Capítulo 16 - Are you gonna marry, kiss, or kill me?
Oioi!
Quero deixar mais umas explicações.
A fanfic em si, tem muitas quebras de tempos que não sao exatamente detalhadas. As vezes, eu simplesmente pulo coisas que considero irrelevantes, que não vão afetar o enredo e o entendimento de vocês nela.
Então, sim, eu pulo datas comemorativas que, mesmo sendo importantes para O personagem, nao afetaria a historia em si.
Claro, de vez enquanto, essas datas puladas, acabam sendo trazidas mais pra frente. E de certa forma, quando eu as pulo, é apenas pra evitar que o enredo fique chato, demore demais e etc.
E agora, com uma autora sonolenta que tem que levantar 6h da manhã, deixo com vocês esse enorme capitulo para aproveitarem bem antes dos dias de glória acabar.
Deixem suas estrelinhas, encham de comentários e... beijos! Até a próxima! 🫶🏻
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Kansas City Missouri
Octuber, 12
A confirmação do relacionamento entre Travis Kelce e a estrela pop Taylor Swift causou uma verdadeira euforia na mídia. Bastou uma simples declaração em seu podcast, New Heights, para que manchetes surgissem em todos os cantos:
“EX-JOGADOR DA NFL, TRAVIS KELCE, CONFIRMA NAMORO COM TAYLOR SWIFT: ‘THAT’S MY GIRL. THAT’S MY LADY.’”
Em poucas horas, o mundo inteiro parecia ter algo a dizer sobre o casal. Repórteres e comentaristas faziam questão de revisitar cada detalhe, relembrando o primeiro flerte, quando Travis, ainda sem esperança, tentou conquistar a atenção de Taylor com uma pulseira em um show. Frustrado, ele não conseguiu o que queria naquela noite, mas agora, tudo aquilo era só um capítulo inicial de uma história que se desdobrava diante dos olhos curiosos de milhões.
O que esses sites e jornais pareciam ignorar, contudo, era o que realmente importava. Além das capas sensacionalistas, além dos cliques e compartilhamentos, existia uma realidade muito mais rica, mais profunda, que pertencia apenas aos dois. O início verdadeiro da relação deles, as conversas íntimas que não foram ouvidas, os olhares trocados quando as câmeras não estavam presentes. Era o que os mantinha tão felizes: a certeza de que, apesar de todo o barulho, o essencial permanecia intocado, privado, guardado para eles mesmos.
As pessoas sabiam que estavam juntos, claro. Agora era um fato público. Mas ninguém sabia como era realmente estar ao lado de Taylor Swift em uma manhã preguiçosa de domingo, ou rir das piadas bobas de Travis enquanto preparavam o jantar. Os jornais não escreviam sobre os momentos de silêncio confortável que compartilhavam no sofá, ou o jeito com que ela encostava a cabeça em seu ombro depois de um longo dia. Isso, ninguém jamais conseguiria capturar em uma manchete.
Enquanto o mundo falava, eles continuavam vivendo, cada vez mais confortáveis na normalidade daquilo que, para os outros, parecia um conto de fadas. Um relacionamento de verdade, feito de dias comuns e de uma cumplicidade inquebrável, que só eles entendiam por completo. Era isso que os mantinha juntos, longe do brilho falso das manchetes.
Sim, estavam apaixonados. Mas mais do que isso, estavam em paz com o que haviam construído juntos.
Tudo o que Taylor sempre desejou, no fundo, era simples: alguém que tivesse orgulho de dizer que estava com ela. Não era preciso mais do que isso. Não queria confissões elaboradas ou declarações grandiosas; bastava a autenticidade de uma afirmação honesta, dita sem receios. A vida privada ainda assim poderia permanecer privada. Ninguém precisava de detalhes íntimos, e ela não esperava que o mundo soubesse cada pormenor da sua rotina. Mas a mera existência de uma relação, a felicidade de estar com alguém, essa não devia ser algo a esconder.
Por anos, no entanto, Taylor se viu apagada, vivendo à sombra de quem realmente era, forçada a se afastar do palco que, um dia, ela tanto amou. O palco de ser vista, de ser ela mesma, sem medo das lentes que a seguiam. Era uma ironia amarga. A mulher que encantava multidões, cuja presença acendia arenas lotadas, agora se escondia. Não dos fãs, não da fama, mas da simples verdade de sua vida pessoal.
Joe, por mais que tentasse ser discreto, a empurrava para as sombras, como se a exposição pública fosse uma ameaça. Toda vez que saíam juntos, havia uma sensação de fuga no ar. Corriam para dentro de carros, aceleravam para longe das câmeras, como se fossem culpados de algo.
Ninguém mais precisaria adivinhar sobre o que conversavam apenas porque uma foto casual de um encontro apareceu nas manchetes. O simples ato de serem fotografados juntos não revelaria o conteúdo de suas palavras, os sentimentos que trocavam em sussurros, ou a profundidade das conversas que pertenciam só a eles.
O que mais a feriu, entretanto, não foram as lentes fotográficas, mas a sensação de que seu próprio parceiro queria mantê-la nas sombras, como se a vida que viviam juntos devesse ser algo a se esconder, algo frágil demais para suportar o escrutínio alheio. Em cada fuga apressada para dentro de um carro escuro, em cada encontro marcado em locais isolados para evitar olhares curiosos, ela sentia como se estivesse fugindo de si mesma. Era uma existência que a forçava a se fragmentar, a dividir quem era em partes públicas e privadas que nunca se encontravam de forma autêntica.
O que ele não parecia entender era que as pessoas já sabiam quem ela era. Elas a viam não só como uma estrela, mas como uma mulher que, apesar da fama, também queria viver sua vida de forma autêntica. Ser fotografada em público não era o problema; o problema era ser forçada a agir como se aquilo fosse errado. Como se amar alguém publicamente fosse algo a ser evitado. Para Taylor, isso corroía sua essência. Ela não era feita para as sombras, para a reclusão constante. Ela era uma mulher que brilhava, e não por causa das luzes dos palcos, mas por causa da vida que pulsava dentro dela, a vida que ela queria compartilhar, sem medo.
Agora, porém, com Travis, tudo parecia diferente. Ele não tinha medo das câmeras ou das perguntas. Ele não tentava controlar a narrativa. O que mais a encantava nele era sua simplicidade desarmante: a maneira como ele a olhava, como a mencionava publicamente, sem esforço ou drama. Para Travis, não havia problema em ser visto com ela; a verdade do relacionamento deles não estava nas fotos ou nos títulos sensacionalistas, mas na vida que construíam juntos, nos pequenos momentos que passavam em silêncio ou nas piadas internas que ninguém mais entenderia.
O mundo poderia ver a superfície, tirar suas conclusões ou criar narrativas baseadas em imagens congeladas, mas o que realmente importava era intangível, invisível para os olhos dos curiosos. E, finalmente, Taylor se permitia respirar, sabendo que não precisava mais fugir. Ela podia, enfim, ser quem era, sem a sombra constante do julgamento ou do medo de perder a si mesma.
A equipe de assessores de Travis estava sob constante pressão, bombardeada diariamente por jornalistas sedentos por novos detalhes do relacionamento que monopolizava as manchetes. Cada telefonema ou e-mail parecia carregar o mesmo tom: exigências por revelações exclusivas, ânsia por qualquer fragmento que pudesse ser transformado em uma notícia sensacionalista. O casal havia se tornado a última obsessão midiática, e o silêncio deles só aumentava o frenesi.
Enquanto isso, Taylor, de maneira discreta, continuava sua própria busca. Desde que sua assessora de longa data, Tree, se afastou, encontrar alguém à altura havia se tornado uma tarefa frustrante. Nenhuma das candidatas parecia entender o equilíbrio delicado entre proteger sua vida pessoal e manter o controle sobre a narrativa pública. Taylor não procurava apenas competência; ela queria alguém que fosse leal, perspicaz, que soubesse antecipar tempestades antes que elas surgissem. Alguém que compreendesse sua necessidade de privacidade sem comprometer a transparência com os fãs. Mas, a cada nova tentativa, o vazio deixado por Tree só parecia crescer.
No meio de tudo isso, um receio comum pairava sobre ela e Travis: o medo de que Pia, a assessora de Kelce, acabasse sobrecarregada. Com a demanda incessante da imprensa e a pressão crescente, tudo estava caindo nas mãos de Pia. Ela era habilidosa, ninguém duvidava disso. Mas até os mais capacitados têm seus limites. Taylor e Travis sabiam que, em algum momento, as responsabilidades iriam pesar demais, e o casal temia o colapso da estrutura cuidadosamente construída em torno deles.
Nos bastidores, enquanto o mundo aguardava com ansiedade por declarações, eles viviam a tensão de equilibrar o que era compartilhado e o que deveria ser preservado. Havia algo de cruel no fato de que o simples ato de amar, para eles, vinha com a necessidade de uma equipe dedicada para gerenciar o impacto desse amor no mundo exterior. Mas, entre reuniões, telefonemas, e trocas de mensagens rápidas com Pia, Taylor refletia sobre como esse tipo de vida, que parecia tão comum em sua realidade, era, na verdade, extenuante.
Apesar da pressão esmagadora da mídia e da curiosidade incontrolável dos fãs, a decisão do casal era clara e firme: continuariam suas vidas como sempre, sem se esconder. Não havia mais espaço para aquele jogo cansativo de se esquivar das câmeras ou de ensaiar uma fuga estratégica ao menor sinal de um paparazzo. Se fossem vistos juntos, assim seria. Se tivessem que enfrentar os flashes e a agitação dos repórteres, enfrentariam. No entanto, havia um limite não-negociável: a linha invisível que separava a vida pública do que pertencia somente a eles. Viveriam com transparência, sim, especialmente com os fãs, mas jamais à custa de sua privacidade. E dentro desse equilíbrio delicado, encontravam uma forma de existir.
Desde que a notícia do relacionamento se espalhou como um incêndio pelas redes sociais, Travis começou a perceber como sua vida, até então pública de uma maneira muito diferente, estava sendo retrabalhada pelos Swifties e seus próprios fãs em uma espécie de narrativa paralela. Ele se via imerso em edições de vídeos, montagens e teorias criativas, algo novo para ele, mas claramente parte do cotidiano de Taylor. As redes sociais estavam inundadas com pequenos tributos a eles, como se, de alguma forma, o romance dos dois tivesse unido universos antes desconectados.
Entre os vídeos e montagens, havia padrões quase inacreditáveis de coincidências que os fãs, especialmente os Swifties, eram mestres em encontrar. Uma das brincadeiras recorrentes envolvia o gesto que Travis costumava fazer durante jogos: a pose do arqueiro, que agora parecia ser uma clara referência à música The Archer, de Taylor. Algo que, até então, ele sequer tinha notado. Mas os fãs não perdoavam. As colagens de Travis em campo, com o arco imaginário em punho, mescladas com imagens de Taylor performando sua música na The Eras, eram repetidas em centenas de vídeos. Era quase como se o destino tivesse planejado esses pequenos acenos entre eles antes mesmo de eles se conhecerem.
E não parava por aí. Havia coincidências que pareciam ainda mais curiosas, quase poéticas. Um exemplo que explodiu nas redes foi a descoberta de que a avó de Taylor, Marjorie, e Travis faziam aniversário no mesmo dia. Era uma coincidência que deixou os fãs alvoroçados, como se fosse mais uma peça do quebra-cabeça do destino que os uniu. Para os Swifties, tudo era simbólico; cada pequeno detalhe era carregado de significado, e essa coincidência em particular se tornou uma das favoritas.
Travis, que nunca havia experimentado esse tipo de fascínio por suas ações, estava se ajustando ao novo mundo em que cada gesto seu, por mais casual que fosse, era dissecado e transformado em algo maior do que ele poderia imaginar. Para Taylor, aquilo já era quase rotina, uma segunda natureza, mas Travis começava a entender o poder de estar ao lado de alguém cujo fandom era uma força tão criativa e incansável.
A mansão situada no luxuoso condomínio fechado de Kansas Metropolis envolvia-se em um silêncio quase reverente, como se o espaço tivesse absorvido a tranquilidade da tarde que se desdobrava lentamente. As paredes, adornadas com obras de arte contemporânea, refletiam a luz suave que filtrava pelas janelas amplas, criando uma atmosfera acolhedora. Travis Kelce, por sua vez, encontrava-se imerso em seus próprios pensamentos. O dia se apresentava calmo, e a ausência de seu filho, Thomas, que havia saído para passar um dia com os Mahomes, deixava o ambiente estranhamente silencioso.
Enquanto isso, Taylor, sua namorada, estava ocupada com uma variedade de tarefas. Ela organizava meticulosamente suas coisas, preparando-se para retornar a Nova York. A artista, que sempre teve um pé na música e outro na vida cotidiana, estava envolvida em uma série de compromissos que exigiam sua atenção e foco. O espaço ao redor dela estava com uma mala aberta, documentos e papéis soltos, enquanto ela fazia anotações em um caderno, concentrada em sua própria realidade, longe do tumulto da fama e do glamour. A mente dela nunca parava, e, de certa forma, aquele caderno aínda era um mistério para o ex tight-end.
Travis, observando-a de um canto da sala, não pôde evitar que uma onda de saudade e carinho o envolvesse. Era difícil não se sentir grato por aquele momento tranquilo, mas a ideia da partida de Taylor o incomodava. Em meio à sua habitual confiança, havia uma fraqueza que ele não costumava admitir: o desejo de tê-la ao seu lado, mesmo que isso significasse usar uma desculpa qualquer para mantê-la presa a si.
— Você claramente não está doente. — a loira disse, sem levantar os olhos, mas fechando o caderno com um gesto determinado.
Ela finalmente ergueu o olhar, fitando-o com uma mistura de exasperação e afeto.
Ele bufou, deixando os ombros caírem de maneira exagerada, como se aquilo fosse o suficiente para convencê-la.
— É claro que estou. Olha. — tentou uma tosse teatral, uma tentativa patética de despertar piedade. — Amor, eu preciso de carinho. Você precisa ficar, cuidar de mim. O que vai ser de mim se você entrar naquele jatinho para Nova York amanhã cedo?
Taylor ergueu uma sobrancelha, os lábios se curvando em um sorriso que ela claramente tentava segurar.
— Travis, para com isso. — ela riu. — E bom, se você está tão doente assim, talvez devêssemos cancelar a vinda dos meninos hoje à noite. Não seria apropriado recebê-los se você está... indisposto, certo?
Ele se endireitou no sofá, surpreso com a oportunidade.
— Na verdade, isso seria uma ótima ideia. — concordou com rapidez inesperada. — Sabe, eu não estava mesmo com vontade. Considerando que amanhã você vai embora, prefiro passar a noite só com você.
Taylor piscou algumas vezes, surpresa pela resposta dele. Ela não esperava que ele fosse tão direto. Passou a mão pelo queixo, como se estivesse deliberando, mas o sorriso travesso no canto de sua boca denunciava seus pensamentos.
— Hum, não esperava por essa resposta. Mas, se é assim, isso só prova que você não está nada doente, Travis. E, nesse caso, claro que vamos receber seus amigos. Eu já disse, eles vêm, e ponto.
O homem balançou a cabeça, frustrado, como uma criança que acabou de perder uma discussão, mas não estava pronto para desistir.
