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Capítulo 18 - Band-aids don't fix bullet holes

TRAVIS KELCE POINT OF VIEW

Kansas City, Missouri

Aquele convite do técnico Reid — bem, agora não mais meu técnico foi inesperado.
Sentia-me nervoso com a ideia de estar no lugar em que antes eu treinava para que junto com o time, garantissemos a vitória.
Mas a seriedade na voz dele durante a ligação, foi o que me deixou intrigado.

Eu não tinha a menor ideia do que ele queria, nem sabia se, levar uma criança não acabaria o desconcentrando.
A verdade era que, Thomas deveria estar na escola. Mas adivinha? Ele conseguiu me dobrar, garantindo que, estava muuuito doente para ir.
De fato, não estava com uma aparência boa. Tinha chorado uma noite inteira, e isso, desde que Taylor voltou para Nova York.

Não quis comentar nada com ela para que ela não se sentisse mal. Afinal, já estava sendo difícil para ela vê-lo tão manhoso durante as chamadas de vídeo. Mas ele tinha que aprender que, ela também tinha uma vida, e que de vez em quando, era necessário essas viagens.

Para mim, vê-la realizada com a ideia de voltar aos palcos, ou apenas com a ideia de escrever músicas e talvez vendê-las para outros artistas — já tinhamos conversado sobre isso — me deixava feliz.
Mas me fez pensar também. Ela sabia onde era seu lugar no mundo. Se ela não seria mais uma cantora, então se tornaria "professora", como eu costumava dizer, de música, para crianças. E eu? O que eu seria, se já não era mais um jogador no meio do campo conquistando troféus?

Eu não tinha resposta. Tudo bem, ser um personal trainer era legal. Mas essa não era minha ideia quando me aposentei. Não tinha como voltar atrás agora.
Amo estar me dedicando mais ao meu filho, sem dúvidas. Porém, sinto que aínda não encontrei meu lugar nesse mundo onde não existe uma multidão de torcedores vibrando por um touchdown meu.

— Está se sentindo bem, campeão? — perguntei, mantendo sua mão pequena, presa à minha, enquanto caminhávamos em direção ao estádio.

— Eu estou cansado. — respondeu, com um suspiro que eu poderia jurar ser muito dramático. Mas não era. Eu sabia bem o que ele significava. — Queria que a mamãe estivesse aqui com a gente.

As bochechinhas rosadas dele, e o biquinho formado eram de partir o coração. Eu odiava ver meu filho daquela maneira.
E, para ser sincero, o único momento em que ele se mostrou/se mostra contente, é durante as chamadas com a Tay.
Parece que o humor dele muda rapidamente. E é nesses momentos que eu percebo a grande mudança que aquela mulher estava fazendo em nossas vidas.

Eu não podia perdê-la. Nem fazer algo que provocasse isso. Porque, seria uma perda grande não apenas para mim, mas também para a pessoa que eu mais amo nesse universo. Meu filho.

— Relaxa, campeão, aínda temos mais uma chamada de vídeo a noite. — apertei levemente sua mão, como sinal de que estava tudo bem. — A mamãe vai estar conosco em breve. E lembra? Ela tem uma surpresa pra você.

Não fazia a mínima ideia do que era a tal surpresa mencionada por Taylor durante a ligação. Mas até mesmo eu, estava curioso.
Quero dizer... quantas surpresas essa mulher consegue fazer de uma vez só?
Aínda estou louco para descobrir se, aquela que ela prometeu para mim, não era mesmo uma dança privada de Vigilante Shit naquele body pequeno e revelador.

— Papai, você nunca vai permitir que ela vá embora, né? — ele ergueu o olhar para mim, aqueles olhinhos verdes brilhando em expectativa pela minha resposta.

— Não. — afirmei, parando de caminhar, agaixando-me pra ficar à altura dele. — Ei, cara, calma. — pedi pondo as mãos nos ombros dele, fazendo-o me olhar. — A mamãe volta. Nós somos uma família. Ela nunca vai embora, campeão. Eu garanto.

Ele assentiu levemente. Mas seus olhos, aínda exalavam dúvidas. E eu compreendia todas elas. Quantas feridas Kayla deixou nele?
Lembro-me das vezes em que tive de ir na escola para acalmá-lo.

Apenas um garotinho.

Mas um garotinho que chorava ao ver seus coleguinhas com suas mamães, e ele sem. Um garotinho que não compreendia porque alguns — Deus que me perdoe — moleques mimados, sem educação alguma, zombavam dele por não ter uma mamãe.
Eu sentia vontade de partir para cima desses pais que, não faziam o mínimo, que era mostrar para os filhos que, nem todas as familias compunham as tradicionais.
Existem muitas crianças que são criadas de formas diferentes. Muitas delas, não tem nem pai, nem mãe.

E está tudo bem.

Embora seja doloroso, isso não deveria ser motivo para bullying. Por que.... caralho! Qual é a criança que vai escolher não ser criada pela mãe? Ou não ser criada pelo pai? Ou entao, não ser criada nem por um, nem por outro?
Não existe.
Não foi algo que Tom escolheu. E mesmo assim, ele sofreu muito com isso. Com as decisões de Kayla.

— Por que essa pergunta, filho? — indaguei, franzindo a testa, aínda sem compreender porque tamanha desconfiança de que Taylor não iria voltar. — Conta pro papai. Eu posso tirar qualquer dúvida sua.

Tom pensou, repensou, e manteve seu olhar no meu. Vez ou outra, desviava para alguns cantos, mas aquela expressão era nervosa. Eu o conhecia bem. Tinha algo o incomodando.

— Eu sonhei que ela não queria mais voltar — depois de muito pensar, ele murmurou baixinho, com a voz chorosa, carregada de uma tristeza infantil que partiu meu coração. — No sonho, ela tinha desistido de ser minha mamãe. E ia ficar em Nova York para sempre. Eu incomodo muito?

— O que? Não, não, meu amor. Você não incomoda, campeão. E ela te ama muito. — limpei a lágrima dele com o polegar. — Ama muito, muito mesmo. Foi apenas um sonho. E ela não vai ficar pra sempre em Nova York. Veja só, estamos mais perto do dia de ela vir, lembra que ela te explicou?

Em um balançar afirmativo da cabeça, ele concordou, mas suas lágrimas nao cessaram.

— Tom, vem cá. — peguei-o no colo com facilidade, o ajeitando para que suas pernas rodeassem o lado esquerdo da minha cintura. — Olha, carinha, os sonhos as vezes são... reflexos dos nossos medos, entende? — ele nega. Claro que não entende. — Eu quero dizer que, você está pensando demais nisso. Você está ansioso para a mamãe voltar. E na hora que você dorme, seu cerebro revive todo o seu dia, e, de alguma forma, aquilo que mais ocupa a sua mente; no seu caso, a mamãe, acaba se aprofundando mais, e virando um sonho. Se o seu medo é ela não voltar, é isso mesmo que você vai sonhar.

— Isso é só porque estou com medo, então? — perguntou, em meio a um soluço. — Não é real?

— Não. Não é real. É o seu medo, refletindo nos seus sonhos. — resumi, apontando para o peito dele. — Mas está tudo bem, filho. E quando tiver esses sonhos, pode me contar. Tá legal? — ele assentiu. — Agora vamos, lá! Animação. Vamos ver os caras treinar para o próximo jogo, huh? E você até vai encontrar seu segundo herói do campo, o tio Mahomes! Até porque, o primeiro sou eu, não é mesmo?

— Quando você jogava, papai. — Tom respondeu com uma rapidez que me atingiu em cheio. — Agora, você é meu herói fora do campo.

