37 - Tudo por você.
não tenho nada a declarar
AMO VOCES
BOA LEITURA E NAO SE ESQUEÇAM DE VOTAR E COMENTAR BASTANTE!!
~×~
— Dança comigo? Essa música é muito boa. — Camila sorriu para Lauren e falou bem pertinho de seu ouvido.
O corpo da latina estava escorado sobre o de Lauren, a cabeça apoiada em seu ombro enquanto um dos braços da morena passava por trás da cadeira, lhe trazendo para mais perto. Suas mãos direitas estavam entrelaçadas por cima da coxa coberta da garota. Apesar de já terem bebido o suficiente, elas não queriam sair dali de qualquer forma, mas a música era tão boa que Camila precisava fazer o convite. Afinal, Lauren não sairia de perto de si.
— Eu não costumo dançar muito, mas eu aceito. Espero que não se arrependa depois. — Lauren respondeu com a boca bem pertinho do ouvido de sua namorada, fazendo a latina sentir seu corpo esquentar.
A menor sorriu e se virou de lado, beijando a bochecha de Lauren e logo em seguida, seus lábios.
Normani e Dinah já estavam perdidas pela festa, provavelmente se pegando, dançando ou fazendo algo que só elas sabem.
Shawn e Ally estavam numa conversa interminável sobre ONG's. O mais alto trocou de lugar, se sentando onde, anteriormente, era o lugar de Normani, bem ao lado da baixinha.
Camila e Lauren estavam num mundinho próprio, falando sobre tudo e nada. Às vezes comentavam sobre a fantasia de alguém que passava por perto. Às vezes ficavam quietinhas, apenas tomando da bebida que as meninas deixaram para elas e às vezes elas trocavam carinhos. As mãos se entrelaçavam e se soltavam. A mão de Camila fazia um carinho na coxa de Lauren ou ela se virava de frente para a mais velha, fazendo um carinho leve em seu rosto e distribuindo pequenos beijos por todo o local.
Lauren aos poucos foi se acostumando com a presença de Shawn, ele não parecia tão ameaçador enquanto conversava com suas amigas. Na verdade, ele tinha um papo legal e parecia já ter deixado tudo que passou, para trás. E é completa verdade que Lauren se permitiu trocar boas palavras com o garoto, eles trocaram um papo muito bom, de verdade. Então, tudo estava bem. E até depois de alguns copos, Lauren trocava algumas piadas com o mais novo.
— Vem, amor. — Camila se levantou e puxou as mãos de Lauren que riu e se levantou com preguiça. A cabeça rodou um pouco por conta da bebida então a morena cambaleou, mas se manteve firme.
— Você é tão linda, minha mulher gato. — Lauren disse de forma enrolada e Camila riu jogando a cabeça para trás. A morena não pôde evitar, lhe puxou para um selinho.
Camila levantou a cabeça para estar de frente com o rostinho vermelho de Lauren e lhe deu diversos selinhos.
As duas caminharam abraçadas até a pista de dança, se esbarrando em algumas pessoas que até reclamavam, mas nem se importavam de verdade.
Juntas e ainda abraçadas, Lauren e Camila começaram a dançar aquela música agitada, mas o clima estava tão romântico que elas apenas ficaram balançando para lá e para cá enquanto todos envolta dançavam de forma agitada.
— Me dá um beijo? — Camila pediu. O volume da música era alto, mas Lauren leu seus lábios e sorriu.
Quando os lábios se colaram, uma explosão de emoções se fez presente dentro do peito de Camila e Lauren não estava tão atrás. Era impossível conter o amor. Ele se propagaria de qualquer maneira, com um olhar, um beijo, uma fala ou algo do tipo.
— Camila! — As duas se separaram ao ouvir a voz ao lado delas. Dinah estava parada, sorrindo. Parecia alterada e suada. Camila riu, mas continuou abraçada com Lauren, deitando a cabeça no peito da maior, olhando para a Polinésia. — Vem dançar com a gente! — Ela falou alto, por cima da música. Lauren fazia um carinho nas costas da latina e a mesma riu com o estado de Dinah.
A Polinésia parecia estar bem alta com a bebida que corria por seu sangue. Uma música agitada em uma língua que Lauren reconheceu ser português, tocava de uma forma tão alta que os corpos vibravam.
A loira tinha uma das mãos no joelho enquanto uma outra mão segurava um copo grande com bebida que não se dava para ver a cor, já que o copo era vermelho e escondia qualquer coisa que estivesse dentro.
— Vem rebolar essa 'raba', garota. — Dinah gritou para Camila e puxou o braço da latina, fazendo-a se soltar de Lauren, rindo do estado de sua melhor amiga.
— Eu só fui ao Brasil uma vez, mas voltei profissional nisso, então, com licença. — Camila disse risonha e logo entrou na onda de Dinah.
Lauren passou a língua pelo lábio inferior ao ver sua namorada colocar as duas mãos no joelho e se inclinar para frente, jogando o quadril para trás e rebolando a bunda. Os olhos da morena quase saltaram para fora do rosto ao perceber os movimentos que a latina fazia, jogando o quadril para um lado e para outro, fazendo sua bunda descer e subir em um movimento hipnotizante.
Logo ela reparou que Dinah, Normani e até mesmo a ruiva, Keila, faziam a mesma coisa que Camila.
Elas se colocaram uma ao lado da outra, balançando os quadris ao som de uma música com batida pesada, mas uma letra que Lauren não entendia, justamente pelo fato de não saber português. Mas ela gostaria de saber, apenas para entender o porque sua garota rebolava tanto daquela forma.
Rapidamente o corpo de Camila recebeu uma camada fina de suor, que escorria por suas têmporas, pescoço e busto. Também se encontravam na sua testa e acima de seus lábios, mas ela não ligava, estava focada demais em dançar com suas amigas para prestar atenção em outra coisa.
Mas algo lhe chamou a atenção quando Dinah riu baixinho e lhe cutucou.
— Oh, latina. A tua namoradinha tá perdidinha aqui atrás de você. — A Polinésia falou baixinho perto do ouvido de Camila, que olhou por cima do ombro e percebeu os olhos verdes perdidos por suas costas.
A morena se sentiu corar quando percebeu Camila lhe pegando no flagra. Lauren, mesmo com tanto tempo ao lado de Camila, ainda se sentia envergonhada quando era pega no flagra lhe admirando e babando pela menina. E Camila... Ah, Camila achava aquilo adorável.
— Curtindo o showzinho, amor? — A latina quente perguntou para Lauren assim que ela se virou e se aproximou, colocando seus braços ao redor da morena que segurou sua cintura.
— S-sim. — Foi tudo o que conseguiu responder ao sentir um leve selinho de Camila em seu pescoço.
— Quer me ver dançando só para você? — A forma provocativa que a voz saiu e se arrastou, o hálito quente batendo na orelha da mais velha enquanto as mãos da menor acariciavam sua nuca com a ponta dos dedos.
Foi impossível não apertar a cintura da garota em seus braços.
— Quero. — Lauren respondeu em adoração.
A menor sorriu maliciosa e saiu dos braços da mais velha. Deu as costas para a mesma e foi até Keila, sussurrando algo no ouvido da garota, que sorriu e colocou uma música mais agitada.
A latina jogou o cabelo para trás e olhou diretamente nos olhos de sua namorada, Dinah riu mais um vez e entregou um copo para Camila. A latina não se negou, muito pelo contrário, virou todo o líquido dentro.
Quando a menor mordeu o lábio inferior e piscou para sua namorada, Lauren tinha certeza que estava fudida.
Não teve nem tempo de pensar, apenas viu Camila colocar as mãos no joelho e rebolar devagar. A batida agitada fazia o sangue do corpo de Lauren percorrer mais rápido, mas ele logo se concentrou em um local quando viu sua garota rebolar de um lado para o outro.
A mais velha engoliu em seco e se sentiu perdida quando Camila lhe chamou com o dedo indicador.
— Vai matar a garota, Wallz. — Dinah disse baixinho e rebolou até o chão. Camila riu e piscou para a amiga, que apenas negou com a cabeça com um sorriso sapeca.
— Vem dançar comigo, amor. — E ela foi, se aproximou de sua latina, mas sem encostar na mesma. Aquilo não durou muito tempo, já que a menor fez o favor de encostar seus quadris, rebolando bem em cima de seu membro, por cima daquele short.
O ego de Camila inflou quando percebeu que sua mulher já estava excitada, apenas por vê-la dançar. Mas ela ao menos tinha começado.
Sem dizer nada, a latina rebolou e rebolou. Balançando os quadris para os lados em uma provocação gostosa. A morena segurou sua cintura enquanto a menor roçava sua bunda nela, subindo e descendo sobre seu membro por cima do short. Como aquilo era enlouquecedor.
A hispânica se sentiu uma babaca ao perceber que estava parada, apenas olhando a forma com que sua namorada rebolava e lhe provocava.
Mordendo o lábio inferior, ela se pôs a mexer o quadril também. Camila fechou os olhos e mordeu o lábio inferior para segurar um gemido quando lhe sentiu estigá-la. Era tão bom sentir sua namorada dura para si, a qual ela nem tinha lhe tocado. Era ótimo saber os efeitos que causava em Lauren. Em saber que poderia deixá-la dura apenas rebolando alguns funks.
— Porra, Camila! — Lauren gemeu quando a latina se encostou em seu corpo e foi descendo enquanto rebolava. Descendo até o chão e voltando com um rebolado provocativo. Aquilo sim era o inferno. — Gostosa. — A voz saiu rouca e bateu contra o ouvido de Camila logo que ela subiu pela terceira vez.
Camila Cabello POV
Meu corpo inteiro queimava em puro desejo.
Aquela morena simplesmente me enloquecía e saber que ela ficava dura apenas com algumas reboladas, era insano.
Meu corpo ardia em fogo que queimava de cima para baixo e eu não conseguia parar de rebolar.
Aquela música tão explícita com palavrões tão baixos, me fazia rebolar e requebrar como uma louca. Apenas para minha mulher.
Quando fui para o Brasil, mais precisamente, para o Rio de Janeiro, alguns anos antes de me casar, Dinah me levou para tantos bailes que eu simplesmente não poderia deixar de ter aprendido alguma coisa.
Fomos para lá juntas, com um dinheiro que juntamos com nossos pais. Ficamos por quase um mês e aquela foi uma experiência maravilhosa.
Uma prima mais velha de Dinah que nos recebeu, deixando que nós ficassemos hospedados por lá mesmo, o que foi ótimo.
Nos levou para a Lapa e nos fez aprender de tudo, as danças, as comidas, um pouco da cultura. O samba, o pagode, o forró e o funk. Nos ensinou a ouvir MPB, mas também nos ensinou a ouvir dos mais baixos funks.
Fomos ao Cristo Redentor e eu quase chorei com a vista espetacular. Olhar o Rio de Janeiro por cima era uma maravilha, coisa que não se poderia ver apenas uma vez na vida, mas infelizmente, nunca voltei para vê-lo brilhar sobre o sol quente.
Eu vinha aprendendo o português bem antes da viagem, então estava prontíssima para entender de tudo. Eu claramente não era fluente, mas sabia muitas coisas, o suficiente para sobreviver por lá.
Dinah e eu aprendemos rapidamente a dançar funk e samba. Já o forró parecia muito mais difícil, tanto para mim quanto para a Polinésia, então deixamos para aprender na nossa próxima viagem. Coisa que ainda não aconteceu, já que com meu casamento, nos afastamos de uma forma terrível.