— Linda, por favor... — murmurou, com um suspiro teatral. Ele fez o melhor beicinho que conseguia, os olhos fixos nos dela. — Vamos passar a noite só nós. O Thomas nem está em casa. A casa está quieta. Podemos aproveitar.
Taylor cruzou os braços, arqueando as sobrancelhas em uma expressão de descrença divertida.
Travis, do outro lado da sala, afundado no sofá, encarava-a com uma mistura de resignação e charme fingido, quase infantil, mas havia algo mais profundo em seus olhos. Algo que a distância entre eles tornava cada vez mais evidente.
— Já marcamos com eles, e seria uma falta de educação imensa desmarcar assim, em cima da hora. — ela insistiu, com a voz serena, mas assertiva. O gesto de colocar as mãos na cintura era típico dela, e Travis sabia que, quando isso acontecia, ele estava entrando em terreno difícil. — E, por favor, para de fazer essa cara. Você adora estar com os meninos, não é como se fosse uma tortura!
Ele desviou o olhar por um segundo, sabendo que o ponto dela fazia sentido, mas não se deu por vencido.
— Sim, claro, eu gosto de estar com eles. — admitiu, inclinando-se para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos. — Mas eu posso passar o tempo que quiser com eles, Taylor. Com você é diferente. — ergueu os olhos, fixando-os nos dela com uma intensidade contida, mas genuína. — Você está constantemente indo a Nova York para resolver suas questões, cuidar dos seus gatos, trabalhar nos seus projetos... Às vezes, parece que você está mais lá do que aqui.
Aquela afirmação, dita com um toque de vulnerabilidade, a fez hesitar. Ela sabia que Travis não estava simplesmente sendo dramático. O que para ela eram apenas compromissos rotineiros, para ele, tornava-se uma ausência crescente. Ainda assim, não podia deixar de revirar os olhos levemente diante da melancolia exagerada que ele agora encenava.
Travis semicerrava as pálpebras de forma teatral, a expressão levemente afetada, como se quisesse mostrar o quão sofrido ele estava. Uma encenação digna, mas transparente para alguém que o conhecia tão bem quanto ela.
— Você está exagerando. — ela retrucou, cruzando os braços, mas com um sorriso leve, quase carinhoso. — Desde o aniversário do Tom, eu tenho estado muito mais aqui. Amor — sentou-se ao lado dele, a voz suavizando, tentando fazê-lo entender. — São só alguns dias.
Travis cruzou os braços e soltou um suspiro prolongado, seus ombros caídos de leve como se carregassem o peso daquela conversa familiar. Ele mantinha o olhar distante, fixo em um ponto qualquer da sala, mas claramente atento ao que estava sendo dito.
— Isso não é bem verdade, Tay. Você tem estado mais lá do que aqui, ultimamente. — sua voz saiu firme, mas sem raiva, apenas um toque de frustração contida. — Da última vez, você disse que seria só uma semana. Só uma. E aí, no meio disso, você ligou pra avisar que ia ficar mais uma. — bufou, balançando a cabeça, levantando-se.
Taylor observava-o com um olhar misto de compreensão e exasperação, tentando medir até onde ele estava sendo razoável e até onde era só insegurança disfarçada de aborrecimento. Aproximou-se em passos lentos, até que suas mãos repousassem suavemente na cintura dele, como se quisesse trazer um pouco de calma ao ambiente tenso.
— Trav, você sabe que eu ando ocupada com esse processo de encontrar uma nova PR. Não é só uma questão de escolha, é necessidade. E além disso — sua voz suavizou, agora mais conciliadora. — eu estou trabalhando em novos projetos. Você sabe que eu nunca paro. Nunca foi o meu estilo.
Ele ainda não a olhava diretamente, o rosto virado para o lado como se estivesse decidindo se queria ceder ou continuar com aquela atitude levemente petulante. Taylor soltou um suspiro, mais para si mesma do que para ele, e continuou.
— Eu só fiquei duas semanas da última vez porque queria me livrar de todas as obrigações antes do seu aniversário. Pra poder estar aqui, de verdade, sem estar com a cabeça em Nova York. Eu fiquei, não fiquei? — sua voz carregava um toque de frustração misturada com um certo carinho, quase como se estivesse lembrando-o de algo óbvio.
— Uhum. — Travis murmurou, finalmente quebrando o silêncio com um som que mais parecia um grunhido abafado, ainda fingindo desinteresse.
Ele olhou para o chão por um segundo, como se estivesse considerando sua próxima jogada emocional.
Ela revirou os olhos, mas um pequeno sorriso surgiu no canto de seus lábios, mostrando que conhecia aquela atitude muito bem. A mão dela deslizou suavemente até o braço dele, apertando-o levemente, como se quisesse trazê-lo de volta à realidade.
— Você está sendo dramático. — provocou, mas com uma doçura que suavizava qualquer acusação. — Não finja que está completamente abandonado aqui, porque sabemos que isso não é verdade.
Travis finalmente ergueu os olhos, o olhar encontrando o dela por um momento, e algo naquela conexão o fez soltar os ombros, deixando de lado a fachada de irritação. Ele suspirou profundamente, permitindo que parte de sua frustração escapasse em uma exalação longa.
— Eu sei, eu sei. — admitiu, agora em tom mais baixo, quase resignado. — É só que... é difícil, sabe? Eu sinto como se estivesse te perdendo um pouco cada vez que você vai. Mesmo que seja por pouco tempo. E talvez eu esteja exagerando, mas... — ele deu de ombros, como se não soubesse como continuar.
Taylor inclinou a cabeça para o lado, o olhar suavizando.
— Você não está me perdendo. — ela disse baixinho, com uma firmeza que o fez finalmente prestar atenção. — Eu só estou dividindo meu tempo. E isso não significa que você seja menos importante. —deu um passo ainda mais próximo, até que os dois estivessem praticamente colados, as mãos dela subindo pelo peito dele, até descansarem sobre seu pescoço. — Mas eu entendo como você se sente. E eu prometo que, quando eu voltar dessa viagem, vou tentar estar mais presente. Sem tantas idas e vindas. Acha que consegue esperar por mim?
Ele soltou uma risada abafada, finalmente rendendo-se à proximidade dela.
— Como se eu tivesse escolha. — brincou, mas havia um sorriso leve em seus lábios agora. Ele envolveu os braços ao redor dela, puxando-a para um abraço mais apertado, permitindo-se, pelo menos por aquele momento, esquecer as frustrações e as distâncias que tanto o incomodavam. — Eu só não gosto da ideia de você estar longe. Não quando eu poderia ter você aqui, comigo. Mas... eu vou sobreviver.
— Vai, sim. — ela sussurrou, a cabeça descansando contra o peito dele.
— Mas sério, aínda prefiro passar essa noite a sós com você. — sorriu ladino, rodeando o corpo dela com seus braços, até que as mãos pousassem em sua bunda. — Você sabe, podemos até inaugurar o sofá.
— Você não tem jeito! — gargalhou, dando um tapinha no peito dele, para empurrá-lo para longe. — Parece que estamos no ensino médio, e você é um daqueles garotos tarados que dispensam os amigos só para poder ficar um dia inteiro transando com a namorada.
A verdade é que a tentação de se perder entre os lençóis com Travis era inegável. A ideia de se entregar ao calor da paixão, cercada pela suavidade dos lençóis e pela segurança que ele proporcionava, ressoava como uma doce sinfonia em sua mente. No entanto, a loira se sentia dividida, como se uma balança estivesse pesando suas opções. Como poderia, de forma tão leviana e insensível, dispensar os amigos dele, especialmente após todos os planos meticulosamente elaborados que haviam feito juntos?
— Se é assim que você vê, então, sou mesmo um garoto tarado. — deu um tapinha na bunda dela, quando a mesma virou-se para fechar a mala, após guardar seu caderno ali. — Mas me diga; por acaso é errado que eu queria desfrutar da companhia da minha namorada, quando, na manhã seguinte ela vai viajar, e volta sei lá quando?
— Parou, hein! — virou-se rapidamente, e levantou o indicador, olhando-o sériamente após o tapa. — Não, não é errado querer um tempo a sós, mas também não é desculpa para deixar seus amigos na mão. — afirmou, com um sorriso brincalhão nos lábios.
Ele fez uma pausa, como se ponderasse suas palavras.
— Eu posso remarcar para eles virem amanhã. Hoje, só quero saber de você. — a voz dele saiu com um tom quase manhoso, como um menino que tenta se livrar de um castigo.
— Nossa, mas que péssimo amigo você é! — ela exclamou, rindo incrédula. — Vai abandonar seus amigos só porque encontrou uma namorada? É assim que você se vê agora?
Travis encolheu os ombros, um sorriso travesso estampado em seu rosto, como se estivesse desfrutando da leveza da conversa.
— Tanto faz. — balançou a cabeça, fazendo um gesto exagerado de indiferença.
A expressão dele era quase lúdica, um convite ao flerte que não passava despercebido.
Ela cruzou os braços, arquearando uma sobrancelha, aproveitando a energia do momento.
— Sinto muito, amorzinho, mas não sou essa namorada que restringe o namorado de se divertir com os amigos. — Taylor piscou um olho, cruzando os braços com um sorriso desafiador. — Eles vão vir, e ponto final. E você e eu iremos recebê-los de braços abertos, é claro, com ótimos lanches. Vou pôr a mão na massa hoje.
Travis revirou os olhos, sua expressão marcada por uma mistura de contrariedade e diversão.
— Nossa, como você é chata! —a provocação estava clara. — Eu só queria um pouco de carinho. É pedir demais?
— Mais tarde, quem sabe. — o sorriso dela se tornou malicioso, um brilho travesso em seus olhos. — Por agora, o que você deve fazer é se concentrar em receber bem seus amigos. Afinal, se não fizer isso — deu alguns passos à frente, ajeitando a gola da camisa dele com um toque suave, e complementou com um leve tapinha na altura do peito — quando eles forem embora, vamos apenas dormir.
Ele arqueou uma sobrancelha, quase ofendido, mas a diversão ainda brilhava em seus olhos.
— Você sabe que não sou do tipo que se deixa abalar facilmente.
— Oh, eu sei. — A voz dela era sedutora, carregada de certeza. — Mas a verdade é que eu também sei que você é um grande bobo por mim. Você pode fingir o que quiser, mas, no fundo, adora minha presença. E vamos ser honestos, a noite vai ser mais interessante com seus amigos aqui.
Ele suspirou, um sorriso involuntário se formando nos lábios.
— Você realmente tem um jeito de tornar tudo mais complicado, não é?
— Apenas estou sendo prática. — deu de ombros, a expressão de determinação firmemente ancorada em seu rosto. — Assim que você os receber com um sorriso... talvez, só talvez, eu considere ser generosa com você mais tarde.
Travis a observou, seu coração aquecendo com a familiaridade daquele jogo. Era uma dança entre amor e amizade, entre desejo e compromisso, e, de alguma forma, ambos estavam se divertindo com isso.
Sem espaço para mais contrariedades por parte de Travis, Taylor simplesmente retirou-se do quarto, deixando-o atônito, uma mistura de desejo e confusão se formando em seu interior. As promessas que ela fez pairavam no ar como um perfume sedutor, envolvendo-o em um turbilhão de anseios. Era, de fato, tentadora a ideia de que, mais tarde, desfrutariam um do outro de verdade. Contudo, havia um impulso insaciável dentro dele, uma vontade incontrolável de aproveitar aquele momento já, antes que o dia se transformasse em algo que ele não desejava.
Travis amava o tempo que passava com seus amigos. A camaradagem, os risos compartilhados, a leveza que surgia nas conversas descontraídas. Mais do que isso, ele gostava de vê-los interagindo com Taylor, tratando-a com a consideração que ela merecia. Ela já era, como eles costumavam dizer, “parte dos caras”, e ele se sentia orgulhoso por isso. Era um testemunho de que ela se encaixava perfeitamente em seu mundo, um mundo que, por muito tempo, havia sido dominado apenas por risos masculinos e trocas de brincadeiras.
No entanto, naquela tarde, uma parte dele desejava que aquela visita pudesse ser adiada, um desejo que flertava com a ideia de um dia só para eles, para carinho, abraços, e momentos de intimidade intensa. Mas, é claro, Taylor não permitiria que isso acontecesse. Ela era uma força da natureza, uma tempestade que, em seu ímpeto, poderia transformar um dia simples em uma celebração da vida, da amizade e do amor.
Travis suspirou, percebendo que a ideia de um dia dedicado a sussurros e paixão fora frustrada pela realidade de uma reunião de amigos e a presença vibrante de Taylor Swift. Ela se importava demais com a imagem que seus amigos tinham dela, a “namorada legal” que não se importava em se misturar ao grupo, em fazer parte da diversão. Essa necessidade de não estragar a percepção que eles tinham dela transformou um dia que poderia ser repleto de carinho e melosidade em um evento que agora parecia mais voltado para os garotos, com a presença dela como um acréscimo.
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Para o jantar, Taylor preparou um banquete inspirado na culinária indiana. O prato principal foi Chicken Biryani, um arroz temperado com especiarias, açafrão e pedaços suculentos de frango marinados em iogurte e garam masala. Ao lado, ela serviu naan feito na hora, quentinho e macio, junto com raita, um molho refrescante de iogurte com pepino e coentro, perfeito para equilibrar os sabores intensos.
Como acompanhamento, Taylor preparou aloo gobi, uma mistura de batata e couve-flor cozidas em especiarias como cúrcuma e cominho. Para finalizar, havia gulab jamun de sobremesa, bolinhos fritos embebidos em calda de cardamomo e água de rosas.
Taylor se sentia realizada com o resultado de seu esforço na cozinha, observando a mesa elegantemente posta, cheia de cores e aromas. O sorriso travesso que se formou em seu rosto não era apenas a expressão de seu orgulho, mas também de um convite à aventura gastronômica que estava prestes a compartilhar com Travis. Com um gesto leve, ela pegou uma colher generosa do Chicken Biryani, a mistura perfumada de especiarias e frango, e se dirigiu a ele.
— Vem cá, meu crítico gastronômico. Você precisa provar a obra-prima que preparei. Vamos ver se meu jantar é digno de um verdadeiro banquete. — disse, segurando a colher diante dele, os olhos brilhando com uma mistura de expectativa e provocação.
Travis observou Taylor com um sorriso contido, seus olhos iluminados por uma centelha de expectativa e diversão. Ele sempre achou fascinante a forma como ela se dedicava na cozinha, uma verdadeira alquimista das iguarias, onde o simples ato de cozinhar se transformava em uma experiência quase mágica. O aroma do Chicken Biryani invadia o ambiente, uma sinfonia irresistível de especiarias que fazia seu estômago roncar em antecipação.
Recostado na bancada da cozinha, um braço apoiado casualmente sobre a superfície, Travis manteve a expressão séria enquanto lutava contra a vontade de rir. Ele adorava brincar com ela, e aquele era um momento perfeito para provocar.
— Você sabe que sou um crítico muito exigente, não é? — Travis disse, seu tom grave contrastando com o brilho travesso em seus olhos.
— Você vai provar ou não vai? — Taylor perguntou, com um toque de exasperação, a colher brilhando diante dele como um troféu de sua conquista culinária.
