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Capítulo 13 - I would defend you to the grave

Oiiee! Voltei, como prometido ainda estamos num dia da semana, então...

Muito obrigado por estarem acompanhando, deixando estrelinhas e comentando. Eu amo ver a empolgação de vocês, pq isso ME empolga.

Sem mais enrolações... boa leitura! Amo vocêsss! 🫶🏻

————— 《 ♡ 》—————

POINT OF VIEW DE...

A noite estava mais fria do que de costume, não pela temperatura em si, mas pela sensação gelada que a discussão havia deixado. Era como se um balde de água fria tivesse sido jogado sobre Taylor, encharcando seus pensamentos e sentimentos. Até aquele momento, tudo parecia seguir em equilíbrio, ainda que frágil. Mas agora, com o retorno inesperado de Kayla, a estabilidade parecia prestes a ruir. E quem poderia garantir que Taylor não seria relegada ao segundo plano?

Curiosamente, não era Travis quem mais ocupava sua mente. A presença de sua ex-namorada, por si só, não a incomodava tanto quanto outra preocupação que crescia em seu peito: Thomas. O menino, com seus olhos curiosos e sorriso travesso, despertava em Taylor uma torrente de sentimentos que ela mal conseguia conter. Sentimentos maternos, enterrados sob a dor de uma gravidez interrompida, mas que nunca realmente desapareceram. Thomas era o catalisador disso tudo, mesmo sem saber. Ele a desafiava, a fazia rir, a deixava à beira da loucura com sua energia incansável. — Como naquele dia, no aniversário de Travis, em que ele não parou de correr por um instante sequer, saltando de brincadeira em brincadeira com as primas. Até que, em sua euforia, acabou esbarrando nela, derrubando-a no chão de forma desajeitada.
Naquele momento, Taylor não soube se devia ficar irritada com a queda ou rir da situação absurda.
Thomas era assim: imprevisível, genuíno. Ele a fazia sentir-se viva, fazia com que as emoções que ela havia soterrado ao perder seu bebê emergissem com força total. O que ele significava para ela era algo que as palavras lutavam para capturar, mas o peso dessa importância era inegável.

As luzes laranjas do quintal iluminavam suavemente a noite, lançando um brilho morno que parecia intensificar a solidão de Taylor. Sentada no balanço, ela abraçava a si mesma, perdida em pensamentos enquanto fitava um ponto fixo no chão, a mente repleta de lembranças da primeira discussão que teve com Travis. O peso da situação a envolvia; a iminente volta de Kayla anunciava um turbilhão de incertezas que ameaçava não apenas o relacionamento deles, mas também a conexão genuína que havia cultivado com Thomas, uma relação que se assemelhava à de mãe e filho. A fragilidade da situação a deixava inquieta, pois tudo parecia vulnerável, como um castelo de cartas prestes a desmoronar.

E se tudo desse errado? E se, na tentativa de preservar algo bonito, eles acabassem todos feridos? Taylor se viu presa em um labirinto de dúvidas. E se Travis estivesse, de fato, correto ao afirmar que ela se sentia mais confortável em relacionamentos com prazos de validade? Aquela ideia a incomodava. Poderia ser que o medo do compromisso, da entrega total, a levasse a buscar o efêmero em vez do duradouro?

Por outro lado, não podia ignorar a traição que havia se instalado entre eles. Travis havia quebrado sua confiança, um elemento fundamental em qualquer relacionamento sério. A aversão de Taylor às mentiras, e mesmo às meias-verdades, queimava em seu peito. Para que pudessem seguir em frente, ela precisava de uma transparência absoluta; os filtros não tinham lugar em suas interações. Apenas a verdade, nua e crua, poderia sustentar aquilo que tentavam construir.

O que parecia, até aquele momento, uma relação ideal — com um homem que encarnava seus sonhos — agora se transformava na encarnação das complexidades da vida real: brigas, desentendimentos e corações partidos. As certezas que antes a sustentavam começaram a desvanecer-se, deixando espaço para a confusão. Seria realmente desejável que seu pai conhecesse Travis? Valeria a pena dar uma segunda chance a alguém que a decepcionara? Ou seria melhor deixar as coisas como estavam, abandonando a esperança de que a relação pudesse fluir de maneira autêntica? Eram muitas perguntas, e nenhuma resposta parecia satisfatória.