— Para com isso, Karla! — Lauren rosnou em meu ouvido e eu ri.
Encostada em seu corpo, meu quadril balançava de um lado para o outro, no mesmo ritmo da música. Enquanto a voz rouca e grossa do cantor falava das mais baixas coisas, eu dava tudo de mim para que aquela dança fosse aproveitada, da melhor forma. Era impossível ficar parado com aquele som alto e aquela energia que exalava por todos os cantos. Aliás, eu queria enlouquecer Lauren, da melhor forma possível.
Olhei para os lados e percebi que nem todo mundo dançava, mas pessoas o suficiente para que o ambiente se tornasse mais quente.
Vi Normani chegar perto de nós e quase babar na bunda de sua namorada.
A garota segurava dois copos enormes e não me importei quando avancei para pegar um deles e beber uma boa quantidade do líquido que eu nem fazia idéia do que era, mas era, com certeza, uma mistura ótima.
Lauren parecia que iria estourar dentro daquele short. O que, felizmente, era a intenção. Deixá-la louca por mim, até não se aguentar mais e me agarrar em qualquer canto e me foder como a verdadeira puta que eu era, para ela. Apenas para ela.
— Merda, você dançando desse jeito me dá vontade de te foder aqui mesmo. — Sorri tão grande com sua fala e rebolei mais devagar, mesmo a música pedindo o contrário.
Meu corpo suado e minha mente embaralhada por conta da bebida. Por muito tempo eu nem me lembrava dessa minha versão tão viva. A qual eu me sentia livre para fazer o que queria. Seja beber, seja dançar, seja pular e gritar e até mesmo transar. Viver em um relacionamento tão fechado era extremamente horrível e agora eu percebia a forma com que isso me tirava a vida.
Sorri mais ainda quando senti um aperto forte em minha cintura e um puxão. Ah, ela não estava mais se aguentando em si.
Ao me virar, Lauren nem mesmo me deu tempo de respirar, me puxou para um beijo feroz. Cheio de luxúria.
Os gritos de Dinah e Normani me faziam lembrar que eu tinha ganhado exatamente o que queria: uma Lauren enloquecida.
— Você me deixa louca demais, garota. Se continuar rebolando assim eu vou ter o prazer de gozar e melar meu próprio short. — Lauren sussurrou em meu ouvido e eu me senti fechar contra o nada, mas evitei soltar o gemido que quis escapar. Eu queria enlouquecer ela mais e mais.
— Vai, é? Vai gozar para mim enquanto eu rebolo bem gostoso pra você? — Arrastei minha voz em seu ouvido. O aperto e o gemido que escapou dos lábios carnudos da minha mulher me disseram muita coisa. — Eu posso te sentir tão dura para mim. Pensei que fosse um pouco mais forte do que isso, amor. — Quando seus olhos, em um verde escuro encontraram os meus, eu percebi ali mesmo, naquele momento, que estava fudida. E era exatamente o que eu queria.
— Quando o assunto é você, não existe controle no meu sangue, Karla Camila. — Ela sussurrou tão perto. Eu conseguia ver seu olhos verdes, num tom mais escuro, mesmo com a luz escura da festa. — Vem comigo. — Foi tudo o que ela disse.
Sua mão segurou a minha com delicadeza.
Apesar de Lauren estar completamente alterada por conta da bebida e do tesão, ela era extremamente delicada. Me tocava como se eu fosse feita de vidro, tinha medo de me quebrar. O que eu achava extremamente fofo, porque ela nunca me faltava o respeito e isso era o que me mantinha mais ligada a ela, apesar de não ser a única coisa. Era óbvio que eu a amava por todas suas coisas, cada jeito e gosto dela. Mas, a forma com que ela me tratava, só me levava mais ainda para o amor.
Ela nos guiou por uma caminho entre as pessoas e eu nem tive tempo de falar com as meninas, mas pouco me importei.
Os dedos de Lauren estavam entrelaçados aos meus e eu só conseguia sorrir ao perceber que ela perdia o controle comigo.
Ah, eu amava ver minha mulher fora de controle daquela forma. Ela me fodia tão forte que eu só conseguia pensar naquilo. Me fazia gozar como uma louca e depois era extremamente cuidadosa.
Subimos os degraus de maneira rápida. No segundo andar não tinha tanta gente, justamente pela quantidade de portas no corredor.
Fui guiada até o final do corredor. Até uma porta que nem consegui ler o nome de tão rápido que Lauren entrou, me puxando junto.
Quando eu olhei para os lados e vi um banheiro todo branco e luxuoso com três cabines, uma ao lado da outra, pensei o quanto aquela casa era enorme. Uma verdadeira mansão. Porra, como alguém poderia morar em um lugar como aquele?! Era impossível.
Antes que eu pudesse pensar mais, os lábios da minha mulher se colaram aos meus, de uma forma bruta e selvagem. Tão gostoso que eu não consegui pensar em mais nada.
Suas mãos tomaram minha cintura e eu gemi contra sua boca, abraçando seu pescoço.
Ela guiou nossos corpos até uma das cabines, sem ao menos soltar nossas bocas e nos trancou lá dentro.
Separamos o beijo com um selinho longo e carinhoso.
— Você está louca para ser fodida, não é, Karla? Adora me ver perder controle por você. Eu sei que sim. — Sua voz encontrou meu ouvido, junto com seu hálito quente que bateu em minha orelha de forma gostosa.
Sua mão forte, com as veias saltadas e os dedos firmes puxaram meu cabelo de uma forma gostosa, fazendo minha cabeça tombar para trás e um gemido longo sair de minha boca.
A garota não demorou para colar os lábios em meu pescoço, me devorando. Sua boca passeava por aquela região de forma livre e eu só consegui fechar os olhos e morder o lábio inferior, arranhando sua nuca.
— Você vai ter que ser bem silenciosa, amor. Não quer ser pega transando num banheiro, não é? — Ela praticamente sussurrou e eu revirei os olhos de prazer quando seus dentes morderam o lóbulo da minha orelha e logo sua língua se arrastou pelo local. Eu estava extremamente molhada.
— Eu não me importo de ser pega sendo fodida aqui, desde que não atrapalhem meu gozo, eu tô ótima. — Eu sussurrei no mesmo tom que ela, fazendo-a rir levemente em minha pele. Meu corpo vibrou em carinho, amor e alegria. E claro, excitação.
Ter Lauren Jauregui me beijando e rindo em mim, era como estar no céu e caminhar sobre nuvens.
— Vai ser uma boa putinha e gemer baixinho, huh? Só pra mim? — Perguntou de forma maliciosa. Uma de suas mãos desceu por meu corpo, apertando meu seio esquerdo e massageando-o por cima do tecido. Desceu mais um pouco e passou por cima da minha barriga, logo entrando por baixo da blusa e fazendo minha pele arrepiar em sua mão. A sua outra mão ainda segurava meus cabelos de forma firme. Eu estava completamente a mercê dela.
E eu sabia que se estivesse um pouco mais bêbada, aquilo não estaria acontecendo. Lauren já me contou o quanto odiava foder bêbada, gostava de fazer tudo de forma consciente e amava o fato de ter sua parceira consciente da mesma forma. E eu estava mais do que consciente.
— Responde! — Ela rosnou para mim, apertando meu seio por cima do sutiã. Eu gemi e mordi o lábio inferior ao que senti sua mão, antes no meu seio, escorregar e entrar em minha calça, pela parte da frente. Seus dedos adentraram minha calcinha e eu enlouqueci quando seu anelar e médio começaram a estimular meu clitóris sensível e melado.
— S-sim, amor. Vou ser sua putinha. Só sua. — Falei com um gemido engasgado. Seus dedos estimulando e massageando. Eu perdia a noção de onde estávamos e até mesmo os sentidos. Minhas pernas estavam bambas e nós mal tínhamos começado, mas Lauren sempre tinha esse efeito sobre mim. Ela sempre me fazia tremer sem ao menos me tocar. Isso era tão louco e ela sabia que sim. Ela sabia exatamente o que fazia comigo. Era perceptível, meu corpo me traía e se atraia por ela.
— Boa menina, agora chupa. — Seus dedos saíram de dentro da minha calcinha e eu soltei um gemido manhoso, que logo foi abafado por seus dedos quando eu abri a boca para chupá-los. — Isso... Assim! Gostosa. — Ela disse baixinho, olhando em meus olhos enquanto eu lambuzada sua mão com a minha saliva. Sentindo do meu próprio sabor em sua pele.
Suguei seus dedos com prazer. Meu sabor estava sobre eles, e eu jamais poderia negar o quão excitante aquilo era. Eu conseguia ver nos olhos de Lauren quão enlouquecida ela estava.
Juntei as sobrancelhas e suguei mais forte quando ela fez menção de tirá-los de dentro de meus lábios.
Percebi seu corpo tremer com todo o meu movimento. Sua mão que antes estava em meus cabelos, escorregou até a frente do meu pescoço, segurando meu maxilar. As pontas dos dedos faziam uma pressão gostosa, mas nada que me deixasse sem ar.
Eu sorri em seus dedos e ela mordeu o lábio inferior com força. Oh como eu estava perdida... Por ela.
— Tão linda. — Ela sussurrou tão próxima. Tirou os dedos de dentro da minha boca e uma linha de saliva se fez presente. Olhei em seus olhos e limpei o canto da boca, onde estava molhado. — Tão minha. — Seu rosto estava mais perto, cada vez mais. Então nossos lábios se tomaram. Se perderam um no outro em degustação da prova de sabores.
Minha boca na sua, era como uma completa magia. Causava em meu corpo todos os efeitos tórridos que ela me trazia. De forma tão boa, era enlouquecedora. Eu poderia ficar ali para sempre, sentindo seu beijo no meu, queimando partes de meu corpo. Tornando-o tão impuro, mas de uma forma tão boa.
Sua língua se arrastava pela minha, enquanto eu podia sentir em meus ouvidos, o meu coração bater descompassado. Dançando para lá e para cá, de uma forma indelicada. Em uma batalha em que nossos lábios se encontravam, se conhecendo mais uma vez, como da primeira. Era sempre assim, como a primeira vez, me trazia efeitos e me deixava mole. Minhas pernas bambeavam, porque seu sabor era bom, sua mistura na minha boca...
Minhas mãos passeavam por seus braços, mantendo-a perto. Trazendo-a para mim. Porque eu não poderia deixá-la ir para longe.
Sua mão tocou a minha e eu sorri sobre seus lábios que massageavam os meus com carinho, mas com luxúria. Era impossível explicar. Lauren sabia beijar bem, era como estar fora de órbita.
Sua língua acariciou o céu da minha boca e eu a suguei. Seu gemido abafado em meus lábios enquanto eu a empurrava contra a parede. Suas mãos na minha cintura e as minhas em seus ombros. Nosso beijo me entregando todas as respostas não verbalizadas. As que eu tinha dúvida outrora, agora eram certezas completas.
— Eu amo você. — Falei baixinho assim que o beijo finalizou. Minha respiração descompassada. Eu percebia seu peito subindo e descendo.
Saiu de forma tão natural que nem meus lábios, tão próximos dos seus, puderam se conter.
Não abri os olhos para olhá-la. Sabia que estava me vendo, observando minhas pálpebras fechadas e meus cílios escuros. Eu conseguia sentir seu olhar em mim. Falando aquilo, naquele momento, daquela forma, fez meu coração disparar mais ainda, era como se eu pudesse ter um ataque. Mas eu sabia, em outro momento, aconteceria o mesmo. Viria de forma torrencial. Era impossível conter.