Travis inclinou-se para a frente, levando um instante para apreciar a apresentação do prato que ela havia elaborado com tanto carinho. O Chicken Biryani exibia uma paleta vibrante de cores: o arroz dourado, realçado pelo açafrão, e os pedaços suculentos de frango que se destacavam com seu brilho tentador. A mesa estava elegantemente posta, com um toque de charme que só Taylor conseguiria emanar. Ao lado, o naan quentinho emanava um aroma convidativo, enquanto o raita, fresco e cremoso, aguardava pacientemente o momento de ser degustado.
— Ok, ok, vamos lá. ele anunciou, sucumbindo à tentação que o cercava. — A primeira provinha vai decidir seu destino culinário.
Ele abriu a boca e, com um gesto cuidadoso, Taylor guiou a colher até sua língua, seus olhos fixos nele em uma mistura de expectativa e nervosismo. Travis mastigou lentamente, permitindo que os sabores complexos se desenrolassem em seu paladar. As especiarias dançavam em uma sinfonia harmoniosa, enquanto a suculência do frango marinado se combinava perfeitamente com a leveza do arroz. Ele fechou os olhos por um breve instante, entregando-se à experiência sensorial, quase como se cada garfada contasse uma história.
— E então? — a loira questionou, sua voz carregada de ansiedade, os olhos brilhando como estrelas em uma noite clara.
— Seus competidores na MasterChef podem começar a se preocupar. — Travis respondeu, abrindo os olhos e fixando seu olhar na expressão de alegria dela. Um sorriso genuíno se formou em seus lábios, refletindo a satisfação que se acumulava dentro dele. — Isso está incrível! Você realmente acertou na receita.
O rosto de Taylor iluminou-se com o elogio de Travis, suas bochechas rosadas refletindo uma alegria contagiante. Ela se inclinou suavemente e deu-lhe um beijo na bochecha, um gesto simples que fez o coração dele acelerar, pulsando de felicidade. A sensação do toque dela permanecia no ar, como se cada pequeno carinho fosse um fio invisível entre os dois, conectando-os em um vínculo que transcendia as palavras. A comida que ela havia preparado não era apenas um prato; era um símbolo do amor que compartilhavam, uma demonstração de dedicação que falava mais alto do que qualquer discurso poderia.
— Estou tão feliz que você gostou! — Taylor exclamou, seus olhos brilhando como estrelas em uma noite clara.
Ela começou a dar pulinhos de alegria, quase como uma criança em um dia de festa, e a espontaneidade daquele momento trouxe um sorriso involuntário ao rosto de Travis. Era incrível como a presença dela conseguia transformar até os instantes mais simples em memórias memoráveis.
— Considerando seu paladar infantil, achei que seria mais difícil explorar outras culinárias. — ela continuou, a provocação evidente em sua voz, acompanhada de um sorriso travesso.
Travis riu, sabendo que ela estava apenas brincando.
— Ei, meu paladar não é infantil! — ele respondeu, fazendo um gesto de defesa com as mãos. — Só prefiro o que é familiar. Você sabe, frango frito, hambúrgueres... coisas simples. Mas isso aqui... — gesticulou para o prato que ainda exibia suas cores vibrantes — É realmente uma revelação.
Taylor se afastou um pouco, posicionando-se ao lado dele, seu corpo irradiando uma energia vibrante.
— Então, você está dizendo que eu posso adicionar pratos exóticos ao nosso cardápio? O que mais você se atreveria a experimentar?
— Bem, talvez uma pizza de abacaxi. — ele brincou. — O que você acha? É exótico o suficiente?
— Pizza de abacaxi? Trav, você realmente precisa de um guia de culinária. Isso não é exótico, é apenas... polêmico! — Taylor fez uma careta brincalhona, balançando a cabeça em desaprovação. — Mas talvez eu possa trabalhar nisso. Podemos explorar sabores juntos. Afinal, cada refeição pode ser uma nova aventura.
— Um tour gastronômico ao redor do mundo, começando pela cozinha da minha casa. — ele sugeriu, a ideia começando a tomar forma na mente dele. — Eu poderia ser seu assistente pessoal. Isso implica em eu provar todas as receitas antes de você servir, claro.
— Uma oferta tentadora. — ela respondeu, com um sorriso que fazia seu coração bater mais forte. — Mas você sabe que, como meu assistente, teria que fazer uma parte do trabalho também. Isso significa picar cebolas, descascar batatas e, sim, até mesmo lavar a louça.
— Ugh, o lado menos glamoroso da culinária. — ele lamentou, fazendo uma expressão de desapontamento exagerada. — Por que você não menciona isso antes de me oferecer o cargo?
— Porque, meu amor, o que vale a pena muitas vezes exige esforço.
— Eu como qualquer coisa, só para deixar claro. — Travis disse, cruzando os braços com um ar de determinação. — Com exceção da culinária francesa. Eles são um pouco... estranhos.
Taylor levantou uma sobrancelha, claramente intrigada, enquanto se inclinava levemente para frente, encorajando-o a se explicar.
— Estranhos? Como assim?
— Ah, você sabe, aquele negócio de comer caracol cozido... É muito exótico para mim! — ele riu ao recordar a cena de um amigo tentando escargot uma vez, quase se engasgando. O sorriso de Travis era um misto de divertimento e desdém.
— Escargot é uma iguaria francesa, e você não pode generalizar a culinária de um país só por causa de uma receita! — Taylor protestou, balançando a cabeça em reprovação, seu tom de voz refletindo um toque de indignação e diversão. — Além do mais, é realmente bom! Tem sabor e é servido com um molho maravilhoso. Eu te prometo que um dia vou fazer para você experimentar!
Travis revirou os olhos, uma risada escapando dos lábios enquanto ele se afastava um pouco, como se tentasse escapar da ideia.
— Por favor, não. Eu já conheço meus limites, e comer caracóis não está na minha lista de experiências gastronômicas!
— Você já experimentou, por acaso? Para estar assim, criticando? — Taylor indagou, com um ar desafiador em seu rosto.
— Dada a sua pergunta, prefiro que mudemos de assunto. — Travis respondeu, uma leve tensão se instalando em sua expressão. — Porque, sinceramente, não quero imaginar que você se submeteu a comer um animal nojento cozido. — fez uma careta dramática, como se tentasse repelir a ideia que agora o incomodava. — Caso contrário, eu não vou conseguir te beijar da mesma forma que fazia antes de saber disso.
— Ah não? Taylor arqueou uma sobrancelha, seu olhar desafiador fazendo Travis sorrir involuntariamente.
Em um movimento ágil, ela se ergueu na ponta dos pés, alcançando seu rosto com um beijo suave, que ele não hesitou em retribuir com a mesma intensidade.
Quando finalmente se afastaram, a expressão de Taylor exibia uma mistura de satisfação e travessura.
— Então, parece que escargot nunca será um impedimento para você me beijar, certo? — falou, com um sorriso convencido que iluminava seu rosto.
Travis riu, balançando a cabeça em desaprovação.
— Você sabe que esse seu beijo é desonesto, não sabe? É como jogar sujo no futebol, só que com lábios. — fez uma pausa, seu olhar perscrutando o dela, — Com essa sua habilidade, como posso manter a compostura?
— Desonesto? Talvez, mas funciona. — respondeu, dando um passo para trás, dando de ombros.
— Eu diria que você é uma verdadeira artista da persuasão. — ele comentou, um tom de brincadeira em sua voz.
Travis observou Taylor, seu olhar se detendo em cada expressão de entusiasmo que ela exibia enquanto falava sobre suas aventuras culinárias. Ele não pôde deixar de se perguntar como alguém tão encantador podia ter gostos tão... peculiares.
— Olha, eu só preciso perguntar uma coisa... — o homem começou, inclinando-se um pouco mais para perto dela, como se estivesse prestes a compartilhar um segredo. — Quem em sã consciência decide experimentar um caracol cozido? Isso é uma das coisas mais estranhas que já ouvi. Escargot? A própria palavra já soa como um erro de digitação! Tem que ser algum tipo de tortura culinária.
Taylor riu, uma risada musical que parecia preencher a cozinha, misturando-se com os aromas do jantar que ainda pairavam no ar.
— Ah, mas é exatamente isso que torna a culinária tão fascinante! Cada cultura tem seus próprios sabores e texturas. O escargot, na verdade, é um prato requintado em muitos lugares. Eu estava viajando pela França, e a experiência de degustá-lo com um bom vinho é quase poética.
— Poética, você diz? Ou é só uma forma elegante de disfarçar que você está comendo um animal que escorrega por aí? — provocou, mas a seriedade da expressão dela o impediu de ser demasiado sarcástico. —Sinceramente, parece que você possui uma inclinação para sabores exóticos que eu ainda não consegui entender. O que mais você já experimentou que seria considerado ‘estranho’ para a maioria das pessoas?”
Logo, a cozinha se transformou em um vibrante centro de convívio, onde risos e conversas animadas preenchiam o ar, enquanto todos se reuniam ao redor da mesa, saboreando as criações culinárias de Taylor. O aroma das especiarias e dos ingredientes frescos pairava no ambiente, misturando-se com a atmosfera calorosa e acolhedora que emanava da loira. O som dos talheres cliques de pratos se misturava a comentários entusiasmados de Ross, Aric e Harry, que se deleitavam com a refeição cuidadosamente preparada.
À medida que os elogios se acumulavam, Taylor sentia uma onda de felicidade transbordar em seu peito. Era gratificante ver como seu esforço e dedicação na cozinha eram reconhecidos e apreciados. O brilho nos olhos de seus amigos, a forma como eles se serviam e compartilhavam suas impressões, tudo isso a fazia sentir-se à vontade, como se cada prato fosse um convite à intimidade e à celebração das relações que estavam sendo formadas.
Esse momento não era apenas sobre comida; era uma celebração da conexão humana. Taylor, envolta por um sentimento de pertença, observava as interações ao seu redor, notando como os laços de amizade entre eles se fortaleciam a cada risada e cada história compartilhada. Para ela, essa era uma das alegrias mais profundas do relacionamento com Travis: a oportunidade de ser parte do seu círculo de amigos, de ser acolhida em um mundo que antes parecia tão distante. O calor da aceitação a envolvia como um abraço, tornando-a cada vez mais parte daquela nova narrativa que estava se desenrolando em sua vida.
— Meu Deus! Olha que lindinho você era, amor! — exclamou Taylor, levando a mão à boca em uma mistura de surpresa e adoração, enquanto fitava a fotografia amarelada que Aric lhe mostrara. O quadro, embora desgastado pelo tempo, capturava um momento de pura inocência e alegria. — E você também, Aric, não me leve a mal. — ela acrescentou, dando um sorriso amigável ao homem.
Aric soltou uma risada, seu olhar se iluminando com a lembrança que a foto evocava. Era uma imagem do passado, onde Jones e Travis, ainda crianças, vestiam os uniformes do time de hóquei Mighty Mites Hockey. Os pequenos patinadores estavam radiantes, com sorrisos largos e olhares cheios de esperança. A cena, repleta de energia juvenil, contrastava com a seriedade que a vida adulta muitas vezes trazia.
— Olha só para aquelas bochechas — Taylor disse, apontando para a fotografia. — Tom tem suas bochechas, que aliás, seguem iguais. — não resistindo a loira apertou as bochechas de Travis, como se ainda estivesse diante de um menino travesso, provocando uma onda de gargalhadas entre os homens presentes.
O som de suas risadas encheu a cozinha, ressoando como uma música alegre, quase uma sinfonia de camaradagem.
— Ah, eu sei que era e ainda sou lindo! — Travis corrigiu-a, com uma confiança que beirava o egocentrismo, provocando um sorriso divertido no rosto de Taylor. Ela revirou os olhos em um gesto brincalhão, já acostumada com a autossuficiência dele. — E você, meu amigo, não dei permissão para mostrar essa foto! — ele apontou para Aric, que apenas riu, claramente sem se intimidar.
— Eu comecei pela menos vergonhosa, prometo! — Aric ergueu as mãos em um gesto de rendição, seus olhos brilhando com travessura. — Imagine se sua mãe aparecesse com aquelas fotos de você com o bumbum de fora! Seria um verdadeiro escândalo!
Taylor soltou uma risada, visualizando a cena: uma mãe amorosa, com um olhar de orgulho, exibindo imagens de seu filho travesso em momentos embaraçosos. Era uma ideia hilária e, ao mesmo tempo, reconfortante.
— Você vai adorar, Taylor! — Harry interveio, rindo alto enquanto se perdia no sabor delicioso do banquete que havia sido preparado. — Travis era adorável. — provocou.
— E não se esqueçam daquela em que ele aparece usando o penico! — Ross exclamou, sua voz cheia de malícia, causando um rubor instantâneo nas bochechas de Travis, que imediatamente se escondeu atrás das mãos, como se assim pudesse apagar a lembrança embaraçosa.
— Parem com isso, gente! — ele implorou, tentando manter a dignidade, mas seu rosto vermelho denunciava o quanto aquelas memórias o constrangiam.
Era uma batalha perdida, já que a camaradagem entre os amigos era mais forte do que qualquer tentativa de manter a compostura.
— Own, amor, não tem problema! — Taylor interveio, com um sorriso travesso que derretia qualquer tensão no ar. Ela deslizou o braço ao redor dos ombros de Travis, fazendo-o desviar o olhar, incapaz de sustentar a expressão de indignação diante da doçura dela. Com um gesto gentil, ela fez com que ele baixasse as mãos, revelando um sorriso tímido que lutava para emergir por trás da vergonha. — Todo mundo usou penico um dia! — ela continuou, sua voz suave e brincalhona, enquanto sua expressão se iluminava com a ideia de um Travis criança em situações tão inusitadas. — Onde posso conseguir essas fotos, aliás? — ela provocou, piscando para ele, como se estivesse em busca de um tesouro escondido. O contraste entre a imagem do homem forte e autoconfiante que todos conheciam e a vulnerabilidade do garoto travesso na infância era notável, e isso só fazia com que Travis parecesse ainda mais humano.
— Tenho certeza de que a Donna vai querer mostrar essas fotos. — Ross respondeu, um brilho de travessura nos olhos. Ele apoiou os cotovelos na mesa, inclinado para a frente, como se já pudesse imaginar o embaraço que Travis estaria prestes a sentir. — Mas, caso ela não tome a iniciativa, você sempre pode pedir, não é?
— Não tenho dúvidas de que vou fazer isso! — a loira respondeu, sem hesitar.
A animação em sua voz era palpável, e ela mal conseguia conter uma risadinha maléfica que escapuliu, antecipando a diversão que estava por vir.
Travis, percebendo a intenção maliciosa que pairava no ar, ergueu um garfo em sua direção, com um semblante de falsa seriedade.
— Não ouse! — ele a advertiu, embora uma leve risada escapasse de seus lábios. — Ou eu vou pedir para a sua mãe também, as fotos mais zuadas suas!
— Ela nunca iria ceder. — afirmou Taylor, tentando adotar um tom desafiador, embora um sorriso nervoso traçasse seus lábios.
— Por que não falamos sobre o quão atraente eu era no ensino médio? — Travis lançou a pergunta no ar, um sorriso travesso no rosto, como se tivesse acabado de descobrir uma nova jogada no jogo da vida.