Assim que estavamos dentro do estádio, Tom desceu do meu colo, já aliviado daquilo que o afligia, e correu até seu padrinho, Patrick.
A frase dele atingiu-me de uma maneira que me deixou magoado. Eu não era mais o herói dele.
Pelo menos, não em campo.
Meu filho, já não me via como aquele jogador determinado. Agora, eu era apenas um pai, aposentado de sua carreira.

Suspirei, pondo as mãos na cintura, vendo um de meus melhores amigos, erguendo Thomas no alto, e brincando com ele.
Deveria estar feliz porque, bem, Patrick é um cara de se admirar. Com o terceiro filho a caminho, ele seguia determinado no campo.
Mas eu queria continuar sendo o jogador mais admirado do meu filho.

— Travis! — Reid bateu levemente no meu ombro, trazendo-me para a realidade. Virei-me para o mais velho, e tentei esboçar um sorriso sincero. — Quanto tempo!

— Bastante, não é? — respondi, apertando sua mão. — Sentindo minha falta?

— Ah, sim, com certeza! Você fazia a diferença no time. — afirmou, pondo um apito na boca, como forma de avisou para que todos voltassem a se concentrar no treino. — Não posso evitar um lamento por termos perdido você.

— É. Eu acho que também não posso evitar lamentar ter saído daquele jeito. Mas Tom precisava muito de mim. — engoli em seco, vendo-o ao longe, imitar todos os movimentos de Pat.

— Foi uma decisão difícil. Mas tenho certeza de que você fez a escolha certa.

Mantive meu olhar nos meus amigos, aqueles que eu tanto admirava, dando seu maximo. Sentia saudades daquilo, era impossível negar.

— Então — Andy pigarreou, lançando-me um sorriso travesso. — Taylor Swift, hein? Você mirou alto dessa vez!

Gargalhei, jogando a cabeça pra trás, escondendo o rosto com as mãos.

— Eu sou um cara de sorte, não sou?

— Você e esse seu coração de ouro. — concordou, rindo junto. — Mas não posso evitar dizer que, ela também é uma mulher de sorte, já que, conheço você há tempo suficiente para garantir o quanto você dá valor a quem escolhe para ter ao seu lado.

— Valeu pelo apoio. Na verdade, você poderia repetir isso pra ela, se eu fizer uma apresentação formal entre vocês? — brinquei, provocando-lhe uma risada. — Mas agora, desculpa a interrupção no assunto, acredito que você não me chamou aqui para falar do meu namoro.

Ele assentiu, olhando para os próprios pés, enquanto cruzava os braços. Uma prancheta na mão, que usava para anotar todas as coisas que precisavam ser corrigidas em cada jogador.

— Travis. — começou, a voz profunda e firme como sempre. — Eu tenho uma proposta para você.

— Uma proposta?

— Sim. — assentiu novamente. — Eu estava pensando em como você pode contribuir para a equipe agora que você não está mais em campo. — Andy explicou, seu olhar fixo em mim. — Tem um cargo de assistente que estou considerando para você. — apontou para mim com a prancheta, franzindo o cenho, como uma forma de me incentivar a pensar. — Com sua experiência, você poderia ajudar a moldar os jovens talentos que estão chegando, e claro, a aprimorar os mais antigos também.

Fiquei estático por alguns segundos. Meu rosto se contorceu em dúvida, antes de eu deixar escapar:

— Sério? — levantei uma sobrancelha, mas então, me recompus. — Você acha que sou bom o suficiente para isso?

— Você sabe o que é necessário para ganhar e o que é preciso para se tornar um jogador de elite. O que eu quero é que você passe essa sabedoria adiante. O time precisa de alguém que conheça a cultura, que entenda as pressões. Você é um líder, Travis.

Pensei nas tardes que passei no campo, nos treinos e nas vitórias, mas também nas derrotas e na pressão. Tom estava lá, imitando Patrick, com aquela expressão determinada. Como se fosse um mini jogador.

— Eu gosto da ideia. —  respondi, voltando a olhá-lo. — Mas não sei se estou preparado para isso.

Andy fez uma pausa, observando Tom pegar a bola que Patrick jogou para ele.
Talvez agora o treino não estivesse tão sério assim. Mas Reid não se importou muito, compreendendo que, tirar Tom de lá, resultaria num garotinho choroso e emburrado.
Ele sabia que, meus pensamentos voavam sempre para Tom, de imediato. Em como aquilo o afetaria.

— Olha para ele. — sorriu, com uma pontada de orgulho. — Você já pensou na possibilidade dele se tornar um futuro jogador de futebol americano? Se seguir seus passos, acabar sendo um tight-end? Ele já te viu em campo, Travis. Mas agora, ele pode te ver treinando esses caras. E ele vai saber que, em cada vitória, terá um dedo seu lá.

Aquelas palavras ressoaram em mim. A ideia era ótima. E se esse fosse o lugar que eu estava procurando após me aposentar?
Era uma grande oportunidade. E talvez assim, Tom pudesse voltar a me admirar porque, mesmo não estando em campo, eu ajudaria a treinar os que estão.

— Certo, coach. Quero ajudar. — assenti com firmeza. — Mas antes, você sabe, tenho que falar com a minha mulher.

— Ótimo. — apertou minha mão, como uma espécie de acordo. — Converse com ela, e me diga qual a sua decisão definitiva. — apertei sua mão, e ele sorriu. — Precisamos de você, Travis. E, a propósito, Tom está se saindo bem, hein?

— Ele está, não é? — eu sorri, cruzando os braços, vendo meu filho, ao lado do linebacker do time, aprendendo a fazer um tackel. — Acho que ele vai me superar em breve.

————— [ ••• ] —————

Com um misto de ansiedade, ainda rondando-me, eu só conseguia pensar em qual poderia ser a reação de Taylor, diante da proposta de Andy para mim.

Não que eu tivesse dúvidas de que ela iria comemorar comigo. Mas eu não queria apenas noticia-la de que eu faria isso. Eu queria que ela aprovasse também. Porque, de muitas maneiras, estávamos levando nossa relação a niveis mais avançados. Eu estou querendo levar.

Poderia parecer bastante emocionado, mas eu levava tudo muito a sério. Inclusive, já a via como minha noiva — mesmo que essa não fosse nossa real situação.
A opinião dela me importa muito.

E agora, cá estou eu, pedindo que façam alguns último ajustes, na surpresinha que farei a ela, assim que ela voltar.
Bem, se Taylor estava trazendo surpresas para mim e para nosso filho, eu também deveria providenciar uma, não é?
No dia em que ela foi para Nova York, me veio um pequeno lampejo de como poderia faze-la sentir-se mais em casa. E, com ela expressando esse desejo de querer voltar aos palcos, não consegui evitar pôr minha ideia em ação.
Era coisa rápida.

— Obrigado, rapazes! — agradeci, assinando um papel comprovante de entrega, e me despedindo. — Tom, você já está no banho!?

O silêncio tomou conta da casa. Essa era a prova de que o pequeno já estava imerso no chuveiro, tomando um longo e demorado banho. Bem, ele tinha a quem puxar. Menos de trinta minutos? Não mesmo.

Estava prestes a jogar-me no sofá, para relaxar um pouco, pensando em qual momento que eu contaria a noticia para minha namorada.
Mas então, a campainha tocou. A maldita campainha tinha que tocar na hora do meu descanso.

Suspirei, resmungando alto, enquanto ia, arrastando-me, até a porta. E foi aí que a figura diante de mim, assustou-me.
Senti um arrepio percorrer, e a vontade imensa de bater a porta na sua cara.

— Ka-Kayla?

— Está parecendo que você viu uma assombração, querido. — apoiou uma mão no batente, e a outra na cintura, de uma forma ousada. Um sorriso ironico desenhou seus labios. — Não está feliz que eu estou aqui?

— Para ser sincero, não, não estou. — respondi, rispido. — E eu não costumo receber pessoas que não convido. Então... — fiz um sinal para que ela se afastasse daquela linha que me impedia de fechar a porta.

