Capítulo 7 - You knew what you wanted and boy, you got her
TAYLOR SWIFT, POINT OF VIEW
Kansas City, Missouri
Eu deveria estar preparada para tudo, não é? A essa altura, depois de anos vivendo sob os holofotes, já era para eu estar acostumada. Fotos minhas circulando em todas as redes sociais, acompanhadas por manchetes especulativas, alguns comentários cheios de elogios, outros me fazendo sentir a pessoa mais vil do mundo. Eu sempre soube que isso viria junto com a fama, como uma sombra inevitável. Desde que meu nome passou a ser reconhecido, entendi que esse seria o preço a pagar.
Mas, por algum motivo, quando penso que as próximas manchetes podem ser sobre mim e Travis, meu coração acelera de um jeito inquieto. Não importa quantas vezes ele me diga, com a firmeza doce que só ele tem, que está pronto para enfrentar tudo ao meu lado - as fofocas, os paparazzi, a invasão de privacidade que, às vezes, beira o absurdo. Eu quero acreditar em cada palavra. E eu acredito. Mas, mesmo assim, há um nó persistente no meu estômago, uma sensação de que algo está prestes a desmoronar.
Não é falta de confiança em Travis. Isso nunca foi sobre ele. É sobre o que nos cerca, sobre o que eu conheço bem demais: a mídia, sempre pronta para distorcer e manipular, transformando verdades em sensacionalismo. O que me assusta não são as câmeras, mas a narrativa que elas podem criar. E mais do que isso, o que me paralisa é a insistência cruel com que reviram meu passado, trazendo à tona relacionamentos antigos que eu já fiz questão de enterrar.
É cansativo viver em meio a esse campo minado, onde cada passo que dou pode explodir em manchetes e comentários. Mesmo assim, há algo em Travis, na forma como ele segura minha mão sem hesitar, que me faz querer acreditar que, desta vez, pode ser diferente. Que talvez, só talvez, a paz que eu tanto procuro esteja finalmente ao meu alcance.
A verdade é que, aos quase trinta e quatro anos, parece que a sociedade ainda se espanta com o fato de uma mulher ter vivido diversos relacionamentos, de ter amado e perdido, de ter se envolvido profundamente com alguém por seis longos anos e, ainda assim, não ter encontrado o final feliz que todos esperam. Eu me pego, em momentos de fraqueza, concordando com as insinuações de que o problema talvez seja eu. Talvez eu seja incapaz de manter um relacionamento, de fazer dar certo, e isso me corrói por dentro. Esse pensamento, como um veneno silencioso, me persegue nas noites em claro e nos dias em que o peso do passado se recusa a me abandonar.
E agora, como se o universo decidisse testar minha paciência, meu celular vibrava incessantemente. Mensagens de pessoas que amo, que me conhecem - dos meus pais, do meu irmão. Todos preocupados com uma matéria que saiu apenas algumas horas depois de termos chegado à casa de Travis, logo após buscarmos o pequeno Tom na casa de Brittany e Patrick.
Uma matéria simples, quase inofensiva à primeira vista, mas que carrega o potencial destrutivo de um terremoto. Mais uma onda de especulações sobre minha vida pessoal, dissecando cada parte do meu passado como se fosse um espetáculo público. Cada toque do celular era um lembrete de que, não importa o quanto eu tente seguir em frente, o mundo sempre encontra uma forma de me puxar de volta para o caos que eu tanto tentei deixar para trás.
TAYLOR SWIFT E TRAVIS KELCE: FOTOS ÍNTIMAS DE JANTAR EXCLUSIVO LEVANTAM RUMORES DE ROMANCE SECRETO
"Taylor Swift e Travis Kelce foram vistos em um cenário que parecia ter saído de um filme romântico: um jantar íntimo e exclusivo no sofisticado restaurante The Fountain on Locust, em St. Louis. Embora o local estivesse fechado ao público, a privacidade do momento foi rompida por câmeras oportunas, capturando fotos que deixaram pouco espaço para dúvidas. As imagens revelam não apenas o encontro, mas a proximidade entre os dois, alimentando ainda mais os rumores de um romance florescendo longe dos holofotes.