— Não consigo imaginar você como algo além daqueles garotos clichês e insuportáveis que se achavam o máximo — respondeu Taylor, arqueando uma sobrancelha e revirando os olhos, sua expressão era uma mistura de diversão e desprezo, como se estivesse tentando afugentar uma mosca chata.
Assim, a conversa mergulhou de volta aos anos 2000, um período que ressurgia nas memórias de todos, trazendo à tona uma onda de nostalgia que era quase palpável. Embora Taylor houvesse se esforçado para direcionar suas energias em prol de sua carreira, não poderia negar que, durante sua adolescência, experimentou uma série de vivências que apenas poderiam ser categorizadas como universais para a juventude — momentos que, por mais efêmeros que fossem, deixavam marcas indeléveis.
À medida que a discussão se aprofundava, as músicas daquela época se tornaram o foco. Os garotos, com uma facilidade surpreendente, recitavam as letras das canções de Taylor, como se cada verso estivesse gravado em suas memórias. Era como se, de repente, todos fossem transportados para aqueles dias ensolarados de verão, quando a música ecoava em seus corações, oferecendo trilhas sonoras para as pequenas aventuras que viviam. A conversa então fluiu suavemente para outro tema, uma reminiscência compartilhada sobre os jogos que preenchiam as tardes da adolescência.
A animação cresceu entre eles, um brilho nos olhos que refletia a pura alegria da juventude. Os meninos, com entusiasmo contagiante, começaram a citar os jogos que marcaram suas infâncias — títulos como Resident Evil, Counter-Strike e, o mais nostálgico de todos, o amado GTA. Cada menção de um desses jogos evocava imagens vívidas de maratonas de jogatina, noites em claro e a camaradagem que apenas a competição saudável pode criar.
E assim, foi dessa forma que todos se reuniram na aconchegante sala de estar de Travis, um espaço que refletia a descontração e a intimidade de um lar. Ele, com um sorriso no rosto, ligou o videogame em sua imponente televisão de tela plana, um ritual que rapidamente se tornava um convite à diversão coletiva. Os garotos se espalharam pelo sofá, no chão e por qualquer espaço que oferecesse conforto, criando uma cena caótica e animada, onde a camaradagem era palpável.
Travis se acomodou no canto do enorme sofá, seu corpo relaxado, quase parecendo afundar no estofado macio. Ele era a imagem da descontração, a força tranquila do grupo, enquanto a excitação do jogo preenchia o ar. Quando sua namorada, Taylor, se aproximou, hesitando um instante ao seu lado, ele, em um gesto instintivo, a puxou para seu colo com um sorriso cúmplice. Era uma ação simples, mas carregada de significado, um reconhecimento tácito de que, naquele momento, estavam mais conectados do que nunca.
Taylor, envolta em um cardigan longo que caía suavemente sobre seus ombros, rapidamente o usou para cobrir suas próprias pernas, uma tentativa de se proteger do frio que começava a invadir a sala. A saia plissada que ela usava não era muito acolhedora, e o casaco tornou-se seu abrigo. Ela se acomodou confortavelmente, ajustando-se ao corpo de Travis, que a envolveu com um braço protetor, como se quisesse afastar não apenas o frio, mas também qualquer sombra de insegurança que pudesse pairar sobre eles.
A loira se recostou suavemente no peito de Travis, que a acolheu com um gesto natural, envolvendo-a com os braços ao redor de sua cintura, por baixo do cardigan que a protegia do frio. O quadril dela se acomodou sobre o dele, criando uma sensação de intimidade que os dois conheciam bem, mas que, naquele momento, parecia estar tingida de uma emoção nova e electrizante.
Foi então que uma sensação de perigo começou a ecoar em suas mentes, como um sussurro suave que os alertava para a linha tênue que estavam prestes a cruzar. Enquanto seus amigos se entregavam à frenética ação do jogo na tela, rindo e gritando, o casal se engajava em um joguinho arriscado, onde os limites estavam se desfazendo. A mão de Travis começou a fazer uma exploração lenta, acariciando a coxa da namorada, uma dança de toques que provocava um calor crescente entre eles.
Travis inclinou a cabeça em direção ao pescoço de Taylor, inalando o aroma amadeirado e envolvente de seu perfume, um cheiro que evocava conforto e desejo. Com um gesto sutil, ele depositou um beijinho delicado ali, na curva do pescoço, e sentiu o corpo dela reagir àquele toque, como se a eletricidade da conexão entre os dois tivesse se intensificado. Ao mesmo tempo, sua mão começou a deslizar mais para baixo, em um movimento que, embora cauteloso, carregava consigo um tom de audácia.
Ele percebeu quando Taylor prendeu a respiração, um sutil indicador de que seus carinhos estavam se aproximando de uma região que evocava uma mistura de prazer e vulnerabilidade. A sensação dos lábios macios de Travis contra sua pele fez com que uma onda de arrepios percorresse seu corpo, um lembrete de que estavam flertando com o desconhecido. Contudo, ao sentir a proximidade do que poderia ser um desdobramento mais ousado, Taylor se remexeu, tossindo de forma a disfarçar um alerta silencioso. Era um aviso, um convite a recuar antes que as coisas se tornassem mais intensas do que poderiam suportar naquele momento.
Num pequeno susto, Travis afastou a mão, retornando a atenção ao jogo, onde Aric estava imerso na ação, enquanto Ross e Harry se entreolhavam, trocando palpites e provocações sobre a estratégia em curso. A atmosfera na sala estava repleta de excitação e camaradagem, mas, para o casal, o clima era carregado de uma tensão mais íntima e elétrica.
— Não estrague o jogo. —Travis murmurou próximo ao ouvido de Taylor, sua voz baixa e carregada de um tom provocativo. Ele então mordeu delicadamente o lóbulo da orelha dela, um gesto que fazia o corpo dela vibrar em resposta. — Se você tossir, acaba com a nossa brincadeira.
— Amor, não faz assim... — ela sussurrou, sua voz embargada, quase perdida na melodia do momento.
Evitou encontrar os olhos dele, ciente de que aquele olhar ardente tinha o poder de acender um fogo dentro dela, ondas de calor que se espalhavam pelo ventre e a deixavam ofegante.
— Mas por que não? — indagou, fazendo-se de inocente, um sorriso travesso dançando em seus lábios.
Travis voltou a cobrir o pescoço dela com beijos suaves, cada toque um convite a um jogo de sedução que prometia mais do que apenas risos.
Taylor sentiu seu coração acelerar, a luta interna entre se entregar àquele momento e manter a compostura. Ela sabia que os amigos estavam ali, rindo e se divertindo, mas a presença deles se tornava quase irrelevante sob o calor da atenção de Travis.
— Eu não deveria precisar responder isso. — ofegou, lançando-lhe um olhar rápido que navegava entre a insistência e o desespero.
Ao direcionar a atenção para os amigos de Travis, esperando que a realidade os puxasse de volta ao momento presente, percebeu que seus esforços eram em vão. A mão dele, ágil como sempre, deslizava perigosamente para cima de sua coxa, desafiando a linha tênue entre diversão e vulnerabilidade.
— Travis, por favor... — a súplica escapuliu de seus lábios, um misto de temor e excitação.
Taylor mordeu o lábio inferior, uma tentativa de se concentrar na tela da televisão, onde Aric agora dominava a ação com uma destreza que parecia distante de sua própria realidade. O polegar de Travis começou a fazer um carinho sutil, a ponta da unha arranhando delicadamente sua coxa, como se ele estivesse desenhando um mapa secreto entre os dois. Ele sabia exatamente como desestabilizá-la; seus toques lentos e quase imperceptíveis aos olhos dos amigos eram, na verdade, uma provocação calculada.
Ela desviou o olhar, tentando se engajar no enredo do jogo, mas a tensão que pulsava entre eles era inegável, como uma corda esticada prestes a se romper. O ambiente ao redor dela parecia desvanecer, os risos e as conversas dos outros tornaram-se uma música distante, enquanto ela lutava contra a onda crescente de desejo que ameaçava levá-la.
— Você está jogando sujo, Travis. — ela sussurrou, mordendo os lábios em um esforço para disfarçar a respiração ofegante que traía seu estado de nervosismo e excitação.
Ele soltou uma risada baixa, a respiração quente dele acariciando a pele delicada do pescoço dela, criando uma sensação quase elétrica entre eles.
— Estou apenas me divertindo, Tay. Além do mais, foi você quem nos colocou nessa situação. — retrucou, seu tom era brincalhão, mas havia uma intensidade subjacente em suas palavras. Seus dedos começaram a explorar, subindo lentamente pela perna dela, parando perigosamente perto do que ela queria — e, ao mesmo tempo, não queria — que eles tocassem.
Ela se remexeu, uma mistura de prazer e ansiedade a dominando, e puxou o cardigan um pouco mais para cobrir suas pernas, como se um simples pedaço de tecido pudesse proteger o que sentia por dentro.
— Eles vão perceber. — Taylor avisou, uma advertência meio implícita, meio provocativa, enquanto sua mão se fechava em torno da dele, apertando com firmeza entre suas coxas numa tentativa de recuperar o controle da situação.
— Acho que ninguém está prestando atenção em nós. Além disso, eu gosto de viver perigosamente.
O rubor de Taylor agora era inegável, tingindo suas bochechas de um vermelho intenso. Ela se contorceu levemente, uma onda de sensações conflitantes a dominando, quando o polegar dele finalmente encontrou seu monte púbico, ainda coberto pela calcinha. O toque era suave, quase como se ele estivesse desenhando círculos invisíveis sobre a pele dela, e ela prendeu a respiração, a excitação crescendo dentro dela de forma quase palpável.
— Já está molhada, babe? — Travis provocou, sua voz baixa e sedutora, quase um sussurro apenas para os ouvidos dela. O tom atrevido nas palavras dele a fez estremecer, um misto de vergonha e desejo pulsando em seu corpo.
Ela sabia que deveria protestar, deveria colocar um limite. Mas, em vez disso, apenas sentiu um calor intenso subindo por seu corpo, misturado à adrenalina do momento. O jogo ao redor deles, com seus amigos distraídos e absortos nas telas, parecia um eco distante da realidade, enquanto a tensão entre ela e Travis se tornava o único foco de sua atenção.
Taylor sentiu seu coração disparar, uma onda de excitação e apreensão inundando seu corpo. O toque de Travis era ao mesmo tempo familiar e provocante, despertando uma parte dela que ansiava por mais, mesmo que a consciência de serem descobertos pairasse como uma nuvem carregada sobre eles. Ela respirou fundo, buscando palavras que pudessem expressar seu conflito interno, mas a resposta parecia distante, perdida entre os desejos e a realidade.
A risadinha suave que escapou dos lábios dele foi como um sussurro sedutor que atravessou o espaço entre eles, enviando arrepios pela espinha dela. Era um som que exalava confiança, um convite para se render à ousadia do momento. Ele se inclinou ainda mais perto, seus lábios apenas a centímetros do ouvido dela, enquanto sua mão continuava a explorar, traçando um caminho lento e deliberado ao longo de sua coxa.
— Não é exatamente isso que torna tudo tão… excitante? — ele perguntou em um sussurro sexy, a voz baixa e carregada de malícia. — O perigo de sermos descobertos, a adrenalina, a forma como nossos amigos estão distraídos. Isso só aumenta a intensidade.
Taylor fechou os olhos por um momento, permitindo que suas palavras penetrassem. Ele estava certo; havia algo eletrizante naquela situação que a deixava em conflito, entre a vontade de se afastar e o desejo de se deixar levar. O calor da presença dele envolvia-a, enquanto a tensão no ar crescia, quase palpável.
— E se eles nos virem? O que você vai fazer? — ela questionou, tentando se firmar na realidade da situação. Mas a verdade era que, no fundo, ela sabia que o perigo a atraía, e essa compreensão a tornava ainda mais vulnerável.
— Então, vamos nos certificar de que eles não nos vejam, —Travis respondeu, com um sorriso travesso que desafiava as convenções, enquanto os dedos continuavam a deslizar, provocando sensações que a deixavam sem fôlego. — Apenas aproveite. Ninguém vai perceber nada. — ele afirmou, a voz baixa e provocativa, como se estivesse compartilhando um segredo entre amantes.
Travis forçou suavemente as pernas de Taylor a se abrirem um pouco mais, um movimento sutil, mas carregado de intenção. A tensão no ar era palpável, eletrificando o espaço entre eles, e Taylor se viu em uma linha tênue, balançando entre a razão e a excitação que ameaçava dominá-la. A sensação do toque dele estava se tornando quase insuportável, e ela se remexeu, tentando escapar daquela pressão que a levava a um estado de quase entrega, um abismo perigoso do qual era difícil recuar.
Os dedos de Travis, habilidosos e seguros, afastaram a calcinha dela de forma sutil, antes que ele a olhasse nos olhos, um sorriso travesso nos lábios, como um demônio que conhecia todos os segredos da tentação. O coração de Taylor disparou, e ela escondeu o rosto no vão entre o pescoço e o ombro dele, buscando conforto e abrigo, enquanto a vulnerabilidade a envolvia como um manto.
— Amor… — a palavra saiu em um sussurro, quase um lamento, enquanto ela lutava contra a sensação crescente de prazer. — Para, eles vão perceber! — a consciência do ambiente ao redor a puxava de volta à realidade, mas a conexão com Travis era avassaladora.
— Contenha os suspiros, babe. — pediu, sua voz um suave sussurro que parecia ressoar em cada fibra do corpo dela. O indicador dele roçou a excitação dela, um toque que enviou ondas de calor por seu corpo. — Eles não vão ver se você for uma boa garota.
A combinação de palavras e ações foi uma mistura intoxicante que fez com que os sentidos de Taylor se aguçassem. Ela mordeu o lábio, lutando para se manter sob controle, mesmo enquanto o desejo a puxava para uma entrega completa. O calor emanava dela, e a vulnerabilidade de sua posição a tornava mais ciente do risco que estavam correndo. Mas ao mesmo tempo, havia uma liberdade indescritível em se permitir esse momento, em experimentar a emoção de ser vista apenas por ele, como se o mundo ao redor não existisse.
Um dedo acariciou suas dobras, deslizando com uma delicadeza inquietante. Caralho. Aquilo era bom, uma sensação que despertava cada nervo de seu corpo. A ideia de estar escondida, a adrenalina de se conter para não gemer, criava um misto de excitação e medo que a deixava em um estado de vulnerabilidade tão intensa que era quase intoxicante.
Taylor buscou mais contato, mexendo levemente os quadris, um movimento involuntário que implorava por mais. A resposta de Travis foi imediata, e ela sentiu sua respiração quente contra a pele exposta do pescoço.
— Ninguém está vendo nada, querida. E nem vão ver, se você conseguir ficar quietinha. — ele garantiu, o tom de voz uma mistura de sedução e segurança. — Palavra de escoteiro.
A confiança dele a tranquilizou momentaneamente, mas o que veio a seguir desfez qualquer vestígio de racionalidade. Travis deixou um selinho longo nos lábios dela, um toque suave que a fez desejar mais, antes de invadi-la sem aviso, preenchendo-a com três dedos. A boca de Taylor se entreabriu, um suspiro surpreso escapando enquanto a realidade se desvanecia.
