, sorrimos para Aspen, esperando que ela se comprometa.

— Eu prometo que vou cuidar muito bem dele! — ela responde com convicção.

Com um aceno de aprovação de Lilith, eu suspiro e me rendo.

— Tudo bem, então.

Agora, o debate sobre o nome começa, e a cada sugestão, Aspen parece mais animada, mesmo quando nega algumas das opções.

— O que acha de Shelby? Ela tem cara de Shelby para mim — sugiro, apontando para o pequeno jabuti, com o olhar orgulhoso.

Aspen repete o nome, gostando do som.

— Shelby! Olá, Shelby! — Ela sorri e corre para mostrar o novo membro da família aos amigos.

— Mas espera... — diz Lilith, franzindo o cenho, quando Aspen já está longe. — A gente nem sabe se é macho ou fêmea.

O funcionário ri e explica pacientemente.

— Jabutis atingem a maturidade sexual por volta dos quatro ou cinco anos, então é difícil dizer, mas tenho quase certeza de que é mesmo uma fêmea.

Eu e Lilith agradecemos a ele e o seguimos até a área dos cavalos, deixando Aspen com sua nova amiga, Shelby. Lilith olha para trás e sorri ao ver a garota brincando com o jabuti juntamente com Kate, que tinha convencido os pais a pegarem um também.

— Ela já está apaixonada pela Shelby — comento, balançando a cabeça. Lilith ri baixinho.

— Com certeza. O próximo passo vai ser querer dormir com ela.

Rimos juntos enquanto nos aproximamos dos cavalos. Eles estão alinhados ao longo de uma cerca, todos lindos e aparentemente prontos para o passeio. Ao lermos os nomes pendurados em placas nas cercas, começamos a rir.

— "Trovão" e "Fagulha" parecem saídos de algum filme de ação dos anos 80. — Lilith aponta para um cavalo marrom musculoso com uma placa "Trovão". Ele balança a crina como se estivesse confirmando seu título.

— Se eles fossem nossos, eu deixaria esses nomes. Combina com eles — digo, rindo junto com ela. — Olha aquele... "Chouriço". Quem nomeia um cavalo assim?

Lilith sorri e se aproxima de um cavalo branco com manchas cinzas. Ela estende a mão e, como se já fossem velhos conhecidos, o cavalo se inclina todo para o lado dela, buscando carinho.

— Ah, esse já gostou de mim — ela comenta, acariciando o pescoço do animal com uma ternura que faz meu peito esquentar. — Como é o nome dele?

— "Neville Nevasca" — leio a placa, e Lilith solta uma gargalhada genuína.

— Que combinação! — Ela se vira para o fazendeiro que cuida dos cavalos, ainda rindo. — Posso montar nele?

— Claro — responde o fazendeiro, com um sorriso. Ele começa a preparar o cavalo, enquanto eu me aproximo de "Benny".

— Matt e Benny. Vocês seriam uma dupla e tanto — ela comenta, enquanto eu passo a mão no corpo do animal. O nome é ridículo, mas o cavalo parece forte e preparado.

— Acho que nós já somos. — Pisco para ela, ao mesmo tempo em que me afasto de Benny para que coloquem os equipamentos necessários para a montaria.

Lilith me observa surpresa quando subo na sela bem ajustada ao cavalo com facilidade.

— Você já fez isso antes? — Ela pergunta, ajeitando a sela enquanto o fazendeiro ajuda a posicionar Neville Nevasca para ela.

Eu dou de ombros, tentando não parecer convencido, mas me divertindo com o olhar dela.

— Meu avô materno adorava cavalos. Ele costumava me levar para passear sempre que podia. E eu sempre gostei de estar perto dos animais.

— Isso explica muita coisa — ela comenta, com um sorriso malicioso. — Está no seu habitat natural aqui.

Eu reviro os olhos, mas não consigo esconder o sorriso. Ela não está errada. Gosto da simplicidade do campo, do contato com os animais. Sinto que, na natureza, é um dos poucos lugares onde posso realmente relaxar, sem distrações.

O fazendeiro nos dá algumas instruções rápidas sobre os cavalos, e logo estamos prontos para seguir o caminho com um guia à frente. Lilith me lança um último olhar, ainda impressionada com a facilidade com que me movo no cavalo, mas logo se concentra no seu próprio, que parece responder bem ao toque cuidadoso dela.

Conforme passamos por alguns convidados, o caminho começa a ficar mais livre. Sem a multidão ao redor, os cavalos ganham um pouco mais de liberdade. Lilith permanece focada, conduzindo o animal com delicadeza, enquanto eu, com mais confiança, me permito observá-la. De vez em quando, solto uma risadinha ao vê-la tão concentrada.

Estamos montados em Benny e Neville Nevasca, dois cavalos com nomes tão ridículos que só reforçam nossa diversão. À frente, a paisagem se abre em campos dourados, e a vista é de tirar o fôlego. Eu assobio, chamando a atenção de Lilith. Ela vira o rosto e me encara, curiosa.