Entre os cliques, um em especial chamou atenção: Taylor, sorridente e descontraída, sentada no colo de Travis, enquanto os dois trocavam olhares que pareciam dizer mais do que qualquer declaração pública poderia transmitir. A química evidente entre eles se estendeu para além do restaurante, quando foram fotografados saindo de mãos dadas, sem a menor preocupação em esconder sua conexão.
As especulações sobre o possível relacionamento ganham força a cada minuto, especialmente considerando o histórico recente de Taylor. Depois do fim de seu longo relacionamento de seis anos com o ator Joe Alwyn e de um breve romance com Matty Healy, muitos se perguntam se Kelce será apenas uma paixão passageira ou algo que finalmente traga estabilidade ao coração da estrela. Fontes próximas revelam que o casal se conheceu algumas semanas atrás, durante um evento beneficente em Kansas City, mas a intensidade capturada nas fotos sugere que o envolvimento pode ser mais antigo e mais profundo do que qualquer um imaginava.
Até o momento, nem Taylor nem Travis se pronunciaram oficialmente sobre o possível romance, mas, como dizem por aí, "uma imagem vale mais do que mil palavras", e as imagens desse encontro falam por si. Será este apenas o início de uma nova fase para a cantora e o atleta?"
Imagens exclusivas de Taylor Swift e Travis Kelce no restaurante The Fountain on Locust
Por TMZ
Um arrepio percorreu meu corpo, como se o peso das palavras que li se materializasse sobre mim. Por que sempre tinha que ser assim? Por que a minha vida pessoal precisava ser reduzida a meras manchetes e especulações vazias? E se, em algum lugar profundo, Travis começasse a considerar essas insinuações cruéis, acreditando nas palavras afiadas que o mundo despejava? "Apenas mais um." A simples ideia de que ele pudesse se questionar sobre nosso relacionamento, de que as fofocas pudessem corroer a confiança entre nós, fazia meu estômago se revirar.
A dúvida era sutil, mas insidiosa, plantando raízes em meu peito. Não era sobre ele, sobre o que eu sabia que sentíamos. Mas, e se, no silêncio das noites mais solitárias, ele começasse a ver essas manchetes e se perguntar se eu, de fato, era capaz de algo mais duradouro? Era esse pensamento que me assombrava, que me fazia estremecer.
- Ei, não. Você está pensando demais. - A voz grave de Travis quebrou o silêncio, arrancando-me dos meus devaneios enquanto ele se aproximava lentamente. - Por que a senhorita está com esse celular na mão, lendo essas matérias que nem sabem metade do que acontece entre nós?
Ele contornou o sofá com uma suavidade despreocupada e se sentou ao meu lado. Senti o calor da sua presença antes mesmo de olhar para ele. Seus olhos, sempre tão cheios de uma calma que parecia intocável, pousaram sobre mim. Suspirei, deixando o ar sair pesado, como se estivesse carregando o peso do mundo nas costas.
Lentamente, abaixei o celular, sentindo os ombros relaxarem um pouco, mas o turbilhão de pensamentos ainda girava dentro de mim. Travis estava ali, sólido, real, enquanto as palavras na tela eram apenas sombras tentando nos alcançar.
- Eu só... É que meus amigos e minha família não param de mandar mensagens. - tentei explicar, minha voz carregada de preocupação. - E essa matéria... ela é tão sensacionalista, Trav. Eu não quero te expor, nem ao Thomas. Sei que vocês sempre viveram uma vida mais reservada do que a minha, e a última coisa que quero é tirar isso de vocês.
Olhei para ele com um misto de angústia e frustração, antes de erguer o celular, mostrando a tela com as fotos da noite anterior. Ali estávamos nós, despreocupados, conversando, sem imaginar que estávamos sendo observados.
- Olha só... - murmurei, como se as imagens falassem por si. Aquele momento que era só nosso agora pertencia ao mundo inteiro, e isso me deixava inquieta.