Ela tentava se manter concentrada, uma tentativa frustrada de atuar naturalmente, de não dar a mínima pista a seus amigos próximos que estavam ali, alheios à eletricidade crescente entre o casal. Mas a pressão do toque dele estava se tornando cada vez mais difícil de ignorar, quase um convite irresistível para se entregar ao momento.
— Travis… — ela começou, a voz fraca e trêmula, mas a palavra morreu em sua garganta quando ele aplicou uma pressão delicada, provocando um torvelinho de sensações que fazia sua mente girar.
Seu corpo queimava, uma paixão incontrolável que desafiava cada impulso de contenção.
— Shh. — ele sussurrou, seu olhar intenso fixo em seu rosto, como se estivesse desvendando um mistério. — Só sinta. Não pense em mais nada.
A forma como ele a olhava a fazia sentir-se exposta, mas de uma maneira que era ao mesmo tempo aterrorizante e apaixonante. Ela se permitiu um momento de entrega, enquanto as ondas de prazer a envolviam, fazendo com que as distrações do mundo ao redor desaparecessem. Cada movimento dele, cada toque cuidadosamente orquestrado, a arrastava para um estado de êxtase crescente, onde a lógica e a razão se tornavam irrelevantes.
A mente dela lutava, mas o corpo parecia ter vida própria, respondendo aos toques de Travis de maneiras que a deixavam cada vez mais fraca. Ela queria protestar, mas a verdade era que estava completamente presa na onda de prazer que ele estava criando. A forma como ele mantinha movimentos cadenciados em sua buceta, buscando mante-los discretos à percepção de seus amigos, a enlouquecia.
— Sempre tão apertada. — ele sibilou, proximo ao ouvido dela. — Tão gostosa...
A mulher suspirou em um tom quase inaudível, um som que mal se elevou acima do ruído do jogo. Ela se escondeu no vão entre o pescoço e o ombro dele, a boca próxima à pele quente e familiar que a acalmava. Seus lábios se fecharam em um gesto involuntário, mordendo suavemente a carne de Travis, tentando conter o gemido que ameaçava escapar de sua garganta. Era uma batalha interna — o desejo ardente que se espalhava por todo o seu corpo e a necessidade de manter o disfarce diante dos amigos que ocupavam a sala.
A intimidade entre eles pulsava como uma corrente elétrica, e a cada movimento dos dedos dele, a tensão aumentava, transformando aquele momento em um misto de prazer e apreensão. Taylor se contorcia levemente, buscando mais contato, enquanto um arrepio a percorria, reverberando através de sua pele. A sala estava repleta de risadas e gritos animados, mas dentro dela, o mundo exterior desaparecia, e o único som que realmente importava era o seu coração acelerado, martelando no peito.
— Caralho, o que é isso!? — o grito de Ross ecoou pela sala, cortando a tensão como uma faca afiada.
Taylor arregalou os olhos, o coração disparando em resposta ao susto. Em um piscar de olhos, ela se sentiu exposta, como se todos na sala pudessem sentir a intensidade da cor que subia pelo seu pescoço. Com um movimento ágil, Travis retirou a mão, reposicionando rapidamente sua calcinha como se o ato de ocultação fosse suficiente para dissipar a situação.
Por um momento, o tempo pareceu estagnar. Eles observaram os rostos de Ross, Harry e Aric, todos absortos na tela da televisão, os olhos fixos na partida que se desenrolava. Risadas começaram a ecoar e gritos de incentivo ressoavam pela sala, uma cacofonia de sons que obscurecia os sussurros e segredos que até então pareciam dominá-los. Ambos soltaram um suspiro de alívio, como se um peso tivesse sido retirado de seus ombros. A pequena batalha de sensações, escondida no canto do sofá, permanecia inobservada.
— Ok, chega. — disse ela, firme, segurando a mão dele com determinação, evitando que ele se aventurasse novamente. Seu toque era suave, mas a intenção era clara. — Depois. Aqui, não.
Ele soltou um suspiro dramático, como se estivesse representando uma peça de teatro, mas obedeceu à exigência dela, afastando a mão com um gesto exagerado. Porém, antes que qualquer um de seus amigos pudesse perceber, ele lambeu os dedos de forma provocante, um movimento que fez Taylor engasgar com um gemido contido de excitação. A cena era um convite ao desejo, uma pequena provocação que a fazia questionar se poderiam realmente ignorar o que acabara de acontecer.
Travis então envolveu-a de forma mais inocente pela cintura, um gesto que parecia uma tentativa de suavizar a tensão entre eles.
— Você é uma estraga-prazeres, sabia? — murmurou, seu queixo repousando suavemente em seu ombro, como se ele fosse a própria encarnação do conforto.
Taylor não conseguiu conter o sorriso que brotou em seus lábios, mas a mistura de emoções a deixava inquieta. Sem aguentar mais a situação, ela se levantou do colo dele, uma ação que parecia lenta, mas que transparecia urgência. Os garotos, imersos em seu jogo de videogame, continuavam alheios ao mundo ao redor, rindo e gritando a cada jogada, enquanto ela se afastava, quase como uma sombra, em direção ao banheiro.
No instante em que a porta do banheiro se fechou atrás dela, a adrenalina correu por suas veias. Travis, por outro lado, riu baixinho, um som satisfeito que ecoou na sala, sabendo o quanto ele havia mexido com sua garota. O olhar dele dançava entre o desejo e a diversão, uma promessa silenciosa de que assim que estivesse a sós com ela novamente, a noite ganharia uma nova intensidade.
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A noite havia passado num piscar de olhos, como um relâmpago que ilumina brevemente um céu escuro. A mansão, que antes vibrava com risadas e a energia contagiante de uma camaradagem masculina, agora se encontrava envolta em um silêncio quase reverencial. As sombras dançavam nas paredes enquanto o último eco das vozes masculinas se dissipava, e o ambiente, antes pulsante de vida, parecia absorver a tranquilidade que se seguiu.
Assim que os meninos partiram, Travis sentiu uma mudança no ar, como se a casa exalasse um suspiro de alívio, mas também de expectativa. Ele olhou em volta, cada objeto ao seu redor parecia carregar a energia da noite, e em sua mente, a lembrança dos momentos furtivos com Taylor ainda queimava intensamente. O que havia começado como um jogo perigoso agora clamava por uma conclusão. Ele se viu impelido a buscar pelo que tanto havia implorado durante o dia: a intensidade da conexão que compartilhavam.
A diversão estava longe de acabar, e ele podia sentir que Taylor também estava imersa na mesma onda de excitação. Era palpável, como um eletricidade no ar, uma chama que esperava ser atiçada. A tensão que se formara entre eles durante a noite permanecia, carregada de promessas não cumpridas e desejos que ansiavam por liberdade. A intimidade entre eles estava prestes a se manifestar de maneiras que transcenderiam o mero toque; era um chamado visceral para explorar o que significava estar completamente vulnerável um ao outro.
Ele se lembrou do olhar dela, misto de desafio e entrega, enquanto os dedos dele deslizavam suavemente por sua pele. Agora, Travis queria mais do que isso; ele queria mergulhar na profundidade daquela conexão, desvendar cada faceta dela e permitir que ela o conhecesse por completo. Era um desejo que ia além da física; era um anseio de ser um com ela, de se perder e se encontrar nos labirintos de sua intimidade.
— Ainda não consigo acreditar que fizemos isso. — Taylor disse, uma risada nervosa escapando de seus lábios enquanto a adrenalina pulsava em seu corpo. A mistura de vergonha e excitação a fazia sentir-se viva, e a intensidade do momento parecia ecoar em cada palavra que proferia. — Você é insano, Trav.
Ele cruzou os braços, um sorriso travesso iluminando seu rosto, parando no meio do quarto, enquanto ela viu roupas para tomar banho.
— E você não fica atrás, porque se rendeu às minhas ideias. Vamos ser honestos: você quem nos colocou naquela situação. — ele respondeu.
— Eu fui gentil com seus amigos. — ela se defendeu, uma expressão de incredulidade misturada a diversão nos olhos. — Às vezes, você realmente parece um adolescente, sabia? — Sua risada soou como uma música leve, uma melodia que só os dois pareciam ouvir. — E como eu poderia ter resistido? Você estava lá, me tentando com aquele sorriso demoníaco! — completou, balançando a cabeça em um gesto de rendição, como se tentasse absorver a intensidade do que acabaram de viver.
Travis inclinou-se um pouco mais perto, a luz suave do quarto criando um halo ao redor deles, destacando a expressão fascinada em seu rosto.
— Ah, mas você sabe que isso é parte do meu charme. — ele murmurou, a voz envolvente, quase como um sussurro. — Você poderia ter dito não, mas, na verdade, você estava tão pronta quanto eu para essa pequena aventura.
Taylor revirou os olhos, mas não conseguiu conter um sorriso. A atmosfera carregada de uma cumplicidade quase elétrica os cercava, e ela sentiu um calor percorrer seu corpo.
— Verdade seja dita, eu sou atraída por esse seu lado imprevisível. — admitiu.
— E eu sou atraído pela sua coragem. — retrucou, com um toque de admiração. — Você se joga de cabeça, mesmo quando acha que não deveria.
— Apenas quando estou com você. — ela respondeu, uma centelha de desafio na voz, como se estivesse lançando um convite para que ele a surpreendesse mais uma vez.
— Hum, é. Eu sei. — respondeu, os corpos quase se tocando.
— O que você está pensando, meu demôniozinho encantador? — Taylor perguntou, sua voz envolta em um tom malicioso. Os olhos dela brilhavam com um misto de curiosidade e provocação, e ela se inclinou levemente para frente, encorajando-o a se revelar.
Travis inclinou a cabeça, observando o jeito como os cabelos dela caíam sobre os ombros, o olhar fixo nos lábios dela como se quisesse memorizar cada detalhe.
— Estou pensando que, depois de tudo o que aconteceu, precisamos de um momento mais... privado. — ele disse, quase sussurrando. — não conseguia evitar a maneira como suas mãos se moviam com vontade própria, buscando tocar a cintura dela, deslizando suavemente pela pele exposta.
Ela prendeu a respiração, sentindo o calor do toque dele e o magnetismo que a atraía cada vez mais.
— Privado, como? — inquiriu, a provocação em seu tom deixava claro que ela estava disposta a jogar aquele jogo.
— Talvez algo mais intenso. —sugeriu, inclinando-se um pouco mais perto, de modo que suas respirações se misturassem.
Ele podia sentir o perfume dela, uma combinação doce e provocante que o deixava claro que ela estava disposta a jogar aquele
— Algo que faça você esquecer do mundo lá fora. — complementou.
— E o que você tem em mente? — o sorriso dela era travesso, um misto de desafio e desejo. Taylor não conseguia esconder a empolgação que crescia dentro dela. A ideia de continuar o que tinham começado a deixava seu coração acelerado.
Travis segurou o rosto dela com as mãos, os polegares acariciando com as mãos, os polegares acariciando suavemente as maçãs do rosto dela.
— Que tal começarmos com algo simples, como um beijo? - sussurrou, os olhos fixos nos dela, buscando a aprovação. —Um beijo que faça você se sentir como se estivesse flutuando.
Taylor inclinou a cabeça, um sorriso jogado nos lábios.
— Você sempre sabe como me fazer sentir, não é? — ela murmurou, antes de se lançar para frente, unindo seus lábios aos dele com uma intensidade que fez o mundo ao redor desaparecer.
O beijo começou suave mas rapidamente evoluiu para algo mais apaixonado, um reflexo do desejo que os consumia.
As mãos de Travis deslizaram pela cintura dela, puxando-a mais para perto enquanto ele a pressionava contra a parede próxima, como se quisesse absorver cada pedacinho dela. O corpo dela se encaixava perfeitamente contra o dele, e Taylor sentiu um arrepio percorrer sua espinha, uma onda de calor que a envolvia.
Eles se separaram por um breve momento, ofegantes e com os os olhos brilhando. Taylor sorriu, um sorriso que era tanto de satisfação quanto de desafio.
— Você pode fazer melhor que isso. — provocou, piscando para ele antes de se afastar um pouco, como se quisesse testá-lo, desafiando-o a ir além do que já tinham compartilhado.
— Ah, você está me pedindo mais, não está?
—Muito mais.
Sibilou, com um ar de confiança, antes de puxá-lo novamente para perto, pronta para explorar a intensidade de sua conexão, mesmo que por trás das paredes da mansão que agora parecia tão distante.
— Estou pensando que esta noite pode se transformar em algo ainda mais extraordinário do que já é. — Travis comrntou, sua voz baixa e penetrante, como um segredo compartilhado apenas entre eles.
A intensidade de suas palavras fazia o coração de Taylor acelerar, despertando uma sensação de vivacidade que ela não conseguia ignorar.
— E como você pretende fazer isso? — ela desafiou, uma centelha de coragem misturada a uma vulnerabilidade que não conseguia esconder. O tom provocador da sua voz era envolvente, e ela sabia que estava jogando um jogo arriscado.
Travis soltou uma risada suave, seus olhos brilhando com uma mistura de admiração e desejo.
— Você é realmente boa nesse jogo de provocações, não é? — ele questionou, deslizando a mão suavemente pelo rosto dela, os dedos acariciando a pele como se quisesse memorizar cada contorno.
—Essa saia curta — ele continuou, seu olhar se prendendo nas pernas dela expostas. — foi uma escolha estratégica, não foi? Você sabia que eu ficaria louco de desejo, especialmente sabendo que só poderia ter o que queria depois que os meninos fossem embora.
— Pode ser que eu tenha planejado isso. — ela respondeu. — Mas você também não está reclamando, certo?
— De forma alguma. — Travis sussurrou, a intensidade de seu olhar fazendo o estômago dela se contorcer de excitação.
Ele se inclinou mais perto, sua respiração quente misturando-se à dela, cada palavra parecendo um convite para um mundo de possibilidades que estavam apenas começando a ser exploradas.
— Você sabe o quanto isso me excita. — acrescentou, a voz mais baixa, como se revelasse um segredo apenas para ela. — Cada vez que você me provoca, eu me sinto mais atraído por você. É como se você soubesse exatamente como me levar à beira da loucura.
Taylor sentiu um arrepio percorrer sua espinha, uma onda de antecipação percorrendo seu corpo enquanto as palavras dele a envolviam.
— Você me deixa em situações desconfortáveis. Especialmente quando meus amigos estão por perto. O que fizemos lá na sala, em segredo, foi apenas um vislumbre do que realmente estou com vontade de fazer com você agora. — confessou, balançando a cabeça como se estivesse lamentando a própria sorte. — Porém, não terminei com você ainda; temos uma noite inteira à nossa disposição.
O sorriso de Travis, carregado de malícia, fez seu coração disparar. Ele puxou Taylor para mais perto, a proximidade fazendo com que o espaço ao redor deles parecesse desaparecer. Quando ele se inclinou, seus lábios tocaram suavemente a pele exposta do pescoço dela, um toque quente e delicado que enviou ondas de calor por todo o corpo dela. Taylor arfou, a sensação provocando um turbilhão de emoções que a deixava atordoada.
— Travis. — ela murmurou, a voz quase um sussurro, enquanto fechava os olhos, permitindo-se se perder na intensidade daquele momento.
A maneira como ele a tocava era ao mesmo tempo gentil e urgente, como se estivesse descobrindo cada parte dela pela primeira vez.