— O que acha de desviarmos um pouco do caminho? — sussurro, conspirando.

Ela revira os olhos, voltando a se concentrar na condução.

— Matt, não. Não vou fazer isso.

— Qual é... só uma voltinha por ali, ninguém vai notar.

Antes que Lilith pudesse responder, o guia à nossa frente, que obviamente ouviu tudo, solta uma gargalhada.

— Não se preocupem, vocês não são os primeiros a tentar. Mas eu escuto tudo daqui.

Lilith imediatamente fica vermelha, desviando o olhar. Eu, por outro lado, dou de ombros, como se nada tivesse acontecido, segurando o riso. Não é como se tivéssemos sido pegos fazendo algo terrível. Tudo era parte da diversão.

Ao chegarmos de volta ao celeiro, descemos dos cavalos. Lilith faz carinho no focinho do animal, agradecendo pelo passeio, enquanto eu dou palmadinhas amigáveis em Benny. Eles realmente foram bons parceiros durante nosso passeio.

— Bem receptivos, hein? — comento, e Lilith apenas sorri em concordância.

Saímos do celeiro lado a lado, ainda brincando sobre a nossa pequeno "flagra" de antes.

— Você precisa se comportar um pouco mais como adulto, Matt. — Ela franze o cenho, embora um sorriso brinque nos lábios.

— O que foi que eu fiz? — pergunto, completamente inocente.

Antes que possa responder, ela pisa em uma poça de lama. O barulho do pé afundando é quase cômico, e ela fica parada por um segundo, chocada. A lama sobe até a base da bota, e é aí que eu não consigo mais me segurar. A gargalhada que sai de mim é tão alta que chega a doer a barriga.

— Matt! — Lily ralha, tentando puxar o pé da lama e, num impulso de raiva, balança o pé em minha direção, fazendo gotas de lama espirrarem em mim.

— Ei, ei! — protesto, correndo para o outro lado ainda rindo, mas logo percebendo o quão longe ela está disposta a levar a briga.

Ela avança, claramente prestes a me dar um tapa, mas antes que possa fazer qualquer coisa, eu a puxo pela cintura e a seguro firme. Lilith se debate por um segundo, mas o movimento dela diminui quando nossos olhos se encontram.

Sem pensar muito, eu me inclino e a beijo. Ela não recua, mas também não ouso abrir os olhos para evitar vê-la paralisada. A segurança do que estou fazendo floresce quando ela joga os braços em volta do meu pescoço e gruda o peito ao meu. O beijo é delicado e cuidadoso, tão doce que faz toda a minha estrutura óssea doer.

Geralmente, quando estou de olhos fechados, tudo o que vejo é o escuro, mas agora com Lilith me tocando, é tudo dourado e cintilante. Quase nauseante. No timing perfeito, a banda que toca ao vivo começa os primeiros acordes de Clocks do Coldplay e eu desejo que a respiração não seja tão vital assim. Mas infelizmente é, e nos separamos devagar, com os lábios ainda roçando um sobre o outro.

Quando abro os olhos, vejo-a contrair os lábios como se estivesse sentindo o meu gosto. Ela morde o lábio inferior e me olha, a boca carnuda e macia que é impossível de resistir, agora meio avermelhada pelo beijo.

— O que foi isso? — ela sussurra, os braços firmemente no meu pescoço. — Quem estava olhando?

— Como assim?

Meu coração vacila, estalando dentro do meu peito como uma fogueira se apagando.

— Por que me beijou, Matt?

Porque gosto de você. Mas escolho proferir uma frase que seja menos complicada.

— Por que não te beijar?

— Matthew.

— Você é gostosa, óbvio.

Ela bate no meu peito, se afastando com leveza.

— Você é ridículo!

— E você é linda.

Eu trago Lilith de volta pelo pulso, inclinando-me para encostar minha boca na dela novamente. Dessa vez o beijo não dura muito, porque logo somos interrompidos pelo som repentino de palmas e vozes, acompanhando o coro tradicional de "Parabéns pra você". A banda que tocava antes foi substituída pelo som coletivo de felicitações, e nos afastamos, sorrindo um para o outro como se fôssemos adolescentes pegos em flagrante.

— Devíamos ir para perto dos outros convidados — Lilith sugere, endireitando a postura.

Eu assinto, e seguimos na direção da mesa do bolo, onde Wendy, a aniversariante, está cercada por amigos e familiares. Ela sorri de orelha a orelha enquanto todos ao redor entoam os parabéns.

Lilith me cutuca de leve, me chamando a atenção para um grupo de garotas ao lado. Olho para onde ela aponta e vejo Aspen, cercada por suas amigas. Vê-la feliz traz um sorriso tão genuíno ao meu rosto que é difícil de ser desfeito.

Mas quando voltamos nossa atenção para Wendy, noto algo que imediatamente capta minha atenção. Garrett, o garoto por quem Aspen claramente tem sentimentos, está ao lado da aniversariante, com um braço em volta dela. Ele sussurra algo no ouvido dela, e ambos soltam risadinhas discretas e confidentes. Eu percebo onde isso vai dar antes mesmo de acontecer, um desconforto surgindo no peito. Garrett inclina-se um pouco mais, o rosto quase tocando a bochecha de Wendy, e é aí que viro o rosto.

