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𝟮𝟱. enough family drama

𝗠𝗔𝗬 𝟮𝟱, 𝟮𝟬𝟯𝟰











ᥫ᭡𝐌𝐀𝐓𝐓...

A reunião de encerramento interna do time não trouxe grandes surpresas, mas me deu a chance de ver melhor como foi o desempenho geral da equipe nesta temporada. Passamos a manhã analisando os pontos altos e baixos, com o técnico destacando nossos avanços e as áreas onde precisamos trabalhar mais. No final, fui fortemente recomendado a descansar por algumas semanas, sem me esforçar com atividades pesadas. A comissão técnica estava realmente me tratando como se eu fosse do tipo de jogador que fica tentado a voltar aos treinos mais cedo do que deveria.

Lá pelas onze horas da manhã, fomos todos dispensados, exatamente no horário que eu havia marcado para buscar Angelina no aeroporto. Mary Lou me passou as informações sobre a chegada do voo dela ontem à noite, insistindo para que ela mesma fosse buscá-la, mas eu não posso deixar a oportunidade escapar.

Eu preciso de tempo com Angelina – para entender as coisas e, mais importante, para tentar consertar os problemas que causei.

Logo estaciono o carro e observo o fluxo constante de pessoas saindo do terminal. Mantenho os olhos fixos na entrada, tentando decidir se deveria sair e ir até ela ou só esperar aqui como combinamos. O celular vibra no console. É uma mensagem dela: “Acabei de fazer o check-out. Te vejo lá fora.”

Endireito-me no banco, lutando para não deixar transparecer a ansiedade que sobe pelo peito. As mãos já estão no trinco antes que eu perceba, e assim que a vejo surgindo entre a multidão, saio do carro quase no piloto automático. Ela está puxando uma mala grande e carregando uma bolsa esportiva no ombro. Minhas pernas se movem na direção dela, forçando-se a manter o ritmo. Algo dentro de mim se contorce quando encaro Angelina de perto pela primeira vez em… dez anos?

Sei que ela não gostaria de me ouvir dizer isso em voz alta, mas ela está cada vez mais parecida com a mãe. Os cabelos cacheados estão presos em um coque alto e os óculos escuros escondem os olhos verdes. E o vestido justo e bege que ela está usando revela uma mudança sutil em sua aparência, mas impossível de ignorar.

Ela está grávida.

Não faço ideia de quantas semanas. Não sei como perguntar. Só sei que isso transforma completamente a imagem que tenho dela na minha cabeça. Angel é uma mulher adulta e, ao contrário do que dizia quando era adolescente, agora está prestes a se tornar mãe. Continuo andando, sem saber direito como agir.

— Deixa eu pegar isso para você — digo, mas minha voz sai mais hesitante do que eu queria.

Angelina ergue o rosto e me dá um sorriso pequeno – leve, mas contido. Pego a bolsa do ombro dela e me inclino para segurar a mala também. É nesse momento que, ainda com os olhos fixos nela, percebo algo que não mudou. O olhar dela, mesmo cansado, ainda carrega a intensidade que me faz querer falar qualquer coisa para preencher o silêncio.

— Obrigada — Angelina responde, relaxando os ombros e, como por instinto, passando a mão pela barriga.

Eu me mexo de um lado para o outro, sem saber se devo abraçá-la ou apenas tomar o caminho para o carro. Ainda estou lutando contra essa dúvida quando ela levanta o rosto, me olhando como se esperasse algo. Entendo a deixa um segundo depois, e me aproximo, cumprimentando-a com dois beijos na bochecha.

O perfume dela é familiar, algo que me puxa para memórias antigas, mas que agora traz uma sensação estranha. Tudo isso é estranho. Quando me afasto, Angel estreita os olhos para mim e inclina a cabeça, um sorriso de canto brotando em seus lábios.

— Você parece nervoso. Aconteceu alguma coisa?

Desvio o olhar, tentando evitar qualquer reação óbvia. Não posso simplesmente falar tudo o que está girando na minha cabeça.

— Eu? Não... Só... — Faço um esforço para soar casual. — Dormi mal e ainda tem muita coisa pra resolver sobre o aniversário da Lilith.

Seus olhos se iluminam, e ela abre um sorriso que é um pouco mais genuíno do que eu esperava.

— Então eu cheguei na hora certa — ela comenta com animação. — Vim pra cá mais cedo justamente pra ajudar no que você precisar.

