(💲) . 009.
❝ CAPITULO NOVE❞
nove; o medo de confiar !
EU NUNCA FUI BOA em socializar, em parte em acho que isso é culpa da minha avó. Eu era a criança solitária que as outras crianças do bairro tinham medo, e quando comecei a frequentar a escola, eu era a criança que os pais achavam esquisita demais pra brincar com os filhos.
Eu sou uma criança solitária, no corpo de uma mulher adulta.
A plataforma começou a girar novamente, a música infantil tocando em ritmo.
Eu senti a mão de Myung-gi apertar a minha com mais força, e mantive meu olhar fixo, procurando onde poderíamos nos encaixar dessa vez. Então a música parou abruptamente.
4.
Quatro. Isso complicava tudo. Formar grupos menores significava mais exclusão, mais desespero, mais mortes.
Myung-gi e eu nos entreolhamos rapidamente antes de começar a correr, procurando outras duas pessoas. O tempo parecia correr mais rápido que nós.
À nossa direita, um grupo já se formava e fechava a porta de uma sala. À esquerda, duas pessoas gritavam, tentando chamar mais alguém.
———— Ali! ———— Myung-gi apontou para duas figuras correndo sozinhas em direção a uma sala mais à frente.
Corremos na direção delas. Um homem tentou se juntar, mas Myung-gi se posicionou à frente, bloqueando sua passagem enquanto eu empurrava a porta da sala.
Respiramos fundo por um segundo antes de ouvirmos os gritos abafados do lado de fora. Não pude evitar.
Fui até o quadrado de vidro na porta e espreitei para fora. O contador zerou, e os que não conseguiram entrar em um grupo foram instantaneamente alvejados.
O silêncio mortal que se seguiu era ensurdecedor.
( . . . )
A plataforma girava novamente, e a música parecia ainda mais alta, como se quisesse apavorar nossos corações.
7.
Eu olhei ao redor rapidamente. As pessoas estavam ficando desesperadas, correndo para qualquer sala aberta. Os grupos estavam menores, mas a tensão maior.
———— Lá! ———— falei pro Myung-gi, apontando para uma sala ainda aberta, onde vi a jogadora 120 parada na entrada, como se hesitasse em entrar.
Sem pensar duas vezes, nós corremos até ela. Ao chegarmos, Myung-gi e eu a empurramos para dentro da sala. Ela tropeçou, quase caiu, mas eu não me importei. Entrei logo atrás, e Myung-gi entrou por último, fechando a porta atrás de nós.
O clique do travamento automático soou como um alívio e uma condenação ao mesmo tempo.
Eu me virei e vi a jogadora 095 pelo quadrado de vidro da porta. Ela chorava desesperada, batendo na porta.
———— Hyun-ju! ———— A voz dela era cheia de pânico.
A jogadora 120, que até então estava imóvel, deu um passo à frente. Ela parecia prestes a abrir a porta.
———— Não! Você não pode abrir! ———— Falei rapidamente, segurando o braço dela.
Ela começou a chorar, ignorando minhas palavras.
———— Ela é minha amiga! Eu não posso deixá-la morrer!
Mas a porta não podia mais ser aberta. O tempo corria rápido, e os números no contador estavam prestes a zerar.
Eu me afastei, impotente, enquanto a 095 continuava chorando e chamando pela Hyun-ju.
O contador zerou, e antes que alguém pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, os tiros ecoaram do lado de fora. A jogadora 095 caiu no chão.
A atmosfera na sala estava pesada. A senhora 149 chorava baixinho, enquanto a 222, o 007, e o 388 permaneciam em silêncio, todos ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer.
De repente, a 120 veio até mim e Myung-gi, com o rosto vermelho de raiva, nos empurrando contra a parede.
———— Foi culpa de vocês! ——— ela gritou, sua voz trêmula, misturando raiva e dor.