- Me dá aqui. - Travis estendeu a mão com firmeza, pegando o celular suavemente de mim. Seus olhos percorreram as imagens lentamente, examinando cada detalhe com uma calma que eu invejava. - Eu não vejo nada demais. Somos um casal normal, e tudo que eles querem é que a gente admita isso. Mas, sinceramente? Acho que não precisamos dizer nada. Eles já fizeram isso por nós.
Eu suspirei, inquieta, e cocei a cabeça. Meus dedos se enroscaram nos cachos que haviam se formado depois do banho - o resultado de não ter uma chapinha à mão, algo que me deixava ainda mais desconfortável. Sentia como se minha aparência refletisse exatamente como eu me sentia por dentro: desorganizada, fora de controle.
Claro, era de se esperar que um homem solteiro, como Travis, não tivesse um arsenal de produtos de cabelo à disposição.
Eu não pretendia ficar. Minha intenção era simples: vir para o aniversário de Tom, passar o dia com eles e voltar para Nova York. Mas os planos mudaram tão rápido que mal tive tempo de processar, e agora estava presa em uma tempestade de suposições e olhares curiosos. Travis, sempre tão prático, sugeriu que fizéssemos algumas compras, para garantir que eu tivesse o mínimo de conforto nos dias que passaria aqui.
Ele sempre sabia como resolver as coisas, e eu agradecia por isso, especialmente agora que voltar para Nova York não parecia uma opção viável.
Com a notícia já espalhada sobre minha presença no Kansas com meu "novo affair", fugir parecia impossível. As imagens de nós dois -relaxados, completamente alheios ao fato de que éramos observados - agora circulavam como se fossem prova de algo mais. Meu estômago se contorcia em nervosismo, e, por mais que Travis tentasse me tranquilizar, o peso da atenção da mídia me apertava o peito.
Eu sabia que ele estava tentando me ajudar, mas a verdade era que meu estômago estava em nós, meu coração batia acelerado, e minha mente não parava de repassar as manchetes.
- Sabe o que eu acho que você deveria fazer? - Travis perguntou, e eu balancei a cabeça em negativa. - Você devia conversar com seus pais. Eles merecem uma explicação, com certeza.
Eu mordi o lábio inferior, lutando contra a ansiedade que se apoderava de mim.
- Eu só queria ter esperado mais... - murmurei, minha voz vacilante.
Ele me olhou com um olhar firme, que parecia capaz de dissipar qualquer dúvida.
- Tay, confia em mim. Não há motivo para esperar mais. Vamos ficar juntos, não importa quantas matérias saiam sobre isso. Eu te prometo, do fundo do meu coração, que isso não será apenas um romance passageiro. Estou disposto a fazer o que for preciso.
Com um gesto suave, ele colocou o celular em meu colo e envolveu meu rosto com suas mãos grandes e acolhedoras. Seus olhos, tão sinceros, refletiam uma determinação que parecia inabalável. Senti um calor reconfortante se espalhar por mim, como se, naquele momento, ele pudesse proteger-nos do caos externo.
Aquelas palavras - simples, mas carregadas de compromisso - foram um bálsamo para meu coração inquieto. No meio da confusão, da insegurança e da avalanche de manchetes, a certeza da sua presença ao meu lado parecia a âncora que eu precisava.
- Promete que, não importa o que saía nessas matérias, você sempre vai ouvir o que eu tenho a dizer? Que nunca vai confiar nelas? - A minha voz tremia, carregada de uma vulnerabilidade que eu não conseguia esconder.
Ele me olhou com uma sinceridade que parecia iluminar a sala.
- Eu prometo.- E então, com um gesto delicado, selou a promessa com um beijo suave. - Eu namoro com você, e não com a mídia.
A carícia dos seus lábios foi seguida por um segundo beijo, também breve, mas com um toque de confiança.
- Sei que eles podem ser cruéis e inventar histórias, mas sempre vou ouvir você.