Lilith, no entanto, já está de olho em outra coisa e seu semelhante subitamente se torna tenso. Quando sigo a direção de seu olhar, vejo Aspen. Seu rosto, que antes era cheio de luz e alegria, agora está pálido e rígido, o sorriso completamente desaparecido. Ela observa a cena como se o mundo ao redor estivesse desmoronando. Sem aviso, Aspen vira-se e corre, sumindo entre os convidados.

Lilith imediatamente faz menção de ir atrás dela, mas antes que possa dar um passo, Kate balança a cabeça.

— Tia Lily, deixa comigo. Eu vou falar com ela.

Lilith hesita, e nossos olhos se encontram por um breve segundo. Sei que ela quer ir atrás de Aspen, mas parece entender que talvez, nesse momento, Kate possa ser a melhor pessoa para falar com a garota.

— Ok — Lilith diz baixinho, observando Kate correr na mesma direção que Aspen foi.

Eu olho para Lilith quando ela sugere que esperemos no carro. Sem discutir, apenas concordo com um aceno de cabeça, e seguimos em silêncio até a área de estacionamento. A atmosfera está pesada agora, e nenhum de nós sabe exatamente o que dizer. Quando nos sentamos lado a lado, o silêncio se estende, profundo e incompleto, com muito a se dizer.

Depois de um tempo, Lilith cruza os braços, soltando um suspiro longo e frustrado.

— Nunca fui muito com a cara desse Garrett — ela murmura, o tom de voz mais duro do que o normal. — Sempre achei que ele tinha jeito de quem estava próximo de Aspen para chegar a você. Sem ofensas.

Eu a observo, vendo o quanto aquilo a incomoda. É claro que ela está abalada, não só pelo comportamento de Garrett, mas porque este é o primeiro coração partido que Aspen está enfrentando, e Lilith se sente impotente. Sua expressão é de alguém que gostaria de proteger, mas não sabe exatamente como. Essas coisas são difíceis de prever, e todo mundo está destinado a passar por decepções amorosas, cedo ou tarde na vida.

— Ei — começo suavemente, tentando encontrar as palavras certas. — Eu sei que você queria evitar que Aspen passasse por isso, mas... não dá pra protegê-la de tudo. Fosse agora ou depois, ela ia ter que lidar com algo assim.

Lilith desvia o olhar para o lado, mordendo o lábio. Ela sabe que estou certo, mas isso não parece tornar a situação menos incontrolável para ela.

— Não podemos controlar essas coisas por ela, Lily. Mas o que podemos fazer é estar lá quando ela precisar. — Eu coloco minha mão sobre a dela, e nossos dedos se entrelaçam naturalmente.

— Eu só... odeio ver ela machucada, sabe? E ela é tão nova para isso. O que ela viu nele?

Solto um riso nasalado, apertando sua mão suavemente.

— Ela viu o que todo mundo vê quando está apaixonado pela primeira vez. A gente escala em todas as expectativas do mundo, porque ainda não sabe o quanto pode doer. Mas ela vai superar isso. Aspen é forte, e ela tem você. Tem a gente.

Lilith olha para mim com um pequeno sorriso.

— Você sempre tenta ver o lado positivo, né?

Dou de ombros.

— É o que me resta. Além disso, ela vai ficar bem. E, se precisar, a gente sempre pode dar um jeito de ir lá e dar uns esporros no Garrett. — Dou uma piscadela para ela, que solta uma risada vibrante.

— É nessas horas que eu gostaria de estar no meu corpo de adolescente, porque aí não seria crime nenhum bater nele também.

— Ok, agora vamos nos acalmar.

Lilith solta uma risada curta, brincando com o anel no meu dedo mindinho que repousa no colo dela. O clima fica um pouco mais leve, como se estivéssemos conseguindo afastar as nuvens escuras da situação. Ela ergue o rosto, fazendo uma careta engraçada.

— Estou com fome. Muita fome. — Ela declara, fazendo-me rir.

— Aproveitamos tanto a festa de outro jeito que esquecemos de comer, não é?

Ela assente, com um leve sorriso nos lábios, mas antes que eu possa dizer mais alguma coisa, a porta de trás do carro se abre, revelando Aspen com o rosto vermelho, os olhos inchados e fungando baixinho. Nos braços dela, Shelby descansa, alheia à tristeza da dona.

— O que você acha de a gente passar no Shake Shack antes de irmos comprar as coisas para a Shelby? — Minha voz é calma, como se estivesse sugerindo algo corriqueiro.

Aspen não responde de imediato, mas, depois de um instante, ela apenas balança a cabeça em concordância.

Lilith se inclina para trás no espaço entre os bancos e acaricia os cabelos dela gentilmente, enquanto eu dou a partida no carro, pronto para cuidar do que importa agora.

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