Ele continuou a explorar sua pele com beijos suaves, cada movimento aumentando a eletricidade no ar entre eles. A mistura de prazer e expectativa a fazia sentir-se vulnerável, mas também incrivelmente viva. Ela se apoiou na parede atrás dela, um gesto instintivo de entrega, enquanto seus dedos se entrelaçavam nos cabelos dele, puxando-o para mais perto.
— Deixe-me te mostrar. — ele disse, afastando levemente o rosto dela, o olhar fixo nos olhos dela com uma intensidade quase hipnótica que fez o coração de Taylor acelerar como um tambor ensandecido. — Quero que você sinta o quão grande é o meu desejo por você. Deixe-me te fazer gozar, desta vez, sem espaço para contenções.
A confiança que emanava dele era contagiante, e Taylor se permitiu relaxar nas mãos dele, entregando-se ao momento. A forma como ele a segurava, como se ela fosse o bem mais precioso que possuía, fez seu peito se encher de emoções misturadas — excitação, vulnerabilidade e uma ansiedade deliciosa. Travis deslizou as mãos pela cintura dela, seus dedos firmes, mas surpreendentemente gentis, enquanto a puxava para mais perto, como se quisesse fundir seus corpos em uma só entidade.
— Você é absolutamente irresistível. — ele disse entredentes, a voz mais rouca, um sussurro sedutor que acariciou seus ouvidos.
Seus dedos se perderam nas ondas douradas de seu cabelo, traçando um caminho que parecia desviar todo o ar ao redor, criando uma atmosfera apenas para os dois.
— E o que você quer? — ela desafiou, a provocação evidente em seu tom.
Havia um brilho de ousadia em seu olhar, enquanto ela se entregava àquela tensão palpável entre eles. A pergunta não era apenas um desafio; era um convite para que ele revelasse suas intenções, para que fosse além das palavras e as transformasse em ações.
Ele inclinou-se um pouco mais para frente, o calor de seu corpo se misturando ao dela, e a proximidade fez o espaço ao redor parecer ainda mais carregado de eletricidade.
— O que eu quero — o ex jogador respondeu, quase em um sussurro. — é explorar cada centímetro de você, cada suspiro, cada gemido. Quero que você me diga onde toca, onde deseja mais, e como posso te fazer sentir.
As palavras dele reverberaram em seu ser, fazendo-a sentir um calor crescente se espalhar por todo o corpo. Taylor sabia que estava em um território desconhecido, mas a confiança que Travis inspirava era inegável.
— E se eu não souber o que quero? — ela perguntou, a vulnerabilidade transparecendo em sua voz, apenas na intenção de instigá-lo mais.
— Então eu vou te ensinar. — ele garantiu, seu olhar fixo no dela com uma intensidade que parecia prometer mundos além do físico.
Com os dedos presos na bainha da blusa dela, ele a puxou para fora, livrando-se do sutiã em seguida.
Sem mais delongas, abocanhou os seios qus saltaram a sua frente, enquanto delicadamente a deitava na cama.
Taylor arqueou as costas quando a lingua dele rodeou seu mamilo, a enlouquecendo, e desencadeando uma onda de calor diretamente para a intimidade dela.
— Esta noite, não vamos perder tempo. — Travis declarou, sua voz baixa e intensa, enquanto se ajoelhava na cama, os músculos definidos de seu torso expostos à luz suave do quarto.
Ele puxou a camiseta para cima, revelando a pele quente e bronzeada, e depois, com um movimento seguro, desabotoou a bermuda, deixando que ela escorregasse para o chão, junto de sua cueca.
Taylor observou cada movimento dele, o coração acelerado em seu peito.
Ela sentiu um calor subir pelo rosto, sua mente se debatendo entre a ousadia do momento e a vulnerabilidade que a proximidade dele evocava. Travis inclinou-se para frente, seus olhos fixos nos dela, como se estivesse avaliando cada nuance de sua expressão.
A ereção dele saltou, e ele começou a masturbar-se, para garantir um sexo melhor.
Puxando-a suavemente pelos tornozelos, Travis a guiou até a extremidade da cama, a pressão da gravidade fazendo com que seu corpo se acomodasse na superfície macia. Ele elevou a saia plissada de Taylor, criando um efeito de desordem intencional, como se cada pregueado da peça estivesse tentando resistir à nova posição.
Com um gesto decidido, deslizou a calcinha branca por suas longas pernas, observando cada movimento dela com um misto de adoração e desejo. A peça de lingerie, delicada e quase etérea, escorregou, revelando a pele suave e bem cuidada, como se cada centímetro dela fosse uma obra de arte a ser contemplada. A sensação de liberdade preenchia o espaço entre eles, enquanto ele apreciava a vulnerabilidade dela, e a excitação no ar era palpável, carregada de uma expectativa silenciosa.
— Adoro ver que você sempre está preparada para mim. — Travis disse, a voz baixa e repleta de uma provocação velada. abrindo as pernas dela, ele começou a brincar, seu pênis deslizando pelas dobras dela, espalhando sua lubrificação.
— Amor... babe, não faz assim comigo... — Taylor implorou, a respiração entrecortada escapando de seus lábios como uma prece.
Sua voz tremia com uma mistura de desejo e vulnerabilidade, e ela se sentia completamente exposta sob o olhar dele. O ambiente ao redor parecia se dissolver, e o único som que preenchia o espaço era o bater acelerado de seus corações.
— Implore. Me diga o que você quer. — exigiu. A voz carregada de um tom autoritário e sedutor, enquanto aumentava o ritmo de sua carícia.
— Você. Eu quero você. — Taylor respondeu, sem querer mais truques ou enrolações. As palavras saindo em um fluxo quase incontrolável. — Trav, por favor. Me fode logo!
A sinceridade e a urgência em sua declaração eram impossíveis de ignorar, revelando o desespero que havia se acumulado dentro dela.
Ele hesitou, um sorriso provocador brincando em seus lábios.
— Será que eu deveria mesmo? — o homem fez menção ao ato que ambos ansiavam, a provocação clara em sua voz. Os olhos de Taylor se arregalaram, e seu corpo reagiu de forma involuntária, a cabecinha dele pressionando a entrada. Mas, em um movimento súbito, ele recuou, a expressão dele mudando. —Porque, não sei... estou muito triste. — ele confessou, o peso de sua voz denunciando uma fragilidade que contrastava com a atmosfera carregada de desejo. — O dia que era para ser só meu e da minha namorada foi completamente ignorado por ela mesma.
— Não... Trav, por favor... Não me torture assim... — ela implorou, a voz embargada pelo misto de frustração e desejo que a consumia.
Seus olhos, um turbilhão de emoções, buscavam os dele, tentando transmitir a intensidade da necessidade que sentia. Era como se cada palavra que saísse de sua boca fosse uma súplica para que ele compreendesse a profundidade de seu anseio.
Ele soltou uma risada curta, quase desdenhosa, mas havia um brilho de compreensão em seu olhar. Com um movimento ágil, ele segurou a cintura dela, guiando-a com firmeza enquanto a virava de costas. O gesto era uma combinação de possessividade e carinho. Ele a inclinou para si, sentindo a pele macia e branca da bunda dela sob suas mãos, o calor que emanava daquela conexão instantânea fazendo seu coração acelerar. A loira, sem qualquer aviso, afundou o rosto no lençol.
Em um ímpeto selvagem e instintivo, Travis a penetrou fundo, em uma só estocada, uma fusão de corpos que parecia transcender o físico. Ele sentiu o calor e a suavidade do interior dela esticando-se para recebê-lo. Era uma sensação intensa, quase avassaladora, que os envolvia em uma bolha de desejo e necessidade, onde o mundo exterior desaparecia.
Um gemido alto e sofregamente involuntário escapuliu dos lábios de Taylor, uma reação espontânea que a pegou de surpresa. A sensação intensa a envolveu, e era como se, naquele momento, ela desaprendesse a respirar, cada inalação se tornando um desafio em meio ao êxtase que a consumia. A necessidade de se agarrar a algo sólido a fez se segurar firmemente aos lençóis, como se eles fossem a única âncora em um mar de emoções.
Ele a observou com um olhar atento, as mãos firmes em sua cintura, esperando que ela se ajustasse à posição e ao seu tamanho. Havia um respeito implícito em sua postura, uma compreensão de que a entrega total requer tempo e confiança. Puxando-a suavemente para si, ele sentiu a temperatura da pele dela sob suas palmas, o calor irradiando e criando uma conexão elétrica entre eles.
Recuperando-se da estocada inicial, Taylor virou-se ligeiramente, o rosto ainda marcado pela surpresa, e olhou-o por cima do ombro. Seus olhos encontraram os dele, e a intensidade daquele olhar parecia carregar um mundo de significados. Ela assentiu imperceptivelmente, uma pequena confirmação de que estava pronta para prosseguir, uma entrega que ia além da mera physicalidade.
— Você é deliciosa, puta que pariu! — ele rosnou, enquanto ele a empurrava devagar, cada palavra impregnada de um desejo quase primitivo.
Travis estava movendo-se de maneira lenta e sedutora, um ritmo que parecia capturar a essência de sua conexão. As mãos de Taylor se agarravam aos lençóis, os dedos enterrando-se no tecido como se tentassem encontrar estabilidade em meio à tempestade de sensações que a invadia. Ela lutava contra o impulso de deixar seus gemidos escaparem, tentando manter um controle tênue sobre si mesma. Era uma batalha interna entre a necessidade de se entregar completamente e o desejo de prolongar aquele momento.
Ele a fazia sentir cada centímetro dele dentro de si, como se estivesse despertando uma nova percepção de prazer que ela nunca havia experimentado antes. As primeiras estocadas eram cuidadosas, cada movimento ponderado e respeitoso, como se ele estivesse sintonizando sua cadência com o corpo dela, certificando-se de que ela se acostumasse à profundidade daquela conexão.
— Pare de conter seus gemidos! — ordenou com uma firmeza suave, prendendo o cabelo dela em sua mão, como se estivesse moldando uma cauda de cavalo.
Ele puxou os fios para trás, fazendo suas costas se arquearem involuntariamente, uma resposta instintiva que a deixou vulnerável e exposta. Era um movimento que unia dominação e carinho, revelando a dinâmica que sempre existiu entre eles.
— Eles já não estão mais aqui. Acabou o joguinho! — continuou, a urgência em sua voz crescendo. — Eu quero ouvir você gritar meu nome.
E então, com um movimento deliberado, ele pressionou seu quadril contra o dela, uma estocada profunda e poderosa que reverberou entre eles.
— Travis! — Taylor gritou, os olhos revirando-se em uma mistura de prazer e desespero, cada parte de seu corpo respondendo àquela invasão de desejo.
A outra mão dele envolveu delicadamente seu pescoço, a textura da barba roçando sua bochecha em um toque áspero e ao mesmo tempo terno. Ele inclinou-se, levando suas bocas a se encontrarem em um beijo ardente, onde a intensidade de suas respirações se misturava em um ritmo frenético.
Com um recuo rápido, Travis se afastou um pouco, apenas para mergulhar fundo novamente, a força de seu corpo fazendo o dela balançar com a colisão. Os dentes dela encontraram os dele, e o som de seus gemidos se misturou à dança de suas bocas, criando uma sinfonia de prazer que ecoava pelo quarto.
Ele manteve o aperto firme em suas madeixas, observando-a se arqueando a cada penetração, uma visão que alimentava sua determinação de levá-la ao limite. O desejo o consumia, e ele aumentou o ritmo, os corpos se encontrando em uma cadência quase primal, uma conexão visceral que desafiava qualquer limite. Cada movimento se tornava mais profundo, mais intenso, enquanto ela se entregava completamente ao momento.
Os gemidos de Taylor tornaram-se mais altos, livres de qualquer inibição, uma celebração da entrega que os envolvia. Travis estava determinado a fazê-la delirar, e os primeiros sinais de sua rendição começaram a aparecer. As paredes de seu corpo se apertaram ao redor dele, uma resposta involuntária que fez a respiração dele se acelerar ainda mais.
Naquele momento, ambos se perderam na onda de prazer que os envolvia. Os movimentos dele se tornaram mais cadenciados, cada estocada uma promessa de prazer intenso, até que, finalmente, ele se entregou completamente, despejando-se dentro dela, a conexão entre eles atingindo um clímax que parecia eterno.
Taylor despencou de bruços sobre a cama, o corpo ainda vibrando com a intensidade do momento. Sua respiração estava acelerada, cada inalação parecendo um eco do prazer que a envolvia, como se o ar que entrava em seus pulmões estivesse impregnado com a sensação de entrega absoluta.
Travis permaneceu sobre ela, tomando cuidado para não esmagá-la sob seu peso. Ele sabia que aquele momento era tanto sobre conexão quanto sobre conforto, e o peso dele era mais uma proteção do que um fardo. Com um toque suave, ele começou a espalhar beijinhos delicados ao longo das costas dela, a pele dela quente e ligeiramente úmida sob seus lábios.
Cada beijo era uma afirmação, um lembrete silencioso do que acabaram de compartilhar. Ele se permitiu recuperar o próprio fôlego, sentindo o ritmo acelerado de seu coração gradualmente se acalmar. O cheiro dos cabelos dela, misturado ao aroma dos lençóis e à suavidade da luz que filtrava pelas cortinas, criava uma atmosfera envolvente, quase mágica.
Travis se deliciou com a visão do corpo dela se contorcendo sob seu toque, um reflexo da vulnerabilidade e da força que coexistiam dentro dela. O calor que emanava dela parecia ressoar com a batida de seu próprio coração, um lembrete de que ambos estavam profundamente entrelaçados em algo que transcendia o físico. Ele passou a mão pela superfície da pele dela, desenhando padrões invisíveis com seus dedos, como se tentasse capturar a essência daquele momento. Era uma tranquilidade que se instalava após a tempestade, um espaço seguro onde poderiam se permitir ser apenas eles mesmos, longe de qualquer expectativa ou pressão externa.
Taylor virou ligeiramente a cabeça, seus olhos encontrando os dele, um brilho de satisfação e intimidade refletido em seu olhar.
— Você está bem? — o homem perguntou, ofegante, buscando controle da respiração.
— Melhor do que nunca. — respondeu, um sorriso suave e cansado se formando em seus lábios, enquanto ele continuava a explorar a curva de suas costas.
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— Não posso acreditar que você vai partir em algumas horas. — lamentou, jogando-se na cama com um peso quase palpável em seus ombros, depois de trocar os lençóis. O movimento, ao mesmo tempo dramático e infantil, fez com que ele parecesse mais um garoto contrariado do que o homem que era, revelando um lado seu que raramente se deixava expor. — Vou ter que passar uma semana sem você. É uma verdadeira maldade.
— E lá vamos nós, com o rei do drama. — respondeu ela, revirando os olhos, enquanto ligava o secador na tomada, seu reflexo dançando no espelho em um momento de descontração. Sentou-se à frente do espelho, seus cabelos soltos caindo como ondas douradas sobre os ombros, pronta para secá-los. — Para com isso. São apenas cinco dias.
Travis se levantou, uma expressão de falsa indignação moldando seu rosto. Ele se aproximou e pegou o aparelho da mão dela com um movimento suave, como se estivesse resgatando uma joia preciosa.
