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Capítulo 2 - Stay, Stay, Stay

POINT OF VIEW DE...

O evento esteve bom até certo momento. Taylor fez sua apresentação, e teve a certeza de que viu os olhos daquele adorável garotinho brilhando ao vê-la cantar após um pequeno discurso.

É claro; jamais poderia faltar os paparazzis, aqueles que a atormentaram durante boa parte de sua vida. Mas agora, não eram mais um problema tão grande, tratando-se do fato de que Joe não estava ao seu lado para constantemente reclamar-lhe por não terem privacidade - como se quando estivessem sozinhos, a paz pudesse reinar entre eles. Mas não, ela de fato, sempre soube que isso se tornara impossivel desde que voltara aos palcos com o álbum Reputation. - E ela gostava disso. Gostava de poder sentir-se brilhando, do mesmo jeito que sonhou quando era apenas uma adolescente a tentar conseguir um contrato com uma gravadora.

Ela gostava de saber que se estava brilhando, era por conta de seu trabalho, e não as custas dos outros.
E mais: gostava de saber que estava livre de alguém que odiava vê-la brilhar. De alguém que sempre manteve formas sutis para manipulá-la. Que usava o amor dela, contra ela mesma, para se ver sempre como a pessoa certa.

Terminar com Alwyn foi sua melhor - embora dolorosa - decisão. Algo que ela precisou fazer, pouquíssimo dias depois de ter começado a sua última turnê, da The Eras em 2023.
Foram noites em claro, chorando, pedindo a deus que mudasse a profecia, que lhe trouxesse alguém que a amasse tanto quanto ela poderia ser capaz de amar.

Mas não importava, era mais dificil do que realmente parece.
Talvez seu destino estivesse em ser uma mulher solteira, cujo os relacionamentos antigos lhe trouxeram diferentes traumas - com excessão de Lautner e Tom - e que a vida dedicava-se apenas a sua carreira tão estrondosa e gloriosa, algo que sempre almejou, desde seus dias mais jovens.

Concerteza foi uma surpresa para todos, inclusive para a loira, quando, após o aborto espontâneo, Alwyn pareceu sentir-se culpado, e disse que não a deixaria até que ela estivesse recuperada.
E ela sentiu aquilo novamente. O homem por quem se apaixonou, estava ali. Presente naqueles olhos azuis oceanicos, olhando nos seus, pedindo uma espécie de perdão camuflado, prometendo-lhe apoio, e parecendo dizer que sofreriam o luto juntos.

Foi bom enquanto durou. Os primeiros dias em que ela ficava deitada na cama, chorando, sentindo que havia um pedaço faltando. Ele estava ao seu lado, segurando sua mão, beijando seus cabelos, e dizendo que ficaria tudo bem.
Fazendo promessas, as quais ela poderia quase acreditar, se já não soubesse como as coisas realmente funcionariam quando luto acabasse.
E quando ela sentia que não poderia mais aguentar de tanto chorar, a cada que o assunto sensível lhe vinha a mente, Joe a segurava. A ajudava a lidar com aquela maldita crise de pânico que sempre a fazia correr para o banheiro e despejar tudo que comera durante o dia.

Mas quando o luto passou, as coisas voltaram ao seu "normal".
As brigas seguiram iguais - senão piores - onde ele lhe fazia acusações que eram como soco no seu estomago.
E se ela pensasse em seu bebê, que agora era apenas uma estrelinha no céu, que ela nem chegara a ver o rostinho, ele dizia o quanto ela era inútil para sequer conseguir manter uma criança no útero.
Aquilo a destruía tanto, que a fazia sentir nojo de si mesma. Por não ter realmente aguentado. Mas principalmente, por aínda estar com um ser repulsante como Alwyn.

E então, houve a segunda vez em que se viu no hospital por causa de Joe. Não por um aborto espontâneo, graças a deus, mas sim porque ele a fez voltar com seu transtorno alimentar.
Por que ele a fez odiar-se tanto, ao ponto dela querer punir-se de todas as maneiras possíveis, e isso incluía passar um dia inteiro sem comer. É claro, seu corpo não aguentou, e quando ela acordou, estava no hospital.
Com seus pais ao seu lado, dizendo-lhe que isso não era vida. Que ela não merecia isso.
E novamente, naquela tarde, ela desabou sobre as únicas pessoas que sempre lhe entenderam.

Quando voltou para a casa, e obviamente não encontrou o namorado, a loira foi curta e reta através de uma mensagem.

"Retire suas coisas do apartamento. Se possível, até o final de semana."