— Oh, mas você me convidou, querido. — disse em tom de deboche. — Ou por acaso não se lembra mais?

— Eu disse que nós iriamos conversar sobre um dia que você pudesse vir.

— Um dia dessa semana.

— Mas não hoje. Será que pode ir embora? — tentei empurra-la levemente mais para trás.

— Vou fazer um escândalo, se realmente ousar me mandar embora. — avisou em um tom ameaçador. — O que foi, Travis? Você está com medo? Sua namoradinha não o deixa mais receber visitas? — o sorriso que despontou de seus labios, e a risada divertida, fizeram meu sangue ferver. — Ela não confia em você?

Minha mente viajou por alguns instantes. Aquela risada, aquele sorriso, o olhar de deboche e a forma como posava frente a porta, de um jeito tao... sensual e provocativo. Entendi o jogo. Kayla não estava ali por Tom. Ela não parecia dar a mínima para ele, na verdade.
Se esse fosse seu objetivo, então ela o teria mencionado.
Fechei o punho, tentando me controlar para não gritar com ela. Não podia jogar seu jogo, fazer o que ela queria: me desestabilizar.

— Foi por isso que voltou, não é? — usei uma voz baixa, e cautelosa. — Não é pelo Tom. Você já estava ouvindo os rumores sobre eu e ela. E não se aguentou, ao ponto de vir atrás de mim, usando o meu filho como arma pra se aproximar.

— Travis, eu estou aqui para conversar sobre o nosso filho.

— Ah, sim, o mesmo que você esqueceu que tinha durante sete anos?

— Olha, eu sei que não fui a mãe que você esperav—

— Não foi a mãe que eu esperava!? — repeti, indignado. — Kayla, puta que pariu! Você está se ouvindo!? Você sequer foi mãe! Quanto menos chegar a ser o que eu esperava! Porra, se liga!

— Me escuta! — Kayla cruzou os braços, seu tom de voz se tornando mais defensivo. — Eu estou tentando fazer as coisas certas agora.

— Tentar não é suficiente. — mantive a voz firme, a frustração crescendo dentro de mim. — Você não pode simplesmente aparecer na minha porta quando bem entende, achando que tudo vai se resolver com um "desculpe". Não funciona assim.

— E eu não estou aqui só para isso. — ela lançou um olhar desafiador, como se estivesse tentando me desestabilizar. —Eu realmente quero que a gente converse sobre Tom. Ele precisa de uma mãe, e se você não vai me deixar fazer parte da vida dele, então eu vou ter que lutar por isso.

Fiquei em silêncio por um momento, processando suas palavras. O que ela realmente queria? O que, além de ser um incômodo, ela esperava alcançar? Não era apenas uma questão de Tom. Era a minha vida, a minha felicidade com Taylor que estava em jogo, e isso eu não estava disposto a sacrificar.

— Ele não precisa de uma mãe. Tom já tem uma! — declarei, baixando o tom, mas sem perder a firmeza, enquanto me aproximava. Com um gesto cuidadoso, saí de dentro de casa e fechei a porta atrás de mim. Agarrei o antebraço de Kayla, conduzindo-a alguns passos mais para longe, longe de qualquer ouvido curioso. A irritação ardia no peito, mas me contive, mantendo o controle.

— Por favor, Kayla, faça um favor a todos nós — murmurei, mantendo o olhar fixo no dela. — volte para o seu mundinho de vlogueirinha e deixe eu e meu filho em paz. Não se engane, você não pode entrar e sair da vida dele ao sabor das suas vontades, como se ele fosse só mais um assunto ou um vídeo viral. Ele não é uma chance de exibição pública, ele é uma criança, e é meu filho. E outra pessoa, uma que realmente se importa e esteve presente, já conquistou o título de mãe para ele. Algo que, sinto dizer, você perdeu faz tempo.

Kayla estreitou os olhos, claramente desconfortável, mas eu continuei, determinado a ser claro.

— Você quer mesmo expor cada movimento dele, cada detalhe, cada momento da vida dele, como se fosse só mais um dos seus projetos? — continuei, sem levantar a voz, mas deixando cada palavra pesar. — Isso aqui não é um jogo. Não é uma chance de aparecer. Eu não vou permitir que ele cresça com uma câmera em cima dele, observando cada erro, cada pequena conquista, como se fosse um produto. Não quero ele rodeado pelo tipo de gente que usa as pessoas como trampolim.

Ela abriu a boca para responder, mas levantei a mão, interrompendo qualquer tentativa de defesa. Havia um limite, e ela precisava entender isso agora.

— Ouça com atenção — eu disse, o olhar fixo e sem qualquer traço de hesitação. — Volte para o ninho de cobras de onde você saiu e encontre outra pessoa para destilar esse veneno. Eu já tive o suficiente disso. Meu filho é um ser humano, Kayla. Não um acessório para suas redes, e muito menos um prêmio de consolação.

Kayla respirou fundo, tentando manter a compostura, mas vi em seus olhos a hesitação. A máscara estava caindo, e o brilho da autossuficiência parecia apagar. Se ela pretendia fazer da vida de Tom uma extensão da sua própria, precisaria enfrentar o fato de que esse tempo já havia passado. Agora, restava a mim garantir que Tom tivesse um ambiente seguro, onde pudesse ser apenas ele mesmo — longe de qualquer exposição ou manipulação.

— Você é realmente inacreditável — soltou uma risada amarga e cruzou os braços, em um gesto que transbordava uma ironia quase cômica. — Sério, você trocou meu lugar por... aquela mulherzinha? Você tem ideia de quantos homens já passaram por ela?

Respirei fundo, consciente de que ela queria provocar, mexer nas feridas que já não existiam mais, como se puxasse um fio invisível para me prender a um passado em que eu me recusava a voltar.

— E você acha que eu não consigo imaginar quantas pessoas passaram por você? Só no tempo em que estávamos "juntos", você precisou de uma atenção constante, sem olhar para trás, sem se importar com o que ficava pelo caminho. — olhei-a nos olhos, de um jeito desafiador. — Porque, no fundo, nós dois sabemos muito bem que você nunca esteve ao meu lado de verdade.

Kayla deu um passo a frente, apoiando a mão em meu peitoral, sobre minha camiseta.

— Ah, Travis, você realmente nunca muda, não é? — ela deslizou a mão pelo meu peito, como quem se aproveita de uma intimidade que já não existia. — Sempre o mesmo. Vamos lá, você a conhece há quanto tempo mesmo? — Sua voz carregava aquele tom de quem já tinha decidido que nada que eu dissesse importaria. — Bom, não que seja relevante. Aposto que, com toda essa sua... empolgação, já deve estar sonhando com o dia em que vai cair de joelhos e pedir a mão dela em casamento.

Afastei a mão dela com um gesto firme e dei um passo atrás, mantendo a distância que parecia essencial. Ela esboçou um sorriso calculado, como quem se diverte em acender conflitos e observar as reações.

— Um conselho, Trav — continuou, com um ar de falsa camaradagem que beirava a provocação. — Não se iluda. Ela não é o tipo de mulher com quem se casa, e no fundo, você sabe disso. — seu sorriso se tornou mais estreito, seus olhos brilhando com uma confiança desconcertante. — Ela teve oportunidades, mas veja bem, se ela realmente quisesse, já estaria casada com alguém. Mas, pelo que parece, ela prefere colecionar experiências. Talvez isso diga mais sobre ela do que você quer admitir.

O olhar dela era afiado, uma tentativa de mexer com minhas inseguranças. Mas as palavras que ela escolhia diziam mais sobre a obsessão dela em controlar a narrativa do que sobre qualquer verdade. Mantive minha expressão inabalável, embora sentisse a raiva pulsando em meu peito.