Os pequenos passos ecoaram suavemente no silêncio da noite, e, quando a porta de vidro se deslizou para o lado, revelando a figura de Thomas, Taylor levantou o rosto, rapidamente enxugando as lágrimas com a manga do delicado casaco que a envolvia. O ato era quase automático, um reflexo de sua tentativa de manter a vulnerabilidade à distância, mesmo que a tristeza lhe pesasse no coração.

Tom aproximou-se com uma cautela quase palpável, como se estivesse tateando em um campo minado emocional, temendo ferir a mulher que, de alguma forma, tornara-se um porto seguro em sua vida. Seus olhos, grandes e expressivos, refletiam uma combinação de preocupação e carinho, uma mistura pura e despretensiosa que tocava Taylor de maneira profunda. Ele parecia compreender, em sua inocência, que o mundo dos adultos frequentemente trazia dores que eram difíceis de suportar. A presença dele, apesar da fragilidade, tinha o poder de iluminar a escuridão que a envolvia.

— Hey, amor... — Taylor disse, sua voz falhando, fazendo com que ela precisasse arranhar a garganta, para se recompôr.

— TayTay, você está triste? — ele parou, a luz refletindo metade de seu rostinho. E aqueles olhinhos verdes destacaram-se.

— Você não deveria estar dormindo?

— Para o meu papai sim, mas eu estava apenas fingindo até ele entrar no banho. — respondeu com aquele tom travesso.

A loira soltou uma risada suave, uma leve vibração que se espalhou por seu peito, como se aquele gesto simples pudesse afastar as sombras que a envolviam. Thomas era, sem dúvida, um garotinho levado, e ela não conseguia evitar a admiração que sentia por sua travessura inocente. A alegria que ele emanava era contagiante, capaz de iluminar até os cantos mais obscuros de sua alma.

Ele avançou alguns passos, posicionando-se diretamente à sua frente, mas o sorriso travesso que costumava adornar seu rosto infantil desapareceu instantaneamente. A expressão de Tom se transformou ao notar o brilho distinto nos olhos de Taylor, um brilho que não se referia a alegria, mas à tristeza contida por trás das lágrimas que ameaçavam transbordar.

— Você está chorando? — questionou. — Meu papai e você brigaram, não é?

Os grilos cantaram em um coro solene, preenchendo o silêncio que os cercava. Os olhares de Taylor e Thomas se cruzaram, e, naquele momento, a pressão das emoções que ela tentava controlar se intensificou. A vontade de chorar, de desmoronar sob o peso da dor, se tornou quase insuportável.

Não era apenas a desonestidade de Travis que a machucava; era o profundo vínculo que estava formando com Thomas, uma conexão que desafiava a lógica e tornava tudo ainda mais complicado. A ideia de que ele pudesse um dia partir, de que ela e Travis poderiam desmoronar, a apunhalava com uma intensidade brutal. O quanto doeria perder não apenas um relacionamento, mas também essa nova e preciosa dinâmica que florescia entre eles?

A angústia começou a se acumular em seu peito, uma tempestade de incertezas e medos que ameaçava transbordar. A vulnerabilidade daquelas reflexões a deixava à mercê de suas próprias emoções, e, sem perceber, lágrimas começaram a escorregar pelo seu rosto, traçando um caminho silencioso por sua pele.

Percebendo que a resposta que buscava não viria, Thomas ergueu o braço e, com uma delicadeza que a tocou profundamente, passou o polegar pelo rosto dela, como se estivesse tentando apagar a dor com um gesto simples. O toque era puro e reconfortante, um lembrete de que, mesmo em meio à confusão, ainda havia amor e compreensão.

— Eu não gosto quando você fica triste. — diz, limpando os rastros de lágrimas. — Porque seu sorriso é lindo. Eu gosto mais dele.

— É, gatinho? — fechou os olhos, sentindo o carinho dele. — Sinto muito. É difícil demais o mundo dos adultos.

— Eu sei que vocês brigaram. Mas não fica brava com o papai. — pede genuinamente, pousando os braços cruzados sobre as pernas dela, inclinando-se para a frente — Ele é bobo, mas gosta de você.

