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𝟭𝟲. researching the past

𝗠𝗔𝗬 𝟮𝟬, 𝟮𝟬𝟯𝟰
















ᥫ᭡𝐌𝐀𝐓𝐓...

O Sweet Magnolias continua o mesmo. Lembro de ter ajudado minha mãe em um evento aqui e pensado que o lugar parecia ter sido tirado de um catálogo de luxo para idosos, porque os jardins estavam sempre bem cuidados e a fachada charmosa de arquitetura clássica a fazia parecer um clube para ricos entediados.

O silêncio entre mim e Lilith enquanto estaciono o carro é interrompido pelo suspirar que ela solta.

Lilith está tensa, apertando os dedos no colo, olhando fixamente para a entrada. Quando se desfaz do cinto de segurança, percebo que suas mãos estão tremendo.

— Você quer esperar mais um pouco? — pergunto, hesitante.

Ela balança a cabeça, determinada.

— Não. Preciso ver como ela está.

Enquanto caminhamos para a recepção da casa de repouso, não consigo deixar de me sentir um intruso nesse momento tão íntimo. O Matt do futuro pode até trazer flores para a avó de Lilith e agir como um perfeito cavalheiro, mas eu, com a consciência que tenho, ao menos conheço Marjorie.

— Bom dia, Lilith. — A recepcionista, uma mulher na casa dos 30 e poucos anos, sorri para a morena enquanto a cumprimenta. Ela olha para mim e oferece o mesmo sorriso. — Matt.

— Bom dia, Srta. Jovia — Lilith diz, os olhos rapidamente passeando no crachá de identificação da funcionária, que é apenas uma plaquinha de metal presa no bolso de seu scrubs coral-claro. — Gostaríamos de ver a vovó.

Srta. Jovia franze o cenho, como se não fosse comum o tratamento formal entre elas. Posso ver Lilith engolir em seco, porque ela definitivamente não sabe o primeiro nome dessa mulher. Até quando vamos fazer papel de malucos agindo como estranhos para pessoas que parecem nos conhecer o bastante?

— Ah, claro! Ela está tomando banho de sol no jardim leste. — Srta. Jovia sorri, mas hesita por um segundo, como se estivesse ponderando se deveria dizer mais alguma coisa. — Marjorie está tendo um bom dia hoje. Ela tem se mantido mais tranquila nas últimas semanas. Embora... — sua voz baixa um pouco, em tom confidencial. — Ela tenha falado muito do seu avô, e cismou que um senhor que chegou há alguns dias é o Hugh.

Lilith não disfarça a surpresa nas palavras.

— Ela quase nunca falava do vovô. Foi uma das primeiras pessoas que ela pareceu esquecer... — responde, com a voz um pouco trêmula. — Mas, obrigada por me deixar saber disso.

— É claro. Qualquer coisa, estarei por aqui. Tenham uma boa visita.

— Obrigada...

— Natalie — a recepcionista completa, arrancando a palavra da boca de Lilith. Na verdade, não, mas ainda bem que ela finalmente disse o primeiro nome.

Seguindo as placas indicativas nas paredes, caminhamos em silêncio até o jardim arborizado onde uma porção de idosos está aproveitando um banho de sol. Alguns funcionários estão indo de um lado para o outro, certificando-se de que todos estejam bem e oferecendo sorrisos educados para os familiares que chegam para a hora da visita.

Lilith hesita quando paramos a alguns passos de uma senhora de cabelos grisalho, usando um desses vestidos longos e de tecido leve com um casaco de lã branco nos ombros, enquanto joga cartas com uma outra senhora de óculos escuros e botas texanas. É legal que todos os idosos que vi até agora, tem o seu próprio estilo e apesar da idade avançada e de estarem em uma casa de repouso, as pessoas aqui não os fazem usar roupas padrão e sem graça.

— Você quer que eu espere em outro lugar? — sussurro para Lilith.

Ela olha para mim, a pontinha do nariz ficando vermelha como se estivesse prestes a chorar de novo.

— Se isso te deixar mais confortável...

— Só não quero agir como um estranho... você sabe. Parece que estamos ocupando o lugar de outras pessoas, invadindo essa vida que não é nossa.