Foram as únicas coisas que ela conseguiu digitar, antes de caír em lágrima, consciente de que teria que suportar todos os próximos shows, com o coração partido.
Ela permitiu-se chorar durante muitos, principalmente quando cantava as composições que fez com o, agora, ex namorado. Os primeiros meses daquela turnê foram assombrosos. As placas dos fãs perguntando-lhe se estava bem após saberem do rompimento era mais um gatilho para que ela as vezes, pensasse em deixar tudo e apenas se isolasse até não poder mais.

Mas logo, tudo passou a melhorar. Sua vida deu um giro para um ar mais feliz. Ela sentia-se livre para não ter que correr para dentro dos carros, com medo de ser fotografada.
Essa era parte de sua carreira, embora fossem um pouco invasisos as vezes.
No entanto, ela podia ser ela mesma, sem Joe lhe ditando como deveria ser para que ele estivesse ao seu lado.
Mesmo que, um pedaço do britânico, sempre fosse permanecer com ela; e era o do filho que quase tiveram.
Aquela memória a assombraria para o resto da vida. Mas poderia lidar melhor com isso, sem ter o homem que mais amou, dizendo-lhe que ela era a única culpada pelo aborto. Ela, concerteza, já se sentia culpada o suficiente para isso.

E o simples fato de ter trocado poucas palavras com aquele garotinho, a fez sentir-se com uma espécie de nostalgia. Não que ela tivesse tido a oportunidade de conviver com seu bebê, mas era mais o fato de que ela pôde se imaginar como uma boa mãe, amarrando os cadarços dele, penteando seus cabelos, agarrando a mão dele e o guiando para que ele nunca se perdesse de sua companhia.

Era algo que ela nunca saberia como é viver. Simplesmente porquê, não havia a possibilidade dela tentar novamente, apenas para desiludir-se da ideia, se caso a tragédia voltasse a se repetir. E ela não considerava algo muito dificil, já que se culpava suficientemente para achar que seu corpo jamais aguentaria um bebê. Assim como não aguentou da primeira vez.

Desde o término com Joe, e o namoro relâmpago com Matty, aínda enquanto a The Eras Tour acontecia, ela chegara a uma conclusão: não nascera para viver um felizes para sempre. Nem mesmo para realizar o sonho de ser mãe.

E foi com esses pensamentos voltando a tona, que agora, a loira se encontrava ajoelhada, de frente para o vaso, e seu corpo impulsionado para a frente, os dedos sendo levados a garganta, enquanto todo alimento que digerira durante o evento, era despejado para fora.

Ela geralmente não se arriscaria a ser vista numa situação tão comprometedora e vulnerável como essa, estando fora de casa, com tantas pessoas à volta. Mas ela aguentou o máximo que pôde, para bem dizer. Se não fosse a saudade de algo que não voltaria, e as cicatrizes reabertas por seu ex, ela poderia estar bem.

Poderia ter ficado bem, apenas com a vibe nostálgica, se Joe não tivesse lhe ligado. Por que todas as vezes que ele sabe que ela está bem - e ele devia saber muito bem que ela estava nesse evento de caridade, pelas prováveis fotos que já devem ter circulado -, é uma necessidade para ele, acabar com a paz dela.
Dessa vez, uma ligação apenas para exigir o direito de alguns móveis que havia na casa de Cornelia Street. Móveis que ela pagou. E também, querendo pegar algumas coisas que deixou por lá. Itens que ele colecionava, e que ela nem fazia questão de ficar, mas sabia o quão mesquinho o loiro poderia ser, caso qualquer coisas estivesse um centímetro fora do lugar.

Se fosse apenas isso, ela aínda estaria bem, mas quando ele fez questão de comentar sobre a foto que vira, dela amarrando o cadarço do filho de Kelce, ela sentiu-se aínda mais atingida. A forma como a risada dele ecoou na ligação quando perguntou se ela estava brincando de ser mamãe apenas para não sentir a culpa do aborto espontâneo, a destruiu. E ela desligou na cara dele, tentando dirigir-se discretamente para o banheiro feminino, para não atraír olhares desnecessários no momento em que ela direcionava-se à própria ruína.

Para sua sorte, o banheiro estava vazio, e então, ela por fim pôde desabar. Mas aínda pensando em como manteria a aparência ao saír dali.

E enquanto seu corpo dava leves impulsos, seu rosto suando com o esforço dos despejos, ela apenas deixava as lágrimas escorrerem em suas bochechas, agora vermelhas.

— Taylor?

Batidas fracas na porta, interromperam seu momento a sós, fazendo seu coração acelerar quando distinguiu que a voz não era de um adulto.
Manteve-se em silencio, sua respiração ofegante, enquanto apenas a cabeça voltava-se para a direção da batida, aguardando para saber se, quem a chamou, era mesmo a pessoa que ela imaginou.

— Sou eu. Thomas.