— Fala de novo... — Pediu contra meus lábios. Sua respiração e a minha estavam da mesma forma. Desregulada.
— Eu amo você, Lauren Jauregui. — Proferi em um tom mais sério, mais firme. Queria que ela soubesse que era verdade. Que fazia meu corpo vibrar dentro de mim. Me trazia aquela ansiedade em saber que ela estava perto. Que me fazia sentir minhas mãos tremerem, desesperadas para sentirem o toque de sua pele. Queria que ela soubesse que era o motivo dos meus sentimentos mais puros e impuros. Da minha necessidade de ter ela perto, próxima, do meu lado, dentro de mim, em cima de mim, do seu corpo contra o meu, na minha cama, na cama dela, no parque, nessa festa, nesse banheiro, na parede, no chão. Eu só precisava dela, perto de mim. Eu só precisava que ela entendesse isso, desta forma.
Eu gostaria de saber como seu coração estava naquele momento, se estava como o meu, tão perdido quanto o meu.
E como se fosse uma ligação, conexão, sincronia. Sua mão encontrou a minha e a levou até o vão entre seus seios, mais para o lado esquerdo de sua pele. Então eu senti, seu pulso saltando. Estava ali, tão rápido quanto o meu. Tão forte quanto. Ela estava sentindo o que eu senti.
Com a música abafada no fundo de minha mente, a mão entre seus seios. Eu sabia, sua agitação era minha, assim como eu era dela. Era isso, nós estávamos no mesmo lugar. Na mesma página do livro.
Olhei em seus olhos. Verdes claros. Tão claros que eu imaginava que estava vendo sua alma. Sua alma pura, sem tribulações. Era ela ali, seu corpo e sua alma, olhando para mim, no fundo de meus olhos, numa cabine apertada de um banheiro luxuoso numa mansão enorme de uma garota ruiva que eu mal conhecia. Mas era ali, porque era para ser. Eu acreditava que sim. Eu sabia que o destino fazia as coisas certas, e ele sabia bem, nós deveríamos estar ali, naquele momento.
— Eu quero você e só você. Mais ninguém. Confia em mim? — Sua pergunta tão cheia de inseguranças. Medos passados. Qualquer pessoa poderia crer que era apenas uma fala. Mas eu entendi. Entendi o que ela queria. Entendi cada pedacinho, cada mísera letra daquela pergunta.
Não queria que eu pensasse que faria comigo algo tão ruim, tão injusto. Eu sabia que não faria, mas ela precisava de uma confirmação verbal. Era o que parecia. Eu claramente confiava nela, com tudo em mim. Eu confiava em deixar meu coração nas mãos dela. Sabia que ela o seguraria tão firme, mas delicadamente, da mesma forma que segurava minhas mãos, porque era isso. Eu sabia que sim, eu confiava que sim. Não existiria decepção.
— Confio. Confio a minha vida a você, Lauren. Eu sei que você não vai me deixar cair. — Falei com seriedade, porque ela não me deixaria cair. Não largaria minha mão. Isso era uma certeza.
— Eu amo você, Camila. — Por fim, ela disse. Meu sorriso cresceu tanto, impossível de conter. Então eu a beijei.
Beijei seus lábios enquanto sorria. Sorria para ela, para nós.
Nossos dedos estavam entrelaçados, na minha cintura. Minha mão livre encontrou sua nuca e eu me coloquei na ponta dos pés, eu queria ter aquele beijo da melhor forma possível.
Ela tinha tudo de mim e era exatamente o que eu queria, que ela tivesse tudo o que eu pudesse oferecer.
Nossas cabeças se moviam em lados contrários e nossas bocas tinham o encaixe perfeito, era como se o destino soubesse exatamente o que tinha feito. Como se meu corpo fosse a peça que faltava no seu. Ou talvez, a continuação do seu.
Soltei meus dedos e os levei para sua nuca, fazendo minhas mãos se encontrarem ali. Senti os braços fortes da minha namorada rodearem minha cintura, me puxando para mais perto. Como se pudéssemos fundir nossos corpos e nos tornamos uma substância homogênea.
Me deixei aprofundar o beijo quando passei a pontinha da minha língua em seu lábio inferior, como uma forma de lhe pedir permissão para poder explorar mais de seu sabor. E ela cedeu.
Seus lábios se entreabriram para me receber de bom grado e eu não pude deixar de sorrir nos lábios dela. Mas, quando nossas línguas se encontraram, um choque percorreu todo meu corpo. Aquela era a melhor coisa no mundo.
Encontrar sua boca na minha, no meu corpo, em qualquer parte de mim, era como estar no paraíso, porque era sempre divino e diferente. Cada vez melhor, como se nós tivéssemos um record para bater a cada vez.
Senti suas mãos me puxando mais, colando mais ainda, se possível, nossos corpos.
Meus dedos já estavam perdidos nos fios de seus cabelos escuros, segurando e massageando. Eu não conseguia parar de tocá-la. Eu a queria mais e mais.
O céu da minha boca reconheceu a leve cosquinha que sua língua fez e eu senti aquela coisa que todos chamam de felicidade, mas eu não acreditava que aquela palavra era sequer o suficiente para definir tudo o que eu sentia ao estar nos braços dela.
Sua língua fez o favor de chupar a minha, com calma, afastando sua boca de mim, mas antes que isso pudesse acontecer, mordi seu lábio inferior e o puxei, com leveza. Eu não a queria machucar, jamais.
Não ousei abrir os olhos, eu ainda conseguia sentir sua boca na minha, apesar de estarmos a centímetros de distância. Sentia sua respiração contra mim, contra meu rosto. Ela puxava e soltava o ar de maneira descompassada, assim como eu. Estávamos ofegantes de amor.
Ter aquele momento tão romântico dentro daquele banheiro, não pareceu tão certo, já que tínhamos ido até ali com outro propósito. Mas, era tão certo estar em seus braços, poder falar o que quisesse. Perto dela, eu poderia ser vulnerável, rir e chorar, falar as minhas verdades, mostrar os meus demônios. Eu sabia que ela não correria. Ela ficaria ali para mim, assim como eu estaria por ela. Eu seguraria a mão dela até o fim e sabia que seria recíproco, com a mesma força e determinação.
Sorri ao pensar naquilo. Ao lembrar que eu tinha a melhor pessoa ao meu lado, nada poderia ser errado ao lado dela, era meu refúgio, meu portal para a felicidade.
— Camz... — Ouvi sua voz baixinha, tão perto de mim que era um sussurro. Não tinha necessidades de gritar, não ali, não tão perto.
— Oi, amor. — Respondi ainda de olhos fechados, aquela sensação que balançava meu peito e agitava meu estômago, fazia minhas mãos tremerem.
— Quer ir embora? — Abri os olhos devagar com a sua pergunta e encontrei os verdes clarinhos, tão próximos, tão leves. Demonstravam como sua alma estava calma, eu conseguia enxergar o brilho neles. A felicidade, o amor. Ela era tão linda e eu poderia ficar perdida em suas esmeraldas para o resto da minha vida. Eu queria me perder nela o resto da minha vida.
— Vamos? Acho que deixei o clima romântico demais, talvez se a gente pudesse ficar quietinhas em casa seria mais gostoso. — Falei baixinho e vi um sorriso crescer em seus lábios, me trazendo aquele terremoto no coração.
Oh Deus, como ela era perfeita para mim. Não pude deixar de sorrir junto.
— Eu topo. Se quiser, a gente pode comprar um sorvete e ficar na sala assistindo alguma coisa, que tal? — Abracei seu corpo com a sugestão e senti sua leve risada contra minha orelha.
— Qualquer coisa com você, eu topo. Em qualquer lugar, eu só preciso que esteja comigo. — As palavras escaparam de meus lábios contra sua orelha e eu não pude deixar de apertar meus braços contra seu pescoço, sentindo o abraço em minha cintura também aumentar.
— Eu amo você. — Aquela foi a deixa. Segurei seu rosto com minhas duas mãos e colei nossos lábios, inicialmente em um selinho calmo, mas que logo se aprofundou para um beijo cheio de amor e carinho. Sua mão por baixo da minha blusa fazia um carinho gostoso em minhas costas.
— Vamos antes que eu finja que essa é a nossa casa e faça essa privada de sofá só para ficar a noite toda agarrada em você. — Falei baixinho assim que nossos lábios tomaram uma distância. Ela riu novamente e eu sorri.
(...)
P.O.V Lauren Jauregui
— Ei! — Ouvi a voz de Camila chamar alguém. Nossos dedos estavam entrelaçados enquanto eu andava atrás dela, sendo quase arrastada durante aquela quantidade de seres humanos dentro daquela enorme casa.
Olhei para Dinah que se virou assim que ouviu Camila lhe chamar e sorri. As bochechas da loira estavam em um vermelho, junto do nariz e os olhos. Era perceptível seu estado de embriaguez junto com o sorrisinho divertido em seus lábios com batom borrado. Sorri ao vê-la acenar animadamente para nós duas e se aproximar calmamente, talvez calculando passos para não cair.
— Oi casal! — Ela falou por cima da música. Sua voz enrolada me deixava claro a minha suspeita de sua embriaguez.
— Você tá bem? Cadê a Mani? — Camila perguntou e tocou no ombro da Polinésia, que franziu o cenho e pensou por alguns segundos, mas logo pareceu se recordar de algo.
— A Mani foi buscar bebida! — Ela exclamou animada e deu um sorriso enorme, sorri junto e olhei para Camila que também sorria.
— Cuidado com a quantidade de bebida. — Camila falou por cima da música e Dinah fez uma careta, mas concordou com a cabeça.
— Pode deixar, banana. Onde vocês estavam? — Senti minhas bochechas esquentarem com a pergunta.
Apesar de não termos feito nada, eu e Camila saímos dali com a pretensão de fazermos algo. Talvez não seja tão fácil explicar isso para uma bêbada, inclusive se essa for a Dinah.
— No banheiro. — Camila respondeu com tranquilidade e deu de ombros quando a Polinésia fez a maior cara maliciosa do mundo. — Enfim, estamos indo. Pode pegar um Táxi ou prefere ir com a gente? — Minha latina cortou a amiga antes mesmo que ela pudesse falar alguma gracinha sobre nós estarmos no banheiro em todo aquele tempo.
— A gente pega um Táxi, ou pede carona para aquele seu amigo bonitão. — Franzi o cenho. — Falando nisso, ele tava beijando uma garota agora pouco. Oh homem pra ter fogo, tava quase engolindo a garota. — Levantei as sobrancelhas em surpresa e ri da forma que Dinah falou, Camila me acompanhou com sua risada tão fofa que parecia um bebê.
— Cadê ele? Quero avisar que já vou. — A ouvi dizer e olhei para os lados procurando por algum resquício de Shawn.
— Ele foi pegar uma bebida lá para a garota, deve estar no bar. — Dinah deu de ombros e aquela foi nossa deixa.
— Okay então, Chee. Toma cuidado, por favor e me avisa quando já estiver em casa. Vou falar pro Shawn deixar vocês e a Ally em casa, é mais seguro. Mas, caso aconteça alguma coisa, pede um Táxi e me liga avisando, okay? — As duas se abraçaram e eu percebi Normani chegando perto de nós. — Eu amo você. — Camila falou e dei um beijo na bochecha de Dinah, que retribuiu dizendo que ligaria assim que chegasse e uma despedida rápida.