Ela balança a cabeça, lutando contra as próprias emoções para me oferecer um sorriso.

— Eu entendo. Você não precisa ocupar o lugar de ninguém.

Do Matt do futuro, completo em minha cabeça.

— Eu estarei por perto se precisar de mim. E posso dar um oi para sua avó antes de irmos embora.

— Tudo bem. Obrigada, Matt.

Sorrio de lado vendo-a tomar coragem e dar um passo à frente, se aproximando cautelosamente da mesa das senhoras.

— Vovó? — Lilith murmura, sua voz trêmula, ansiando pelo reconhecimento da avó.

— Querida. — Marjorie sorri levemente, mas é um sorriso distante, como se estivesse cumprimentando uma conhecida de quem não consegue se lembrar do nome.

Já estou observando de longe, dando espaço para Lilith e sua avó, quando a mais nova pega uma cadeira e se junta à mesa. Ela segura a mão da avó com delicadeza, como se estivesse tocando algo frágil, e mesmo daqui consigo ver um brilho diferente no olhar dela e como sorri com mais leveza.

Vendo-a assim, é fácil dizer que Lilith é uma das pessoas mais fortes que já conheci, e resiliente também. Vê-la abaixando a guarda me impressiona mais do que eu poderia imaginar. Mas, pessoalmente, não sei como deveria me sentir sobre ela estar confortável o bastante para abaixar a guarda comigo.

❄︎ ❄︎ ❄︎

Assim que chegamos em casa, despejo a chave do carro em cima da bancada da cozinha e encaro Lilith. Ela ainda tem a expressão abatida, mas mesmo que estejamos ambos decepcionados, concordamos que não há mais nada que possamos fazer além de ir atrás de mais algumas respostas sobre nossas vidas.

Também pensamos em fazer uma lista de ideias com o que pode nos ajudar a viajar no tempo, mas ela já vetou todas as que eu sugeri – como tentar encontrar uma pedra mágica na Escócia ou um objeto de aparatação, como em Harry Potter.

Aspen pediu para ir à casa de uma amiga que mora na vizinhança e assim que ela sai, nos sentimos livres para subir até o escritório e mergulhamos de cabeça na busca pelos anos que perdemos.

— Vamos começar pelo básico: a internet — digo, apontando para a mesa do escritório.

Lilith assente com a cabeça e, sem perder tempo, senta-se diante da tela do computador. Eu pego meu celular e começo a vasculhar também. Procuramos os nossos nomes, tentamos acessar documentos, tudo o que possa nos dar alguma pista. É como se estivéssemos invadindo nossa própria privacidade.

— Olha isso — ela murmura, apontando para a tela. — Você tem uma página na Wikipédia.

— O quê? — Me aproximo, me abaixando ao lado dela, e olho para a tela. E lá está, meu nome em letras grandes no topo de uma página, seguido de um resumo do que parece ser minha carreira, vida pessoal, prêmios e honrarias e uma foto onde pareço estar no meio de um jogo pelo Boston Bruins Engulo em seco antes de começar a ler em voz alta:

— "Matthew Bernard Sturniolo–

Lilith prende uma risada, as bochechas infladas enquanto tenta disfarçar coçando o nariz.

— O que foi? — pergunto, mal humorado só por imaginar o motivo para ela estar achando tanta graça.

— Seu nome do meio é Bernard?

Reviro os olhos. Meus pais realmente não foram generosos comigo nessa.

— É o nome do meu avô.

— Ok. Que fofo. Pode continuar.

Ela virou em seu assento, voltando a olhar para a tela do computador.

— "Matthew Sturniolo, nascido em 1 de agosto de 2003, é um jogador profissional de hóquei americano que atua como atacante e capitão no Boston Bruins da National Hockey League (NHL)." — Dou uma pausa, espremendo os olhos para me concentrar nas informações. — Sou atacante... O treinador Hughes não deve gostar de saber disso. Ele sempre dizia que eu jogava melhor como defensor.

Lilith permanece em silêncio, seus olhos fixos na tela enquanto continua lendo. Eu respiro fundo e passo para o próximo parágrafo junto com ela:

— "Sturniolo integrou o time de hóquei masculino da Boston University, os Terriers, nas temporadas 2024-25 e 2025-26, e com seu sucesso na liga universitária, foi escolhido em oitavo lugar geral pelo Los Angeles Kings na primeira rodada do Draft da NHL em 2025."