— Sabe o que eu acho, Kayla? — falei, mantendo meu tom sereno. — Essa sua confiança em me conhecer não passa de uma ilusão. Você está tentando ler a minha vida como um de seus roteiros, mas eu não sou mais um dos seus figurantes. E, sinceramente, ela tem uma coisa que você nunca soube dar: sinceridade. Ela é ela mesma, sem máscaras, sem essa necessidade de ganhar a aprovação de qualquer um. É isso que você não entende, e talvez seja por isso que não conseguiu manter ninguém ao seu lado de verdade.

Ela parou, a pose ensaiada começando a vacilar, e percebi que eu tinha atingido um ponto sensível.

— Você não sabe nada sobre ela. — continuei, o estresse já se fazendo presente em mim.  — Você não a conhece, Kayla. Não sabe o quanto ela é incrível e tudo o que ela faz por mim e pelo Tom.

Ela soltou uma risada cínica, como se eu estivesse falando de uma desconhecida qualquer. Eu a conhecia bem, e sabia que o que ela queria era provocar.

— Incrível? — Kayla replicou, com um tom de desdém. — Você está mesmo caindo nesse clichê, Trav? A mulher dos seus sonhos? Você não pode estar falando sério.

— Olha, não estou aqui para discutir o que você acha sobre ela. — disse, tentando manter a calma. — E definitivamente não vou permitir que você fique espalhando mentiras sobre nossa relação.

Kayla deu um passo em minha direção, o sorriso se desfazendo, mas sua expressão continuava desafiadora.

— Então é isso? Você realmente está me dizendo que ela é a escolha certa para você? — Kayla ergueu a sobrancelha, com uma incredulidade afiada, como se estivesse avaliando minhas decisões sob uma lente fria e crítica.

— Não preciso te convencer de nada, Kayla. Eu sei o que sinto. — mantive meu tom firme, mas a conhecia o suficiente para saber que ela não deixaria isso passar sem uma última palavra cortante.

Ela soltou uma risada breve, um som quase desdenhoso, e então continuou:

— Interessante. Porque, se me lembro bem, você costumava dizer o mesmo sobre mim. — sua expressão se torceu em uma careta, como se o simples ato de lembrar fosse um gosto amargo. — Quantas vezes você afirmou, com toda certeza do mundo, que eu era a mulher da sua vida? E veja só onde estamos agora. Engraçado como as coisas mudam depressa, não é? Num momento, sou seu sonho. No outro, sua "pior escolha."

Ela jogou as palavras com um toque de sarcasmo calculado, como quem solta pedras pequenas, mas certeiras, para atingir um ponto exato. E, por um segundo, o passado parecia estar ali, pairando entre nós — um passado que ela tentava transformar em algum tipo de vingança emocional, uma alavanca para provar um ponto que talvez nem ela mesma compreendesse por completo.

— Droga, vá embora de uma vez! — apontei para a saída.

Kayla manteve-se imóvel, os olhos cravados em mim, mas com um sorriso enviesado surgindo lentamente nos lábios, como se estivesse diante de uma cena que já assistira inúmeras vezes. Ela inclinou levemente a cabeça, fazendo um gesto quase teatral, e estalou a língua no céu da boca com um suspiro de puro desdém.

— Ah, Travis… — disse, sua voz carregada de uma falsa compaixão que beirava o sarcasmo. — Sabemos bem como isso vai acabar. Exatamente como o nosso final. Você pode lutar, tentar se convencer do contrário, mas no fundo sabe que está fadado a repetir os mesmos erros. Como sempre.

A raiva ferveu dentro de mim, mas eu precisava manter a cabeça fria. Kayla estava jogando seu jogo de novo, tentando me provocar e me fazer sentir culpado por algo que não era minha responsabilidade.

— Você acha que isso é uma brincadeira? Que você pode aparecer e simplesmente mudar tudo? Tom não precisa de você e eu não vou deixar você bagunçar a vida dele! — eu retruquei, o tom de voz mais baixo, mas cheio de firmeza.

Ela balançou a cabeça, como se estivesse se divertindo com o meu desespero.

— Você não entende, né? Ele precisa saber quem é a mãe dele. Um dia, ele vai perguntar sobre mim.

— E eu vou responder a verdade. — retruquei, a voz um pouco mais alta, mas controlada, cada sílaba marcada com uma raiva silenciosa. — Que você nunca quis saber de nada, que teve todas as chances do mundo e deixou cada uma delas escapar sem olhar para trás. Escute bem, Kayla: ele já tem uma mãe. Uma mãe de verdade, que ama e se preocupa com ele todos os dias. Ele não precisa da sua sombra pairando sobre ele.

Ela soltou uma risada curta e amarga, e, por um instante, uma pequena chama de frustração brilhou em seus olhos.

— Ah, claro. E você a escolheu para o papel, então? Ela é a "mãe de verdade"? Essa é sua substituta perfeita? — ela ironizou, cruzando os braços, tentando manter uma postura de superioridade, mas sua voz soava mais ácida.

— Ela não é uma substituta de nada. — respondi, finalmente sentindo o peso daquela conversa alcançar um ponto sem retorno. — Ela é o que você escolheu não ser. E agora, sinto muito, mas é tarde demais para você decidir que quer esse lugar de volta.

— Você está tão certo de que sua nova namorada é tudo isso? E se ela não ficar? E se ela te deixar no meio do caminho, assim como eu fiz?

— Isso não vai acontecer! — afirmei, a voz subindo. — Taylor é uma pessoa incrível e ela ama Tom. Ela se importa de verdade. Você só está tentando me fazer duvidar, mas não vou cair nessa armadilha.

Kayla deu uma risada amarga.

— Ah, Travis, é quase adorável ver você se debatendo para se defender assim. Mas seja honesto, só por um instante. — soltou um riso ácido,  me olhando como quem observa um teatro de marionetes. — As coisas realmente alguma vez saíram do jeito que você queria? Essa sua felicidade frágil, temporária... acha mesmo que vai durar? Porque, do jeito que eu vejo, é questão de tempo até o castelo de cartas desmoronar.

Eu fechei os punhos, lutando contra a vontade de socar a parede.

— Não importa o que você pense. Eu estou com Taylor agora, e isso é tudo que importa. Você não tem espaço na vida dele.

Ela cruzou os braços, parecendo satisfeita com minha reação.

— Então, o que você vai fazer se eu insistir em fazer parte da vida dele? Você vai me impedir? — franziu o cenho, mais debochada do que falando sério. — Vou ter que brigar por ele? Porque não vou desistir tão facilmente.

— Se você se importar com ele, você vai ficar longe! — respondi, minha voz baixa e carregada de raiva. — Você não pode entrar e sair da vida dele como se nada tivesse acontecido. Não pode simplesmente decidir que quer ser mãe agora. Não é assim que funciona.

Ela ficou em silêncio por um momento, o olhar calculador, como se estivesse pensando em suas próximas palavras.

— Você realmente acredita que ela vai ficar? — provocou, cada palavra dela parecia algo para tocar em feridas antigas, as que ela mesma ajudara a abrir. — Acha mesmo que ela está pronta para o peso de tudo isso? E se, no final, ela perceber que você não passa de uma fase? Só mais uma estação pela qual ela resolveu passear?

Respirei fundo, sentindo a pontada daquela insegurança que Kayla insistia em plantar. Mas, dessa vez, algo em mim se recusava a ceder. Estava exausto daquela narrativa, daquele enredo onde ela era a única protagonista e eu apenas um coadjuvante nas voltas e reviravoltas dela.

— Sabe de uma coisa? — olhei firme nos olhos dela, minha voz baixa e controlada. — Eu não preciso da sua aprovação. Nem da sua permissão para ser feliz. Eu construí minha vida fora dessa espiral de dúvidas e manipulações, e não cabe a você definir o que é real ou não. Eu e Taylor estamos bem, estamos felizes. Isso é o que importa. E, se você realmente pensasse no bem de Tom, perceberia que tentar destruir isso só prejudica ele, e ninguém mais.

