(💲) . 018.
❝ CAPITULO DEZOITO❞
dezoito; o começo do fim !
OS TIROS ainda ecoavam ao longe, como trovões, mas o som de passos apressados nos tirou do transe.
Todos no dormitório olharam ao mesmo tempo quando a porta foi escancarada, e o 388 entrou. Seu rosto e suas roupas estavam manchados de sangue, e sua respiração vinha em suspiros desesperados.
Sem dizer nada, ele foi direto até um dos guardas caídos no chão e começou a vasculhar o uniforme, puxando pentes de munição como se sua vida dependesse disso.
Com certeza dependia.
———— Dae-ho! Que tá acontecendo lá fora? ———— o 007 foi o primeiro a reagir.
388 não olhou para ele. Continuou mexendo nos bolsos do guarda, jogando tudo que encontrava ao lado.
————— Ajuda aqui! ———— gritou ele, a voz carregada de pânico. ———— Pega as munições deles, rápido!
O 007 hesitou por um segundo antes de se abaixar e começar a revistar outro guarda morto. Eu me aproximei um pouco, mas não o suficiente para me envolver.
————— Dae-ho! ———— insistiu o 007, a voz mais alta desta vez. ———— O que tá acontecendo? E os outros?
Finalmente, o 388 parou o que estava fazendo e ergueu o rosto. Seus olhos estavam arregalados, cheios de uma mistura de medo.
A senhora 149 começou a murmurar algo, e o 222 tentou acalmá-la, mas era inútil. Todos ali sabiam o que estava por vir. Eu me aproximei do 388 e do 007, me abaixando para ajudar a pegar as munições.
Assim que o 388 terminou de encher os bolsos com as munições, ele se levantou apressado e saiu em direção à porta sem sequer olhar para trás.
Porém, antes que pudesse cruzar completamente a saída, ele congelou. Sua cabeça girou ligeiramente, e seus olhos arregalados captaram algo que nós não podíamos ver.
De repente, ele recuou com passos trêmulos, largando a arma que segurava e abraçando as munições contra o peito como se fossem um escudo. Cambaleou até uma fileira de camas próximas e se jogou no chão, se escondendo atrás delas.
————— Dae-ho... ————— começou o 007, mas foi interrompido pelo som quase inaudível do choro.
388 estava chorando. Suas mãos tremiam violentamente enquanto ele segurava as munições, os olhos fixos na entrada como se algo terrível estivesse prestes a passar por ali.
————— Eles vão me pegar... eles vão me pegar... ————— ele murmurava baixinho, repetindo as palavras como um mantra.
Eu me aproximei de Dae-ho devagar, tentando não assustá-lo mais do que ele já estava.
Me abaixei bem na frente dele, colocando uma mão leve no chão para me equilibrar e o encarando diretamente nos olhos. Ele tremia tanto que parecia estar à beira de um colapso.
————— Dae-ho... você tá com medo? ———— perguntei suavemente, tentando trazer ele de volta para o momento.
Ele ergueu o olhar para mim, os olhos vermelhos e inchados, e balançou a cabeça afirmativamente, sem conseguir dizer nada no início.
————— Muito.
Eu suspirei, estendendo as mãos para ele. ————— Me dá isso aqui.
Dae-ho hesitou, mas acabou me entregando as munições com relutância, como se fossem sua única proteção.
———–— Eu vou atrás deles. Vou levar isso ————— eu disse, tentando soar mais confiante do que me sentia.
Antes que eu pudesse me levantar completamente, senti a mão de Myung-gi segurando meu braço firmemente.
————— Linn, não. Não faz isso. É perigoso. ————— Ele me encarava com uma mistura de preocupação e algo que parecia... medo?
Virei para ele, tentando acalmá-lo. ————— Eu vou voltar, Myung-gi. Prometo.
————— Você não precisa ir... Por favor.
Ele não soltava meu braço, e sua insistência me fez hesitar por um momento. Mas eu sabia que, se não fosse eu, talvez ninguém tomasse coragem.
Me aproximei dele, soltando seu aperto devagar, e segurei o rosto dele com uma das mãos.
—————— Eu volto pra você. Sempre volto, tá?
Antes que ele pudesse responder, me inclinei e dei um beijo nele, longo o suficiente pra sentir seu corpo relaxar, mesmo que só um pouco. Quando nos afastamos, ele ainda parecia preocupado, mas não disse mais nada.
—————— Não faz merda ———— murmurei, antes de me levantar e seguir em direção à porta, as munições pesando nos meus braços e a tensão no ar quase insuportável.
( . . . )
Meus passos ecoavam suavemente pelos corredores coloridos, o som abafado pelos chãos estranhamente vibrantes e pelas paredes cheias de formas geométricas que mais pareciam saídas de um sonho distorcido.
Meu corpo tremia, cada músculo tensionado, a adrenalina misturada ao medo. Os tiros haviam parado, mas o silêncio só fazia tudo parecer mais perigoso, como se o perigo estivesse se preparando para pular na minha frente a qualquer momento.
Quando cheguei a um corredor, parei imediatamente ao ouvir um som abafado e me escondi atrás de uma das paredes.
Espiei com cuidado e vi 001 parado na frente de um dos caras que tinham saído com eles mais cedo, um dos jogadores que se voluntariou para ir atrás dos organizadores do jogo.
————— Eu sinto muito Gi-hun, mas acabou... — a voz de 001 saiu fraca e entrecortada, enquanto ele segurava um rádio na mão.
Ouvi a voz de 456 vindo do rádio, desesperada. ————Young-il, o que tá acontecendo?
Foi então que, com um movimento rápido, 001 levantou sua arma e apontou para o jogador à sua frente.
————— Eles pegaram a gente
Antes que ele pudesse reagir, um tiro ecoou pelo corredor, alto e seco. O corpo do jogador caiu no chão, inerte, o sangue formando uma poça que manchava o chão colorido.
Eu mal consegui processar o que tinha acabado de acontecer. Meus olhos estavam fixos no corpo do jogador, enquanto 001 ajeitava a arma e voltava a falar no rádio.
————— Young-il, Young-il Não! ————— O grito de 456 no rádio fez meu coração apertar. Ele realmente acreditava que 001 estava ferido, que precisava de ajuda.
Eu prendi a respiração, apertando as munições contra meu corpo.
Antes que eu pudesse reagir, senti uma mão forte apertar minha boca, abafando qualquer som que eu pudesse fazer. Meu coração disparou no peito, e o pânico tomou conta de mim quando fui puxada bruscamente para trás.
Um guarda com o símbolo de triângulo no rosto estava me arrastando pelos corredores, segurando meu braço com força suficiente para machucar.
Eu tentava resistir, mas ele era muito mais forte do que eu. As munições que eu segurava caíram no chão no momento em que ele me puxou para longe.
————— Me solta! ———— Tentei gritar, mas a voz mal saía por causa da mão firme tapando minha boca.
Eu era arrastada por um caminho que parecia interminável, os corredores coloridos se misturando em borrões na minha visão. A cada passo, eu sentia o desespero crescer.
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