A voz infantil voltou a dizer, e ela levou sua atenção ao vaso, apoiando-se para levantar. Um soluço lhe escapou dos lábios, e ela automaticamente se repreendeu por isso.
Fechou a tampa, e deu descarga, indo até a pia. O espelho refletia apenas a Taylor. Ali não era a Swift, que todos esperavam ser perfeita.

Era apenas Taylor.

Uma mulher cheia de problemas, com lagrimas debaixo dos olhos, franja quase colada a testa, devido ao suor. Deu graças a deus pelos cabelos estarem presos em um rabo de cavalo, caso contrário, um desastre teria acontecido quando ela permitiu-se ser tomada pelas inseguranças e ansiedade.

Lavou o rosto, e as mãos, e a batida na porta voltou a repetir. A mulher respirou fundo, antes de se recompôr, para por fim abrir a porta.

— Olá, meu amor. O que você faz aqui? — usou de sua voz mais simpática, tentando disfarçar o caos dentro de si.

— Eu vi quando você veio para cá. E você demorou. — o menino respondeu. — Por que estava chorando?

O impacto da pergunta, ressoando dos lábios de uma criança, soou um pouco mais desconfortável do que ela esperava.
A forma como uma criança pode ser tão direta em suas perguntas, não era algo com o que ela estava acostumada.

Teve de piscar algumas vezes, e lhe exibir o sorriso mais falso possível.

— N-não, eu não estava chorando. — gaguejou, agarrando a lateral da porta. —Só precisava de um tempo sózinha.

— Você está mal da barriga? Eu ouvi você passando mal. — Thomas disse, analisando a forma como ela reagia aos seus questionamentos sem filtros, porém, complementamente inofensivos. — Sabe, a minha vovó, uma vez, fez um chá para mim quando eu estava mal da minha barriga. — comentou, esfregando o local, por cima de sua blusa. — Era um chá ruim. Horrível. Mas funcionava. — fez uma careta, provocando um leve sorriso, embora ainda parecido forçado, da mais velha.

— É mesmo, lindo? — Taylor se ajoelha no chão, ficando a altura dele, entre o banheiro, e o corredor, que estava meio vazio, já que, boa parte das pessoas estavam desfrutando do evento. — Bom, você têm razão. A tia Taylor está um pouco mal da barriga, entende? — fez um bico, e ele assentiu. — Mas eu vou melhorar. Agora... — ela olha para ambos os lados do corredor esticado, e depois pousa o olhar nele. — Acho que você não deveria estar aqui, atrás de mim, deveria? Seu pai deve estar te procurando.

— Não posso deixar você sozinha.

— Vou ficar bem.

— Mas você estava chorando. Por causa da dor na barriga. — argumentou, cruzando os braços, não muito convencido da atuação da loira de que ela ficaria bem.

E foi quando Taylor se questionou; quando foi que aprendera a conquistar pequenos coraçõezinhos?
Por que aquele garotinho se preocupava tanto?

— Thomas, de novo! — a voz grossa, que ela bem reconhecia, chamou a atenção de ambos. — O que você faz aqui, garoto!?

Travis esticou a mão para o mais novo, que se recusou a agarrar.
O homem por fim, olhou para a loira ajoelhada no chão, que lhe deu um sorriso desconcertado, acenando com a mão.

— Desculpe, ele me seguiu até aqui. — explicou-se, não querendo que ele pensasse mal dela.

Por um instante, Travis deixou de preocupar-se com o filho, já tendo a plena certeza de que ele estava bem, e passou a preocupar-se com a ex cantora.
Sua cabeça tombou para o lado, e a luz refletiu um rosto brilhante, indicando que minutos atrás, a loira esteve chorando.

Os questionamentos rondaram seus pensamentos, buscando possibilidades pelas quais a artista teria derramado lágrimas.

Já não era um segredo que, desde que ouvira as músicas dela, em seu album favorito - o 1989 - e que fora questionado naquela entrevista, em que disse que a beijaria, ele sentia uma certa atração pela mulher.
Mas nunca considerou a possibilidade de ser notado por ela, afinal, ela sempre tinha um pretendente ou outro, pessoas sempre no mesmo ramo de fama que ela.

Quando soube que a turnê The Eras passaria pelo Kansas, justo no seu segundo lar, o Arrowhead Stadium, seu melhor amigo, Patrick Mahomes, o convidou para assistir o show.
Com a consciência de que ela arrecém tinha saído de um relacionamento duradouro, com o tal ator britânico - que Kelce não simpatizava nenhum pouco, somente pelas poucas vezes que se ouviu falar do mesmo - e, sabendo que ela tinha tido um envolvimento curto com Healy, ele desconsiderou as possibilidades dela vê-lo como um futuro pretendente. Sim, a ideia do número de telefone na pulseira fora de Travis inicialmente, mas ela não aceitou vê-lo, como soube, então, pôs a pulseirinha, junto com seu sonho, fora. E particularmente, ficou impressionado que o filho conseguira lembrar seu telefone de cór, e que aínda quisera fazer isso ser uma realidade.