— Hum, você é tipo um mini adulto? Ou um cupido? — brincou, tentando trazer leveza para o clima — Sei que quer ajudar. Mas não quero envolvê-lo nisso. Vamos ficar bem.

— Você não vai embora, vai? — a preocupação surgiu na expressão dele.

— Tom, querido, eu não vou à lugar nenhum.

Dentro dela, um turbilhão de emoções se desenrolava, cada uma mais intensa que a anterior, como um mar agitado em plena tempestade. O futuro, nebuloso e incerto, se erguia à sua frente, ameaçador e ao mesmo tempo intrigante. Quando conversava com Thomas, sua mente se enchia de um único pensamento: a impossibilidade de deixá-lo para trás. Aquela criança, com seu coração puro e generoso, tornara-se uma parte indissociável de sua vida, e ela se viu presa a um dilema emocional que a desafiava em níveis profundos.

Ao mesmo tempo, havia Travis. A mistura de amor e frustração que ele evocava dentro dela era inegável. Apesar dos erros que cometera, por mais que sua desonestidade a machucasse, ela jamais experimentara sentimentos tão intensos como aqueles que ele despertava. Era uma atração avassaladora, quase primitiva, que a fazia querer se apegar a ele, mesmo diante das incertezas que cercavam seu relacionamento.
A loira se perguntava como seria possível sentir uma conexão tão profunda, uma mescla de amor e dor que a mantinha à beira de um abismo emocional. A verdade era que, em meio a todo aquele caos, havia algo que a puxava inexoravelmente em direção a ele, como um ímã poderoso. Era o desejo de construir algo significativo, de ter um espaço no mundo dele, de fazer parte da vida de Thomas e de Travis de uma maneira que transcendesse as complicações do presente.

— Eu não quero que vá embora. — confessou, a voz tornando-se chorosa — Tenho medo.

— Medo? — piscou algumas vezes, curiosa. — Do que você tem medo, meu amor? — o pega no colo, ajustando para que ele sentasse em seu colo confortavelmente.

— Dela roubar o papai de você. — responde deitando a cabeça no ombro dela — Aquela mulher.

— Kayla? — perguntou insegura, sem saber até onde ia o conhecimento dele sobre a tal mulher.

— É. — assentiu — Ele me disse. Antes de ler a história para eu dormir. Ela namorou com ele antes de eu nascer.

Taylor sentiu seu coração acelerar, como se cada batida ecoasse em um espaço vazio. Ele fez isso? Estaria Travis, de forma sutil, introduzindo a verdade para Thomas, desfiando a complexidade das relações humanas de uma maneira que apenas ele sabia fazer? A mente dela se afundou em reflexões, absorvendo a profundidade daquelas palavras.

Era um gesto delicado, como se Travis estivesse, de alguma forma, preparando seu filho para as tempestades emocionais que inevitavelmente viriam. A ideia de que ele poderia estar moldando a percepção do menino sobre sua própria realidade, passo a passo, a deixou intrigada. Havia uma beleza e uma fragilidade naquela abordagem, um reconhecimento de que a vida é, muitas vezes, um emaranhado de verdades e mentiras, amor e dor.

— É? — respirou fundo. — E o que você acha disso?

— Não gosto dela. — diz com a sinceridade característica das crianças — Ela é má.

— Por que, amor? — acariciou seus cabelos — Você não conhece ela.

— O olhar dela.

— O que têm? — perguntou preocupada.

— É de má. E não gostei de como ela tentou me abraçar. E também, você e o papai brigaram por causa dela.

Como pode um simples menininho formular tal juízo sobre alguém que mal conhece? Essa capacidade das crianças de perceber o mundo ao seu redor é frequentemente subestimada. Elas são como esponjas, absorvendo não apenas as interações explícitas, mas também as sutilezas emocionais que permeiam o ambiente. No caso de Thomas, seu repúdio a Kayla se baseava em um aspecto quase etéreo: o olhar. Para ele, aquela mulher não era apenas uma estranha; ela era uma entidade ameaçadora, e a convicção em sua voz deixava Taylor intrigada.