Com um último selinho, ele se aprofundou no beijo, seus lábios se movendo com uma intensidade que parecia afirmar cada palavra que ele dissera. Eu segurei seu rosto entre as minhas mãos, acariciando a textura de sua barba, enquanto nossos lábios se encontravam e se entrelaçavam com um fervor que falava mais do que qualquer promessa.
O beijo, agora mais profundo, era uma mistura de ternura e desejo, um refúgio seguro no meio do turbilhão externo. O mundo lá fora podia estar em caos, mas ali, com Travis, a única coisa que importava era o momento que estávamos compartilhando, a conexão que estávamos construindo.
- Estou com fome! - A voz do pequeno Tom irrompeu o silêncio do cômodo, como um trovão inesperado, fazendo-nos saltar de susto. Bati minha testa com a de Travis em um momento de descoordenação, como se o impacto do susto nos tivesse unido em uma colisão involuntária.
- Ai! - Reclamei, levando a mão à testa enquanto ajeitava a franja desalinhada, ainda atordoada pelo choque repentino.
Travis, igualmente surpreso, se levantou com uma expressão de confusão e leve irritação. Sua mão estava na testa, como se tentasse esfregar o choque do susto para fora.
- Tom! - ele exclamou, a exasperação na voz misturada com um riso nervoso. - Eu não sabia que já tinha acordado.
Thomas esperava, com seus olhos brilhando de expectativa e uma expressão decidida, como se o café da manhã fosse a tarefa mais importante do dia. O repentino retorno à realidade, com um garoto pequeno e faminto interrompendo nosso momento, trouxe um alívio natural à tensão. Nos permitiu relaxar, rindo da situação e lembrando que, por mais complicados que fossem os momentos, a vida continuava com suas pequenas, mas bem-vindas, distrações.
- Eu sei! Agora você fica aí, todo babão porque a tia Tay é sua namorada. - Tom disse com um sorriso travesso e um olhar esperto, seu tom de falsa indignação contrastando com a fofura de sua idade. - Mas pai, eu lamento informar, a vida é mais do que só beijos. Você também precisa fazer café da manhã para o seu filho!
- Ah, claro, pequeno grande filósofo. - Travis respondeu, rindo e se abaixando para ficar na altura de Tom. Ele olhou para o garoto com um olhar brincalhão e um sorriso largo. - Você deve ter dormido com sete anos e acordado com quê? Vinte?
Com um carinho genuíno, ele passou a mão pelo cabelo do Tom e perguntou com um tom afetuoso: - Então, meu campeão, o que você gostaria de comer no café da manhã hoje?
Tom, com sua simplicidade e sabedoria infantil, trouxe um sorriso ao meu rosto e suavizou o clima.
- Panquecas! - Tom exclamou, levantando um braço animado como se fosse uma bandeira de vitória. - Com muita calda de chocolate. Muita mesmo!
- Então teremos panquecas com calda de chocolate. - confirmou Travis com um sorriso, ainda se abaixado para estar no nível de Tom.
- Lindo, deixa comigo - falei, levantando-me com uma expressão resoluta. - Hoje o café da manhã é por minha conta.
- Você tem uma ligação para fazer. - ele observou, erguendo o dedo indicador e bloqueando meu caminho em direção à sala.
- Faço depois. - respondi, tentando contorná-lo.
- Você está apenas enrolando.- ele disse, segurando minha cintura com firmeza, seus olhos brilhando com um toque de desafio. - Deixe que eu cuido do café da manhã.
- Amor, só quero ajudar. - franzi a testa, sentindo a frustração crescer com sua insistência.
- Não é necessário. - ele insistiu, usando um tom suave e seguro. - Admiro sua teimosia, é encantadora quando parece prestes a explodir.
Com um beijo leve na minha bochecha, ele suavizou a situação, deixando-me com um sorriso involuntário. Sua ternura e a forma como lidava com minha resistência, misturando carinho e humor, trouxeram um conforto inesperado, transformando o pequeno desentendimento em um momento de afeto genuíno.