Mas ver aquela mulher na sua frente, não era nada comparado às redes sociais. Ela era mais bonita aínda. Mais cheirosa. E simpática, com toda certeza.

— Papai, Taylor está mal da barriga. — o menino apontou, o fazendo parar instantaneamente de analisar os traços da cantora. — E ela estava chorando.

— Oh, você não está bem? — o jogador perguntou, estendendo uma mão para ajuda-la a se levantar. — Quer que eu te traga... não sei, algum remédio?

— Ah, não, muito obrigado. — passou as mão pela saia, para ajeitar-se. — Eu já estou de saída, na verdade.

— Pai, vamos também. Ela vai lá pra casa, você faz o chá que a vovó ensinou.

— Tom, não é assim que as coisas funcionam, filho. — Travis tentou explicar, lançando um olhar de canto para a mulher, que sorriu. — Taylor quer ir para a casa, descansar para ficar bem.

— Mas ela pode ir com a gente, papai, por favor! Ela precisa tomar o chá da vovó, e de alguém para cuidar dela. Não pode ficar sozinha. — o menino implorou. Os olhinhos brilhando, alternando entre os dois adultos. — Você lembra? Quando ficava mal, e você me deixava no quarto, eu me sentia mais mal aínda. Lembra?

— Thomas, eu agradeço o convite, e a atenção que você quer dar a mim. — Swift abaixou o olhar na direção dele, sorrindo, sentindo-se um pouco - bem pouco - melhor. — Mas acho que não seria uma boa ideia eu ir para a casa de vocês.

— Pai, ela estava chorando. Por favor! — o garoto de cabelos castanhos, dirigiu-se ao pai, e Taylor o acompanhou.

O homem queria, e muito, que isso acontecesse. Quer dizer, ele iria realmente levar aquela mulher para sua casa, e cuidar dela uma noite inteira, até que a mesma se sentisse melhor?
Travis não achou realmente que a loira estivesse "mal do estômago", como o filho disse. Mas ela definitivamente não parecia nada bem, e ele podia perceber a palidez no rosto dela, e a forma como ela forçava um sorriso na frente de seu filho.

E isso, apenas esse ato de consideração da artista para que uma criança não notasse, seja lá qual for a tempestade que reinava dentro dela, era o suficiente para que o coração do ex-jogador desse um salto.

— Bem, Taylor, se você....

— Travis, não se incomode comigo, por favor. Eu não quero causar problemas para você e a...

— Não causa!

Ele foi rapido em interrompê-la, imaginando qual seria a próxima palavra - mãe de Thomas -, e ele não podia permitir que o garoto ouvisse isso.
Não agora, que o menino parecia tão bem em ter esquecido qualquer acontecimento em relação a mãe.

Está tudo bem. Travis reafirmou, percebendo a dúvida se estabelecer na mulher a sua frente. — Você pode ir lá em casa. Se estiver bem com isso, é claro.

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Se alguém dissesse à Taylor, em algum momento de sua vida, que estaria na casa de um ex-jogador de futebol, após um evento de caridade em que ambos se encontraram por acaso, e tendo que fingir que a única coisa que lhe afetava era uma simples dor de estômago, ela concerteza riria da pessoa.

No entanto, por alguma espécie de brincadeira do destino, ela estava ali. Com um menino na sua volta, fazendo de tudo para anima-la.
Ela assistia Thomas dar ordens ao pai, como "ligue para a vovó e pergunte a ela sobre o chá", ou "conte à Taylor sobre o tio Jason, ela torce pro time dele".
E honestamente, ver isso, a alegrava.

Era engraçado como Travis parecia perdido em meio a tantas ordens, e em como um homem tão grande e imponente, se disponibilizava a fazer chá para ela.
Ela só não conseguia parar de se perguntar sobre onde estava a mãe de Thomas. Ou se seria mal interpretada, caso a mulher aparecesse na casa, presenciando o marido sendo tão atencioso com ela.

— Aqui, Taylor. — o homem lhe alcançou uma xícara de chá fumegante. — Você quer algo leve para comer? Uma sopa, talvez?

Não queria ser ingrata ou algo do tipo com ele, mas lhe era impossível pensar em digerir algo, quando conseguia apenas sentir repulsa do próprio corpo. Desse que despejou seu filho dali de dentro, causando um buraco muito fundo no coração dela.
Então, ela se reduziu apenas a um balanço de cabeça, mas viu o homem voltar para a cozinha, para algum afazer que ela desconhecia.