— Eu tenho certeza de que você vai se arrepender disso.

Kayla deu mais um passo perigo para perto, de mim.

— Oficialmente, entramos em guerra pela guarda do Thomas, Travis.

O que ela disse soou como uma ameaça, mas também como um aviso. Uma guerra pela guarda? Eu não podia deixar isso acontecer. Tom era tudo para mim e eu não ia deixar Kayla estragar a vida dele novamente. O meu coração disparou, mas eu não ia dar o gostinho para ela de mostrar que estava afetado.

— Você não tem ideia do que está fazendo — respondi, tentando manter a voz firme, apesar da raiva fervendo dentro de mim. — Tom não precisa de você. Ele precisa de estabilidade, e você não é a resposta.

— É isso? — Kayla cruzou os braços, cada palavra carregada de uma arrogância que eu conhecia bem. — Você acha que pode continuar brincando de superpai, mantendo o garoto apenas para si? — inclinou levemente a cabeça, com aquele sorriso cínico que sempre usava quando queria desestabilizar alguém. — Você não pode me apagar da vida dele, Travis. É ridículo achar que vai conseguir.

Ela deu um passo à frente, e eu senti uma tensão percorrer o ar, uma mistura de raiva e cansaço.

— Vou pedir a guarda legal dele — ela declarou, e a tranquilidade em sua voz era quase um insulto. — Acredite, eu queria resolver isso da forma mais fácil para todo mundo. Mas, se você continuar dificultando, então vamos fazer do jeito mais difícil. E acredite, Travis, não vou recuar.

Engoli em seco, a indignação crescendo em meu peito como uma tempestade prestes a explodir. Sete anos. Sete anos de ausência e agora ela surgia, tentando reivindicar o direito de mãe, como se o tempo tivesse parado. Eu não conseguia segurar as palavras, e minha voz soou mais alta do que eu pretendia.

— Você perdeu a cabeça se acha que algum juiz vai te dar a guarda de um menino que você abandonou por sete anos! — fitei-a com uma firmeza que só aumentava com o passar dos segundos, a raiva transbordando na minha voz. — Sete anos, Kayla! Sete anos em que eu estive aqui, enquanto você desaparecia. E agora você volta e age como se fosse possível simplesmente apagar tudo isso, como se nada tivesse acontecido.

— Não me subestime, Travis. Eu sei que as coisas não são simples, mas eu sou a mãe dele. Não importa o que você tenha feito, eu vou lutar por ele.

Um riso irônico escapou dos meus lábios enquanto eu dava um passo para trás, elevando as mãos em um gesto de negação. Era como se cada palavra dela fosse uma tentativa vã de reconstruir um castelo de areia à beira da maré.

— Lutar? — minha voz carregava uma incredulidade intensa. — Você abandonou ele, Kayla! Ele cresceu sem você! Você não tem ideia do que é ser um pai solteiro. Eu vi o Tom passar pelas cólicas, chorar a noite inteira, e, mais do que isso, vi o quanto ele precisava de você. Precisei ser tudo para ele, e você não estava lá. Ele era apenas um bebezinho, Kayla, uma criaturinha indefesa que precisava da mãe. E você estava onde? — as memórias daquela época vieram como um vendaval, e eu senti as lágrimas ameaçando cair, mas rapidamente as limpei, determinado a não mostrar fraqueza.

— O que você não entende é que eu estava sozinho. — continuei, a voz agora mais controlada, mas ainda cheia de emoção. — Eu precisava de você. O Tom precisava. E você não esteve presente. Agora, você aparece exigindo um lugar que não merece? — um riso sarcástico escapou, cheio de desdém. — Uma mãe não faz isso. Uma mãe não vira as costas e, depois, surge do nada, esperando que tudo esteja como antes. Você teve sua chance e a perdeu. Thomas não precisa de você agora. Ele tem uma vida construída em torno de amor, cuidado e estabilidade, coisas que você simplesmente não pode oferecer, não depois de tudo.

Ela ficou em silêncio por um momento, o desafio em seu olhar se misturando com algo mais vulnerável.

— Você não pode simplesmente decidir por ele. E se ele quiser me conhecer? Você vai tirá-lo de mim só porque está com medo do que pode acontecer?

— Medo? — a palavra parecia estranha nos meus lábios. Eu não sabia se deveria sentir raiva dela ou pena por sua desesperada tentativa de reaver um lugar que nunca valorizou. — Não se trata de medo. Trata-se de proteção. Thomas não precisa de você em sua vida, especialmente se sua única motivação é um remorso tardio ou a vontade de sabotar meu novo relacionamento. Se você realmente se importasse com ele, teria voltado antes, não agora, quando tudo parece tão conveniente para você.

A frustração crescia em mim, e eu podia ver que as palavras a feriam, mas não estava disposto a recuar. Ela abriu a boca, pronta para argumentar, mas eu não tinha mais paciência. Levantei uma mão em um gesto de silêncio.

— Estou encerrando essa conversa. Você precisa ir embora. — declarei, a voz firme e autoritária, como se as palavras tivessem um peso que não podia ser ignorado. — E na próxima vez que você aparecer, não serei tão gentil.

Kayla estufou o peito, uma tentativa desesperada de recuperar a dignidade, antes de se girar rapidamente, afastando-se em passos apressados, mas visivelmente irritada com a forma como a situação se desenrolou. Seu orgulho ferido era quase palpável, e eu sabia que ela não aceitaria facilmente a derrota.

Com um semblante sério e decidido, dirigi-me ao segurança da entrada, um homem robusto e de expressão impassível que já tinha visto de tudo em seu tempo ali.

— Preciso que você me ouça atentamente. — comecei, mantendo a voz baixa, mas carregada de autoridade. — Kayla não pode, sob nenhuma circunstância, ser autorizada a entrar novamente. Em hipótese alguma. Se ela aparecer, você a barra. Não importa o que ela diga ou como tente se fazer passar. E se você falhar nisso, considere sua posição aqui encerrada.

Ele assentiu, a expressão no rosto agora mais séria, a gravidade da minha ordem não passou despercebida. Eu sabia que a situação que havia se desenrolado merecia esse tipo de firmeza. Ela não era apenas uma ex, mas uma tempestade que havia se afastado e agora tentava se infiltrar na vida que eu tinha lutado tanto para construir.

Kayla havia esgotado minha paciência de maneiras que eu não pensava ser possível. A lembrança de sua presença, de como ela havia abandonado Thomas e depois reaparecido com uma pretensa necessidade de proximidade, ainda me deixava inquieto. Ela estava mais do que apenas um obstáculo; era um eco de um passado que eu gostaria de esquecer. Agora, o que mais importava era proteger o meu filho, a única verdade que eu desejava preservar a todo custo.

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"HOMEM ACREDITA SER CASADO COM TAYLOR SWIFT E AMEAÇA QUALQUER UM QUE FICAR EM SEU CAMINHO!"

Por Daily Mail

"Um episódio chocante revelou que Taylor Swift está de volta a Nova York, após Travis Kelce declarar-se abertamente em seu podcast sua paixão pela cantora. Na tarde de hoje (14), um homem foi detido após tentar invadir a residência da cantora em Tribecca, alegando ser seu marido. O suspeito, cujo nome está sendo mantido em sigilo, abordou a cantora enquanto ela chegava em casa, acompanhada de sua equipe de segurança, e insistia que ela “o deixasse entrar” para que pudessem “resolver assuntos do casal”."

Até então, fãs acreditavam que Taylor ainda estivesse em Kansas City, onde passou alguns dias com o namorado, o ex-jogador de futebol, Travis Kelce. A notícia de seu retorno a Nova York pegou muitos de surpresa, sendo confirmada apenas após o incidente, que imediatamente atraiu atenção nacional.