Sei que deveria agradecer. Sei que deveria me sentir aliviado. Mas uma parte de mim fica tensa com a ideia de que ela vai se envolver nos preparativos para a festa – preparativos esses que tive que induzir minha mãe a me dizer exatamente o quê e como estamos fazendo, e realmente ainda há muito para resolver até amanhã. É como se estivéssemos fingindo que não existe um grande elefante branco na sala.

— Claro, claro — respondo, apressado, antes que ela perceba a hesitação. — Mas você acabou de chegar. Quer almoçar antes? Onde você quer ir?

Ela fica pensativa por um instante, franzindo levemente a testa enquanto mordisca o lábio inferior. Um gesto familiar que me faz querer sorrir, mas que agora só aumenta a sensação de deslocamento.

— Hm... tem aquele bistrô francês na Tremont Street. Faz anos que não como lá. Que tal?

— Perfeito — concordo, forçando uma expressão relaxada enquanto nos movemos até o carro.

Abro o porta-malas e coloco a bagagem dela, tentando ao máximo não focar em como nossa relação parece despretensiosa. Tenho que me segurar para não metralhar perguntas para cima dela. Quando volto para o assento do motorista e ligo o carro, Angel já se acomodou no banco ao meu lado, afivelando o cinto com um gesto rápido.

O silêncio se estende entre nós enquanto saio do estacionamento. Cada batida do meu coração ecoa no peito, e fico pensando se é possível parecer tão natural assim. Como se nada tivesse acontecido. Como se não houvesse esse novo universo que ela carrega agora – um futuro inteiro que ela vai compartilhar com meu irmão e a criança que eles estão esperando.

Sei que não estou sentindo ciúmes, inveja ou tristeza por saber que eles estão juntos. Mas é impossível ignorar que isso faz parte do motivo pelo qual eu e Chris não nos falamos mais.

Dou uma olhada de canto para ela, que está distraída observando a cidade pela janela. Angel sempre foi desencanada com relacionamentos, desapegada de situações que a faziam mal e imperturbável, mesmo quando o teto parecia prestes a desabar sobre sua cabeça. Sei que essa é a armadura dela. É claro que sentia falta dos pais ausentes, gostava de verdade do primeiro garoto que quebrou seu coração e quase surtou quando a família cogitou se mudar para um desses paraísos fiscais no meio do nada, longe da polícia norte-americana. Mas ela tentava não complicar a vida mais do que já era complicada.

É pensando nisso que me dou conta do porquê de ela estar agindo como se tudo estivesse bem entre nós. Não é ela quem vai tornar as coisas mais difíceis. Eu é que vou ter que dar esse passo e puxar o assunto primeiro.

Já no bistrô, escolhemos uma das cabines perto da janela e nos escondemos atrás do cardápio por mais alguns minutos. Quando a garçonete anota os pedidos e estamos finalmente sem mais desculpas para evitar a conversa, decido começar.

— Então, como você está? Com a gravidez, o trabalho... — deixo as palavras no ar, esperando que ela preencha o vazio. Quem sabe mencione Chris por conta própria.

Angel olha para mim por um momento, como se calculasse exatamente o quanto compartilhar. Ela desliza uma das mãos pela barriga e solta um suspiro breve antes de responder:

— Estou bem. Na verdade, muito melhor agora que estou na 22ª semana e os enjoos matinais finalmente se foram. — Ela sorri de lado, quase um reflexo, antes de continuar. — O trabalho também está indo bem. Fechei um contrato recentemente com uma marca de produtos para maternidade e vou fazer algumas campanhas de divulgação. Acho que vou acabar virando “a cara” da nova linha de roupas deles.

Balanço a cabeça, assimilando as novidades. Nada sobre Chris, percebo. Automaticamente, meu olhar desliza para as mãos dela, procurando um sinal... algo que indique onde eles estão nesse ponto. E então vejo um anel na mão direita. A joia chama a atenção imediatamente – uma aliança de diamantes com uma pedra em formato de gota, rodeada por um contorno de pequenas gemas que brilham sob a luz suave do restaurante. A base é delicada, dividindo-se em duas bandas cravejadas de diamantes que se encontram no topo, envolvendo a pedra maior. É glamourosa, elegante e definitivo.

— E como estão as coisas com o Chris? — pergunto, mantendo meu tom o mais neutro possível.

Angel se mexe desconfortavelmente no banco, ajustando a postura como se o estofado tivesse se tornado subitamente mais duro.

— Ele está bem também. Acho que ainda está processando a derrota para o time do Colorado. Não foi fácil, mas... — Ela pausa, como se pensasse no que vem a seguir. — Ele estará em Boston amanhã para o aniversário de Lilith, então você não precisa se preocupar.

