𝟮𝟰. missing something that never happened
𝗠𝗔𝗬 𝟮𝟱, 𝟮𝟬𝟯𝟰
ᥫ᭡𝐋𝐈𝐋𝐈𝐓𝐇...
O dia de ontem passou em um borrão de cores patrióticas e pequenos enfeites brilhantes. Descobri que, aparentemente, faço parte do comitê de organização de eventos do condomínio, e, pelo visto, minha parceira é a vizinha da casa ao lado, Sarah. Ela apareceu na minha porta assim que cheguei da escola, toda sorrisos e animação, e praticamente me arrastou para a sala de jantar com uma caixa de guardanapos vermelho, azul e branco debaixo do braço e várias pastas com esboços e anotações caindo de suas mãos.
Ela foi diretamente ao ponto, sem dar espaço para recusas, e de repente me vi cercada por miniaturas de fogos de artifício de papel e cupcakes com bandeirinhas americanas espetadas no topo. Em algum momento, entre a escolha das músicas para a festa e a discussão sobre quais pratos típicos os vizinhos poderiam trazer, percebi que Sarah era a personificação de uma força da natureza. Alegre, falante e com uma propensão perigosa para aceitar qualquer ideia absurda que surgisse em sua mente. A tarde toda foi um misto de caos e boas risadas.
Foi durante um dos bate-papos incessante com ela que acabei ligando os pontos e entendendo que Sarah e seu marido, Clint, são os pais de Aisha, a esposa de Nate. Logo me lembrei de Aisha, que também frequentou a Somerville High, estava um ano atrás de mim e era a maior responsável por sempre deixar o laboratório interditado depois de mais uma de suas invenções. Hoje ela é cosmetologista e parece que o traço da criatividade e da inovação sem limites é de família.
E claro que isso facilita tudo para eles. Com Sarah e Clint morando aqui, Nate e Aisha devem estar sempre por perto. Me pergunto se isso contribuiu para o tal senso de comunidade que Matt mencionou. Tudo parece estar de algum modo conectado. Mas, apesar de toda a confusão em tentar acompanhar suas ideias, gostei de Sarah. Ela é daquele tipo raro de pessoa que consegue fazer você se sentir confortável o suficiente para compartilhar toda a sua vida em alguns minutos de conversa.
E com toda essa comoção para o feriado, acho que acabo de despertar de um sonho onde um boneco inflável do Benjamin Franklin me perseguia pelos corredores da escola. Felizmente é quinta-feira, meu dia de folga. Não terei problemas com nenhum boneco inflável na escola, pelo menos não hoje.
A manhã está apenas começando, e a casa parece vazia e calma demais. Matt saiu cedo, dizendo que tinha mais alguns compromissos na pós temporada com o time, mas não entrou em muitos detalhes sobre como foi o dia de ontem ou que horas estaria de volta. Só mencionou que tinha tentado contatar Angelina, que deveria chegar a Boston hoje.
Ajeito o cabelo, amarrando-o em um rabo de cavalo, e vou até a cozinha preparar um chá. Talvez devesse ir visitar minha mãe e entender melhor como está nossa relação agora, ou ver se Sarah já começou a comprar as decorações que precisaremos, ou até mesmo consultar um vidente charlatão que me diga como posso voltar para o ano de 2024. Mas nada disso parece certo. Quero falar com alguém, desabafar. E, sem mais demora, pego o celular e rolo a lista de contatos até o nome de Sadie.
A ideia de envolver outra pessoa nesse turbilhão não parece tão ruim quando se trata de Sadie. Afinal, ela já está ciente da maior parte da história e sempre parece pronta para ouvir. A nossa falta de contato nos últimos dias, no entanto, me deixa com uma pulga atrás da orelha. Será que ela resolveu me dar um gelo depois de não ter acreditado nessa história de viagem no tempo? Eu faria isso se estivesse no lugar dela. Mas, mesmo o pouco que conheço de Sadie, não consigo imaginar que ela seja tão cautelosa assim para não se misturar com gente maluca. E é essa impressão que me faz pressionar o botão para ligar.