Bagunço o cabelo, processando as palavras. Sempre imaginei como seria jogar profissionalmente, mas ler sobre isso, como se fosse um fato consumado, me faz sentir... estranho. É como se estivesse lendo sobre outra pessoa, um "eu" que tomou decisões que eu ainda nem cheguei a considerar. Me sinto deslocado.

— Eu joguei pelos Kings até 2031 — murmuro, continuando a ler. — E chegando próximo ao final do contrato, o time decidiu me negociar com o Boston Bruins.

Olho para Lilith, tentando medir sua reação. Ela está observando atentamente a página, absorvendo cada detalhe, provavelmente analisando como tudo se encaixa com o que ela sabe sobre nós agora.

— Então, foi assim que você... voltou para Boston? — Ela questiona.

— Pelo que parece, sim. — Dou um sorriso que não alcança meus olhos.

— Você acha que teria feito isso? Se conseguirmos voltar no tempo e refazer esses passos, acha que iria querer que os Kings fizessem a troca para que você voltasse para Boston?

— Eu não sei. — Posso ver minha testa franzida no reflexo do monitor do computador. — Parece uma decisão difícil, assim como morar do outro lado do país por cinco anos.

Ela me olha por um longo momento, como se estivesse tentando entender algo que vai além do que lemos na página. Eu me sinto desconfortável sob seu olhar, como se estivesse em julgamento por algo que não fiz. Ou que fiz, mas não me lembro.

Pelo o que Sadie disse, não queríamos um namoro a distância e fomos certeiros nisso, pois seria impossível passar anos juntos e longe um do outro ao mesmo tempo. Mas, será que eu tinha aceitado voltar para Boston por causa dela?

Volto a encarar a tela, continuando a ler sobre a minha carreira e tentando encontrar algo que possa responder essa pergunta, por mais pessoal que seja. Há menções de conquistas, partidas memoráveis, e até algumas lesões que precisei superar ao longo dos anos. Tudo parece tão distante da minha realidade, e, ao mesmo tempo, inegavelmente real.

— Então, eu segui esse caminho — murmuro, diante do que vejo sobre minhas escolhas profissionais. — Comecei a carreira no hóquei jogando nos Kings, e agora estou de volta ao Bruins.

Fecho os olhos por um momento, tentando imaginar como esse "eu" do futuro tomou todas essas decisões. Me pergunto se em algum ponto ele se sentiu tão perdido quanto eu me sinto agora.

— E você? — pergunto, olhando para Lilith. — Encontrou alguma coisa?

Ela balança a cabeça, seus olhos voltando à tela enquanto desce mais um pouco pelas informações.

— Meu nome aparece nessa parte da sua 'vida pessoal', mas não está destacado em azul, então não tenho uma página no Wikipédia para que eu possa me stalkear. — Ela ri, mas havia alguns questionamentos em seus olhos. — "Em 28 de junho de 3032, ele postou no Instagram que estava noivo de sua namorada de longa data, Lilith Nadin."

Não presto muita atenção no que ela leu, meus olhos passeando pelo fragmento de texto que está logo abaixo do tópico 'vida pessoal'.

— Calma, volta para cima um pouquinho, por favor.

— Aqui? — Lilith pergunta, rolando a tela novamente.

— É.

— "Matthew Sturniolo nasceu e cresceu em Boston, Massachusetts, onde começou a jogar hóquei logo nos primeiros anos de escola. Seus pais são Mary Lou e James Sturniolo, e ele é o segundo de três irmãos trigêmeos. Também possui um irmão mais velho, Justin Carey, que se tornou um jogador de pôquer profissional." — Ela interrompe a leitura para olhar para mim. Eu balanço a cabeça para incentivá-la a continuar lendo. — "Christopher foi convocado em terceiro lugar geral pelo Anaheim Ducks no draft de entrada da NHL de 2025, depois de jogar pelo Programa de Desenvolvimento da Seleção Nacional de Hóquei dos EUA na equipe sub-18 na temporada 2024-25 da USHL. Nicolas, por sua vez, tornou-se conhecido por ser um diretor criativo e empresário, fundador da marca de dermocosméticos Space Camp Wellness."