Durante a tentativa de invasão, o homem gritou que ele e a cantora eram casados, ameaçando qualquer um que tentasse mantê-los afastados. Enquanto isso, Taylor permaneceu no carro, sob proteção de sua equipe de segurança, que impediu o homem de se aproximar. A polícia foi acionada rapidamente, levando-o sob custódia para interrogatório.

Fontes próximas afirmam que o suspeito já havia feito postagens obsessivas, declarando uma ligação espiritual com a cantora e alegando um casamento secreto. Swift, que estava sem seu novo par romântico ao chegar em casa, encontra-se segura, mas advogados já consideram uma ordem de restrição permanente para protegê-la. Ela ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso."

— Inacreditável! — bufei, virando a tela do telefone com força sobre a mesa de centro da sala. — Puta merda!

Era quase impossível, querer acreditar que fosse verdade o que estava escrito. Claro. A maioria das notícias vindas desse jornal eram mentiras. Mas, dessa vez, eu tinha certeza de que era real.

Não porque houvesse alguma prova. A única que eu tinha, era a da própria Taylor.
Minutos atrás, fizemos uma chamada onde, juntos, pusemos Thomas para dormir.
O pequeno estava inquieto e, sozinho, não fui capaz deste feito, já que, ele alegava que a voz dela o acalmava.

Eu percebi. Tinha algo errado. O brilho de quando conversamos mais cedo havia sumido. Ela estava quieta demais. E, por vezes, qualquer barulho que surgisse a sua volta, a deixava assustada.
Entretanto, ela sequer comentou comigo sobre isso.
E agora, eu me pergunta o porque dela não ter me deixado a par de algo tão grave.

Com um suspiro frustrado, peguei de volta o aparelho, e saí daquele link. Precisava conversar com ela. Eu tinha que, de alguma forma, acalma-la. Mesmo que ela tentasse fingir que estava tranquila com isso.

Você:
Heey, amor!
Tudo bem?

Assim que enviei a mensagem, tranquei a respiração, como se o silêncio que se seguiu pudesse ser um prenúncio de algo errado. A ausência de uma resposta, naquele instante, parecia um peso insuportável sobre o meu peito. Meu coração começou a descompassar, batendo de forma descontrolada, como se quisesse me alertar para um perigo iminente.

Calma, Travis. Ela só… deve já ter ido dormir.

Essa lógica se repetia em minha mente, mas o tempo parecia arrastar-se, cada segundo se transformando em uma eternidade até que a notificação dela finalmente brilhasse na tela do meu celular.

Taylor:
Oláá, meu amor!
Tudo sim. E com você?
Tom não acordou, né?

Assim que a mensagem dela apareceu na tela, um imenso alívio tomou conta de mim. Eu soltei o ar pela boca, como se tivesse estado em um mergulho profundo e finalmente tivesse voltado à superfície. O peso que antes me oprimia dissipou-se, e uma onda de tranquilidade se instalou em meu peito.

Reajustei-me no sofá macio, cruzando os pés sobre a mesinha à minha frente, sentindo o conforto dos estofados me abraçando. O ambiente estava banhado pela suave luz da luminária ao lado, criando um cenário perfeito para a nossa conversa. Eu poderia quase imaginar o sorriso dela enquanto digitava, e isso trouxe um toque de calor à minha noite.

Você:
Tudo também.
Não, ele não acordou. Parece que sua voz realmente o acalma.

Taylor:
Hahah, ótimo saber disso, senti que acalmava até você.
Antes de eu terminar de cantar, você já tinha bocejado umas cinco vezes.

Você:
Em minha defesa, você cantou com aquela calma proposital. Estou tão exausto do dia de hoje.

Taylor:
Oh, você esta exausto, meu amor? O que te deixou tão cansado hoje?

Você:
Ah, não fala assim comigo.
Você sabe que eu adoraria tê-la aqui, ouvir sua voz pertinho do meu ouvido, fazendo cafuné no meu cabelo...
Estou apenas exausto do dia mesmo, babe.

Taylor:
Prometo que compenso quando voltar.

Você:
Estarei cobrando.

Mas me diga, alguma novidade? Algo pra me contar?

Eu não queria simplesmente chegar e interrogá-la sobre aquilo. Se Taylor ainda não tinha me contado, certamente havia um motivo subjacente. Era possível que essa hesitação dela se originasse de um desejo de me proteger, ou talvez de um receio de que eu reagisse de maneira imprudente diante das ameaças de stalkers malucos que a cercavam.

Então, em vez de pressioná-la, decidi que era melhor cultivar um espaço seguro e acolhedor. Pensei em como poderia inspirar confiança, demonstrando que não era alguém que recuaria diante de revelações sombrias. Queria que ela sentisse que poderia contar comigo, que eu estaria ao seu lado, não importa a profundidade das sombras que a perseguissem.
Meu objetivo era construir uma conexão onde ela se sentisse confortável para compartilhar suas preocupações mais íntimas. Se eu mostrasse que não estava aqui apenas para os bons momentos, mas também disposto a enfrentar os desafios e as tormentas, talvez isso a encorajasse a se revelar.

Taylor:
Não, nada de novo.

Você:
Tuuudo bem.
Está tudo okay por aí, mesmo?
Você pareceu estranha na chamada.

Taylor:
Absolutamente bem.
Estou apenas... desanimada. Não achei que a que me indicaram para PR fosse boa para isso.
Estou ficando sem esperanças.

Você:
Ah, sinto muito, linda!
Talvez você devesse realmente tentar conversar com a Tree.
Isso pode ser bom, um novo recomeço.

Taylor:
Acho que pode ser uma boa ideia.

Uma pausa nas mensagens fez com que eu deixasse a cabeça cair para trás, apoiando-a no sofá, enquanto um misto de frustração e ansiedade tomava conta de mim.

Vamos, Travis. Você tem que falar!

A ordem ressoava em minha mente, impiedosa.

Não se tratava apenas da questão desse maluco que a perseguia; era uma preocupação legítima que exigia ação. Mas havia algo ainda mais intricado que pairava entre nós, um tópico que necessitava de uma abordagem cuidadosa: Kayla. A menção do nome dela trazia à tona uma bagagem emocional que eu preferiria evitar, mas não podia mais ignorar.

A dinâmica entre Taylor e eu estava mudando, e eu sabia que Kayla, com sua aparição repentina, estava colocando à prova a solidez de nosso relacionamento. Eu precisava ser honesto com Taylor, mas como abordar o assunto sem que isso causasse um abalo irreversível entre nós? Era uma questão delicada, como caminhar em um campo minado, onde cada palavra poderia explodir em um conflito inesperado.

Você:
Amor?

Taylor:
Estou aqui, pensei que tivesse dormido. 😂

Você:
Não dormi.
Preciso te contar algo.

Taylor:
Bom ou ruim?

Você:
Ruim!...?

Taylor:
Fala.

Meus dedos deslizaram sobre as teclas do teclado, como se tentassem capturar um pensamento que insistia em escapar. O ritmo era rápido, quase frenético, uma dança sem melodia em que as letras se tornavam borrões de incerteza. Eu buscava uma forma de abordar a situação, mas cada vez que tentava formular uma frase, as palavras pareciam evaporar, como fumaça ao vento, deixando apenas um vazio no lugar.

No ímpeto do nervosismo, comecei a desenhar padrões aleatórios nas teclas, um gesto inconsciente que não apenas demonstrava minha inquietação, mas também a dificuldade de enfrentar o que estava à espreita. As linhas e curvas que formava eram simbólicas, refletindo a confusão e a tensão que dominavam meus pensamentos. Era como se eu estivesse tentando desviar a atenção do que realmente importava, uma distração passageira que me permitia ignorar o peso da conversa que precisava ter.