Não demora mais do que alguns segundos para ela atender.
— Lilith! Eu estava mesmo pensando em você! Como estão as coisas? — A voz dela irrompe pelo alto-falante, enérgica e acolhedora, me lembrando Matt quando está de bom humor.
— Oi, Sadie — respondo, sentindo um sorriso se formar sem que eu consiga evitar. — Eu... eu precisava conversar com alguém, se você estiver livre.
— Claro! Sempre tenho tempo para você. Aconteceu alguma coisa?
Eu hesito, mordo o lábio. Contar a ela vai tornar tudo mais real. E, de jeito nenhum posso fazer isso por telefone. Preciso vê-la pessoalmente, ver como ela vai reagir.
— Te atrapalharia se nos encontrássemos pessoalmente?
Ela fica em silêncio por um segundo, e quase posso vê-la do outro lado da linha, estreitando os olhos com suspeita. Quando responde, há uma ponta de humor na voz:
— Uh, é sério assim? Acho que ainda não superei a última vez.
Dou uma risada baixa.
— Acho que vai te surpreender tanto quanto a última vez.
— Tudo bem, então vou cancelar todos os meus compromissos de hoje. — Ela fala como se fosse uma CEO com uma agenda lotada, e posso imaginar Sadie estalando os dedos dramaticamente para um assistente imaginário – embora eu saiba que ela tem secretárias em sua clínica com o poder de cancelar todas as consultas do dia. — Vem aqui para casa, a gente faz Pomegranate Margarita e ignora o horário diurno. Será uma comemoração antecipada do seu aniversário! Ou não… dependendo do que você quer me contar. Estou sendo insensível?
— Sadie... — Solto uma risada, um pouco mais relaxada agora.
— Ah, claro, claro! Você não sabe meu endereço! Vou te mandar por mensagem. — Ela corta antes que eu possa responder e logo uma notificação aparece no celular. — Pronto. Acabei de te enviar. — A voz dela diminui um pouco, ficando suave. — Estou ansiosa para te ver!
— Eu também, Sadie. — Sinto um calor familiar ao ouvir isso.
— E, Lily?
— Sim?
— Não importa o que seja, você sabe que estou do seu lado, né? — A leveza na voz dela desaparece, dando lugar a uma seriedade decidida. — Mesmo que seja algo realmente estranho. Ainda mais estranho que viagens no tempo.
— Acho que vamos decidir juntas o quão estranho tudo isso é…
— Ótimo. Então eu vou preparar as margaritas. Não demore.
— Estarei aí em uma hora.
Ela desliga, e por um momento fico olhando para o telefone, processando o breve diálogo. Sadie não vai julgar. Sadie vai ouvir e tentar ajudar, como sempre. Então por que estou tão inquieta? É um assunto delicado, e eu não sei como encarar isso.
Suspiro e me forço a ir para o quarto. Troco o pijama por uma roupa mais apropriada – um vestido leve e uma jaqueta, algo confortável, mas apresentável.
Pego o exame do seu lugar escondido no closet, como uma prova física do que estou prestes a dizer a Sadie. Não quero mais carregar essa presença fantasmagórica na minha mente, e mesmo que eu ainda não tenha encontrado coragem de contar a Matt, sei que vou conseguir verbalizar para alguém e me preparar para essa parte mais difícil.
Por enquanto, só preciso ir até Sadie. Um passo de cada vez.
❄︎ ❄︎ ❄︎
Finalmente chego à casa de Sadie em South Boston, cerca de dezessete minutos depois de sair. A fachada moderna não entrega a grandiosidade que se esconde lá dentro. Ao entrar, sou recebida por um ambiente tão sofisticado que parece ter saído diretamente de uma revista de decoração. A sala de estar, com pé-direito duplo e janelas amplas, inunda o espaço com luz natural, refletindo nos tons neutros das paredes e no piso de madeira polida. O sofá curvilíneo e as poltronas estofadas dispostas em volta de uma mesa de mármore, com pilhas de livros de arte e velas de designer, deixam claro que Sadie é uma mulher de muito bom gosto.