Como podia uma criança desprovida de experiências complexas reconhecer a malícia no olhar de alguém? Era como se Thomas, mesmo sem compreender completamente, captasse a essência de um conflito que transcende as palavras.

E, de certa forma, Taylor acreditava na percepção dele. Havia uma verdade nas palavras de Thomas que ressoava em seu interior, ecoando suas próprias inseguranças e medos. A ideia de que Kayla poderia, de fato, representar uma ameaça não era simplesmente uma especulação; era uma possibilidade aterradora que se insinuava nas sombras de sua mente.
Mas a complexidade dessa situação não parava por aí. O que aconteceria se Thomas soubesse quem realmente era Kayla? O que ela representava na vida dele?

— E eu não quero que ver ela de novo. Nem quero abraços dela. Papai disse que tenho que ser educado se ver ela novamente. — levanta o rostinho — Eu não quero abraço dela. Preciso mesmo?

— Se você não quer abraços dela, então não precisa abraça-la. — disse com firmeza. — Você não é obrigado a nada, bebê.

Ele sorriu, antes de voltar a escorar a cabeça no ombro dela.

— Você não tem medo dela tirar o papai de você, TayTay?

— Eu acho que... não. Porque ela só vai tirá-lo de mim, se ele quiser. — explicou. — Eu tenho medo dela me tirar outra coisa...

Ou alguém.

A loira engoliu em seco, permitindo que suas palavras não ditas pairassem no ar, como um mistério não resolvido. Thomas possuía uma inteligência aguda; engajar em uma conversa com ele era muito mais simples do que o habitual para uma criança de sete anos. Sua perspicácia iluminava cada diálogo, revelando camadas de compreensão que muitas vezes surpreendiam os adultos ao seu redor. Embora alguns tópicos ainda exigissem um filtro cuidadoso, havia aspectos da vida e da complexidade das relações que tanto Travis quanto ela não hesitavam em abordar.

Neste momento, enquanto ela refletia, cada revelação que compartilhava com Thomas parecia menos uma conversa comum e mais uma troca de confidências, um elo profundo que ultrapassava a mera palavra. Era como se, através dele, pudesse destilar suas ansiedades, suas inseguranças e suas esperanças, tudo isso enquanto o observava processar cada fragmento de informação com uma sabedoria que desafiava sua idade.
Ela percebia que tudo o que agora discorria entre eles não era apenas um diálogo; era uma construção mútua de compreensão e confiança. E, à medida que a conversa se desenrolava, uma certeza emergia em seu coração: o laço que estava formando com Thomas transcendia o papel de uma simples figura maternal. Ele era um reflexo das suas próprias complexidades, uma extensão de suas esperanças e medos, e a proteção que ela desejava proporcionar se tornava cada vez mais vital.

— O que? — o pequeno indagou.

— Deixa pra lá. — deu de ombros, e beijou sua bochecha.

— E você vai me proteger dela?

— O que? Meu amor, que pergunta é essa? — franziu a testa, indignada — É óbvio que eu vou! Tom, eu não vou deixar ninguém te fazer mal. Nunca. Não importa quem seja. Que ninguém ouse mexer com você, se não quiserem ver do que sou capaz.

— E eu vou cuidar de você também quando eu for grande. — disse animado. — Tipo, esses caras que tiram fotos suas sem sua permissão. Eu vou quebrar a cara deles.

Ela ri.

— Okay, não precisamos ser agressivos. — diz rindo. — Mas eu aprecio que queira me proteger. — ela o puxa para seu colo, visto que já estava escorregando. — E eu tô falando sério, eu te amo tanto, que é difícil de explicar tudo que sou capaz de fazer se alguém mexer com você.

— Você é demais, Tay! Então, eu prometo sempre te proteger, e você promete me proteger?

— Eu prometo, gatinho. — mostrou o mindinho, e ele os uniu.

Taylor permaneceu ali, absorta na vastidão do céu que se estendia acima dela, uma tela de estrelas tremulantes e um azul profundo, quase onírico. As pernas faziam um pequeno impulso no balanço, uma dança suave e rítmica que sustentava o peso leve de Thomas em seu colo. Com cada movimento, ela se certificava de que ele estivesse seguro.

— Tay? — ele chamou baixinho.

— Huh?