Minutos atrás, Travis havia mandado Thomas ir tomar banho e se preparar para dormir. Agora, ela ouvira os pequenos passos apressados nas escadas.
Ela se limitava a fazer qualquer coisa, como se estivesse um pouco timida naquele lugar desconhecido, mesmo sentindo-se muito acolhida por essas duas pessoas incríveis.

Sentada no sofá, bebericando aquele chá, que, como dito por Thomas, sim, era horrível - o famoso chá de boldo -, ela ouviu aquela pessoa pequena se aproximando.
Quando por fim o viu à sua frente, vestindo em seu pijama com estampas de foguetes, e com uma manta toda embolada, debaixo dos braços. Os cabelos loiros escuros estavam completamente desordenados e molhados, tanto, que chegava a ser engraçado.

— Você quer se deitar, Taylor? — perguntou, entregando a manta para ela.

— Não é necessário, meu amor, estou bem assim. — a loira larga a xícara sobre a mesa de centro, parando para dobrar a manta que ele colocara em seu colo. — Daqui a pouco vou embora.

— Mas eu não acho que você está bem para ir embora. — ele se apoia na perna dela, e no estofado do sofá para subir no mesmo. — Acho que você tem que ficar. E nós podemos assistir um filme! — exclamou animado. — Ou você pode brincar de carrinho comigo. Você brincaria comigo? — falando quase sem parar, ele ficou de joelhos no sofá, seus olhinhos verdes brilhando em expectativa.

— Eu posso brincar com você. Mesmo que eu não lembre muito sobre como faz isso. — respondeu meio pensativa, mas completamente encantada por aquele menino. — Você quer me trazer seus carrinhos?

— É melhor deixar a Taylor descansar, Campeão. — Travis sugeriu, aproximando-se dos dois. — Sei que você quer muito brincar e mostrar os brinquedos para ela, mas vamos apenas cuidar dela, como você disse que faria, pode ser?

Para a surpresa de Taylor, o garoto assentiu, e não questionou a ordem do pai. E ela pensou no quanto mais seria impressionada por esse menino, e esse homem.
Thomas sentou-se ajeitadamente ao lado dela.

— Vamos, Tom. Quero pentear seu cabelo. — o homem chamou.

—.Ah, não. Eu posso fazer isso. — Taylor se ofereceu, esperando ser útil e, pelo menos um pouco, agradecida.

Ele sorriu, seu bigode erguendo-se conforme a curva dos labios desenhavam o sorriso dele. E ela relaxou, quase como se os conhecesse de uma vida inteira.
Se prontificou em buscar o pente no banheiro, e alcançar para a loira.

Taylor cuidadosamente pôs a mão sob o queixo de Thomas, o fazendo manter o rostinho reto para ela.
Começou a pentear devagar, o pente deslizando entre os fios úmidos, separando com cuidado cada mecha embaraçada. Ela podia sentir a textura macia dos cabelos de Thomas em suas mãos, o cheiro fresco do shampoo ainda presente no ar.
Ele se remexia um pouco, mas ela mantinha uma mão firme e gentil em seu queixo, segurando-o no lugar.

— Está doendo? — questionou quando ele fez uma careta e fechou os olhos.

— Não, Tay.

Cada movimento era meticuloso, os dentes do pente movendo-se suavemente para evitar qualquer puxão que pudesse causar desconforto.
Quando encontrou um nó teimoso, ela usou os dedos para desfazê-lo delicadamente antes de continuar com o pente.

— Prontinho, quase terminando.

A mulher nem percebeu que Travis aínda estava ali, admirando a interação tranquila deles.

Com os cabelos agora lisos e brilhantes, Taylor passou os dedos pelas mechas para dar o toque final, admirando o resultado.

— Você tem um cabelo lindo, sabia? — tocou levemente com o indicador, a ponta do nariz dele.

Ele apenas riu meio tímido, parecendo admirá-la.
Kelce riu ao ver isso. Ela tinha o dom para ser mãe, e ele se perguntou se ela já cogitou essa ideia.
Quando ela finalmente o notou ali, as bochechas dela coraram, e ele achou adorável.

— Vou tomar um banho rápido. — o ex tight-end avisou. — Comporte-se Tom.

Taylor o assistiu sumir entre as escadas, e então, suspirou longamente, demorando o olhar na xicara de chá que aínda saía fumaça.

— O papai fez o chá?

— Fez sim. Ele é bem atencioso. — respondeu, sentindo vergonha pela observação feita a um homem que deve ser muito bem casado.

— Ele é. E cuida muito bem de mim. — Thomas cruza as pernas num estilo mais masculo — Menos quando ele fica doente. É um pouquinho dramático.

