Prólogo
⤴️ trailer da fic 👅 (obs. só tem um errinho no final por conta que tive que cortar já que a globo tinha bloqueado 😒)
Marta bebericava o seu whisky presa ao passado, mais uma vez refletindo sobre sua pequena Heloísa. Ela sempre se culpou pelo seu desaparecimento e não tinha dúvidas que continuará até ser enterrada em seu túmulo.
Para ser sincera, a ex-modelo de sucesso já se sentia morta por dentro. A mulher pálida, apática e um tanto quanto anoréxica, era apenas um fantasma do que um dia fora. Ela apenas ansiava o dia de sua partida para quem sabe, se reencontrar com Lica já que segundo alguns investigadores, talvez a pequena havia se tornado um anjo na forma mais literal que você possa pensar.
Tudo soava melancólico para os seus olhos: as cores vivas se transformavam em preto ou cinza, as risadas eram abafadas, a alegria não era mais existente dentro de sí e a vida como antes dito, praticamente já havia se dessipado.
- Dona Marta? - A voz suave e preocupada de Leide, sua então funcionária há anos, lhe despertou de seus profundos pensamentos.
- Sim? - Marta questionou massageando as têmporas enquanto a sua rotineira dor de cabeça dava indícios que estava por vir.
- O que a senhora quer para o jantar?
- Nada. Não estou com a mínima fome... - Disse levantando-se.
- Mas e a Clarinha, o Douglas e o seu Ed...
- Quando a Clara e Douglas chegarem, você pode perguntar o que eles preferem comer e o Edgar... Bom, você sabe que ele não vai aparecer...
Clara era sua filha caçula, que na época do então desaparecimento de sua irmã, era apenas um ano mais nova do que a mesma enquando Douglas - que prefiria ser chamado de Dogão -, tinhas os seus seis anos. Já Edgar, desde muitos anos a relação entre os dois nunca mais fora a mesma e sem dúvidas, havia acabado.
Ela não sentia nenhum interrese pelo homem e sabia que isso era mútuo. E nem ao menos se importava se ele tinha alguma amante ou não... Nada mais importava.
Marta deitou-se em sua cama após tomar uns dois comprimidos para dor de cabeça, enquanto mesmo que ela não quissese, a sua mente traçoeira lhe obrigava a lembrar-se do fatídico dia. Clara fora com Edgar para um pediatra fazer uns exames de rotina enquanto o seu pequeno Douglas, tinha ido treinar na equipe infantil de volei.
Marta estava em um parque com Lica que pintava um livro de colorir, vez ou outra babando os lápis coloridos quando os colocava em sua boca. A mulher admirava silenciosamente o seu pequeno anjo que possuia os cabelos negros, uma pele pálida - apesar de sempre irem passear ao ar livre -, uma pequena boca rosada e os olhinhos tão negros quanto os cabelos que sem dúvidas, transmitia inocência.
A menina no auge de seus quatro aninhos - como sempre afirmava veemente já que não gostava que a tratassem como um bebê - ao perceber o olhar sob sí de sua mãe, abriu um sorriso banguela e praticamente jogou-se nos braços da mais velha a olhando sapeca e amorosa em seu colo.
E foi a partir daí, com uma pontada em sua nuca, que a mulher não se lembrava mais de nada.
Era sua culpa. Definitivamente, era sua culpa de sua filha ter desaparecido ou quiçá - como ela sempre acreditou -, sequestrada.
(...)
Clara abriu silenciosamente a porta da sala de estar, sendo seguida por sua melhor amiga Sammy. Assim que fechou a mesma, ambas se direcionaram para o quarto da Gutierrez.
- Tem certeza que sua mãe deve estar dormindo? - Samantha questionou sentando-se na cama da loira onde a mesma lhe acompanhou.
- Sem dúvidas! - A loira a respondeu. - Cê sabe que sempre foi assim. Ela sempre dorme cedo...
- Mas são seis horas ainda! - A castanha contestou.
- Não importa a hora, dormindo ela consegue ficar em paz... - A menina sussurou abaixando os olhos para suas mãos. - Sempre foi assim desde que a Li...
- Hey, calma... - Samantha limpou uma lágrima que escorria no rosto de Clara. - Um dia vocês terão todas as respostas!
- Quando Sammy? Quando...? - A loira sussurou onde em seguida abraçou sua amiga. - Naquele maldito dia, nós não perdemos apenas a Lica... E sim a minha mãe!
- A sua mãe vai se recuperar, cara! - Tentou ser otimista mesmo sabendo que o que estava dizendo era muito pouco provável de acontecer.
Samantha desde pequena fora próxima da família Gutierrez por conta de seus pais que eram antigos amigos de Marta e Edgar. A garota possuia a mesma idade de Douglas e portanto, se lembrava com mais clareza do ocorrido.
Ela se lembrava de ver sua mãe Cintia acalmar uma Marta histérica, sua outra mãe Íris acompanhar Edgar em muitas doses de bebida, Clara chorando sem entender nada e Douglas com uma expressão vazia já que ao contrário de sua irmã, compreendia melhor a situação.
Ela sentia um misto de saudade, nostalgia e carinho mesclado com dor, tristeza e impotência toda vez que refletia na Gutierrez morena. Apesar da diferença de idade, Sammy e Lica sempre foram próximas e, apesar de não se lembrar de todos os seus momentos juntas, com os poucos que se recordava sentia sem dúvidas que era muito feliz ao lado de Heloísa.
- Então, que tal mudarmos de assunto? - Sammy sugeriu tentando distrair a amiga deste tema que a afetava tanto. - Você soube dos dois novos alunos que vieram fazer um intercâmbio?
- Os do Canadá?
- Os próprios! Eu tô tão curiosa pra saber quem são! - A castanha exclamou animada levantando-se da cama.
- Não sei porque... São apenas alunos novos! - Clara revirou os olhos.
- Você sabe muito bem que novos alunos são sinônimos de...
- Novos peguetes... Acertei? - A loira virou-se para ver sua amiga ajeitando o seu cabelo.
- Exato, minha querida Clarinha!
(...)
- É sério que vocês duas vão ficar espionando até os alunos novos chegarem? - Dogão indagou cansado.
- Eu só estou aqui por conta da Sam... - Clara bocejou enquanto estava sentada no pátio da escola com os dois.
- Ah, vão me dizer que não estão curiosos para saberem quem são?!
- Não. - Ambos os irmãos a responderão fazendo a jovem mostrar o seu dedo médio para os dois.
Alguns minutos depois - com Samantha cansada de ouvir Dogão e clara reclamando -, quando os três já estavam quase dessistindo e entrando finalmente na escola, uma lamborghini preta parou em frente ao Colégio Grupo e de lá, saíram dois adoslecentes: um rapaz pálido, loiro e com olhos azuis e, uma garota também pálida, com os cabelos negros e as roupas da mesma cor juntamente com um óculos escuros onde ao tirar os mesmos, Samantha instantaneamente teve um sentimento de dejavú ao visualizar os olhos castanhos escuros da garota.
Ela a conhecia... Ela definitivamente a conhecia!
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