— Você nunca pensou em ser mamãe?

Taylor interrompeu os suaves impulsos do balanço com um movimento brusco, tomada de surpresa pela pergunta que ecoava em sua mente. Era como se o tempo tivesse parado, e cada segundo se tornasse um relâmpago iluminando memórias que ela preferiria manter adormecidas. Em um instante, tudo veio à tona: a imagem daquela noite traiçoeira, onde a realidade se desdobrou mais rápido do que ela poderia imaginar. O sangue, um símbolo de perda, ressoava em sua mente, e o resultado da sexagem – a esperança que se transformara em desespero – mergulhou-a em um mar de recordações.
As palavras de Joe ressoavam em seus ouvidos como um mantra doloroso, relembrando-a do que foi perdido, do futuro que nunca se concretizou. O contraste entre a expectativa e a realidade a atingiu como um soco no estômago, fazendo com que o peso da saudade se tornasse quase insuportável.

Então, ela se viu de volta nas semanas que antecederam aquela tragédia. Lembrou-se da leveza de sua barriga começando a se formar, um sinal de vida que logo se tornaria um eco distante. As conversas sussurradas para o bebê que nunca teria, cada palavra carregada de amor e esperança. E as visitas às lojinhas em Nashville, ao lado de sua mãe, onde o entusiasmo de ser mãe se manifestava em cada detalhe: roupinhas delicadas, brinquedos, e a expectativa de um futuro radiante.

Agora, encarando os olhos esperançosos de Thomas, ela percebeu que precisava manter a compostura, apesar da tempestade interna que a consumia. Conversar sobre um tema tão sensível com um menino de sete anos exigia uma dose considerável de delicadeza e sabedoria. Com um esforço consciente, ela respirou fundo, buscando uma âncora em meio ao turbilhão emocional.

— Você sabe, meu amor — começou, sua voz suave, mas firme — ser mamãe é uma coisa muito especial, mas também muito complexa. Às vezes, as coisas não saem como planejamos. E isso pode ser muito doloroso.

A fragilidade de suas palavras pairou no ar, enquanto os olhos de Thomas observavam atentamente, tentando decifrar o enigma que se desenrolava diante dele. Ele era uma criança, é verdade, mas havia uma profundidade em seu olhar que sugeria uma compreensão além dos anos que contava.

— Eu não quero que você fique triste, Tay. — ele respondeu, a inocência de suas palavras ressaltando o peso de sua empatia. — Você é a melhor!

Ela sorriu, um gesto sincero, mas sua mente ainda lutava contra as lembranças que a assombravam.

— Eu sei, querido. E isso significa muito para mim. A vida tem seus altos e baixos, e mesmo quando enfrentamos a dor, sempre há espaço para o amor e a esperança.

Com essa afirmação, Taylor procurou não apenas tranquilizar o menino, mas também a si mesma. Sabia que, apesar da dor que a acompanhava, havia também um futuro a ser abraçado, um espaço para novas histórias, mesmo que elas não se desenhassem como ela havia imaginado.

— Tudo bem. — ele disse, segurando delicadamente o queixo dela e plantando um beijo suave em sua bochecha.  — Eu tô aqui — continuou, com uma sinceridade que tocava o coração de Taylor, mas que também a fazia perceber quão distante estava daquele menino a carga emocional que ela carregava. — Sabe, o papai sempre fala que tudo é difícil. Ele diz que ser adulto é chato, que não é fácil. Mas é que... também é difícil ser criança.

As palavras de Thomas ecoaram na mente de Taylor, interrompendo a linha de seus pensamentos. Não era uma simples piada ou uma dramatização de uma criança; havia uma profundidade incomum em sua declaração, um vislumbre de uma realidade que ele tentava verbalizar. Ela se lembrou dos próprios dramas infantis, quando pequenas desilusões pareciam catástrofes, mas sabia que isso não era o que ele estava articulando naquele momento. A expressão dele, marcada por uma incerteza e uma tristeza incomuns para alguém de sua idade, falava volumes sobre as batalhas silenciosas que ele enfrentava.