— Ei, Mani. — Falei quando minha melhor amiga agarrou minha cintura em um abraço forte. Sorri e passei meus braços por seus ombros, trazendo seu corpo para mais próximo do meu.
— Caralho, você não cansa de ser gostosa? — Ouvi sua voz perto do meu ouvido e não pude deixar de rir, sua fala estava tão embolada quando a de Dinah, demonstrando quão bêbada ela também estava. — Até te abraçar é uma delícia, mulher. Vai ser gostosa assim na puta que pariu, Jauregui. — Apertei o abraço e ri mais ainda.
— Falou você, a dona de boa parte da beleza desse mundo. — Retruquei bem próximo de sua orelha para que não fosse necessário gritar.
— Ah, lá vai falar que a outra parte da beleza é da Camila, quer ver?! — Falou ironicamente e eu ri novamente.
— Óbvio que é, não existe ninguém que supere a minha latina. — Sorri de forma abobalhada e olhei para Camila que segurava os cotovelos de Dinah e falava algo que eu não conseguia escutar. Reparei em seu perfil e seu nariz empinado era o que mais chamava atenção, junto com sua boca carnuda. Suspirei e sorrir ao perceber que namorava a mulher mais bonita de todo o mundo.
— Alô, gata, eu tô aqui ainda. Vai ficar babando nela? — Normani estalou os dedos na altura de meu rosto e voltei a lhe dar atenção. — Transou, foi? — De repente aquela pergunta saiu de seus lábios e eu senti meu rosto esquentar mais uma vez.
— Não. — Quase sussurrei encolhendo os ombros. A forma com que Normani cerrou os olhos me demonstrou a desconfiança que ela tinha diante da minha fala.
— Hm, e tavam no banheiro comendo manga? — Ela perguntou e eu ri mais uma vez.
— Estávamos, sabe que eu amo manga, não é? Não pude deixar de comer uma assim que encontrei por aqui. — Debochei e revirei os olhos quando ouvi sua risada alta e um tapa em meu braço esquerdo.
— Se fuder hein, Jauregui. — Normani retrucou e me deu um puxão na orelha, me fazendo olhá-la de cara feia. — Tá indo embora porque, bebezão? Não aguenta a festa? — Eu não sabia se a bebida que fazia efeito em meu corpo ou se Normani que era engraçado demais, mas eu não evitei rir novamente, balançando a cabeça negativamente.
— Não é isso... É só que eu prefiro ficar em casa com Camila, é mais confortável. Talvez nós não estejamos no clima, mas já aproveitamos bastante também. — Respondi e ri de forma boba novamente.
— Ih, prefere fazer amorzinho gostosinho ao invés de foder com força que nem Christian Grey. Meu Deus, Lauren, o que o amor não faz?! — Dessa vez eu gargalhei alto, chamando a atenção de algumas pessoas a nossa volta.
— Cala a boca, Normani! — Empurrei os ombros da minha melhor amiga que sorria divertida.
— Ah se eu não te amasse tanto assim, mulher... Ai ai, viu! — Ela exclamou e levou o copo até a boca tomando um gole generoso de sua bebida que eu não fazia idéia de qual era. — Você por algum acaso está bem para dirigir, Jauregui?! — Ouço a voz embriagada de Mani contra meu ouvido e sorrio. Balancei a cabeça positivamente e a olhei.
— Sim, vou pegar duas garrafinhas de água lá no bar, mas eu jamais colocaria a minha vida e a vida da minha namorada em perigo. — Falei de forma sincera e vi minha melhor amiga fazer uma falsa expressão de nojo.
— Sai daqui com essa sua melosidade toda! — Ela falou me empurrando pelos ombros e eu logo puxei sua cintura para um abraço.
(...)
Não demorou muito para Lauren e Camila se despedirem corretamente de Normani, Dinah e Keila, a dona da festa.
A garota ruiva pediu para que as meninas voltassem outras vezes para que elas pudessem se conhecer melhor e Dinah até mesmo desferiu um tapa no braço de Lauren ao que ela disse que era ocupada demais para tais festas.
Quando caminharam até o bar, logo encontraram Shawn com uma garota um pouco mais baixa do que ele e de cabelos loiros. Eles estavam entretidos em uma conversa que parecia animada, mas assim que os olhos de Shawn pousaram sobre Camila, ele parou de falar e ficou a olhando se aproximar.
— Oi Mila, você sumiu. — Shawn disse com a voz um pouco embolada. Suas bochechas estavam visivelmente coradas por conta da bebida e Camila riu um pouco ao ver seu amigo numa condição como aquela.
— Eu e Lauren estávamos... Ocupadas. — Ela disse a última parte baixinho, mas com um sorriso tão grande que Lauren não pôde deixar de sorrir junto.
— Ah, bom, tudo certo. Essa aqui é a Chloe. — Shawn puxou a garota que estava ao seu lado para um meio abraço.
— Oi. — A garota estendeu a mão primeiramente para Camila e depois fez o mesmo com Lauren. As duas sorriram e acenaram.
— Eu vou... Pegar uma garrafinha de água. — Lauren falou ao perceber o olhar de Shawn para Camila.
Ela se afastou um pouco e encostou no balcão chamando por um barman que logo a atendeu e foi em busca de duas garrafinhas de água.
Ela se sentou num banco que, anteriormente era de Shawn e apenas esperou.
Observar a decoração parecia algo super normal no momento. Então ela fez, olhou para todos os cantos do bar improvisado. A diversidade de cores e de pessoas que se sentavam nos banquinhos e esperavam por bebidas ou apenas conversavam entre si.
Até que ela olhou para um canto e encontrou um casal se beijando de uma forma explícita. Logo desviou o olhar ao perceber que o barman depositou suas duas garrafas bem a sua frente. Sorriu e acenou em agradecimento logo abrindo a tampinha da mesma.
— Lauren? — A garota ouviu a voz atrás de si e se virou, encontrando os castanhos brilhantes e um pouco avermelhados por conta da bebida.
— Oi, Shawn. — Ela ofereceu um sorriso simpático, não queria ser rude ou algo do tipo, a noite estava boa demais e ela não queria estragar isso. Não tinha o porque estragar isso.
— Ah... Eu queria te pedir desculpas. — Ele começou. Sua mão foi até sua nuca e ele a coçou em um gesto nervoso. Suas sobrancelhas se vincaram e ele mordeu o lábio inferior por um tempo, puxando uma forte respiração antes de continuar. — Por... Por tudo. Quer dizer, você sabe. Desde a primeira vez que nos vimos, não nos demos muito bem. Eu era um idiota e tinha amigos ridículos que me fizeram pensar coisas erradas sobre mulheres. — Shawn sentia as palmas de suas mãos suadas e sua respiração desregulada. Ele estava claramente nervoso. — E eu tratei você... Vocês, Camila e você, de uma forma ridícula. Pensei que estivesse fazendo algo legal e impressionante. Eu nunca pude... — Ele teve que pausar para engolir em seco, seu plano estava dando certo. — Me desculpar com você por aquilo. Nunca nos demos uma oportunidade de nos conhecer como hoje e eu estava tão focado em ter Camila para mim... Falei tantas bobagens quando ela terminou comigo. — Seu olhar foi até seus pés e seu rosto queimou de vergonha.
Lauren não sabia se era o álcool em seus corpos e estava achando aquilo uma loucura, mas era bom ver que Shawn estava se desculpando por algo como aquilo, apesar do garoto já ter se desculpado da primeira vez, aquilo parecia mais sincero e único.
— E-eu queria só queria dizer que estou feliz... Por vocês. Ver Camila feliz sempre foi meu objetivo e eu jurei que poderia dar isso a ela. Mas, quando ela veio e me disse que estava... Apaixonada por você, eu surtei. Não queria ser passado para trás, não queria ser rebaixado. Meu ego furou e eu só quis quebrar tudo. Mas agora eu entendo. Consigo ver na forma como ela te olha... Ela não mentiu para mim quando disse que estava apaixonada por você. Era real e eu fui egoísta. Te devo desculpas por isso e por tudo, por causar essa... — Um suspiro alto saiu de seus lábios. — Tensão toda. Quando ela me convidou, eu só pensei em como poderia encontrar uma maneira de falar isso para você... Era só isso. — Lauren tinha as bochechas queimando. Seu rosto corado e suas sobrancelhas vincadas. Ela estava impressionada com o garoto, jamais imaginaria aquilo, não naquele momento e em momento alguma, para ser sincera.
— É claro que te perdôo, Shawn. Eu queria me desculpar também por criar uma imagem ruim de você na minha cabeça, apesar de eu nunca ter demonstrado, eu odiava você e te achava o cara mais babaca do mundo, mas parece que eu estava errada. Me desculpa por isso, pelo ciúmes, por não ter te deixado tentar... Você é legal. — Lauren foi sincera e percebeu o olhar de Camila perdido nos dois, mas ela não ousou levantar a voz. Camila não precisava ouvir aquilo, era uma coisa entre eles dois. Eles estavam se resolvendo e mesmo que ela tivesse envolvida nisso, não significava que era tudo sobre ela.
— A primeira impressão ruim... Fui eu que causei, eu sei. Me lembro daquele dia e queria poder apagar aquela merda da minha memória, da sua e da Mila, mas acontece que é impossível, então só... É. Eu não sou mais aquela pessoa, entende? Eu entendi meu erro e nem eu teria me dado uma chance depois daquilo. — O canadense riu baixinho de sua própria conclusão. Lauren não pôde deixar de reparar em suas bochechas e nariz num tom avermelhado, tanto pela bebida quanto pela vergonha, era perceptível.
— Eu também não teria te dado uma chance depois daquilo. — Lauren mordeu o lábio inferior após sua cruel resposta. — Mas nós dois sabemos que Camila é como um anjo e acredita na evolução das pessoas, coisa que eu tô aprendendo ainda, e você me ajuda bastante com essa experiência. Então eu acredito em você, fico feliz que tenha mudado. — Os olhos verdes eram profundos nos castanhos do homem a sua frente, ela disse com tanta sinceridade que Shawn apenas a puxou para um abraço forte, fazendo Camila, Lauren e até mesmo a garota loira arquearem as sobrancelhas com a surpresa do momento.
— Obrigado por isso, Lauren. — Foi tudo o que ele disse ao soltá-la.
Camila e Lauren ainda pareciam surpresas demais, mas Shawn apenas sorria grande. Aquilo era mais uma vitória, mais um ponto para si e tudo estava bem ali.
(...)
— Ally Brooke Hernandez! — A pequena se virou rapidamente atrás da pessoa que lhe chamou e derrubou o próprio copo, que por pouco estava vazio.
A loira encontrou Lauren e Camila bem ao lado de sua cadeira e as olhou de mãos dadas. Um sorriso brilhante se estendia no rosto de Lauren ao ver a carinha de sua melhor amiga.
Ally estava sóbria, ela não fez nada além de beber uma latinha de Sprite e algumas garrafinhas de água, sem contar alguns doces que ela comeu, junto de algumas bolinhas de queijo e outros salgados que agora ela não se lembrava.
— Lá vem! Vieram para me deixar de vela, foi? — Perguntou em deboche e Lauren deu uma leve risadinha, junto de Camila que estava parada ao seu lado.
— Eu adoraria, na real, mas viemos nos despedir. Estamos indo para casa. — A baixinha rapidamente se botou de pé na frente da latina e da morena.
— Que isso? A gente chegou tem menos de três horas. — Ela colocou as mãos na cintura e seu olhar ia de Camila a Lauren, observando seus rostos que pareciam tão límpidos.