— Uau. Eles são... bem-sucedidos mesmo.

Estou surpreso mais uma vez pelas vidas dessas pessoas que não conheço mais. E, eles são meus irmãos, as pessoas com quem vim à esse mundo.

— Quer que eu continue? Não acha melhor sentar aqui e ler tudo isso você mesmo? Sabe, são seus irmãos e... tudo mais.

Balanço a cabeça. De alguma forma, parece mais fácil que seja ela me "contando" do que eu tendo que descobrir sozinho.

— Pode continuar, sim.

— Certo. — Ela faz outra pausa, as sobrancelhas franzidas enquanto continua: — "Anteriormente, na adolescência, eles tinham um canal no YouTube intitulado 'Sturniolo Triplets', onde compartilhavam vídeos de desafios, vlogs e interações divertidas, antes de deixarem o canal de lado para seguirem suas vidas profissionais distintas." — Ela olha para mim. — Eu não sabia que vocês têm um canal.

— Bem, agora é tínhamos. E é uma bobagem, um sonho de infância.

— Você gosta?

— Do que?

— Do canal de vocês. De gravar vídeo com os seus irmãos.

Essa é uma resposta fácil. Eu gosto de fazer qualquer coisa com os meus irmãos.

— Sim.

— Então não é uma bobagem.

Eu sei o que ela está fazendo, tentando aliviar o clima. Receber notícias sobre Chris e Nick através de uma página na internet depois de cair em um buraco no tempo não está sendo fácil, mas Lilith é muito boa em me distrair. Especialmente quando sorri com todos os dentes, de um jeito que aquece tanto o coração que chega a ser um pouco dolorido.

Lilith solta um suspiro, quebrando a troca de olhares carregada de uma conexão intensa entre nós.

— Vou procurar por documentos físicos. Talvez eu ache algo útil.

— Tá bom — respondo, observando-a levantar da cadeira e avançar em uma das pastas suspensas na prateleira da esquerda.

Ela vagueia pelo escritório em silêncio enquanto eu fico no computador, navegando sem rumo pela nossa vida. Sinto um peso no estômago a cada novo link que abro, cada página virtual que escancara uma realidade que não reconheço. Não sei quanto tempo passa, mas estou tão imerso no histórico de pesquisas que quase não percebo quando Lilith se levanta do tapete atrás de mim. Ela está segurando um maço de papéis, a expressão séria e um pouco assustada.

— Encontrei o documento de compra e venda da casa — diz, hesitando. — Estamos morando juntos há pouco mais de um ano.

Ela me entrega o documento, mas não precisa. O significado do que ela encontrou já paira pesado entre nós. Eu pego o papel mesmo assim, ansiando que isso contribua com o que também acabei de encontrar. Um ano morando juntos. O que aconteceu para estarmos... onde quer que estejamos agora?

— Achei uma coisa também — digo, com a voz seca. — No histórico de pesquisa da internet... tem um monte de sites de imobiliárias.

Ela franze o cenho, surpresa.

— E isso quer dizer que...?

— Parece que já estamos procurando apartamentos separados.

O silêncio que segue é quase sufocante. Lilith não diz nada, mas seu rosto perde um pouco a cor. Ela se senta na poltrona reclinavel perto de uma mesa redonda similar a essa do computador, tentando processar.

— O que significa que nosso relacionamento está mesmo na corda bamba — ela completa, parecendo finalmente entender.

Lilith passa a mão pelo cabelo, pensando em voz alta.

— Talvez seja por isso que estamos procurando lugares separados... ou talvez... — Ela faz uma pausa, os olhos brilhando com uma ideia maliciosa. — Vai ver você está me traindo.

Olho para ela, totalmente pego de surpresa.

— O quê? — Minha voz sai mais alta do que eu pretendia.

— É, por isso estamos vendendo a casa — continua ela, como se estivesse especulando sobre um programa de TV que nós dois mal podemos esperar pelo próximo capítulo. — Você deve ter se envolvido com alguma modelo bonitona ou, sei lá, com uma colega de trabalho.