— Deixe-me mimá-la agora! — disse, a voz carregada de um tom possessivo, como se cada segundo juntos fosse um tesouro que não queria desperdiçar. Com isso, ele se sentou ao lado dela, ocupando o espaço no banco da penteadeira e, por um momento.
Travis começou a brincar com as mechas de cabelo dela, seus dedos deslizando com ternura enquanto ela observava seu reflexo. O silêncio foi interrompido apenas pelo som do secador, que se misturava ao ritmo acelerado de seus corações.
— Com você me mimando desse jeito, depois não quero ouvir reclamações. — ela avisou, um sorriso travesso nos lábios, enquanto se recostava na penteadeira, o olhar fixo nele.
Travis sorriu, para ela através do espelho.
— Eu sempre vou te mimar. — afirmou, com a sinceridade que permeava suas palavras, enquanto se distraía com as mechas dela. — É meu dever como seu homem garantir que minha princesa esteja sendo bem cuidada.
Ele ajustou a posição do secador, concentrando-se no que ela havia lhe ensinado. Travis começou a passar a escova pelos cabelos dela, o movimento cuidadoso e delicado, como se estivesse manuseando uma peça de arte. As mechas loiras deslizaram entre seus dedos, e ele sentiu a textura suave, quase sedosa, enquanto alinhava o cabelo antes de aplicar o calor.
O secador emitia um zumbido baixo, o vento quente soprando suavemente os fios. Ele observou como as madeixas se moviam graciosamente, dançando sob a corrente de ar quente. Um pequeno sorriso de satisfação se formou em seus lábios enquanto ele dirigia o secador com precisão, mantendo a escova em movimento contínuo.
Travis ficou absorto no processo, quase hipnotizado pela simplicidade da cena.
Concentrando-se, ele moveu o secador para a parte de trás da cabeça dela, onde o cabelo ainda estava ligeiramente úmido. Com movimentos firmes e seguros, ele começou a secar, passando a escova de forma estratégica. O vento quente flutuava em um padrão quase rítmico, e ele se pegou pensando em como aqueles minutos juntos eram um refúgio da correria do dia a dia.
Após alguns minutos, ele finalmente afastou o secador, admirando seu trabalho. Os cabelos dela estavam agora completamente secos, brilhantes e volumosos, com um toque de frescor que só um secador poderia proporcionar.
— Pronto! — declarou, um sorriso triunfante nos lábios. — Sua majestade está oficialmente pronta para a noite.
Ela se virou para ele, os olhos cintilando de gratidão e alegria.
— Obrigada, meu príncipe encantado. — ela disse, com uma leve reverência, divertindo-se com a situação.
Preparada para dormir, ela deslizou o roupão para fora dos ombros, revelando uma camisola curta que caía delicadamente sobre suas pernas. O tecido leve parecia quase flutuar em torno dela, trazendo à tona uma aura de tranquilidade que preenchia o quarto.
— Podemos assistir a algo na TV? — ele sugeriu, com um tom de esperança na voz, tentando prolongar o tempo que tinham juntos antes que a noite se tornasse um mero preâmbulo para a manhã que traria a separação.
Ela hesitou por um momento, seu rosto perdendo um pouco do brilho à medida que a fadiga se instalava.
— Agora? — sua expressão murchou em cansaço, e ela deixou de lado a coberta que estava prestes a puxar sobre si, revelando um lampejo de desânimo nos olhos. — Mas eu estou tão, tão cansada. — dramatizou, jogando a cabeça para trás em um gesto exagerado, mas divertido, enquanto seus cabelos ainda resplandeciam à luz suave do quarto.
Travis não pôde deixar de sorrir, mesmo diante do cansaço dela. Ele sabia que ela estava exausta, mas a ideia de passar mais algumas horas juntos, mesmo que apenas em frente à tela da TV, era irresistível.
— Eu também estou cansado. — admitiu, seus olhos fixos nos dela, um apelo silencioso que transparecia no brilho da sua expressão. — Mas em algumas horas você vai estar no seu jatinho, voando para longe de mim. — sentou-se na ponta da cama, a firmeza do seu corpo contrastando com a fragilidade da situação. Ele ergueu a mão em direção a dela, capturando-a com delicadeza entre os dedos, como se estivesse segurando um tesouro precioso. — Só um filme... — insistiu, inclinando-se ligeiramente para frente e beijando o dorso da mão dela, a suavidade do gesto imbuído de uma ternura genuína.
— Você está tão dengoso hoje... — ela comentou, um sorriso brincando em seus lábios.
Travis, sentado na ponta da cama, imediatamente tomou uma postura exagerada, levando a mão ao peito com um gesto dramático, como se o golpe de uma profunda ferida o tivesse atingido.
— Dengoso? Eu? Jamais! — proclamou, com uma voz que soava mais como uma cena de teatro do que uma conversa cotidiana. — Sou apenas um homem que se preocupa com sua amada, que, em algumas horas, estará a milhares de quilômetros de distância. — continuou, a inflexão de sua voz carregada de dramatização, o que provocou uma onda de risadas dela, cheia de diversão ao presenciar a atuação despretensiosa.
— E lá vem você com esse seu jeito de dramatizar tudo. — respondeu, um riso alegre escapando de seus lábios enquanto se levantava da cama, rendendo-se à comédia que se desenrolava diante dela.
— Mas tudo bem, vamos assistir a um filme! — ela decidiu, balançando a cabeça com um sorriso que denunciava a rendição ao charme inegável de Travis. — Só não espere que eu fique acordada até o fim.
Travis sorriu, um brilho travesso em seus olhos. Ele se levantou e, com um gesto grandioso, fez uma reverência teatral.
— Permita-me, então, ser seu humilde servidor na arte do entretenimento. — declarou, com a mão estendida como se estivesse convidando-a a entrar em um mundo de magia e diversão. — Escolheremos um filme que mantenha a bela dama acordada.
— E o que você sugere? — perguntou aceitando a mão dele, caminhando em direção a porta, após pegar um travesseiro debaixo do braço, pronta para ir pra sala.
— Que tal... American Pie? — sugeriu ele, seu tom entusiasmado refletindo a familiaridade com a comédia clássica.
Ela parou na porta, virando-se lentamente para ele, um sorriso no rosto.
— Sério? Você realmente está me comvidando a um filme cheio de adolescentes desajeitados tentando perder a virgindade? — brincou, fingindo indignação.
— Acho que você vai adorar. É hilário! Além do mais, quem não ama um pouco de nostalgia? — ele respondeu, seguindo-a para a sala
Enquanto caminhavam, ele a observou com admiração. Ela, com a camisola delicada que destacava sua figura, parecia tão à vontade. Ele se permitiu uma pausa momentânea para apreciar como cada pequeno gesto dela, desde a maneira como segurava o travesseiro até a leveza em seus passos, transformava aquele espaço comum em um cenário digno de um filme.
Chegando à sala, ela deixou o travesseiro de lado e se acomodou no sofá, puxando a coberta que ele levara para ambos, sobre as pernas. O calor do ambiente, combinado com a expectativa do filme, envolvia-os em um abraço invisível de conforto.
Travis começou a preparar tudo para a sessão de cinema, a familiaridade de cada gesto trazendo um sorriso ao seu rosto. Ele abriu a porta do micro-ondas e colocou um recipiente de pipoca, enquanto o leve tilintar do botão em seu painel ecoava pelo ambiente. Taylor, por sua vez, se acomodou no sofá, ainda rindo da ideia de reviver os velhos tempos através de um filme que tanto a divertia. A casa estava envolta em uma penumbra suave, com a luz da tela se preparando para brilhar, criando uma atmosfera acolhedora e nostálgica.
Assim que a pipoca começou a estourar, o som alegre ressoou na cozinha, e Travis se juntou a ela no sofá, puxando-a para mais perto. Com um gesto cuidadoso, ele deslizou mais para baixo das cobertas, envolvendo ambos em um casulo de calor e conforto. Ele se deitou, a cabeça repousando em seu peito, enquanto seus braços a envolviam de maneira protetora.
Taylor sentiu o calor dele contra seu corpo, uma sensação reconfortante que a fez relaxar ainda mais. Ela notou como as mãos de Travis repousavam gentilmente em sua cintura, seus dedos sutilmente se entrelaçando em seus cabelos, como se quisesse absorver cada momento, cada batida de seu coração. O leve movimento de seu peito subindo e descendo tornava-se um ritmo suave, um compasso que fazia o mundo lá fora parecer distante e irrelevante.
— Você está mesmo exagerando, sabia? — Taylor comentou, os dedos deslizando delicadamente pelo cabelo de Travis, enquanto as primeiras notas da trilha sonora icônica ecoavam pela sala, criando um ambiente envolvente e nostálgico.
— Talvez. — ele respondeu, a voz um tanto melodramática. — Mas você precisa entender o quanto isso é angustiante para mim. Você vai me deixar aqui sozinho por cinco dias. Pense em como isso vai ser! — Travis gesticulou amplamente, como se a simples ideia de solidão fosse uma tragédia épica.
Ela soltou uma risada leve, um som que preenchia a sala de um conforto familiar.
— Não me faça sentir culpada! Vou estar muito ocupada em Nova York. — disse, empurrando-o suavemente com um sorriso maroto nos lábios. — É só uma semana, e você sabe que vamos nos falar todos os dias. Além do mais, você vai ter a companhia do Tom.
— Eu sei, eu sei. — suspirou dramaticamente, levando uma mão ao peito como se estivesse realmente sofrendo. A expressão dele misturava um humor leve com uma pitada de sinceridade. — Mas a verdade é que vou sentir sua falta, principalmente quando estivermos só eu e Tom nessa enorme mansão, tentando não chorar. — ele lançou um olhar exageradamente triste, como se tivesse perdido um ente querido.
Taylor não conseguiu conter o riso diante da teatralidade dele.
— Não vai ser tão ruim assim! Pense em todas as vezes que nós dois já fizemos isso. Você vai aproveitar para fazer coisas que não faz quando estou por aqui.
— Como o quê? — ele perguntou, um sorriso involuntário surgindo, erguendo um pouco o rosto no relevo do peito dela, para olha-la através dos cilios.
— Ah, você sabe... — ela respondeu, os olhos brilhando com uma malícia divertida. — Assistir a filmes ruins, comer pizza na cama e deixar a bagunça se acumular até que você sinta que precisa de um exército de pessoas para te ajudar a limpar.
— Essa descrição é tão tentadora! — ele exclamou, fingindo estar em um estado de euforia. — Eu posso me ver assistindo a todos os filmes que você nunca quis ver e devorando pizzas inteiras em completa solidão.
— Veja, já está ficando dramático de novo! — ela riu, enquanto ajustava a posição para ficar ainda mais confortável. — O que você precisa é de um pouco de perspectiva. Isso é só uma semana, e em breve estaremos juntos novamente.
— É fácil para você falar isso! — ele retrucou, mas o tom de sua voz era brincalhão, e a tristeza em seus olhos foi suavizada pela leveza do momento.
— Acho que vocês conseguem sobreviver sem mim por cinco dias. — Taylor provocou, seu olhar se fixando nas primeiras cenas do filme, onde um grupo de amigos se lançava em uma busca hilariante por experiências românticas. As risadas e a energia vibrante da comédia preenchiam a sala, contrastando com a atmosfera melancólica que Travis havia criado.
— Mas cinco dias, Tay! — ele exclamou. — Tom e eu ficaremos sozinhos aqui, e o que vou dar a ele para comer no café, almoço e jantar? Fast-food?
— Você está de brincadeira, né!? Fast food todo dia? Nem pensar! — exclamou Taylor, os olhos se arregalando com uma mistura de incredulidade e preocupação, enquanto se sentava mais ereta no sofá, as cobertas escorregando para os lados. A intensidade de seu tom de voz contrabalançava a leveza da comédia que começava a se desenrolar na tela à sua frente.
— O que você sugere, então? — Travis fez uma expressão de desespero exagerada, elevando a cabeça para encará-la, como se estivesse diante de um conselho vital. — Vou acabar sendo um pai terrível!
— Calma, você não vai ser um pai terrível — ela respondeu, rindo enquanto balançava a cabeça, lembrando-se da dedicação que ele sempre demonstrava ao cuidar de Tom. Era um lado dele que ela admirava profundamente, mesmo quando suas habilidades culinárias deixavam a desejar. — Mas você pode preparar algumas refeições simples. Que tal um dia de macarrão? Outro de frango assado?
— Macarrão e frango assado, amor? — ele questionou, levantando as sobrancelhas em incredulidade, como se tivesse recebido uma proposta descabida. — Depois de eu ter experimentado toda aquela culinária indiana que você preparou, você está me sugerindo macarrão e frango assado?
Taylor não pôde evitar um sorriso divertido ao ver a expressão de Travis. Ele sempre foi dramático, mas havia algo cativante na maneira como seu entusiasmo poderia se transformar em desespero em questão de segundos.
— Mas são pratos que têm potencial, especialmente se você adicionar alguns temperos e legumes. A simplicidade às vezes é uma vantagem, e o mais importante é que vocês vão comer.
Ele soltou um suspiro teatral, caindo para trás no sofá, como se estivesse lidando com uma verdadeira catástrofe.
— Você está dizendo que eu tenho que renunciar à alta gastronomia indiana em favor de um prato de macarrão? Isso é cruel!
Travis suspirou, moldando uma careta cômica em seu rosto, a dramatização ganhando um toque de leveza que sempre divertia Taylor.
— Tudo bem, você venceu. Vou me esforçar, mas você sabe que não sou exatamente um gênio na cozinha. — admitiu, com um tom de resignação.
— Eu sei que você vai dar conta! — ela o encorajou, seu olhar cheio de confiança, como se suas palavras fossem um mantra que poderia transformar suas inseguranças em determinação.
Ele, então, se aproximou mais, envolvendo os braços ao redor da cintura dela. A sensação do corpo dela contra o seu era reconfortante, e ele não pôde evitar inalar o perfume suave que emanava da camisola delicada que ela usava, uma mistura sutil de flores e algo que era exclusivamente dela. A familiaridade desse momento o fez sorrir de maneira genuína.
— Bom, de todas as formas, saiba que vou sentir saudade. — murmurou, suas palavras impregnadas de uma sinceridade quase palpável. Enquanto falava, ele inclinou-se levemente para beijar o seio dela, por cima da camisola, um gesto suave e protetor, que deixava claro o quanto ele valorizava aqueles momentos íntimos entre eles.
— Muita saudade. Mas e então, o que você vai fazer? Deve ter muitos compromissos importantes, não? — a curiosidade em sua voz era genuína, e ele se afastou um pouco para olhá-la nos olhos, tentando captar cada nuance de sua expressão.
Taylor soltou um suspiro.
— Algumas coisas. — ela respondeu vagamente, seu olhar distante, como se estivesse perdida em pensamentos sobre tudo que a aguardava em Nova York. — Mas como eu prometi ao Tom, vou voltar para o Halloween. E, claro, assim que eu voltar, podemos marcar com mais precisão para você e meu pai se conhecerem.
— Ah, falando no seu pai, eu tenho uma coisa para te mostrar. — ele disse, um brilho de entusiasmo atravessando seu olhar.