Finalmente, ao invés de continuar a luta inútil contra o bloqueio mental, decidi respirar fundo e centrar meus pensamentos. O ar que entrava nos meus pulmões me lembrou da importância do momento: a segunda chance que Taylor havia me dado, a conexão que compartilhávamos, a confiança que ela depositou em mim.

Com um último movimento nervoso, parei de desenhar no teclado e fixei meu olhar na tela, decidido a encontrar as palavras certas.

Você:
É que... Kayla esteve aqui.

Dois tracinhos azuis apareceram na tela, uma confirmação de que ela havia lido minha mensagem, mas o silêncio que se seguiu era quase ensurdecedor. O ícone "digitando" apareceu logo acima, pairando no ar como uma promessa não cumprida, uma expectativa que parecia crescer em volume.

Ele aparecia e desaparecia, repetidamente, como se Taylor estivesse em um diálogo interno, pesando cuidadosamente cada palavra antes de se decidir por escrevê-las. O movimento repetido, quase hipnótico, era como uma dança de inseguranças, refletindo a complexidade da situação. Ela digitava e apagava, digitava e apagava novamente, em um ciclo interminável que refletia não apenas a hesitação sobre o que dizer, mas também a profundidade do que estava em jogo.

Digitando...
Digitando...
Digitando...

A cada vez que o aviso surgia, meu coração acelerava, uma batida irregular que ecoava em meus ouvidos. O tempo parecia se esticar, como se cada segundo fosse uma eternidade. Eu me perdi na contemplação do que poderia estar se passando pela mente dela.

Taylor:
Hum

É sério? Todo esse tempo digitando para dizer apenas 'hum'?

A incredulidade tomou conta de mim, e eu não pude evitar que um sorriso irônico brotasse em meu rosto. Era como se, na imensidão do nosso diálogo, as palavras mais simples tivessem conseguido resumir a complexidade do momento. O que deveria ser um instante de vulnerabilidade e abertura agora se reduzia a um balbuciar quase cômico.

O ícone "digitando" havia se transformado em um símbolo de expectativa e ansiedade, e, de repente, tudo isso se dissipou com a simplicidade de uma interjeição. Eu me perguntei se Taylor estava realmente processando tudo que se desenrolava entre nós ou se estava apenas reagindo à pressão do momento.

Minha mente corria em várias direções, questionando o que havia sido discutido antes. O peso da conversa que eu queria ter, a situação delicada com Kayla e o stalker que a assombrava, tudo isso se tornava um jogo de xadrez na minha cabeça. E agora, em vez de um movimento estratégico, o que eu tinha era um 'hum'. A frustração se misturava com um leve toque de humor, como se o universo estivesse me provocando.

Você:
O que esse "hum" significa?

Taylor:
Apenas... hum

O minimalismo da resposta a deixava ainda mais enigmática. Através da tela, eu podia quase imaginar o jeito que ela arqueava a sobrancelha, a leve expressão de confusão misturada com um toque de desdém, como se estivesse lidando com algo óbvio que eu não conseguia captar. O "apenas" no início da frase insinuava que não havia nada de especial em seu pensamento, mas a repetição do "hum" sugeria o contrário. Havia um universo de nuances escondido ali, e eu me sentia como um explorador tentando decifrar um código que só as mulheres sabem criar.

Os dedos pesavam sobre o teclado enquanto eu ponderava a melhor maneira de responder. Um "apenas" não deveria levar a uma retórica de suposições, mas era exatamente isso que eu fazia. A verdade era que eu ansiava por mais — mais detalhes, mais honestidade, mais de tudo. As interações digitais muitas vezes criavam um abismo entre o que se sente e o que se diz, e eu estava determinado a ultrapassar essa barreira.

Você:
Está brava?
Juro que eu não a chamei. Ela simplesmente apareceu.
Tentei mandá-la embora, mas ela entrou e...
Fui obrigado a conversar com ela.

Taylor:
Eu disse que estou brava? 🤨
Ah sim, e o que vocês conversaram?

Você:
Nem é necessário, posso imaginar o seu tom de voz mudando.
Sobre o Thomas.

Taylor:
Você é maluco.🙄
E onde ele estava?

Você
Na hora que ela chegou, por sorte, estava no banho.
Kayla afirma que quer ser mãe para ele agora.
Nós discutimos.
Eu não a quero perto dele, Tay. Ele já tem uma mãe, e essa pessoa, é você.

Taylor:
Como ela reagiu?

Você:
Disse que nesse caso, nos veriamos em uma luta pela guarda dele.

Taylor:
O que para mim, só comprova o fato de que ela acha que Tom é um objeto a ser jogado de um lado para o outro.
Algo que ela só quer de vez em quando, até mesmo para te provocar, e depois devolve-o para você.

Você:
De acordo.
Estou um pouco preocupado de que ela realmente leve isso adiante.
Mas ela nunca ganharia. Não é?

Taylor:
Nunca.
Ela o abandonou. Qual moral um juíz daria para uma mulher como ela?
Não se preocupe.
Mas nós conversamos sobre isso pessoalmente, okay?

Você:
Então... tudo bem entre nós?

Taylor:
Sério, Trav.
Fica tranquilo.
Estou feliz que você me contou. É isso que eu aprecio.

Relaxei o meu corpo, soltando o ar que, até então, nem percebi que estava prendendo. A tensão, que parecia ter se instalado nos meus ombros, foi embora aos poucos, como se eu estivesse finalmente libertando o peso que carregava.

Você:
Que bom.
Fico feliz por ter te deixado feliz.
E não se preocupe também.
No que depender de mim, Tom nunca vai ficar sabendo que essa mulher é a mãe dele.
Mudei completamente minha visão dela hoje.

Taylor:
Isso me tranquiliza.
Mas, se resolver contar, se achar que ele merece saber, mesmo que ela nao valha à pena, eu vou entender.

Você:
Não vou contar.
Você já está deitada?

Taylor:
E bem enrolada nas cobertas.
Junto com meu filho de quatro patas, Benji, meu fiel companheiro.
*foto*

Sorrindo ao visualizar a foto que ela enviara, fui imediatamente envolvido por uma onda de calor. A imagem capturava um momento tão simples e puro: seu rosto iluminado pela luz suave do abajur, destacando a serenidade em seus traços, enquanto seus olhos, embora levemente semicerrados, pareciam brilhar com uma alegria íntima. Ao seu lado, o gato dela repousava tranquilamente, suas pequenas patas envolvendo o pescoço dela como se estivesse oferecendo um abraço caloroso, um gesto de carinho que transbordava de ternura.

Você:
Eu quem queria estar abraçado assim em você. 😩

Taylor:
E... voltamos ao killadrama.

Uma risada involuntária escapuliu de meus lábios, e joguei a cabeça para trás em um gesto de descontração. A piada dela em um trocadilho com o meu user no Instagram era exatamente o que eu precisava naquele momento — um alívio bem-vindo em meio à tempestade de pensamentos que tumultuava minha mente.

Você:
Não me culpe se estou com saudades.

Taylor:
Ah não.
🚨Tema sensível🚨
Eu também estou morrendo de saudades.🥺

Você:
Hum, eu disse que estou com saudades.
Você está MORRENDO de saudades, é?

Taylor:
Tudo bem, então.
Estou apenas com saudades.
Na mesma medida que você.
Bem pouco, pelo jeito. 😐

Você:
KKKKKKKKKK
Amor!
E depois você aínda diz que EU quem sou o dramático.

Taylor:
Vê se me erra, cara!

Eu ri novamente, encarando a mensagem que ela havia enviado. Era incrível como conseguíamos transitar de assuntos sérios para tópicos bobos com tanta facilidade.

Taylor:
Ei, amor... nada a ver com o assunto, mas... o que você acharia se eu levasse os gatos junto comigo para o KC?