— É... A gente meio que saiu do clima. — Lauren respondeu baixinho colocando uma das mãos na lombar de Camila.
— Românticas. Aproveitem então... — Ally disse cerrando os olhos e olhando entre as duas mulheres mais altas novamente. As duas vincaram as sobrancelhas em um claro desentendimento da postura da menor.
— Hm... Okay! A gente ama você, não esqueça. — Camila deu um passo a frente e puxou Ally para um abraço forte, rodeando seus braços no pescoço da loira, que aceitou de bom grado.
— Eu amo vocês também. Me sinto tão feliz por vocês... Eu e Troy. — Lauren sorriu com o comentário da pequena garota loira que abraçava sua namorada.
— E eu, Ally, estou orgulhosa de você e dessa criança. Parabéns para vocês três, prometo ser a melhor madrinha. — Camila disse com um enorme sorriso no rosto enquanto segurava as bochechas de Ally e olhava em seus olhos cor de mel, que agora se encontravam marejados.
— Não me faça chorar, Camila! — Ally falsamente esbravejou, arrancando um sorriso de Lauren e de Camila. A morena não se demorou a dar alguns passos e abraçar suas duas pessoas favoritas no mundo, agarrando-as em um abraço forte e acolhedor, onde Ally se permitiu derramar lágrimas que estavam acumuladas sobre seus olhos.
— Quanta gente bonita nos meus braços! — Lauren exclamou divertida e depositou um beijo na cabeça das duas garotas, que riram e se afastaram.
(...)
— Fala aquilo de novo? — Lauren pediu baixinho assim que parou o carro na frente de sua própria casa. As mãos ainda estavam no volante e o cinto ainda lhe prendia contra o banco. Camila parou seus movimentos e olhou para o lado, encarando o perfil de Lauren que tinha os olhos focados em algo mais a frente, na rua escura.
— O que? — Camila perguntou e Lauren voltou seus olhos para encontrar o rosto da menor, parcialmente iluminado pelo poste a frente.
— Aquilo que me disse no banheiro... — Lauren sussurrou, como se aquilo fosse um segredo.
Um sorriso se abriu no rosto de Camila e a mesma inclinou seu corpo para frente, encarando Lauren de uma maneira mais detalhada pela proximidade. Os olhos verdes estavam bem clarinhos por conta da leveza que habitava seu corpo e tomava posse de cada centímetro seu.
— Eu amo você. — A latina falou baixinho e encarou todo o rosto de Lauren, encontrando a melhor expressão, cada vez mais leve.
— Repete... — A morena pediu.
— Eu amo você, Lauren Jauregui. — Camila falou mais alto e mais sério, encarando as íris de sua namorada.
Lauren não se demorou em tirar o cinto e avançar nos lábios de Camila, tomando-os para si. Seus olhos fechados e sua expressão suave, a calmaria que reinava em casa poro seu.
As mãos que antes seguravam o volante, agora tomavam o rosto da latina, tocando-lhe a bochecha e os cabelos, numa carícia contida, não queria assusta-la.
Os lábios se entreabriram para que as línguas pudessem se encontrar, se saboreando uma na outra. Escorregando e se conhecendo. O sabor doce da bebida reinava nos dois lábios que se pertenciam.
Aquela mistura de galáxias que se encontravam e se fundiam em uma só. Os planetas se encontrando. Os corpos celestes se conhecendo, um no outro, rodando ali, aquele lugar. Servindo aos diversos sóis que ali possuíam, os satélites, os meteoros e cometas, as poeiras, as rochas, tudo.
Camila não se sentiu intimidada quando Lauren avançou um pouco mais e a encostou contra a porta do carro, fazendo os cabelos da latina encontrarem o vidro gelado. Aquela não era uma posição muito confortável para a morena, mas ela sequer se importava.
As mãos da menor encontraram os ombros de sua namorada e apertaram ali, fazendo-a virar mais de seu próprio corpo e encontrar uma posição mais favorável. Nenhuma das duas queria que aquele beijo acabasse, então elas continuaram. A mão forte de Lauren subiu a nuca de Camila e se embaralhou nos cabelos sedosos e castanhos.
— Eu amo você. — Lauren proferiu sobre os lábios de sua tão amável garota, que respirou fundo e logo avançou em mais um beijo contra a boca carnuda e vermelha de Lauren.
As duas estavam sedentas uma pela outra, era fato. Elas pareciam precisar. Era como uma necessidade incessante e incabível dentro de seus corpos, eles precisavam estar juntos.
— Não sai de perto de mim, nunca. — Camila pediu sobre os lábios de Lauren, que abriu os olhos e encarou as pálpebras fechadas. Os cílios longos e as sobrancelhas escuras de Camila completavam seu rosto da melhor maneira possível. Era tão linda.
— Só quando você me pedir para ir... — A morena respondeu e tentou avançar em mais um beijo, mas Camila foi mais rápida e virou o rosto, fazendo os lábios da maior se encontrarem em sua bochecha avermelhada.
Lauren não achou ruim, distribuiu beijos pela pele quentinha de sua namorada e arrastou o nariz pela linha de seu maxilar, sentindo o cheiro do perfume da garota. Ambas estavam com os olhos fechados e aproveitavam da carícia. Camila tocava o vão dos seios de Lauren, sentindo o coração disparado contra sua palma. Suas pálpebras apertadas com a vontade que lhe bateu de derramar lágrimas, seus lábios cerrados e contidos. O nariz franzido pela sensação.
— Eu amo você, hoje e sempre. — Lauren falou sobre o ouvido exposto de Camila. Uma das mãos estava nos cabelos de Camila e a outra escorregou para a lateral de sua coxa, numa carícia calma. Ela só queria que a garota sentisse o que estava sentindo.
— Eu amo você, demais... Tanto. Por favor, não vai embora...? — Era quase uma pergunta, um temor sobre seus lábios.
— Não... Eu não vou. Não quero ir. Eu sou a pessoa mais feliz do seu lado e não tem nada que faça isso mudar, a não ser você mesma. — Os rostos se afastaram e as duas se encararam. Camila observou todo o rosto da morena. Os resquícios de felicidade nos olhos de Lauren era a coisa mais bela que Camila já viu em toda sua vida.
— Você me traz tanta paz, Lo. Obrigada por isso, por ser a melhor pessoa para mim. — Lauren sorriu tão grande que não deixou ao menos Camila respirar, a puxando para um beijo lento e repleto de amor e carinho.
Aquele era o seu melhor para a latina. Lauren se satisfazia em ver que fazia demasiado bem para sua namorada, com todo um esforço para sempre ter a sua melhor versão e entrega-la para Camila, era o que gostava de fazer.
Claro que ela não queria nada em troca, jamais. Desde o começo, no qual Camila entrou naquele Motel junto de seu marido e se apresentou, de uma forma tão simpática e educada, ela sabia que não era mais do que a obrigação de um cliente tratar um empregado, mas, tinha algo diferente, era óbvio. Camila carregava daquela essência diferente, a qual era doce e viajava por todo um corpo. Não era algo exatamente físico. Sua áurea dizia muito de como era uma menina boa e cheia de luz, e Lauren enxergava isso com olhos apaixonados.
A recíproca já era suficiente para si, era óbvio. Ter Camila ao seu lado, depois de tudo, de tanta coisa não dita e tantos contextos diferentes que poderiam acarretar em um afastamento completo das duas, elas estavam ali. Passaram por cima de situações complicadas e complexas demais, separadas e juntas fisicamente. Era como uma peça do destino, a qual ele tentava encaixar de qualquer maneira, e aquele momento, é como se ele, finalmente, tivesse encontrado o lugar certo para encaixar sua pequena e brilhante peça.
Camila sorriu sobre os lábios de Lauren e logo as duas acabaram separando minimamente suas bocas para que leves risos pudessem se desfazer em suas gargantas. Risos de felicidade e de amor, não era voltado para alguma coisa específica, apenas por estarem juntas já era um bom motivo para estarem bem.
— Eu amo você. — Lauren disse tocando a bochecha de sua garota. Os olhos castanhos fazendo outra vistoria sobre o rosto de Lauren.
— E eu amo você, mais que tudo. — Lauren não evitou sorrir com a fala de Camila e a puxou para um abraço, o qual apoiou a mão direita sobre os cabelos de Camila e depositou um beijo casto sobre os cabelos da latina que se aconchegou em seu peito.
— Vamos entrar, quero te abraçar direitinho. A gente faz pipoca e assiste algo, se quiser, claro. — A morena sugeriu baixinho e a menor se afastou um pouco para poder olhar o rosto de Lauren. Camila estava perdidamente apaixonada. Tão apaixonada que doía em seu peito. Ela queria chorar de felicidade por ter Lauren ali consigo da forma mais pura.
Assim que a troca de roupas foi feito e Lauren sentiu o peso de Camila deitar por cima de si no sofá, no meio de suas pernas, ela abraçou a garota e beijou mais uma vez o meio deus cabelos, arrastando o nariz por aquele local, sentindo o cheiro dos cabelos sedosos de sua menina.
— Tá tudo bem? Está quietinha... — A hispânica perguntou baixinho ao notar o silêncio vindo de Camila, que suspirou o apoiou o queixo no vão dos seios cobertos de Lauren.
— Eu... Estava pensando. As coisas mudaram demais, sabe? Eu não imaginaria que um dia estaria aqui, deitada no seu sofá, podendo te chamar de namorada e trocando, novamente, noites de festa por uma noite de carinhos e romances. — Um sorriso se abriu nos lábios carnudos da mulher abaixo de si. Aquela resposta era diferente do que estava imaginando.
Era verdade, as vidas mudaram de uma forma bruta, como se uma linha no meio do tempo tivesse cortado todo um passado e direcionado o presente e o futuro para o lugar certo. Mesmo que ambas soubessem que tudo era uma consequência de um passado não muito longínquo, onde as coisas deram errado e até saíram de seus próprios eixos, chegaram a quase pegar fogo, mas que agora, estava tão distante e inalcançável. As mudanças... Elas são reais constantes, toda hora, uma mudança, cada segundo, algo diferente. Uma novidade, um mistério, uma explosão, uma vida. Todo minuto.
— Sim... As coisas mudam rápido demais, apesar de ter demorado tanto para que nós realmente ficassemos juntas... — Lauren disse com um sorriso no canto dos lábios. Ela se sentia feliz ao estar com Camila, mesmo que às vezes, seu maior desejo fosse mudar os acontecimentos passados... Ela se sentia feliz em ter a latina em seus braços, porque trazia aquela sensação de que era certo. O quão certo aquilo era?
Camila não conseguiu evitar, mais uma vez, em levar os olhos até o rosto de Lauren e observá-la em silêncio. Como se quisesse absorver, lembrar, guardar cada centímetro da pele branca e dos olhos verdes. Das maçãs bem desenhadas e as sobrancelhas grossas.
No fundo, era realmente o que Camila queria. Guardar em sua memória cada mínimo pedaço de Lauren, para que ela jamais pudesse esquecer.
(...)
Os olhos verdes se encontraram com os chocolates de Camila e o sorriso no lábio das duas foi inevitável.
— Quer dormir? — A maior perguntou com calma. Os olhos de Camila pareciam pesar, ela piscava lentamente a cada segundo mais.
— Você fazendo carinho assim em mim, eu vou acabar dormindo nessa posição. — Lauren riu, o som favorito de Camila.
A menor abaixou o rosto e encostou a testa na barriga de Lauren, por cima da blusa. As mãos firmes de sua namorada faziam um carinho gostoso em seus cabelos, ela poderia ficar ali para sempre.