Na cozinha, percebo como tudo parece ter sido construído para facilitar a vida dos residentes modernos: as linhas minimalistas dos armários brancos, a bancada central com cadeiras de couro e o acabamento em aço inoxidável reluzente dão ao ambiente um ar quase clínico, mas ainda acolhedor. É o tipo de lugar em que você imagina pessoas bebendo coquetéis ao invés de café.
E é exatamente isso que estamos fazendo.
Sinto o sabor cítrico do Pomegranate Margarita deslizar pela minha garganta e, ao mesmo tempo, arder levemente. Não estou pegando leve para alguém que nunca havia provado a bebida antes, mas o álcool parece mais fácil de engolir do que o assunto que trouxemos à tona. Sadie, sentada ao meu lado, estuda o exame que eu lhe entreguei, os olhos atentos às palavras como se estivesse decifrando um código secreto. Não esboça reação nenhuma enquanto descrevo a sequência dos eventos que me levaram a encontrá-lo: a descoberta acidental no fundo do closet, o nome da clínica, a data, o teste de gravidez negativo que fiz há duas noites atrás, as mensagens trocadas com Matt… tudo se desenrola como uma cena distorcida de uma novela de baixo orçamento.
Ela ainda não disse nada, a taça alta de margarita praticamente vazia em sua mão. Tenho a sensação de que ela ativou o modo psicanalista e não consigo decidir se isso me irrita ou se me conforta.
— E aí, o que diz? — pergunto finalmente, sem conseguir sustentar o olhar.
Sadie insistiu em abrir o exame, me repreendendo por não ter feito isso antes. Agora, ela parece entender porque estou protelando tanto.
Ela coloca o exame de lado com cuidado, como se fosse um pedaço frágil de evidência de um crime, e por fim me encara. Seus olhos fazem eu me sentir como uma boneca de porcelana e sei que o que ela tem a dizer é mais doloroso do que imaginou.
— Isso aqui é a ultrassonografia da décima semana de gestação e mostra que... não houve batimentos cardíacos do feto — ela começa, hesitante. — A gravidez não evoluiu, Lily. — Ela mantém o papel longe de mim, como se isso pudesse me proteger de sentir uma dor maior.
Fico em silêncio, absorvendo a informação enquanto o som da nossa respiração ecoa pelo ambiente. Não é exatamente uma novidade para mim, mas ouvir isso em voz alta, dito com uma clareza clínica e inescapável, faz com que a realidade me acerte como um soco. A gravidez não evoluiu.
— Por que…? — As palavras se perdem na garganta.
Sadie balança a cabeça lentamente, mas sua expressão é carregada de gentileza.
— Aqui não especificou o porquê. É por isso que eu acho que há mais a se descobrir. — Ela se inclina um pouco na minha direção, os olhos brilhando de preocupação. — Se você realmente quer ir até o fim com isso, se quer entender o que aconteceu, talvez devesse ligar para a clínica.
Sinto uma pressão esquisita no peito. Não é tristeza, mas algo próximo disso. Uma sensação de vazio misturada a uma melancolia tênue, como se houvesse um buraco que eu só agora percebo estar ali.
— Eu sinto muito pela sua perda, Lily. Sinto muito, de verdade — continua Sadie, quebrando meu devaneio. — Como você está se sentindo?
Ela quebra a barreira com um abraço e eu deixo a cabeça tombar para o seu ombro, fitando o chão enquanto tento encontrar uma resposta coerente. Como me sinto? Nem eu sei. Não é como se estivesse sentindo a dor de ter perdido um bebê, mas, ao mesmo tempo, há algo. Algo entre a dor e o nada. Uma sensação de saudade de algo que nunca tive.
— Eu não sei o que sentir. É estranho... — admito baixinho, as palavras quase sumindo na atmosfera melancólica que inundou a cozinha. — Não é como se eu me lembrasse de ter vivido essa perda, como se eu tivesse me apegado a um bebê... Mas eu sinto falta de algo, mesmo sem saber exatamente o quê.