— A, sério? — Swift franze a testa, achando engraçada a pose dele. — Ele é dramático?

— Muito. A vovó Donna sempre tem que vir cuidar dele quando isso acontece. — ele pousa os cotovelos sobre o joelho, apoiando o rosto nas próprias mãos, como se fosse um pequeno adulto.

— Você é engraçado, Tom. — disse pegando sua xicara de chá e rindo espontaneamente, pela primeira vez desde a ligação de Joe. — Parece um adulto falando.

— Mas eu sou grandinho. — argumentou, cruzando os braços. — Vamos assistir um filme?

— Humm, claro. — olhou o relógio, sabendo que dizer que tinha que ir embora, não adiantaria, já tendo visto que ele sabe como conseguir as coisas. — O que vamos assistir?

Ele ligou a tv, já acostumado a fazer isso, e então, começou a buscar pelo filme que queria. Ela terminou de beber o chá, sentindo-se aliviada de não ter que sentir mais aquele gosto horrível.

— Pets!

Ela assentiu, bocejando, enquanto o viu procurar pelo filme, até por fim encontrá-lo.
Ele a olhou, parecendo estuda-la.
Se prontificou em afofar uma almofada, e dar leves batidinhas como indicação.

— Deita, Tay. — pediu, já guiando-a para fazer isso.

A cabeça da loira pousou sobre a almofada, e então, ela viu o menino abrir a manta azul que trouxe, e cobri-la.
E ela se sentiu tão amada com este simples gesto.
Foi ainda mais suspreendida quando ele deitou-se ao lado dela. Ela o abraçou, e começou a lhe fazer um cafuné nos cabelos molhados.
O ouviu suspirando com a satisfação, e sorriu para ele, mesmo que ele não visse.

Conforme o filme estava arrecém no inicio, ela sentia o casaço embala-la num sono, em que ela abria e fechava os olhos, querendo se manter acordada.
Mas não conseguiu. Em questão de minutos, tanto ela, quanto Thomas estavam dormindo, e os cafunés dela cessaram, com a mão pousada nos cabelos castanhos.

A ex cantora sequer percebeu quando Travis voltou a sala e os admirou, pensando na sorte que Thomas teria se tivesse tido uma mãe como a loira.
Após um tempo de reflexão, ele tentou não fazer barulho quando afastou o filho dela, e o levou até o quarto do mesmo, o tapando, e lhe dando um beijo na testa.
Em seguida, o homem voltou, e, achando que seria desconfortável que ela dormisse no sofá, a pegou no colo e a levou até o próprio quarto, não querendo acordá-la ao ter que optar pelo caminho mais longo para que ela dormisse no quarto de hospedes.

Ele achou que ela merecia o melhor colchão, e que ele fosse para o de hospedes. Uma visita como a de Taylor, merecia ser muito bem tratada.

E enquanto Travis se arrumava para dormir, Taylor se encontrava imersa em um mar de pensamentos e misturas de acontecimentos do seu dia.

As imagens de Thomas misturavam-se às ideias dela e como seria o bebê que ela nunca teve. Imaginou as características de Joe mescladas às suas, e então, o universo real, passou a ser difícil de ser distinguido.
Ela se contorceu na cama, sentindo-se perturbada.

Estava em um parque, o sol brilhava suavemente e uma brisa fresca soprava. Caminhou pelo gramado até avistar um menino sentado em um banco. Os cabelos quase ruivos, identicos aos de Joe, brilhando em contraste com os raios de sol, e os olhos azuis oceânicos, identicos aos dela.

Ele levantou a cabeça e sorriu para ela, um sorriso que fez seu coração acelerar.

— Oi, mamãe — disse ele, com uma voz suave e cheia de amor. O coração de Taylor parou por um segundo. Era ele, seu filho.

Correu até ele, ajoelhando-se e envolvendo-o em seus braços. As lágrimas fluíram livremente enquanto o segurava, sentindo o calor do corpo dele contra o seu.
E foi bom. Como se o unico pedaço de quebra cabeça que faltava nela, se completasse ali, naquele abraço.

Eu sinto tanto sua falta — sussurrou, sua voz embargada pelo choro. — Eu te amo tanto.

Eu também te amo, mamãe — ele respondeu, acariciando o rosto dela. — Estou sempre com você.

Aquelas palavras trouxeram um conforto imenso, mas também uma tristeza profunda. Como ela poderia seguir em frente sem ele? Como poderia ser feliz novamente?

Não chore, mamãe, por favor. — pediu, com uma sabedoria que parecia além de seus anos. — Há duas pessoas entrando na sua vida que vão te fazer muito feliz. Tanto que você nem vai mais sentir minha falta.