Os dedos da latina se arrastaram para as coxas de Lauren e subiram, passando pela lateral de sua cueca e encontrando o cós da blusa, subindo o tecido devagar, deixando a barriga exposta.
Com atenção, os verdes capturavam os movimentos de sua latina, ela não poderia deixar de olhar para cada detalhe de Camila, era como perder uma parte importante de seu dia.
— Você parece cansada. — Lauren falou em um tom mais baixo, sentindo alguns selinhos molhados contra sua pele da barriga. Camila olhou para cima, ainda beijando a barriga de sua namorada. Ela amava aquela parte de Lauren. Na real, amava todas as partes, detalhes, cores e coisas de Lauren. Era tudo encantador.
— Um pouquinho. — O sopro na pele pálida fez com que todo o corpo da maior se arrepiasse. Camila sorriu e aumentou a intensidade dos selinhos. Lauren mordeu o lábio inferior, observando-a. Aquela posição era boa. — Mas não o suficiente. Talvez eu possa te provar um pouquinho antes de dormir. — Ela foi direta e a pontada no ventre de Lauren foi certeira.
Aquela garota era seu inferno pessoal.
— Me provar um pouquinho? — Aquilo era uma provocação. Camila assentiu. — Já não me provou demais hoje? — O tom divertido invadiu a frase, mas era perceptível sua excitação.
— Não o suficiente... — Então as mãos da latina pararam em sua cueca, bem em cima de seu volume. Oh sim, ela estava quase completamente dura.
A carícia nos cabelos de Camila se tornou mais firme e Lauren não pôde evitar puxar de uma maneira bruta, fazendo o rosto de Camila se afastar de sua pele. A pequena deu um sorriso de canto, aquele sorriso safado que Lauren gostava. Que a enlouquecia.
— Vai conseguir me colocar inteira na boca, amor? — A latina sentiu seu centro pulsar. Os narizes se roçando. Camila estava com a cabeça tombada para trás por conta das mãos brutas de Lauren que puxavam seu cabelo, a maior se aproximou de seu rosto para que pudesse se perder nos oceanos castanhos.
— Prometo tentar... — Falou baixinho. Os lábios quase se encostando. — Tentar colocar tudo na boca, Lauren. Eu quero colocar ele todo na minha boca, mas não sei se consigo. — Ela disse de forma provocativa e a morena mordeu o lábio inferior com aquela nova áurea, muito mais bruta. Onde Camila parecia muito mais submissa para si.
— Só tentando para saber, certo? — A pergunta era retórica, mas Camila não evitou em assentir a cabeça e fazer uma cara cínica vincando as sobrancelhas e abaixando o olhar até o meio das pernas de Lauren.
O sorriso no canto dos lábios cresceu tanto que Lauren não evitou em sorrir junto. A maldade reinava cada poro das duas garotas.
— Quer que eu tente, amor? — Camila perguntou e Lauren assentiu rapidamente, olhando-a mexer em seu membro sobre a cueca a qual Camila fez questão de puxar para baixo o mais rápido possível.
O membro duro de Lauren chamava a atenção de Camila. A latina logo correu os olhos por todo o corpo de Lauren e sorriu ao parar o olhar bem aonde mais desejava.
Sua mão curiosa e macia tocou na base branquinha e apertou levemente. Lauren mordeu o lábio inferior e cerrou os olhos ao receber as íris castanhas em seu rosto.
O sorriso que brincava no canto dos lábios de Camila, era totalmente erótico. A maior fez questão de colocar as mãos atrás da cabeça como apoio e levantar o quadril num explícito oferecimento.
— Tão ignorante... — Camila disse baixinho e massageou todo o comprimento em sua mão. Lauren sorriu mais e gemeu baixinho quando sentiu o dedo indicador da latina ir desde sua base até sua glande, se encontrando no topo avermelhado e molhado.
— Tão ousada... — Lauren falou no mesmo tom que sua namorada tinha usado.
— Fique quieta. — Camila ordenou. A hispânica iria retrucar, se não fosse a boca macia e molhada da latina se encontrando com sua pele tão sensível.
— Porra... — Ela gemeu baixinho ao sentir a mão da garota subindo e descendo pela parte em que sua boca não se localizava.
— Fique calada, se não eu te deixo na mão... Literalmente. — Camila ameaçou e Lauren arregalou os olhos e acenou positivamente com a cabeça.
Os lábios da latina voltaram a encontrar o comprimento grande de Lauren e ela fez questão de estender a língua e passar pelo membro da hispânica.
Lauren gemeu novamente quando a mais nova abocanhou a glande e chupou com força suficiente. Engoliu em seco com todo o tremor que passou por seu corpo quando Camila lambeu a pequena abertura que escapava pré-gozo. Logo a latina desceu a boca pelo comprimento e chupou, a hispânica jogou a cabeça para trás e gemeu baixinho.
Camila tirou o membro da boca e repreendeu Lauren com o olhar. Aquilo era um jogo... Lauren sabia que sim.
Ela mordeu a mão assim que Camila decidiu parar de enrolar e chupá-la com gosto.
O barulho da sucção junto com a sensação de ter a língua aveludada e molhada em seu corpo era como se tornar louca.
Ela mordia os lábios, a mão e até mesmo o travesseiro. Camila sabia como lhe dar prazer como nunca ninguém conseguiu, ela sabia que sim.
Quando Lauren veio sobre sua boca com um aviso prévio, a latina se deliciou em senti-la sobre os lábios, sobre a língua.
Suas íris castanhas encontraram o verde escurecido num prazer incontido.
— Porra, Karla! — Lauren gemeu assim que seu corpo descansou sobre os edredons da cama bagunçada.
— Foi bom? — Ela perguntou cínica. As sobrancelhas levantadas e o sorrisinho no canto das lábios mostravam quão irônica ela estava sendo. A morena concordou freneticamente com a cabeça e sorriu ao puxar Camila para cima, trazendo-a para mais perto de seu corpo.
— Você é ótima, demais... — Lauren beijou os lábios carnudos de sua namorada e sorriu ao sentir seu próprio sabor.
A língua de Camila escorregou sobre a sua numa carícia gostosa. Os lábios se pressionando enquanto Lauren escorregava uma das mãos até a cintura fina de Camila e puxava seu corpo para seu colo.
Um gemido contido saiu entre os lábios juntos quando as duas sentiram o centro uma da outra.
Lauren já estava novamente pronta e Camila sentia sua maldita calcinha molhada.
A mais alta escorregou a mão até a bunda da latina e apertou com força, do jeito que sabia que Camila gostava.
— Merda... — A mais nova chiou quando Lauren puxou seu lábio inferior ao mesmo tempo que deu um tapa forte na nádega exposta de sua namorada.
Não demorou muito para que os lábios estivessem novamente juntos e Lauren levasse a mão até o meio das pernas de Camila, invadindo a calcinha pequena, encontrando o centro molhado de sua garota.
Era uma perdição.
Os dedos longos e firmes passaram do clitóris rígido e sensível da menor até a entrada molhada de excitação.
Lauren sorriu sobre os lábios de sua namorada ao perceber que ela estava tão excitada apenas com o ato anterior.
Ela não avisou quando penetrou a garota com dois dedos. As unhas pintadas de vermelho se enfiaram nos ombros da morena e o beijo foi quebrado por um gemido alto.
— Caralho, amor! — Camila jogou a cabeça para trás com um gemido rouco. Lauren não perdeu tempo e levou os lábios até o pescoço exposto da latina.
As estocadas de Lauren começaram num ritmo calmo, que ela logo fez questão de acelerar e ir mais forte, mais fundo.
— Assim... Por favor, continua! — Ela praticamente implorou, mas em um momento de maldade, foi exatamente o que Lauren fez... parar. — Eu vou bater em você, Lauren Jauregui. — Camila rosnou com raiva e segurou o rosto de Lauren. Os dedos pressionando as bochechas com a mão no maxilar da morena.
Lauren riu baixinho e viu Camila fuzilar a si com o olhar. A sobrancelha grossa se levantou em cinismo e antes que a mais nova pudesse reclamar mais uma vez, os dedos voltaram em estocadas fortes e rápidas.
Camila suavizou a expressão, mas continuou o aperto sobre o maxilar da mais velha. Ainda com o sorrisinho cínico, Lauren tentou avançar sobre os lábios de Camila, que gemendo, negou com a cabeça e começou a rebolar rapidamente sobre os dedos de sua namorada.
Os olhos verdes se cerraram entendendo aquilo como um desafio. Ela afastou a mão de dentro da calcinha da mais nova e sem ao menos dar tempo da mesma conseguir fôlego, ela fez questão de afastar o tecido inútil e se enfiar novamente. O dedo médio e anelar em estocadas fortes sobre o centro molhado da garota. Era perceptível que toda sua intimidade estava avermelhada. Seu ponto de nervos estava rígido.
Lauren olhou nas íris castanhas, que mal conseguiam se manter abertas. A mais velha começou a esfregar o feixe de nervos, o que tornou Camila louca.
A mais nova se esfragava em Lauren com força, até seu orgasmo lhe tomar todo o corpo, ao ponto dela apenas conseguir respirar e gemer segurando o rosto de Lauren entre os dedos
— Gostosa. — Lauren rosnou baixinho e avançou num selinho longo nos lábios avermelhados. Os dedos molhados com o orgasmo da mais nova.
Sua mão subiu até próximo ao seu rosto e adentrou seus lábios. Os olhos ainda focados un no outro enquanto a mais velha se deliciava com o sabor de Camila. A menor deu dois leves tapinhas na bochecha de Lauren e sorriu se jogar de lado na cama.
(...)
P.O.V. Lauren Jauregui
Meus pés encontraram a grama da parte da frente daquela casa que eu bem conhecia. Andei rápidamente até a porta, mas não pareceu o suficiente quando a mesma já estava quase se fechando.
Mas uma fresta estava ali, eu poderia entrar.
Franzi o cenho ao ver a cena a minha frente, era aterrorizante depois de tanto tempo. Eu poderia jurar que estava livre daquela merda... De que Camila estava livre daquela merda. Tinha alguma coisa errada li, aquela áurea...
A porta atrás de mim se fechou devagar, sem som. Na realidade, eu quase não reparei, estava focada demais em cada movimento do homem sentado no sofá da casa de Camila.
— Eu vim... Te contar a verdade. — Ouvi a voz grave pronunciar. Seu corpo estava parcialmente de costas para mim, mas eu sabia exatamente quem era, seu perfil lhe denunciava. Já Camila estava completamente de frente, me dando total visão de todas as suas expressões. Suas sobrancelhas vincadas e seus lábios pressionados revelavam seu nervosismo. — Cheguei a vir aqui uma vez... Para te contar sobre isso... Mas, aquela sua ex namorada, Lauren, ela achou certo em me mandar embora antes mesmo que eu pudesse te ver. — Meus olhos quase saltaram para fora do rosto. O que estava acontecendo ali?
Ex-namorada?
Percebi a expressão de surpresa e medo no rosto da latina. Ela parecia não querer olhar para mim, como se eu fosse algo errado em sua visão, seus olhos estavam totalmente focados em Matthew.
— Diga o que quiser, Matthew, mas não repita o nome da Lauren! — Camila esbravejou e senti meu corpo todo se arrepiar. Um frio subiu por toda minha coluna, se alojando em minha nuca e se mantendo ali, um arrepio forte.