— Certo — murmuro, as palavras quase se atropelando na pressa de sair. Passo a mão pelo cabelo, tentando formular a abordagem certa. Mas, quanto mais penso, mais me dou conta de que não há jeito certo para isso. Então, simplesmente falo. — Angel, eu... preciso pedir desculpas. Não foi minha intenção magoar você, nem o Chris. Sei que fui infantil quando saí de Los Angeles daquele jeito, sem falar com ninguém, e deixar você com a impressão de que fiz isso só porque não gostei da ideia de vocês dois estarem juntos...

Ela me interrompe, balançando a cabeça.

— Obrigada por dizer isso, Matt. Você podia ter feito isso há muito tempo, mas eu agradeço. — A voz dela soa mais séria agora, carregada de uma franqueza que parece quebrar a fachada tranquila de antes. — Eu sentia falta do meu melhor amigo. E Chris... ele ainda está muito machucado com tudo isso. Eu não sei como vocês vão curar as feridas que têm sido cutucadas repetidamente por esses últimos três anos. Vocês perderam muita coisa da vida um do outro.

Engulo em seco, sentindo o peso das palavras dela. Por um momento, tudo o que passa pela minha mente são as lembranças de quando éramos crianças e costumávamos dividir o quarto, o videogame, e o carrinho onde nossos pais nos levavam para pegar doces no Halloween. Então, chegou a adolescência, e começamos a ter brigas mais sérias do que nossos pais imaginavam ao descobrir que teriam trigêmeos. Nos tornamos inseparáveis novamente quando nossa casa pegou fogo e tivemos que nos mudar para uma casa provisória de apenas dois quartos, que mal comportava seis pessoas. O verão que passamos trabalhando no mercadinho local nos aproximou ainda mais, a ponto de eu nunca ter imaginado que um dia voltaríamos a usar armaduras cheias de frustração e distância.

— Eu sei. Sei que estou três anos atrasado para pedir desculpas — sussurro. — E a culpa é minha. Não era para você ter ficado no meio de tudo isso. Eu fui... — faço uma pausa, buscando as palavras certas. — Fui uma pessoa de quem ninguém conseguiria se aproximar naquela época. Nem mesmo o meu próprio irmão se sentiu à vontade para me contar que estava com você.

— Não é bem assim — ela rebate suavemente, virando um pouco o corpo para me encarar melhor. — Manter segredo sobre o nosso relacionamento foi um grande motivo de briga entre nós. No começo, eu achava que ele tinha vergonha de mim. Que ele não queria que ninguém soubesse porque... bem, você sabe... — Ela dá um sorriso triste. — Porque eu gostava de viver a vida de solteira. Sair, aproveitar, conhecer o máximo de pessoas que eu pudesse.

Assinto, relembrando cada uma das noites que passamos juntos quando éramos mais novos, tentando não deixar o passado distorcer o presente.

— Mas não era só isso — Angel continua, o olhar dela se perdendo em algum ponto além de mim. — Chris tinha essa competição imaginária na cabeça dele. Ele achava que poderia “vencer” você no quesito manter um relacionamento escondido. Como se isso provasse alguma coisa, como se ele pudesse repetir o que você e eu fizemos na época da escola.

Não sei o que responder. O que eu poderia dizer? Aperto os dedos cruzados em cima da mesa com força, tentando conter a avalanche de pensamentos que ameaça me engolir. De alguma forma, tudo se tornou uma competição entre nós, algo que prometemos um ao outro que nunca iríamos deixar acontecer. Fosse no esporte, ou na vida pessoal.

— E você... — começo, hesitante. — Você ficou bem com isso? Quero dizer, com ele pensando desse jeito?

Ela suspira, um som que parece exausto e resignado ao mesmo tempo.

— Não foi fácil. Mas, por algum tempo, parecia que estávamos apenas tentando provar um ponto. A ideia de esconder as coisas de você, dos outros, de nós mesmos... era uma droga. E, no final, só conseguimos criar uma bola de neve tão grande que parece indestrutível.

— Angel... — tento começar, mas ela apenas ergue a mão, indicando que eu pare.

— Eu só queria que vocês entendessem que não se trata de vencer ou perder. Nem de um jogo, tipo “quem tem o ego maior?”. Vocês são irmãos. Isso é o que realmente importa.

Assinto lentamente, absorvendo as palavras dela e observando um peso começar a se dissolver dos seus ombros. Para mim, são apenas dias, mas para ela, para Chris, são anos de ressentimento e mágoa.