Não consegui conter uma risada, entregando-me ao abraço caloroso de Travis. Como ele conseguia fazer com que tudo ao seu redor parecesse tão descomplicado e leve? Era como se ele tivesse o dom de transformar cada pequeno instante em um momento de pura leveza e alegria, fazendo até as preocupações mais pesadas parecerem leves e efêmeras.
- Ei! - Tom empurrou-me para longe de seu pai - Não esqueçam que aínda estou aqui, querendo panquecas!
- Claro, claro! - eu ri, dando um tapinha de leve na mão de Travis que ainda segurava a minha cintura. - Vou me encarregar das panquecas. - falei, pegando o pequeno no colo. Ele me abraçou com força, e eu o balancei um pouco para aliviar a empolgação dele. Travis me observava, um sorriso satisfeito no rosto.
- TayTay é realmente a melhor. - Tom declarou com uma expressão de grandeza, como se estivesse anunciando uma grande descoberta.
- Eu sei, eu sei. - respondi, rindo e dando-lhe um beijo na bochecha. - Vamos preparar um café da manhã épico!
Caminhamos pela sala em direção à cozinha, o som suave dos nossos passos ecoando pelo espaço. Travis estava logo atrás, seu olhar atento acompanhando cada movimento nosso com um sorriso calmo e satisfeito. A luz da manhã filtrava-se pelas janelas, iluminando nosso caminho e criando uma aura acolhedora que envolvia cada passo que dávamos. A expectativa de um café da manhã compartilhado transformava o ambiente em um cenário de calor e familiaridade.
- Então, onde ficam os ingredientes mágicos para essas panquecas? - perguntei a Travis, enquanto colocava Tom na bancada da cozinha.
- Farinha está no armário à direita, açúcar ao lado, e a calda de chocolate está na prateleira de cima da despensa. - Travis indicou, apontando para diferentes partes da cozinha.
- Certo! Vamos começar. - Fui até o armário e peguei a farinha.
Tom se aninhou sobre a bancada da cozinha, sua voz vibrante e cheia de entusiasmo enquanto narrava com detalhes cômicos o sonho que tivera e os percalços da noite anterior com Bronze e Sterling na casa dos padrinhos. Cada palavra sua pintava uma cena vívida e divertida. Enquanto isso, eu lutava para alcançar o fermento escondido no fundo do armário. A tarefa envolvia um esforço pouco elegante, com muitos contorcionismos e estiramentos, fazendo-me parecer uma acrobata improvisada em busca do ingrediente essencial. A cena era um curioso contraste entre a leveza da conversa de Tom e a minha batalha com a prateleira, adicionando um toque de humor ao nosso início de dia.
- Tia Tay, você está bem aí? - Tom perguntou, sua risada travessa preenchendo a cozinha.
- Estou ótima, só estou aqui me contorcendo para alcançar o fermento. - respondi com um sorriso, estendendo o braço em um esforço exagerado para alcançar o ingrediente escondido na parte mais alta do armário. - Por que ele está lá em cima, hein?
- Parece que você precisa de uma ajudinha. - Travis comentou com um tom divertido, enquanto se aproximava. Com um movimento despretensioso, ele estendeu o braço e, sem esforço, pegou o fermento que parecia ter se escondido do resto do mundo. - Ajudou? Não sabia que você era tão baixinha. - brincou, seus olhos brilhando com a diversão do momento.
- Ajudou, com certeza. E até onde eu sei, eu sou bastante alta para os padrões. - repliquei com um sorriso, pegando o fermento de suas mãos com um toque de provocação. A interação, cheia de leveza e carinho, era um reflexo da familiaridade e afeto que permeava nossos momentos juntos.
- Não parece o que a cena de um minuto atrás indicou.
‐ É seu armário que está adaptado para o modo avatar. - revidei.
Travis com um sorriso satisfeito, inclinanou-se para me roubar um beijo.
- Eca! - Tom exclamou, cobrindo os olhos com as mãos, sua voz um misto de divertimento e exagero infantil.
- Travis, se controla! - eu disse, dando-lhe um leve empurrão no peito e tentando afastá-lo, enquanto ambos ríamos da situação. - Seu filho está bem aqui.