— Ela me deu um soco sem ao menos ouvir uma explicação! Por isso que vocês terminaram! Porque você sabia que ela não te amava de verdade. — Meus olhos encontraram o perfil de Matthew e eu não consegui entender o seu argumento. Ele parecia alterado demais para pensar em palavras lógicas.
Dei um passo a frente de forma silenciosa, procurando uma explicação lógica para o que estava acontecendo bem a minha frente.
— Cale a boca! Você não tem moral alguma para falar sobre meu relacionamento com Lauren! Nunca mais repita qualquer coisa que seja sobre esse assunto. Fale o que tem de falar e vá embora. — Entrei num estado de pânico ao ver Matthew se ajeitar no sofá, se aproximando mais de Camila... Tão perto que ela encolheu os ombros encarando-o, suas sobrancelhas pareciam mais vincadas ainda.
— Do que você tem medo, Camila?! Você sabe que ela não vai voltar para você e aquele seu filho. Que ela nunca te amou e você sabe que tem que voltar para mim. Se não fosse eu, você não seria nada. Nem sequer estaria viva! — Os dedos da mão do homem tocaram no joelho de Camila, fazendo-a abaixar o olhar para o movimento. Meu coração parecia um louco dentro do peito e meu estômago não parava quieto em ansiedade. Meu corpo tremia e minha garganta queimava, juntamente de meus olhos. — Você sabe que é melhor voltar para mim, Mila. Eu sempre soube como te tratar bem, você sabe que sim. Esqueça meus erros do passado e fique comigo para sempre, assim como no começo do nosso namoro, era como um conto de fadas. Você amava...
— Nunca! — Ela gritou e ele não se abalou, percebi um pequeno sorriso no canto de seus lábios. — Você tentou me matar! Você nunca me amou! Me traiu, me bateu e até tentou me estuprar! Como pode dizer que ela nunca me amou e que eu sou melhor com você?! Nem em outra vida, Matthew. — Camila gritou, mas o som parecia levemente abafado. Meus olhos estavam tão arregalados que doíam e só percebi que não me mexi quando vi uma sombra sair de algum cômodo.
— Camilinha, você tem que me ajudar a te ajudar, entende? Se não me deixar fazer isso, as coisas vão ficar difíceis para o seu lado... E consequentemente para aquela nojentinha e aquele seu filho bastardo. — Matthew não hesitou em levar a mão até a coxa de Camila. Meu desespero me consumia como nunca antes, tentei forçar meus pés a se moverem, mas eles pareciam não responder aos meus comandos de forma alguma. Minha boca nem se abria. Meu corpo todo estava paralisado em um choque incomum que não me deixava ao menos respirar direito. Eu estava quase sufocando.
A sombra do homem caminhou até o lado de Matthew e lhe tocou um dos ombros, fazendo-o desviar o olhar de Camila.
— Precisa de ajuda com a garota? — O homem corpulento que estava de pé perguntou. Tentei me forçar mais uma vez, mas logo senti amarras nos meus pés. Eu ao menos consegui olhar para baixo.
— Não, ela vai me obedecer. Não é, Camilinha? — Matthew perguntou com a voz carregada de dominância e algo mais nojento. Sua voz parecia desumana demais comparado ao seu corpo.
Camila virou o rosto em minha direção e vi o pânico em seus olhos que não me fitavam. Tentei mais uma vez, mas era impossível.
Assim que a mão do homem levantou a altura do rosto de Camila para lhe desferir um tapa, senti algo gelado contra meu rosto.
— Puta que pariu! — Gritei o mais alto possível e me debati contra o que parecia ser um colchão.
— Lauren, meu Deus! Amor, você está bem? — Ouvi a voz familiar e abri os olhos rapidamente encontrando Camila, suas sobrancelhas estavam vincadas, assim como no segundo anterior. Meus olhos estavam abertos demais e minha respiração descompassada. Meu coração não parava no peito.
— C-camila... Camila! — Toquei seu rosto para ter certeza se ainda não estava no pesadelo e a garota me abraçou com força.
A puxei para meu colo ao sentir seu corpo real, numa forma física e não apenas visual. Ela estava ali e estava bem... Comigo.
Senti meus olhos arderem e embaçarem. Me forcei a fechá-los e senti mais ainda da sua pele contra a minha. Sua respiração e seus dedos em meus cabelos. Sua pele quentinha encontrando minhas mãos, meus braços, meu tronco, minha bochecha e nariz.
— Você... Você está bem? — Minha voz falhou no meio da frase e eu não conseguia esquecer seu olhar de pânico ao olhar em minha direção.
A mão de Matthew se levantando para depositar um tapa no rosto da latina... O homem parado ao seu lado... Tão alto e tão... Perigoso.
A sensação dos meus pés amarrados...
— Shh, eu estou bem. O que houve? — A ouvi perguntar e percebi que já me debulhava em lágrimas.
Um filho?
Aquilo ponderava em minha mente, rodando e rodando. Não existia explicação para aquilo. Só podia ser um pesadelo.
— Camz... Camz. Camila. Meu Deus! — Falei baixinho enquanto chorava, seu corpo me abraçava com força e me acalentava. Suas mãos mexiam em meus cabelos, acariciando ali. Minha respiração parecia não se acalmar nunca. Eu apenas puxei Camila para mais perto e senti seu corpo em mim. Beijei seus ombros e encostei minha testa ali.
— Tá tudo bem, eu tô aqui com você... Não vou sair. — Ela disse contra meu ouvido e beijou minha bochecha com calma. Não consegui dizer nada coerente ou racional, apenas apertei mais ainda seu corpo contra o meu, pressionando minha bochecha em seu pele.
Senti seu queixo no topo da minha cabeça em um aperto. Tentava ao menos normalizar a minha respiração, mas parecia impossível.
Meu coração batia tão forte que eu ouvia o pulsar contra meus ouvidos, me deixando surda com tanta força. Minhas mãos suavam tanto e eu só conseguia puxar mais e mais do corpo de Camila para perto de mim.
O que diabos tinha acontecido?
Era a pergunta que rodava minha mente e parecia que não pararia tão cedo.
Mordi meu lábio inferior e senti minha garganta se fechar com a longa vontade de gritar que surgiu. Era algo tão profundo que eu quase não conseguia segurar.
— Respira... Por favor. — Ouvi a voz de Camila e meus olhos embaçados não me deixaram enxergá-la de maneira correta.
Afastei meu corpo do seu por algum tempo, para ver se conseguia ao menos encontrar seus olhos, mas tudo estava borrado.
Fechei meus olhos com força para que aquilo pudesse passar.
— Lauren? Lauren! Respira. — O som abafado me fez franzir o cenho e olhar para Camila novamente, mas a imagem embaçada me fez afastar mais ainda. O corpo em cima do meu parecia muito mais leve...
Tentei levantar meus dedos para tocá-la, mas pareceu impossível.
Então tudo embaçou de vez.
— Lauren! — Ouvi um grito familiar e puxei a respiração com força. — Meu Deus?! Você estava tendo um pesadelo? O que houve? Estava se debatendo. — Senti o corpo magro me puxar para perto e olhei para a garota ao meu lado.
— Eu... Você... — Minha voz saiu esganiçada.
Fechei meus olhos e balancei a cabeça com a sensação de vertigem que passou por mim. Puxei a respiração novamente.
— Ei... Eu tô aqui. Respira fundo, olha para mim. — A voz doce me chamou novamente e eu coloquei as mãos por cima dos olhos para esfrega-los. — Quer me contar o que estava sonhando? — Olhei novamente para o lado e encontrei os castanhos me olhando intensamente.
Me aproximei e puxei Camila para meus braços. Senti suas mãos puxarem minha cintura para mais perto e eu não evitei sentar em seu colo com cada perna de um lado de suas coxas.
— Me diz... — Pediu baixinho. Olhei em seus olhos e encontrei um brilho de preocupação ali.
— Achei que eu já tivesse acordado...? — Olhei receosa para aquela situação. Senti seus dedos acariciarem minha bochecha e seus olhos gravarem meu rosto.
— Não amor, você se mexeu a noite todinha, mas só decidi te acordar quando você começou a falar. — Sua proximidade me acalmou. Senti um longo beijo em minha bochecha e levei meus dedos até seus cabelos.
Ela era real. Só podia ser.
Eu não estava dormindo agora. Mas, e se eu estiver?
E se tudo for um sonho, que na real é um pesadelo e eu me prendi sem ao menos saber... Talvez Camila nem seja real...
— Lauren! — Levantei o olhar para o rosto de Camila e percebi a preocupação estampada em cada centímetro dela.
— Eu realmente estou acordada? — Perguntei e ela assentiu rapidamente, as sobrancelhas vincadas me fizeram acreditar nela. — É que... Eu jurei que tinha acordado antes... Você esta aqui, no meu colo... E... — Toquei minha testa com a confusão que se permitiu invadir meu corpo.
— Não, amor... Você só acordou agora. Vem cá. — Senti as mãos em minha cintura e eu me alinhei ao seu corpo para abraça-la melhor. — Tá tudo bem, okay? Eu tô aqui com você agora, nada vai acontecer. — Sua boca distribuía selinhos por todo meu ombro exposto por conta da regata.
Levei meus dedos até seu rosto e segurei as bochechas fofinhas de Camila. Seus olhos brilhavam tanto, que eu jurava que jamais enxerguei algo como aquilo em toda a minha vida.
Seu sorriso me fez sorrir junto. Não demorei em levar meu rosto para mais próximo ao da latina e distribuir selinhos leves e calmos sobre seus lábios avermelhados.
(...)
— Ally, por que você está chorando? — A voz de Lauren preencheu todo o espaço e todos os olhares se viraram para a loira mais baixa. A morena não evitou em abrir os braços e receber sua melhor amiga. O pequeno corpo balançava com os soluços fortes do choro interminável.
Logo um abraço grupal se formou, mesmo que nenhuma das quatro garotas soubesse o que tinha acontecido. Ali, naquele grupo, se tinha a necessidade do acolhimento. Da compreensão e do amor. Era sempre cabível o olhar para o outro e não apenas algo individual. Elas poderiam fazer isso ali dentro, não como se fossem se julgar, ali não existiria julgamento de nenhuma das partes, apenas o tentar de uma compreensão.
O choro foi livre, esvaindo por todo o corpo, saindo como uma corrente de rio, forte e sem pausas. Nenhuma perguntou ou falou nada, até que todas se afastassem e apenas Lauren continuasse cobrindo o corpo de Ally com seus braços pálidos. Elas se encararam, respeitando o silêncio da menor.
Ela fungou e deu um longo sorriso. Um enorme sorriso.
Lauren soltou seus braços do corpo menor e franziu o cenho com o sorriso que brilhava no rosto da pequena, mas ela não disse nada, apenas sorriu de volta.
— Troy me pediu em casamento! — Ela soltou com um tom tão animado que todas sentiram os corpos vibrando. Foi impossível não voltarem a abraçar a menor. Aquele era o tipo de notícia ótima, que é inesperada e boa, aquelas que chegam em momento difíceis e tiram sorrisos de todas.
(...)
Três meses depois (Janeiro - 2020)
Lauren dirigia focada na estrada. Era claro que ela não queria causar acidente algum, inclusive tendo Camila ao seu lado.
A viagem de quase dois dias fora totalmente cansativa. Apesar de terem feito quatro trocas e três paradas, as garotas estavam esgotadas ao monte.