Com uma certa preguiça, Travis se levantou do sofá, seus músculos se esticando sob a camiseta justa enquanto ele se endireitava. A sala era iluminada suavemente, as sombras dançando ao longo das paredes decoradas com fotos que capturavam momentos felizes entre eles e outros amigos. O sofá, confortável e afundado, parecia protestar à medida que ele se afastava, como se sentisse a falta de sua presença.
Ele caminhou até o armário embutido, que ficava em um canto da sala, um móvel de madeira escura com detalhes entalhados que lhe conferiam um charme rústico. O armário estava um pouco empoeirado, uma evidência do tempo que passava sem que ninguém se preocupasse em limpá-lo. Com um movimento decidido, Travis abriu a porta, revelando prateleiras organizadas, mas repletas de objetos variados — desde livros de receitas até jogos de tabuleiro que raramente eram utilizados.
Ele buscou por alguns segundos até encontrar o que procurava. Retirou uma sacola de papel pardo, com alças de cordão de sisal que se entrelaçavam delicadamente. A sacola tinha uma aparência simples, mas sua rusticidade e a tinta colorida lhe conferiam um toque de autenticidade, como se cada detalhe tivesse sido escolhido com carinho.
Com a sacola em mãos, Travis voltou-se para Taylor, a expressão no rosto agora misturando expectativa e uma pitada de travessura. Ele se aproximou, estendendo o objeto para ela.
— O que é isso? — perguntou Taylor, a curiosidade vibrando em sua voz enquanto ela se erguia um pouco do sofá, inclinando-se para pegar a sacola que Travis lhe oferecia.
Ao abrir o recipiente, seu coração pulsou com expectativa. Com um movimento cuidadoso, ela retirou de dentro um boné de lona vermelha, com a insígnia dos Kansas City Chiefs bordada em um tom dourado, reluzente sob a luz suave da sala. O logotipo, vibrante e cheio de vida, parecia quase vibrar em suas mãos.
Ela girou o boné entre os dedos, examinando cada detalhe. O tecido, um misto de algodão e poliéster, tinha uma textura suave e ligeiramente áspera, lembrando a confiança e a tradição do time.
Com um brilho de surpresa nos olhos, ela olhou de relance para Travis, que a observava de pé, escorado no armário, um sorriso satisfeito no rosto. O modo como ele estava ali, encostado, os braços cruzados sobre o peito, transmitia uma mistura de expectativa e alegria. Seus olhos, como janelas para seu entusiasmo genuíno, acompanhavam cada movimento dela.
— Para que são essas coisas?— perguntou, levantando a outra mão, onde segurava um cordão. O cordão, feito de tecido resistente em um tom de vermelho, e novamente o simbolo do time.
— Bom, é que... você achou que eu não me importava. Na verdade, sei que pode parecer um presente estúpido, considerando que ele torce para os Eagles, mas... — a voz de Travis vacilou enquanto ele tentava articular seus pensamentos, a insegurança se evidenciando em cada palavra. Ele passou a mão pelo cabelo, um gesto habitual quando se sentia exposto. — Quero dizer... você acha que ele vai me odiar se eu der isso?
— O que? — exclamou, um sorriso iluminando seu rosto. — Trav, claro que não. É fofo da sua parte. Ele te admira. Mesmo que não admita, eu sei que ele está ansioso para conhecê-lo.
— Sério? Você realmente acha que ele vai ficar animado? — a ideia de impressionar o pai dela parecia mais complicada do que ele imaginara, e a ansiedade refletida em seu olhar deixava claro o peso que essa situação tinha para ele.
— Com certeza! — Taylor respondeu, sua voz cheia de convicção.
Ela segurou o boné e o cordão, observando-os como se fossem mais do que meros objetos, mas um elo simbólico entre dois mundos que, até então, permaneciam separados. O boné, com seu tecido vermelho vibrante e o logotipo do Kansas City Chiefs, representava não apenas um time, mas uma conexão emocional que ela desejava cultivar.
— Ele é fã de esportes, então receber um presente relacionado a isso vai deixar uma boa impressão. E além do mais, você está se esforçando para agradá-lo — continuou, balançando a cabeça com firmeza.
Travis parecia um pouco mais relaxado agora, sua insegurança lentamente se dissipando sob o calor da convicção dela.
— Você realmente acha que ele vai ver assim? — questionou, ainda com uma pontada de dúvida.
— Absolutamente! — gesticulou com o cordão,. — Ele vai perceber que você pensou nisso, que se importou. Não é apenas um presente, é um sinal de que você quer fazer parte da minha vida, da nossa vida.
A afirmação dela ressoou em Travis, que sentiu um impulso de esperança brotar dentro dele. Ele se viu sorrindo, contagiado pela energia positiva que emanava dela. O ambiente ao redor deles parecia quase palpável, impregnado de uma intimidade que tornava tudo mais significativo.
— E se ele não gostar do presente? — Travis indagou novamente, sua voz tingida de preocupação, como se o peso da expectativa pudesse ser sentido em cada palavra. Ele franziu a testa, suas sobrancelhas se unindo em uma expressão que misturava dúvida e apreensão.
Taylor respirou fundo, tentando transmitir a confiança que sentia.
— Ele vai gostar, Trav. Acredite em mim. Você é o namorado da filha dele. Ele quer ver você se esforçando para criar laços com a gente. — ela suspirou, olhando-o com uma expressão de puro rendimento. — E eu amei saber que você está pensando nisso.
Travis relaxou um pouco, sua tensão diminuindo à medida que sentia o calor do toque dela.
— Eu quero causar uma boa impressão, — confessou, a vulnerabilidade agora misturada com um toque de determinação.
Enquanto ele falava, Taylor, com um movimento gracioso, começou a guardar os presentes. O boné e o cordão pareciam brilhar à luz suave da sala, como se esperassem ansiosamente para serem bem recebidos. Com cuidado, ela colocou o boné de volta na sacola, a sensação do tecido macio e a logo do Kansas City Chiefs um lembrete do que estava por vir. A sacola, feita de papel kraft reciclado, tinha um leve cheiro de tinta fresca, e suas bordas amassadas a tornavam um pouco rústica, como se carregasse em si um toque de autenticidade.
Depois de guardar os itens, ela deu um sorriso encorajador para Travis. Alcançando a ele a sacola, o homem guardou de volta no armário.
— Pronto! — ela anunciou, bocejando. — Agora, venha cá!
Travis hesitou por um momento, mas a energia tranquila que emanava dela o puxou de volta à realidade. Ele afastou-se do armário, onde havia deixado a sacola, e retornou ao sofá. Cada passo que dava parecia mais firme, a confiança dela sendo um pilar que ele podia apoiar-se.
Ao sentar-se ao lado dela, ele buscou novamente seu olhar, seus olhos castanhos se encontrando com os verdes. Ela estava ainda mais perto, e ele sentiu o calor dela, como um abrigo contra qualquer preocupação que ainda pudesse pairar sobre ele. Os braços dela o rodearam, e ele aproveitou a proximidade, envolvendo-a com um dos seus, puxando-a mais para junto de si, como se quisesse absorver todo o seu apoio e confiança.
— Ele vai gostar. — afirmou, inclinando-se para Travis e lhe dando um beijo suave, um gesto que transparecia toda a certeza que ela sentia. — Mas... esconda esses presentes de mim, porque senão, vou acabar consumindo com eles.
— Ah, é? E por que isso? — ele perguntou, a expressão transbordando curiosidade.
— Porque meu pai não sabe mesmo recusar presentes, e na certa, já vai sair usando o boné. O que, é claro, me lembra que eu estaria perdendo a aposta que fizemos. — disse, com um toque de desdém na voz, como se o assunto já a frustrasse.
Ele ergueu uma sobrancelha, intrigado.
— Hum, mas se eu ganhar, não seria benéfico pra nós dois? — fez um biquinho dramático, um gesto que era impossível de resistir. — Você viria morar aqui. Por acaso não quer morar comigo?
— Claro que quero. — assentiu, com um sorriso radiante, roubando um beijinho dele que dissipou aquele biquinho manhoso. — Mas neste caso, nós fizemos uma aposta. E eu sei que se você ganhasse, nós dois nos beneficiaríamos. Só que acontece que não é porque sua vitória é benéfica para ambos que vou facilitar para você ganhar. — a loira apontou, enfatizando suas palavras como se estivesse fazendo um grande manifesto. — Apostas são apostas, cara, tenho que lutar pelo meu lado.
Travis gargalhou, a risada vibrante e cheia de vida preenchendo o espaço entre eles. Ele se deitou ao lado dela, a cabeça repousando no sofá, enquanto seus olhos se fixavam na tela que começava a mostrar uma cena mais intensa do filme. Um sorriso convencido dançava em seus lábios, e ele não pôde deixar de provocá-la.
— Isso é só sua forma camuflada de dizer que não aceita perder. — ele brincou, lançando um olhar travesso. — Mas sinto lhe dizer; você vai perder, bebê chorona!
— Você me chamou de bebê chorona? — Taylor indagou, sua voz subindo um tom enquanto fingia indignação, mas seus olhos brilhavam com uma mistura de humor e provocação. Ela virou-se para Travis, a expressão de faux indignação rapidamente se transformando em um sorriso travesso. — Ah, então tá. Já que eu vou perder mesmo, não vou contar a surpresa que preparei pra você quando voltar de Nova York.
A declaração dela pairou no ar como um enigma intrigante, e Travis se virou para ela, os olhos arregalados de surpresa e curiosidade.
— O quê? Uma surpresa? — ele exclamou, a expressão no rosto uma mistura perfeita de espanto e animação. O tom ligeiramente alarmado em sua voz deixou claro que ele estava verdadeiramente interessado. — Você não pode me deixar assim! É quase cruel!
Ele se inclinou para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, com uma intensidade que tornava a atmosfera ainda mais elétrica. O sofá se tornava o cenário de uma batalha de vontades, com cada um tentando manter sua vantagem na conversa. Travis, sempre um competidor nato, não sabia lidar bem com o suspense e a expectativa que Taylor criava.
— Eu não sou cruel. — a mulher negou, piscando um olho. — Se você me chama de bebê chorona, vou fazer você sofrer um pouquinho!
Travis revirou os olhos, mas a risada dela foi tão contagiante que ele não conseguiu manter a expressão de indignação por muito tempo.
— Isso é injusto! — protestou, a voz subindo um tom, como se estivesse pedindo clemência. — Você não pode simplesmente reter surpresas assim!
— Posso sim, e vou! — ela respondeu, balançando a cabeça com uma firmeza brincalhona, como se estivesse fazendo um voto solene de não revelar nada.
O filme no fundo continuava seu desenrolar, mas a conversa rapidamente se tornava o verdadeiro espetáculo da noite, um jogo psicológico que os envolvia cada vez mais.
Taylor se inclinou para trás, a postura relaxada, mas os olhos vivos e brilhantes revelavam uma determinação inabalável. A luz suave da sala refletia nos seus cabelos loiros, criando um halo quase etéreo ao seu redor. Ela estava se divertindo, e cada momento de suspense a deixava ainda mais animada. A conexão entre eles se aprofundava, e a atmosfera tornava-se elétrica, como se estivessem dançando uma valsa invisível de provocações.
Travis, percebendo que tinha sido capturado na teia do jogo dela, fez uma expressão exagerada de desespero.
— Você é malvada! — exclamou, deixando-se cair dramaticamente sobre o travesseiro, cobrindo o rosto com as mãos, como se estivesse vivenciando um desespero absoluto. A cena tinha um toque de comédia, elevando a tensão lúdica entre eles.
— Olha só! Quem é o bebê chorão agora? — Taylor zombou, enquanto observava a atuação dele.
Ele levantou a cabeça lentamente, como se cada movimento fosse um grande esforço, e fez um olhar suplicante, os olhos arregalados com uma mistura de esperança e ironia.
— Se você não contar, vou te atormentar a semana toda! — ameaçou, como se estivesse em uma batalha épica pela revelação da surpresa.
— Pode me atormentar à vontade. Eu aguento — Taylor desafiou, cruzando os braços de forma decidida, um brilho nos olhos que deixava claro que ela não tinha intenção de se render tão facilmente.
Travis então começou a formular sua estratégia.
— Vou iniciar um processo de adivinhação! — avisou, esfregando as mãos com entusiasmo, seu semblante agora iluminado pela ideia. Ele se inclinou para frente, como um detetive prestes a fazer uma descoberta. — Uh! Já sei! Você vai finalmente trazer aquele body do Midnights e fará um show particular de Vigilante Shit só pra mim!? — a exclamação foi mais uma declaração animada do que uma pergunta, e ele quase pulou de empolgação.
— O que!? Não! Você é um maluco tarado! — exclamou, sua risada ecoando pela sala enquanto revirava os olhos, um gesto que misturava surpresa e diversão.
— Mas pensa só, seria um sonho realizado! — insistiu, aproveitando a leveza do momento.
— Eu prefiro ficar imaginando o que você vai fazer para me convencer a contar a surpresa! — respondeu, desafiadora. O brilho de seus olhos desafiadores se destacava à luz suave da sala, criando um contraste irresistível com a atmosfera relaxada.
Travis, percebendo que estava perdendo a batalha, decidiu mudar de tática.
— Então, que tal voltarmos a assistir ao filme? Pode ser mais divertido do que ficar aqui discutindo sobre shows particulares!
Ela o puxa para mais perto com um gesto carinhoso, que era, ao mesmo tempo, suave e firme. Com um movimento delicado, Taylor envolveu Travis em um abraço apertado, seu corpo moldando-se ao dele. O calor que emanava dela era reconfortante, uma espécie de abrigo que o fazia sentir-se seguro e amado.
— Mas você não vai escapar tão fácil! — ele relembrou, tentando imitar um tom de determinação,
— Tá, agora vem cá, meu bebezão! — a voz dela tinha um tom de brincadeira que ele adorava.
Ela repousou a cabeça dele em seu ombro, como se ele fosse um refúgio, e começou a acariciar suavemente os fios de cabelo dele com as unhas. As pontas das unhas deslizavam suavemente pelo couro cabeludo dele, criando uma sensação de bem-estar, como um carinho íntimo que só eles compartilhavam. Seus dedos exploravam as mechas escuras e as ondulações da barba dele, enquanto ela se perdia na textura do que era, para ela, um dos lugares mais confortáveis do mundo.
— Eu te amo muito. — sussurrou, a sinceridade de suas palavras transparecendo em cada sílaba.
— Também te amo. — Travis respondeu, levantando levemente o rosto para que ela pudesse vê-lo.
O olhar nos olhos dela era puro, cheio de ternura, e ela se inclinou para beijá-lo. Os lábios se encontraram em um toque suave, quase como um segredo compartilhado entre os dois, um momento que parecia suspenso no tempo.
O beijo era lento e doce, cheio de promessas silenciosas. Travis sentiu a suavidade dos lábios dela contra os seus, a sensação amplificando o calor que já o envolvia. Naquele instante, tudo ao redor desapareceu; não havia mais filmes, nem apostas ou surpresas a serem reveladas. O único mundo que existia era aquele, ali, entre os dois, onde o amor e a intimidade dançavam em um ritmo que era só deles.
Quando se afastaram, os sorrisos em seus rostos eram mais eloquentes do que qualquer palavra poderia expressar. A conexão entre eles, reforçada por carinhos e risos, era um lembrete da beleza de seus dias juntos, mesmo nos momentos mais simples.
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