Eu levantei as mãos, tentando me afastar sem reagir. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Myung-gi se adiantou, respondendo no mesmo tom:
———— Cala a sua boca. Se não fosse por nós vocês teriam morrido.
A 120 o encarou, os olhos cheios de lágrimas, mas ainda com raiva. ———— Eu ia conseguir salvar ela!
———— Salvar ela? Mesmo se ela entrasse, ainda ia faltar uma pessoa. Não só ela ia morrer, mas todo mundo aqui! ———— eu gritei.
———— Ele estão certos... não ia dar tempo.
O murmúrio da 222 ecoou de forma estranha na sala, quebrando o silêncio pesado que pairava.
O clima, que já estava tenso, se tornou ainda mais desconfortável. O olhar de Myung-gi se fixou na 222, seus olhos passando de um momento de raiva para algo mais distante, mais nostálgico.
Algo entre ele e ela parecia... familiar, mas ele não falou nada, apenas desviou rapidamente o olhar. Eu percebi, claro, mas decidi não perguntar naquele momento.
Enquanto isso, a 120 continuava chorando em um canto, isolada, sentindo a culpa que parecia pesar sobre ela.
O que ela não percebia, ou talvez não quisesse admitir, era que a culpa não era dela.
A porta se destrancou e a tensão se espalhou rapidamente. Subi novamente na plataforma, sentindo uma sensação estranha no ar, como se algo iminente estivesse prestes a acontecer.
Vi o Myung-gi ainda parado na frente da porta, conversando com a 222. O que eles estavam dizendo? Não consegui ouvir claramente, mas o olhar da 222 era frio, distante. Como se estivesse tentando afastá-lo.
Ela ignorou qualquer coisa que ele pudesse ter dito e seguiu em direção ao seu próprio grupo, sem mais uma palavra.
Myung-gi parecia frustrado, mas não foi atrás dela. Em vez disso, ele se virou e começou a caminhar de volta até mim.
( . . . )
A plataforma começou a girar novamente, a música tocando de forma mais intensa agora, quase como se zombasse de nós.
2.
O pânico se instaurou rapidamente, e os olhares se voltaram uns para os outros, tentando formar um grupo.
Eu olhei ao redor, procurando o Myung-gi, mas não o encontrei de imediato. Meu coração acelerou, e a sensação de desespero tomou conta de mim.
Então, finalmente, meus olhos caíram sobre ele.
Vi o Myung-gi e a 222 entrando juntos em uma sala. A raiva explodiu dentro de mim, uma sensação intensa de traição.
———— Filho da puta ———— murmurei para mim mesma, sem conseguir segurar a frustração.
Por um momento, me senti perdida, como se estivesse vendo tudo desmoronar ao meu redor. Com a pressão crescente, me virei rapidamente, olhando para as opções restantes.
A sala se fechava ao redor de mim, e eu precisava agir rápido. Mas então senti a mão dele em meus ombros, me puxando para uma sala.
Quando vi que era o 456, algo na minha mente se acalmou, mesmo que um pouco. Ele estava ali, não como um estranho, mas alguém que parecia genuinamente preocupado.
———— Você tá bem? ——— ele perguntou, assim que a sala se trancou.
Eu não sabia o que dizer, então fiquei em silêncio por um momento. A pergunta dele me fez refletir sobre o que realmente estava acontecendo.
Com o som dos tiros ecoando para fora, eu finalmente consegui voltar.
———— Sim.
Não era a verdade completa, mas era o que eu consegui dizer no momento.
Quando a porta se destrancou e, sem pensar duas vezes, saímos da sala, eu pus os pés fora da sala, meu olhar imediatamente procurou o myung-gi.
Ele estava parado na multidão como se esperasse algum sinal, um sinal que eu ainda estava viva. Não disse nada, nem fez movimento algum para se aproximar.
Não queria mais me distrair com os sentimentos confusos que ele me causava.
Respirei fundo e, sem olhar mais uma vez para ele, virei de costas, me afastando com o 456 em direção ao grupo dele.
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