A chegada dos nossos pedidos interrompe a conversa. Seguramos o momento enquanto almoçamos, deixando que outros assuntos fluam com mais leveza. Quando terminamos de comer, inclino-me para frente e falo sinceramente:

— Obrigado por ter me ouvido e por... sei lá, tentar ver todos os lados dessa confusão. Eu sei que não é fácil.

Angel dá de ombros, um sorriso pequeno se formando nos lábios.

— Não é nada. Se eu não tentasse ver todos os lados, acho que já teria enlouquecido — ela diz, a voz leve, mas com um toque de cansaço. — Tentar fazer isso com o Chris todo dia, por exemplo, é quase como bater a cabeça numa parede de tijolos.

Rio baixinho e balanço a cabeça, imaginando como deve ser para ela equilibrar tudo.

— Ele sempre foi cabeça dura — comento, me lembrando das discussões mais triviais que Chris e eu tivemos quando mais novos, nenhuma delas resolvida com facilidade.

Cabeça dura é pouco — ela rebate, revirando os olhos. — Tem dias que eu só queria... — ela faz um gesto com as mãos como se estivesse sacudindo alguém — ...dar uma boa sacudida nele pra ver se entra um pouco de bom senso. Mas aí eu lembro que estou grávida e não posso me estressar. O médico disse que eu preciso ficar calma.

Dou uma risada, e Angel suspira dramaticamente.

— Eu só espero que nosso bebê não nasça tão a cara do Chris, considerando o nervoso que ele me faz passar. Não quero mais um “mini-cabeça-dura” em casa.

— Se prepara — aviso, um sorriso se abrindo no meu rosto. — Porque os genes dos Sturniolo são fortes. E você sabe disso.

Ela me dá um olhar cético e brinca:

— Então estou ferrada?

Dou de ombros, rindo.

— Provavelmente. Mas, por outro lado, é capaz de ele vir com a mesma teimosia sua também. Aí eu quero ver como você vai lidar.

— Ah, mas se vier com a minha teimosia, vai ser um anjinho — ela rebate, erguendo o queixo com confiança. — A minha é muito mais racional.

— Claro — brinco, revirando os olhos.

Ela me acerta levemente no ombro e começa a rir, o que me faz relaxar. Agora enxergo algo genuíno entre nós, parece que estamos realmente conectados de novo.

— Posso te pedir uma coisa, Matt? — ela diz, quando já estamos saindo do restaurante.

— É claro.

— Quando for falar com o Chris, não desista de primeira, tá bem? Por favor, não deixe que ele te vença pelo cansaço. Eu já vi o suficiente desse drama familiar por uma vida inteira.

— Vou tentar, prometo — murmuro, o riso suavizando em um sorriso caloroso. — Sou tão cabeça dura quanto ele, lembra?

Ela abre a boca para responder, mas quando saímos para a calçada, meu celular vibra com a ligação de Lilith. Atendo sem hesitar.

— Matt? Tá ocupado? — ela pergunta direto, sem nem um "oi" antes.

— Não, acabei de sair de um almoço com a Angel. Por que? — respondo.

— Ótimo. Preciso que você vá me encontrar na casa do tio Bobby — ela diz rapidamente.

— Casa do... quem? — pergunto, franzindo o cenho. Não faço ideia de quem seja esse cara.

Do nada, ouço Sadie ao fundo.

— Do tio Bobby! Aquele que tinha a van no estilo Máquina do Mistério, de Scooby-Doo! Ele nos levou para Cape Cod uma vez, no oitavo ano, lembra?

Lilith toma a frente na conversa de novo.

— Eu te explico o resto quando chegar lá, ok? É urgente. — E, antes que eu possa responder, ela desliga.

Fico encarando a tela por um segundo, sem saber se dou risada ou reviro os olhos. Me viro para Angel, que estava acompanhando a conversa e agora ri da minha expressão atônita.

— Lilith está sendo a "general" de sempre? — pergunta, divertida.

— Totalmente — confirmo, rindo também. — Tenho que ir ver o que ela quer, mas vou te deixar na casa da minha mãe antes.

— Tem algo que eu possa fazer para ajudar nos preparativos de amanhã? — Angel pergunta enquanto caminhamos para o carro.

— Está faltando pegar a chave do terraço onde será a festa e buscar as flores que encomendei. Fora isso, só vai restar o trabalho de amanhã. Mary Lou vai pra lá logo cedo para começar a arrumar tudo.

— Certo, então vamos adiantar isso.

Nos despedimos quando a deixo na casa dos meus pais, e então eu sigo para o endereço que Lilith me mandou, me perguntando o que ela está querendo indo até a casa do tio esquisito de Sadie.

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