Após seguir reto e virar a esquerda em direção à Zuma Acess Rd, Lauren suspirou alto ao encontrar a tão famosa Zuma Beach, na Califórnia. Enfim em Malibú. Era óbvio que seu corpo quase gritava de dor e cansaço, desconforto por dirigir tanto tempo e passar tanto tempo no carro. Apesar de ser bem confortável, viagens longas nunca são exatamente boas.
Camila estava com a cabeça encostada no banco, esparramada, dormindo em uma posição na qual seu pescoço claramente doeria assim que seus sentidos voltassem a seu corpo.
A morena sorriu ao finalmente parar o carro depois de ter seguido pela Zuma Acess Rd em direção à CA-1S e finalmente ter chegado ao seu destino: Malibu Beach Inn.
A pousada com quartos enormes e uma ótima vista da praia, era exatamente o que Lauren e Camila pediram.
— Amor? — Lauren chamou baixinho e tocou o rosto de Camila.
A garota, até então, tão sonolenta, levantou a cabeça com calma e fechou os olhos ao perceber a claridade invadir seu olhos.
— Chegamos... Não queria te acordar, mas achariam estranho demais eu entrar com uma garota dorminhoca nos ombros. — A morena brincou e Camila soltou uma leve risada, que foi cortada por um bocejo e um espreguiçar que fez o cropped levantar mais.
— Lauren! — Camila repreendeu rindo assim que Lauren cutucou sua barriga para lhe causar cócegas. — Chata.
— Linda. — A hispânica não se demorou em aproximar o rosto ao da latina. — Eu amo você. — Então os lábios se juntaram em um selinho longo.
As duas se afastaram com sorriso longos nos lábios, se sentiam bem demais perto uma da outra.
Camila abaixou seus óculos escuros redondos e arrumou a blusa e os cabelos. Lauren saiu do carro e sentiu cada parte do seu corpo reclamar da viagem e do tempo dentro do veículo.
— Lorenzo! — Uma voz gritou ao longe e Lauren vincou as sobrancelhas ao olhar para trás e não enxergar alguém conhecido, mas logo a esquerda, a bela e corpulenta garota, vinha em sua direção com um sorriso enorme.
Lauren sorriu tão grande que parecia que rasgaria seu rosto.
— Taylor! Deus do céu, você só sabe crescer?! — A morena abriu os braços e logo os cabelos cacheados se encontraram com os seus. — Está tão linda! — Ela exclamou sobre os ombros de Taylor e deu um beijo na bochecha gordinha da garota, que não evitou rir.
— E gostosa! — Taylor sorriu ao ver os olhos de Lauren varrerem todo seu corpo para aprecia-la da forma mais pura possível. A camiseta escura amarrada acima do umbigo e a calça de corte reto em um tom azul escuro, combinavam tanto com a garota.
Lauren voltou a olhar para o rosto de Taylor e sorriu mais ainda, se fosse possível.
Camila caminhou devagar até o outro lado do carro e encontrou Lauren com outra garota. Elas estavam se abraçando tão forte e Camila sorriu com a cena, mas sua timidez falou mais alto assim que as duas garotas voltaram os olhares para si.
— Camz, vem aqui. — Lauren pediu, estendendo a mão para a garota. Um sorriso contido se fez presente em seus lábios e ela se aproximou com calma, sentindo suas bochechas queimarem. — Camila, essa é a Taylor, minha irmã. E Taylor... Essa é Camila, minha namorada. — Os olhos de Taylor se arregalaram rapidamente.
A irmã de Lauren sabia que ela levaria alguém de extrema importância, mas não tanto daquela forma.
— Oh meu Deus, Lauren Jauregui namorando! Vem aqui, garota, prazer em te conhecer. — Taylor puxou Camila para um abraço forte e Lauren sorriu com a interação. Camila riu baixinho contra o ombro da mais alta e abraçou sua cintura.
— Prazer em te conhecer também, Taylor. — Camila disse ao se afastar do abraço apertado de Taylor.
A maior observou o rosto de Camila com um sorriso, era perceptível a latinidade em cada traço do rosto delicado. O nariz arrebitado, os olhos e sobrancelhas escuras, os lábios carnudos e curvados num belo sorriso. Taylor olhou para Lauren que também observava Camila.
— Vai babar, otária. — A mais nova deu um tapinha em Lauren, que desviou os olhos de Camila para olhar para Taylor e lhe dar a língua.
— Onde está a mamãe e o papai? O Chris...? — Ela perguntou com interesse ao olhar toda a sua volta.
— Eles estão no quarto, disseram para eu vir buscar vocês e ajudar em alguma coisa e depois levar vocês lá. O quarto é do lado do nosso. — Taylor respondeu animada e Lauren acenou com a cabeça.
— Boa tarde, senhoritas, em que posso ajudar? — A recepcionista perguntou ao que as três garotas pararam na frente do balcão com quatro malas.
— Boa tarde. Nós temos um quarto reservado. — Lauren sorriu para a moça loira de olhos azuis claros.
— Por favor, seu nome e documento. — Ela pediu com simpatia estampada na voz.
— Lauren Michelle Jauregui. — A morena respondeu e estendeu a carteira de motorista com seus dados.
— Quarto 214, certo? — A recepcionista perguntou ao confirmar no computador o número e o andar.
— Sim, foi esse que eu reservei. — Lauren disse e sorriu ao receber dois cartões de entrada para o quarto.
— A porta só pode ser aberta por dentro, por fora é preciso do uso do cartão. Passe de baixo para cima. Caso perca ou esqueça os cartões dentro do quarto, temos um cartão reserva. Em caso de perda, uma multa é cobrada. — A mulher falou rapidamente e Lauren assentiu com a cabeça. — Se precisar ligar para o serviço de quarto, número três no telefone ao lado da cama e ao lado da porta. Caso precise ligar na recepção, o número é nove. Tenha uma boa estadia e um bom conforto, boa tarde. — A morena agradeceu e se afastou ao pegar suas duas bolsas, uma de rodinhas e outra de mão. Acenou e foi até Camila e Taylor que estavam paradas um pouco mais afastadas. Pareciam conversar sobre algo banal.
— Sim, ela adorava aqueles biscoitinhos de chocolate, mas desistiu deles depois de ter quase morrido comendo um. — Lauren cerrou os olhos e vincou as sobrancelhas ao ouvir sua irmã falando sobre algo muito familiar.
— Sobre o que estão falando?! — Ela chegou de surpresa e Camila sobressaltou com o susto.
— Nada demais, Jauregui mais velha. — Taylor zombou e Lauren deu um beliscão em seu braço.
— Chata demais, ein. — A morena faliu e virou o rosto para Camila, que sorriu e colocou os óculos escuros. Lauren não evitou em se aproximar e deixar um selinho sobre os lábios carnudos, que rapidamente se abriram em um lindo sorriso. O favorito de Lauren.
— Vamos subir, pombinhas. — Taylor chamou a atenção e as garotas desistiram da melosidade.
Ao ajudar com as malas e levar as garotas até o quarto, Taylor parou em frente a porta ao ver as duas entrarem e observarem todo o recinto.
A vista para a praia era a melhor. A cama de casal com lençóis bracos e uma decoração clara fazia o ambiente aconchegante. Uma pequena mesa redonda de madeira estava do lado de fora, na grande varanda. Lauren caminhou até uma porta perto da cama e sorriu satisfeita com o tamanho do banheiro. Os azulejos brancos com alguns desenhos em azul. Uma banheira do lado esquerdo, logo depois da pia, com uma porta de vidro enorme para o box.
— Uau! É lindo. — Camila foi a primeira a se pronunciar. Taylor se encostou no batente da porta e sorriu grande ao encontrar os olhos castanhos de sua cunhada.
— Para vocês aproveitarem bastante. Talvez estejam cansadas, então descansem um pouco. Mas antes, venham falar com papai e mamãe, eles estão tão animados com a vinda de vocês! De noite iremos a um restaurante aqui por perto. — Taylor falou de forma rápida e animada. Lauren voltou para o cômodo principal e deixou um longo beijo casto sobre a testa de sua irmã, que fechou os olhos com o contato.
— Obrigada por isso, irmã. Eu amo você. — Lauren falou baixinho e Taylor riu ao sentir uma vontade de chorar.
— Eu amo você também, interesseira. — A menina respondeu divertida e tocou no nariz de Lauren, que franziu o mesmo e riu baixinho.
— Avisa ao papai e a mamãe que eu e Camila já vamos, okay? — Ela pediu com carinho ao tocar as mãos sobre o rosto de sua irmã. Os polegares acariciavam as bochechas gordinhas de Taylor, que assentiu e sorriu segurando os pulsos de Lauren para um carinho.
Camila mordeu o lábio inferior ao olhar a cena e sentiu uma leve pontada no peito ao perceber a falta que sua irmã fazia.
Sophia estava crescendo tanto e Camila quase não conseguia acompanhá-la. Era fato que as duas sentiam tanta falta uma de outra... Mas, Camila decidiu passar as férias ao lado de Lauren e sua família. Mesmo que ela tenha convidado seus pais, os mesmos só poderiam chegar na semana seguinte.
Férias de um mês... Aquilo era um sonho.
— Tudo bem, só não demorem muito. Mamãe tem muito a te contar. — Taylor falou e sorriu e acenou para Camila assim que abriu a porta para sair.
— Meu Deus, amor! Olha esse quarto. — Lauren abriu os braços e Camila correu até seu corpo e abraçou-a com força. — Nós tiramos as melhores férias do mundo! — A morena agarrou a cintura de Camila e a suspendeu no ar, rodopiando seu corpo.
O riso incessante de Camila foi como música para os ouvidos de Lauren, que mesmo cansada, segurou sua namorada no ar e a levou até a cama, se sentando logo em seguida com a garota em seu colo.
— Eu vou conhecer seus pais! — Camila exclamou ao tocar o rosto de Lauren, acariciando as bochechas com os polegares.
Os olhos verdes encararam todo o rosto de Camila, procurando cada ponto de emoção da garota.
O rosto com pouquíssimas linhas de expressões, demonstrava felicidade. Os lábios curvados num sorriso tão belo e verdadeiro, o qual os olhos sorriam junto. As pequenas ruguinhas e marquinhas de um riso, bem no canto dos olhos de Camila, as sobrancelhas levantadas e a respiração calma, fazia Lauren se sentir tão leve quanto poderia.
A morena colocou uma das mãos espalmadas atrás de seu próprio corpo, apoiando seu peso ali. A mão livre foi até a lombar de Camila e a puxou para mais perto. Os braços da latina não demoraram em rodear o pescoço de Lauren e suas testas se encontrarem.
As duas mulheres se encaravam de pertinho, cada mínimo detalhe encontrava seus olhos.
— Eu amo você, tanto... Tanto! — Lauren puxou mais do corpo de Camila e abraçou a cintura fina da garota. Um brilho se fez presente nos olhos da latina e Lauren sentiu o coração falhar e as mãos suarem.
Estar perto da latina sempre lhe trazia aquela sensação de ansiedade. As pernas bambeavam e o corpo parecia entrar numa bolha, até esquentava as bochechas.
— Eu amo você, mais do que tudo. É tão... diferente. Eu nunca senti isso antes, você me traz paz, Lauren. — Ela quase não pôde respirar quando Lauren avançou em um beijo cheio de carinho e amor.
~×~
Eai? Como ficaram?
parece que as coisas estão caminhando perfeitamente, não é?! Ótimo.
Até o próximo! Espero que tenham gostado.
Não esqueçam de beber água e comer direito, isso faz bem para vocês mesmos. Se protejam e protejam suas famílias, usem máscara e álcool em gel.
BYE
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