Ela balançou a cabeça, negando veementemente.

Não, eu sempre vou sentir sua falta. Sempre. — sem conseguir fazer a cascata de lágrimas parar, o indicador dele acariciou o contorno daquele rosto que parecia brilhar. Como o de um anjo. —Não quero que você vá.

Ele sorriu tristemente, seus olhos refletindo uma compreensão profunda.

Eu preciso ir, mas sempre estarei com você, no seu coração. E você no meu.

Por favor, não vá. — implorou, buscando a mãozinha dele, e a segurando a mão dele com força. — Fique comigo.

Ele se inclinou e deu um beijo na bochecha dela.

Eu te amo, mamãe. — como num passe de mágica, conseguiu fazer ela soltar sua mão, suavemente. — Até logo.

Não, não vai! — gritou, implorando, como se ele estivesse desencaixando a peça do quebra cabeça de novo. — Por favor, fique com a mamãe! Eu vou cuidar bem de você, prometo.

Ele começou a se afastar, e Taylor sentiu uma dor esmagadora no peito. Tentou segui-lo, mas seus pés não se moviam. Gritou por ele, mas sua voz não saiu.

O sonho desfez-se, e ela acordou, o coração batendo descontroladamente e as lágrimas ainda escorrendo pelo seu rosto. A mão sobre o peito, instintivamente, enquanto ele subia e descia descontrolado.
A loira nem lembrou-se de que não estava em sua casa, onde chorou por várias noites. Tudo que passava como um loop na mente dela era o sonho. E a saudade e a dor, que eram tão reais quanto no sonho.

— Por que você foi...? — murmurou com a voz embargada pelo choro.

Durante esse pensamento alto, ela se assustou quando a luz do quarto acendeu-se, e viu a silhueta de Kelce na porta, com um semblante confuso e preocupado.

— Ei, desculpe chegar assim. Você está bem? — a calma na voz doce dele, não ajudou muito.

Taylor sentou na cama, e abraçou os joelhos. Ela não conseguiria disfarçar. Não quando esse sonho foi tão real ao ponto de mexer com seu psicólogico.
Sentiu-se desabar em lagrimas, ouvindo a porta se fechar e ser cadeada.

— Calma. — ele pediu, enquanto caminhava até ela. — Estou aqui. Você pode me dizer o que houve, se sentir bem com isso. Ouvi você murmurar algo enquanto dormia e vim verificar se estava bem.

Nada.

Ela apenas chorou mais. Implorando em pensamento para que deus lhe desse a oportunidade de ter seu filho de volta.
O bebê que ninguém, além de sua família e os médicos, souberam que ela teria.
Kelce sentiu o corpo dela tremer, quando por impulso, a abraçou, desejando de alguma forma, fazer com que o desespero dela passasse.

Ele não poderia definir que apenas um sonho a assustou dessa maneira. Mas se o sonho mexeu com algo que já estava dentro dela, daí sim ele poderia definir isso. Mas não sem ela contar a ele.

— Não foi justo. Não foi. — ela sussurrou entre os soluços. —Por que isso aconteceu comigo?

— Shh! Vai ficar tudo bem. — beijou entre os cabelos dela, e ela se agarrou aínda mais a ele.

Sem dizer mais nada, ele apenas a esperou se acalmar. Gradativamente, as lagrimas cessaram e os soluços e tremores diminuiram. Mas ele a manteve no abraço.

Só por precaução.

— Você não estava mal do estomago, estava? — a voz dele reverberou sobre o local fechado, e ela apenas negou, sem encara-lo, com a cabeça apoiada em seu peito. — O que aconteceu com você?

Como ela poderia contar? Querendo ou não, ele ainda lhe era um estranho, e, dizer que quase teve um filho, era arriscar que amanhã ou depois isso estivesse em todas as manchetes e por toda internet.

— Foi apenas alg-algo ruim. - soluçou. — Desculpa. Estou na sua casa, te causando problemas.

— Eu nunca disse que você está me causando problemas. Talvez, se você quiser, pode desabafar comigo sobre o que é esse "apenas algo ruim"? - destacou fazendo aspas com os dedos, antes de voltar a envolvê-la em seus braços.

— Um sonho. Muito, muito real. Tanto que chega a doer... doer aqui. — apontou para o coração dele, para que compreendesse sem precisar um contato visual. — Você já teve um assim?

— Já. Muitos. — respondeu quase sussurrando. — E o que aconteceu? No sonho.

— Travis, eu não... não posso.

— Estamos entre amigos. E eu te dou minha palavra de escoteiro que nunca sairá daqui, nada do que me contar.