— Eu nunca faria isso! — Protesto, ofendido de verdade. O calor sobe no meu rosto e sinto meu coração disparar. — Lilith, que merda é essa? Não importa a situação. Eu... Eu nunca trairia ninguém.

Ela me encara por um segundo, seus olhos avaliando minha reação. Então, para minha surpresa, ela ri. Uma gargalhada alta e relaxada.

— Eu sei. Quer dizer, bom saber.

— Isso não tem a menor graça.

— Desculpa. Só estava avaliando todas as opções.

— Ótimo trabalho, detetive — respondo entre os dentes.

Ela se aproxima e coloca uma mão em meu ombro, o olhar mais sincero agora.

— Ei. Eu estou brincando. Você não parece alguém que faria algo assim. — Ela tira a mão do meu ombro e cruza os braços atrás do corpo, como se fosse uma detetive de verdade. — Mas então, se não é uma traição, o que poderia ter sido? Por que nós estaríamos nos separando?

Fico em silêncio, encarando os papéis na minha mão. Eu queria ter uma resposta, qualquer coisa que nos desse uma explicação.

— Por que estamos tão interessados nisso, afinal? Não estamos apaixonados e concordamos que é uma loucura existir um futuro onde acabamos juntos.

— Olha, se não vamos conseguir sair dessa loucura de realidade onde estamos prestes a nos casar, ou nos separar, talvez a melhor coisa a se fazer é estar interessado neste problema e tentar resolvê-lo, Matthew.

— Odeio quando me chama pelo meu nome todo.

— Odeio que me chame de princesa. Ou de Lily.

Olho para ela, o cenho franzido.

— Mentira.

Ela dá de ombros, fechando os olhos em seguida, como se estivesse absorvendo o ambiente ao nosso redor. Às vezes falar com ela parece ser a mesma coisa que jogar tênis; respostas rápidas e constante mudança de assunto.

Então se afasta, voltando a andar pelo escritório, seus passos descalços ecoando no assoalho de madeira.

Noto agora que ela anda muito descalça, mesmo que não esteja completamente confortável nessa casa, é como se fosse uma mania que superasse até a situação mais inusitada. Eu não consigo andar descalço nem no meu próprio quarto.

Ela respira fundo e se vira para mim.

— Essas pesquisas no histórico... — ela começa, hesitando por um momento. — De quando são datadas?

Olho de volta para o computador, movendo o cursor até a última vez que uma imobiliária foi pesquisada no histórico.

— A última foi há três meses.

Ela fica em silêncio por alguns segundos. Quando fala de novo, sua voz é suave, quase esperançosa como a de um policial que está muito próximo de solucionar um caso.

— Então, talvez eles, nós, ainda estejamos tentando. — Ela para, analisando como se referir a Matt e Lily do futuro. — Tentando fazer as coisas darem certo, quero dizer. E se eles ainda estavam tentando, por que não conseguiram?

Ela começa a andar pelo escritório, sua mente obviamente girando com as possibilidades. Sinto meu estômago revirar à medida que seus pés se movem.

— Você está me dando dor de cabeça. Para de andar.

Ela revira os olhos, mas obedece.

— Talvez... — Penso no que podemos ter feito um para o outro e nas consequências disso. — Talvez eles estivessem enfrentando algo grande demais para superar. Ou talvez... sei lá, nós dois mudamos.

— Mudamos? Mudamos a ponto de não conseguirmos mais ficar juntos? Mudamos depois de comprar uma casa enorme, para uma família, por quase 8 milhões de dólares?

— Não sei. — Respondo, sentindo uma queimação no peito com o valor que ela acabou de apontar. Eu tinha visto algo similar na papelada de compra e venda que ela me mostrou, mas preferi achar que foi um mal entendido. Nós somos ricos, ricos mesmo. — Ainda sabemos pouco do que aconteceu nos últimos anos. Mas se ainda estávamos tentando três meses atrás, é porque havia algo a ser salvo, certo?

Lilith fica parada por um momento, mordendo o lábio inferior, parecendo estar tentando juntar todas as peças de um quebra-cabeça que não temos nenhuma foto de referência para começar a montar.

— Agora é você que me deu uma dor de cabeça.

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