Reli a pergunta algumas vezes, me certificando de que não tinha entendido errado. As palavras dançavam diante dos meus olhos, como se quisessem se encaixar em uma ideia maior que se formava na minha mente. Essa era a forma dela de demonstrar que realmente estava considerando morar comigo. O simples ato de mencionar os gatos era carregado de significado; era como se ela estivesse abrindo uma porta para um novo capítulo em nossas vidas.

Senti uma onda de calor percorrer meu corpo, um misto de alegria e expectativa. Os gatos, aqueles pequenos seres peludos, agora simbolizavam um passo importante em nossa relação. Era mais do que apenas levar animais de estimação; era sobre criar um lar juntos, um espaço onde poderíamos compartilhar nossos dias, nossas rotinas e, claro, nossas risadas.

Você:
Sério mesmo?
Uau! Isso é um passo grande. Significa que você quer ficar de vez?
Eu iria AMAR!

Taylor:
Eu sinto falta deles quando estou aí, e acho que eles também sentem a minha.
Se você não se importar, eu queria sim levá-los comigo.
E acho que o Tom iria adorar conhecê-los.

Você:
Babe, é um ideia perfeita!

Mas me arriscaria a dizer que talvez não fosse uma boa ideia por agora...
Você sabe, são gatos, a melhor opção seria telar a casa antes, para evitar qualquer risco.

Taylor:
Oh, sim, verdade.
Me esqueci desse detalhe.
Vamos mante-los aqui, então.
Mais pra frente pensamos nisso.

Você:
Não, não, não.
Eu vou providenciar isso.
Tenho certeza de que será rapido, e você trás os gatos.

Ela manteve-se digitando algo mais, e eu aguardei, para descobrir o que era, antes de responde-la.

Taylor:
E, babe, acho que você não vai gostar muito da ideia, mas... vou ter que ficar alguns dias a mais em NY.

Não era surpresa. Já havia antecipado que, por uma questão de segurança, recomendariam que ela permanecesse ali por mais alguns dias. Era uma estratégia prudente, uma maneira de garantir que ninguém pudesse rastrear seus passos ou descobrir o destino dela, assim como para evitar que qualquer um chegasse até minha casa. Essa situação insuportável era, é claro, resultado da ameaça daquele lunático que parecia determinado a invadir nossas vidas.

Mas, mesmo ciente das razões lógicas que justificavam essa decisão, eu não estava disposto a aceitar a situação passivamente. A ideia de vê-la enclausurada, mesmo que por motivos de proteção, me provocava um incomodo profundo, como se estivesse perdendo a liberdade dela pouco a pouco. As paredes da casa dela, embora seguras, pareciam cada vez mais sufocantes.
O dia seguinte poderia ser um ciclo de ansiedade e apreensão, e não eu não queria isso. Se eu realmente me preocupava com ela, como afirmava, deveria encontrar uma forma de garantir que sua segurança não significasse aprisioná-la.

Você:
Ah sim, e isso por que?
Não sei se você fica muito segura aí, longe de mim...

As mensagens dela cessaram. Como se fosse um silencio real entre nós.

Taylor:
Você já viu alguma coisa sobre o que aconteceu, não viu?
Por isso queria saber como eu estava.

Você:
Ei, não fale assim. Eu realmente queria saber como você estava.
Mas eu vi sim.
Por que não me contou?

Taylor:
Eu não queria te preocupar.
Não era pra você ter entrado em qualquer que fosse o link, amor!
Estou bem.

Você:
Mas você estava estranha na ligação.
Me desculpe. Eu estou preocupado. Como posso saber se você está bem protegida, quando está longe de mim?
E agora isso? Prolongar seu tempo aí?
Tay, eu preciso estar por perto pra te proteger.

Taylor:
Conversaremos quando eu voltar.
Eu garanto que estou bem protegida aqui.

Você:
E você decidiu hoje que quer trazer os gatos por que?
Se está tão segura assim, por que a decisão repentina?
Não que eu a ache ruim, mas algo não condiz com suas afirmações.

Taylor:
Trav, eu estou disposta a morar com você.
Na verdade, nós meio que já fazemos isso.
Eu decidi que quero levar os gatos porque realmente fico com saudade deles, e não posso simplesmente deixá-los largados aqui.
Mas você precisa compreender que, quando isso se tornar oficial, muitas coisas podem mudar na sua vida e na do Tom.
Eu não posso, agora, simplesmente sair daqui, rumo ao KC, arriscar que algum maluco me siga, e tire você ou Tom de mim.
Porque eu não suportaria ser a culpada de qualquer coisa ruim que pudesse acontecer com vocês.

Você:
Eu não tenho medo disso, babe.
Eu quero estar com você.
E vou proteger você e Tom de qualquer perigo. Mas pra isso, preciso dos dois por perto.

Taylor:
Você é surreal.
Não posso crer que realmente tive a sorte de encontrá-lo.

Você:
Acho que se formos falar sobre sorte, diriamos que eu quem sou sortudo aqui
😅
E por favor, não me esconda essas coisas.
Eu senti uma vontade imensa de pegar o jato e voar para NY, ficar perto de você e acabar com esse idiota.

Taylor:
Nem me fale!
Eu queria tanto ter você aqui agora... 🙁
E me desculpe. Não vou mais te deixar de fora disso.

Você:
Se você me pedisse, talvez eu realmente fosse... 🫣
Mas depende de você, minha princesa.
Posso fazer as malas agora mesmo, acordar o pequeno monstrinho, e irmos imediatamente.

Taylor:
Pooor favoor!
Tudo que eu mais quero é ter os dois homens da minha vida aqui!

Você:
Estou indo fazer as malas!

Sem qualquer hesitação, levantei-me abruptamente do sofá, a adrenalina pulsando em minhas veias enquanto subia as escadas a passos largos. O impulso dentro de mim era inconfundível; havia uma urgência que não poderia ser ignorada. Ao entrar no meu quarto, fechei a porta com um leve golpe, mergulhando na atmosfera familiar, mas tensa, do meu espaço pessoal.

Meu celular continuou a vibrar incessantemente, as notificações surgindo na tela como ondas em um mar revolto. As mensagens de Taylor se acumulavam, cada apito um lembrete de que havia muito a ser discutido, que havia um labirinto de sentimentos e questões entre nós. A curiosidade, porém, não poderia me distrair. Dentro do closet, com a mala já em mãos, parei por alguns segundos, buscando ver o que tanto minha namorada mandava nas mensagens.

Taylor:
Querido, você não vai acordar o Tom agora.
Além do mais, é brincadeira.
Sim, eu queria vocês aqui.
Mas você tem suas coisas para fazer aí no Kansas.
Amor, não seja doido.
Trav?
Travis?
TRAVIIS!?

Soltei uma risada nasal, imaginando o tom de voz dela subindo nas três última mensagens.

Você:
Tudo bem, eu também estava brincando.😏
Mas eu posso ir, só pra você saber.
Nenhum compromisso aqui, é maior do que o meu compromisso com você.

Taylor:
Bem... se você realmente quiser vir, eu tenho uma sugestão.
Minha mãe vai vir me visitar amanhã, iria ficar pelos próximos três dias, já que esses eram meus planos iniciais.
Talvez pudessemos aproveitar a oportunidade para você conhecê-la, que tal?

Você:
Hum... conhecer minha sogra?
Fugir me pareceria uma oportunidade tentadora. Mas, pela princesa, eu com certeza vou encarar isso.
Brincadeiras à parte, eu jamais fugiria.
Porém, você não acha que seria... não sei, estranho conhece-la com Tom junto?
Não posso deixa-lo no KC, se eu for.

Taylor:
Estranho!? Claro que não!
Eu acho uma ótima oportunidade.
Além do mais, posso imaginar a expressao de surpresa dela, quando ouvir Tom me chamando de "mamãe".

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