Sadie permanece em silêncio por um longo momento, apenas assentindo enquanto digere minhas palavras. Então, ela se estica e pega a jarra de margarita quase vazia. Nós duas olhamos para o fundo do recipiente e soltamos uma risada curta e sem humor.
— Parece que chegamos ao final da jarra.
— E ao final das perguntas que eu consigo responder sozinha — completo, um meio sorriso cansado nos lábios. — Acho que é hora de fazer outra ligação.
Sadie concorda e, com um suspiro, pega o meu celular da bancada. Enquanto disca o número da clínica, eu me forço a respirar fundo, tentando ignorar o coração que martela no peito. Não importa o que aconteceu, estou decidida a saber a verdade, mesmo que não me sinta pronta para ela.
Quando a chamada finalmente se conecta e uma voz educada atende do outro lado, trocamos um olhar significativo.
— Olá, meu nome é Lilith Nadin. Preciso de informações sobre um exame feito aí há alguns meses.
Sadie pega na minha mão, os dedos quentes e firmes sobre os meus, um apoio silencioso, mas importante. A voz do outro lado é suave e profissional. Começo a passar todos os dados solicitados.
Depois de um silêncio que parece se arrastar por uma eternidade, a atendente suspira, a hesitação evidente em cada sílaba que segue.
— Senhorita Nadin, eu... Eu posso ver o exame no sistema, mas, considerando o tempo que já passou e as políticas de confidencialidade da clínica, eu não tenho autorização para divulgar informações detalhadas assim por telefone. — A voz dela treme levemente, como se soubesse que está prestes a recitar um roteiro corporativo para me impedir de ter acesso ao que preciso.
Olho para Sadie como se fosse uma adulta que não quer entrar no consultório médico sem a mãe. É então que ela solta minha mão e se inclina para frente, sua expressão tão firme que até eu me arrepio.
— Escute, querida, eu entendo as suas políticas, de verdade. Mas estamos falando de uma informação médica importante para o bem-estar dela. — A voz de Sadie é tranquila, mas cada palavra tem uma precisão afiada. — Não estamos pedindo nada além do que já deveria ser de conhecimento da paciente. Então, vou pedir com toda a educação que você nos conecte com o médico responsável ou com alguém que realmente possa nos ajudar.
Há um momento de silêncio do outro lado. É como se eu conseguisse sentir a tensão subindo enquanto a atendente pondera suas opções. Finalmente, ela murmura um "um momento, por favor", e ouvimos o som abafado de teclas e vozes ao fundo.
— Isso foi impressionante — murmuro para Sadie. Ela dá de ombros, os lábios curvados em um sorriso que é tanto de satisfação quanto de determinação.
Minutos depois, uma voz masculina, profunda e cuidadosa, preenche a linha.
— Senhorita Nadin? — Ele faz uma pausa para eu confirmar que sou eu. — Aqui é o Dr. Rutledge.
É o nome que aparece no meu exame. Ele foi o médico responsável pelo meu acompanhamento durante a gestação até a interrupção.
— Obrigada por me atender às pressas, doutor. Eu gostaria de entender o que aconteceu quando… — digo, tentando soar firme, mas soando mais desesperada do que pretendia. — Quando... perdi o bebê. Há uma explicação, não é?
O Dr. Rutledge respira fundo antes de continuar.
— Eu sei que essa situação deve ser muito difícil para você, Lilith. Entendo que buscar respostas agora deve trazer à tona muitos sentimentos, mas acho importante que você saiba e possa lidar melhor com isso de uma próxima vez — Ele faz outra pausa, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras. — A sua gravidez não evoluiu por conta de uma condição chamada isoimunização do sistema ABO. Você tem sangue tipo O negativo e o seu parceiro, se não estou enganado, tem o tipo AB positivo, correto?
— Sim — sussurro, mesmo que não tenha certeza de qual seja o fator RH de Matt.