A atmosfera se encheu de risadas e um toque de leveza, o amor e o humor fluindo naturalmente entre nós, enquanto Tom fazia caretas engraçadas e Travis tentava manter um semblante de séria sinceridade, mas não conseguia esconder o sorriso no rosto.
Travis se encostou na bancada ao lado de Tom, a presença dele emanando um charme casual e relaxado. Enquanto ele observava com um sorriso, eu peguei uma presilha para prender meu cabelo, preparando-me para mergulhar na tarefa de fazer a mistura.
- Taytay, por que seu cabelo está tão... cheio? - Thomas perguntou, fazendo um gesto exagerado, como se eu estivesse com uma imensa juba de leão.
- Esse é meu cabelo natural, meu amor. - respondi com um sorriso, virando-me para ele. - Eu gosto de deixá-lo liso, mas os cachos são parte de quem eu sou.
- Eu gosto assim. - ele deu de ombros, com uma expressão sincera. - Os cachos são bonitos.
- Eu também acho. - Travis interveio, seu olhar suave e cheio de admiração encontrando o meu. - Com cachos, seu cabelo é realmente lindo. São perfeitos.
Enquanto ele falava, havia uma ternura em seus olhos, um carinho sutil que falava mais do que palavras poderiam expressar.
Senti um leve rubor surgir em minhas bochechas com os elogios inesperados ao meu cabelo. Embora eu não desgostasse dos meus cachos, geralmente me sentia mais confortável com os fios lisos. No entanto, ouvir Travis e Tom falarem sobre meu cabelo cacheado com tanta sinceridade e admiração me pegou de surpresa. Era como se, de repente, eu estivesse vendo minha própria imagem sob uma nova luz, através dos olhos carinhosos deles. Seus elogios, tão despretensiosos e genuínos, tocaram algo profundo em mim, fazendo com que eu visse meus cachos com uma nova perspectiva, aquecendo meu coração com um sentimento de inesperada gratidão.
- Ah, obrigada, vocês dois. - sorri, tentando disfarçar o rubor que se espalhava pelo meu rosto. O calor das palavras deles era uma mistura de surpresa e alegria que me deixava um pouco envergonhada.
- Tay, você vai brincar comigo mais tarde? - Tom perguntou com um brilho travesso nos olhos, suas pequenas mãos agitando-se animadas.
- Claro, gatinho. - respondi, piscando um olho de forma cúmplice. - Podemos brincar sim.
- Você pode fazer desenhos nas panquecas? - Tom perguntou, os olhos brilhando de expectativa.
- Olha só, você está ficando exigente, carinha. - Travis respondeu, lançando um olhar divertido para o filho. - Descansa um pouco. - disse indo para a sala de estar.
- Hmm, o que você gostaria que eu desenhasse? - refleti, tentando me preparar para o desafio. Desenhar não era exatamente o meu forte, mas estava disposta a me esforçar para ver o sorriso no rosto de Tom.
- Dinossauro! - ele exclamou, a empolgação evidente em sua voz.
- Então será um dinossauro. - concordei, com um sorriso decidido.
Antes que eu pudesse começar a transformar panquecas em dinossauros, Travis retornou à cozinha com uma expressão ligeiramente preocupada. Ele segurava meu celular na mão, que vibrava insistentemente. O identificador de chamada exibia o nome "mamãe♡", e o brilho da tela parecia refletir a urgência de sua ligação.
- Ligação para você, babe. - Travis anunciou, com um tom suave, enquanto entregava o celular para mim. - Pode deixar que eu cuido daqui. Vou me encarregar de criar o dinossauro que o Tom tanto quer.
O calor da cozinha contrastava com a frieza do telefone em minhas mãos, e a perspectiva de deixar o desenho para ele trouxe um leve alívio. Travis já estava a caminho da bancada, pronto para enfrentar o desafio das panquecas com a mesma dedicação com que enfrentava qualquer outra tarefa.