Um silêncio se fez presente, enquanto ela parecia considerar bem se seria certo contar a ele sobre isso.
Ele exalava confiança, e proteção. Ela se sentia protegida nos braços dele, quase como se nenhum mal pudesse atingi-la.

— Eu tive... quero dizer quase tive um bebê. Com o meu ex, Joe Alwyn. — confessou, fechando os olhos. — Na pandemia. E quando eu descobri qual seria o sexo, nós discutimos pela falta de desinteresse dele para com o nosso filho. O estresse foi tanto que... que... — Travis sentiu as lagrimas dela molharem seus braços, e a apertou mais contra si. — Que tive um aborto espontâneo.

— Taylor, eu sinto tanto. Mesmo. — quando o ouviu, pôde jurar que a voz dele tremeu.

— E eu me sinto péssima. Por que foi minha culpa. Eu não deveria ter insistido a ele que exercesse um papel que só cabia a ele ter vontade. — soluçou mais. — Se eu não tivesse sido tão... Ele poderia estar aqui comigo.

— Ei, não, não. A culpa jamais será sua. — afirmou, aconchegando-a em seu peito. — Isso poderia acontecer com qualquer uma. Você só queria que o melhor para os três.

— O sonho que tive... a criança estava comigo. Era tão parecido com Joe e eu. Foi tudo tão.... Foi real demais. Falou como se estivesse comigo a todo momento. — o choro saiu um pouco mais alto, e ele sentiu seu coração doer por ela. — Pedi que ele não fosse embora, mas ele foi, Travis.

— Tá, shh, está tudo bem. — murmurou, deixando uma lagrima cair entre os cabelos dela. — Não é culpa sua.

E novamente, ele precisou esperar que a calma se acentuasse sozinha em meio a dor daquela mulher que se faz de forte diante de todos.
Uma mulher que sofria um luto de anos atrás, unicamente por que um homem - ou talvez metade de um- não quis exercer seu papel como pai, causando dor naquele ser humano incrível.

Após minutos, - ou talvez horas, Travis não soube dizer- finalmente a sentiu a se acalmar, já melhor estabilizada, mas aínda achegada a ele.

— Você precisa descansar. — disse desvenciliando-se dela. — Quer que eu traga uma água com açucar?

— Não, obrigado. É... que horas são?

— Deve ser umas duas da madrugada. — deu de ombros.

— Meu deus! Eu já devia ter ido embora faz horas. — ela parou e notou as próprias vestimentas. O mesmo look do dia ainda em seu corpo, com excessao da jaqueta de coro marrom que estava ao seu lado na cama.

— Taylor, fique. Está tarde, frio, e não acho um bom momento para você sair sozinha.

— Mas e a sua... e a mãe de Thomas?

— Não precisa se preocupar com isso. — soltou uma risada nasal, erguendo-se da cama. —Apenas descanse. E se precisar, estou há alguns passos de distância.

— Travis. — ela chamou baixinho, mas suficientemente alto para ele ouvir, e parar na porta, antes de destrancar. — O que houve com ela? Com a mãe de Thomas.

Por um momento, quis lhe negar o conhecimento da história, mas então, pensou na que Taylor lhe mostrou confiança e confidenciou a ele. Pensou; nada mais justo do que fazer o mesmo.

Com um suspiro, e passos pesados, voltou a cama. A loira sentiu o colchão afundar-se para o lado dele.

— Ela achou que éramos muito novos para ser pais. —começou, engolindo seco. — Mas conforme as etapas da gravidez aconteciam, pareceu gostar mais da sensação de ser mãe. Depois que ele nasceu, a pedi em casamento. Tudo correu tão bem, que foi quase como viver um sonho. Mas em um dia, ela simplesmente foi embora, deixando um bilhete, alegando ter encontrado alguém melhor. Alguém que tinha os mesmos pensamentos que ela com relação a ter filhos, ou melhor não ter.

— Nossa, isso é...

— Cruel da parte dela? Eu sei. — concluiu embargado. — Sabe, se ela não queria seguir comigo, eu entenderia. Mas nosso filho não merecia isso. Ele merecia uma mãe.

— Sim, ele merecia.

Concordou, percebendo o quanto o mundo é injusto, e as pessoas são ingratas. Enquanto ela chorava por não ter conseguido pôr seu filho no mundo, outra mulher desperdiçava as oportunidades que a maternidade lhe proporcionava.

— Sinto muito. — foi só o que conseguiu dizer, inclinando-se para um abraço desajeitado, e deixando um beijo plantado no buzz cut dele.

Ele sorriu, embora a tristeza transbordasse em seus olhos agora, não tão iluminados.

— Boa noite, Swift. — levantou, indo em direção à porta, e apagando a luz ao sair.

— Boa noite, Kelce. —sussurrou, sabendo que ele não tinha escutado.

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