— Esse tipo de incompatibilidade pode causar uma reação imunológica no corpo da mãe. No seu caso, seu organismo produziu anticorpos contra o feto. Eles viam o embrião como um corpo estranho e, infelizmente, acabaram atacando e expulsando o tecido em desenvolvimento. Essa foi a razão para não encontrarmos batimentos cardíacos na décima semana.
É como se o chão desabasse sob meus pés. Meus olhos ardem, mas não consigo chorar. Tudo o que sinto é um buraco se abrindo cada vez mais dentro de mim.
— Então... a culpa foi... — Não consigo terminar. Meu coração lateja de uma forma que nunca senti antes.
— Não foi culpa de ninguém, senhorita Nadin — ele me interrompe gentilmente. — É uma condição rara e, para gestantes de primeira viagem, imprevisível. Mas se você realmente deseja ter filhos no futuro, há opções. Existe uma vacina que pode inibir a produção desses anticorpos específicos — ele explica. — Com esse tratamento, seria possível reduzir as chances de uma nova rejeição. Teríamos que monitorar o processo com muito cuidado, mas não é impossível.
Meu olhar se cruza com o de Sadie, e ela me encara com um misto de preocupação e esperança. Eu só sinto o peso de um milhão de perguntas não feitas e um vazio profundo na palavra futuro.
— Eu entendo — murmuro, mas minhas palavras parecem frágeis, quase irreais.
— Se você quiser, podemos agendar uma consulta para discutir as opções com mais calma — sugere o Dr. Rutledge, parecendo sentir minha falta de palavras. — Mas, por favor, não se culpe por isso. É uma condição que não se pode prever. O que importa é você estar bem, e se precisar de tempo para processar tudo isso, é completamente compreensível.
Eu agradeço baixinho, mais por educação do que por realmente saber o que dizer. Quando a ligação é encerrada, a cozinha se enche de um silêncio pesado.
Sadie apenas me envolve em mais um abraço apertado, o calor dela contrastando com o gelo dentro de mim.
— Isso é… — balbucio. — Muito para processar.
— Você precisa só de uma coisa agora — ela diz suavemente. — De tempo para entender. E você ouviu o doutor, não se culpe por isso.
Ficamos ali por alguns segundos, e só depois percebo que ainda estou segurando o telefone com força. Ao soltá-lo, é como se eu liberasse um pouco do peso que aperta meu peito.
— Estou aliviada de ter conseguido todas as respostas antes de falar com Matt sobre isso — admito, me levantando rápido demais e, por um segundo, a cozinha não passa de um borrão de cores. Acho que foram mais margaritas do que contei.
— Ainda tem isso, né? Como está pensando em contar para ele?
— Não sei. Não é algo que eu possa treinar antecipadamente como se fosse um discurso. Vou precisar ter calma, ser honesta e esperar pela reação dele.
— Tenho certeza que ele ficará do seu lado. Ou, se sentirá como você… — Ela me lança um olhar empático. — Mal consigo imaginar como vocês estão levando tudo isso, na verdade.
— Hoje mesmo eu estava pensando em me consultar com um vidente charlatão, acredita?
Sadie arregala os olhos enquanto me assiste lavar a taça e a jarra que usamos.
— Está falando sério? — É uma pergunta estridente, como se eu tivesse revelado o plot twist de um livro que ela ainda não terminou.
— Que outras opções eu tenho?
Os olhos dela brilham e, logo depois, ela levanta o dedo como se uma ideia genial tivesse lhe atingido.
— Bem, eu conheço uma pessoa mística o suficiente para acreditar em viagem no tempo. — Sadie salta da bancada e vai até um dos porta-retratos na parede do corredor, apontando para a foto de um homem de olhos esbugalhados e vestimentas desleixadas em plena ceia de Natal. — Tio Bobby. Professor de física que estudou buracos de minhoca até ficar louco demais para ser convidado para o Natal mais de uma vez a cada três anos.
— Coitado — digo, compassiva. — Precisamos falar com ele.
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