Suspirei, sentindo a textura ainda pegajosa da massa nas minhas mãos, e me rendi ao inevitável. Com um gesto resignado, limpei as mãos no pano de prato ao meu lado, sentindo a leve frustração se dissipar, e entreguei-me à ideia de que, por agora, minha atenção deveria estar voltada para a conversa que estava prestes a começar.
- Algum lugar privado?
- Pode usar o quarto mesmo. - Travis respondeu, apontando para o corredor. - Fica à vontade, eu cuido daqui.
Com um último olhar para Tom e Travis, segui para o quarto indicado. Meu coração batia mais rápido do que eu gostaria de admitir, sabendo que a conversa com minha mãe não seria fácil. Ela sempre foi protetora comigo, e as notícias de meu relacionamento com Travis, somadas ao histórico da mídia, certamente a preocupavam.
Fechei a porta atrás de mim e atendi a chamada.
- Oi, mãe...
- Taylor, querida, você está bem? - A voz da minha mãe soava ansiosa. - Eu vi as notícias, as fotos... Você não achou que deveria ter nos contado antes? Isso de ser pega de surpresa pela mídia não é nada legal.
Suspirei, sentando na beirada da cama.
- Eu sei, mãe. Eu queria ter falado com vocês antes, mas as coisas aconteceram tão rápido... Eu e Travis estamos tentando manter as coisas calmas, sem muita exposição.
- Eu entendo que você queira privacidade, Taylor. Só me preocupo porque sei como a imprensa pode ser cruel. Você está feliz com ele?
- Sim, muito. - Um sorriso se formou em meus lábios. - Travis me faz sentir segura, ele entende essa loucura que é minha vida e está disposto a passar por isso ao meu lado. Ele não se importa com a mídia.
- Isso é bom, querida. Só quero que você tome cuidado. - A voz da minha mãe suavizou um pouco. - Você merece alguém que te trate bem e que realmente se importe. Só espero que Travis seja esse alguém.
- Ele é, mãe. - Respondi com firmeza. - E eu também estou tentando lidar com toda essa exposição de uma maneira diferente. Não quero que o passado interfira no que estou construindo com ele.
- Certo. Confio em você, Taylor. Mas, por favor, não hesite em nos procurar se as coisas ficarem complicadas. Seu pai e eu estamos sempre aqui para você.
- Obrigada. Isso significa muito para mim. Vou manter vocês informados.
Após mais algumas palavras de carinho e conselhos atenciosos, desliguei a chamada, sentindo um leve alívio preencher meu peito. O peso das preocupações parecia ter diminuído, como se a conexão com minha mãe houvesse dissipado parte da tensão que eu carregava. Embora sua apreensão permanecesse, o apoio incondicional dela era um bálsamo reconfortante.
Voltei para a cozinha, onde a cena que se desenrolava era um misto de diversão e criatividade. Travis estava inclinado sobre a bancada, totalmente absorvido na tarefa de esculpir um dinossauro em uma panqueca ainda fumegante. Seus movimentos eram precisos e meticulosos, a ponta de sua espátula traçando linhas que davam forma a um dinossauro que parecia ganhar vida em meio à massa dourada. Tom, com seus olhos arregalados e cheios de curiosidade, observava cada detalhe com uma mistura de admiração e expectativa, a boca entreaberta em um sorriso encantado.
- E aí, a rainha já terminou de falar com a mamãe? - Travis perguntou, sua voz carregada de humor enquanto ele continuava a esculpir o dinossauro na panqueca.
- Sim, senhor dinossauro. - respondi com um sorriso, envolvendo-o em um abraço carinhoso por trás. Acariciei suavemente suas costas, sentindo o calor da cozinha contrastar com o frescor da conversa. - Ela só queria garantir que eu estava bem.
- E está? - Ele ergueu o olhar por cima do ombro, seus olhos refletindo uma mistura de suavidade e curiosidade.
- Sim, estou. - Respondi, a sensação de bem-estar permeando cada palavra. Inclinei-me e plantei um beijo delicado em seu ombro, o calor do seu corpo irradiando para mim. - Com vocês dois aqui, como poderia não estar?
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