Taylor observou o pequeno, tentando entender a extensão de suas emoções. O mundo ao redor deles parecia um turbilhão, repleto de incertezas e tensões, e era evidente que Thomas não estava imune a isso. Ele já havia percebido que ser criança não era só brincar e sorrir; havia uma complexidade nas relações, nas expectativas e nas inseguranças que, embora ainda obscuras para ele, começavam a se desenhar lentamente.

— É verdade, amor. — respondeu, tomando um momento para articular suas palavras com cuidado. — Ser criança pode ser complicado, assim como ser adulto. Às vezes, as coisas não são tão fáceis quanto parecem. A gente enfrenta medos e desafios que, mesmo que os adultos tentem proteger, acabam aparecendo de algum jeito.

— Você é tão legal comigo. Em todas as coisas, sempre foi só meu papai e eu. — Tom começou, enquanto seus dedos pequenos brincavam nervosamente com a bainha da camisa do pijama, como se estivesse tentando tecer suas emoções em palavras.

A vulnerabilidade de sua confissão fazia com que o coração de Taylor se apertasse, um lembrete doloroso de que, por trás daquela inocência infantil, havia um desejo profundo de compreensão e pertencimento.

— Eu queria saber como é uma família completa. No Natal, meus amigos têm as mamães deles. Mas eu não. No Dia das Mães também. E ter você aqui torna tudo diferente. Eu não quero que você vá embora nunca.

A sinceridade de suas palavras atingiu Taylor como uma onda avassaladora. O peso da realidade que ele compartilhava era quase insuportável, um reflexo das lacunas que a vida havia deixado em sua jovem existência. Ele expressava uma necessidade visceral de conexão e normalidade, um desejo de entender o que significava ter uma família unida, um conceito que, para ele, era em grande parte uma miragem.

— Eu entendo, Tom. — respondeu ela, a voz suavemente carregada de empatia. — Ter uma família pode ser algo muito especial. E você tem um papai incrível, que te ama muito. Mesmo que eu não esteja aqui o tempo todo, isso não muda o quanto me importo com você.

Thomas levantou os olhos, sua expressão uma mistura de esperança e insegurança. Aquela conversa era um terreno delicado, mas ela sabia que precisava abordá-la com sinceridade.

— Eu acho injusto às vezes, sabe? — faz um biquinho. — Eu tenho uma amiga que têm duas mamães. Mas eu não tenho nenhuma.

Taylor sentiu uma onda de raiva se agitar dentro dela, uma tempestade de emoções que ameaçava transbordar. A inocência de Thomas era um contraste gritante com a realidade cruel que ele enfrentava, e a reflexão sobre o que Kayla havia feito com aquele garotinho era dolorosa. Como alguém poderia simplesmente abandonar uma criança que clamava por amor e atenção? Ele apenas desejava o carinho de uma mãe, um anseio tão puro e básico que a devastava.

O universo, em sua irônica orquestração, parecia zombar dela. Enquanto Taylor lutava contra a dor de perder seu próprio bebê, o vazio que aquela experiência deixara em sua alma era intensificado pela visão de Thomas, um menino tão pequeno e cheio de luz, mas que carregava em seu coração as cicatrizes de um abandono inaceitável. Ele, que deveria estar rodeado de amor maternal, era forçado a lidar com a ausência daquela figura essencial, enquanto ela, que tanto desejava ser mãe, se via confrontada com a cruel realidade de sua própria perda.

— As famílias podem ser diferentes, amor. Algumas têm mamães e papais, outras têm apenas um dos dois, e algumas são compostas por amigos e pessoas que amamos, outras são por apenas mamães, ou apenas papais... — continuou, procurando colocar suas ideias em palavras que ele pudesse entender. — O que importa é o amor que temos um pelo outro. E eu sinto muito amor por você.

Ele inclinou a cabeça, refletindo sobre suas palavras. A inocência de Thomas era uma bênção e um fardo, e ela se sentia responsável por dar a ele um sentido de segurança em um mundo que muitas vezes parecia incerto.

— Eu não quero que você vá embora nunca. — repetiu, mais firme agora, como se a determinação de suas palavras pudesse moldar a realidade ao seu redor.

Taylor sorriu, um gesto sincero que iluminava seu rosto.

— Então, eu prometo que estarei sempre por perto. O amor que temos é mais forte do que qualquer coisa que possa acontecer. Sempre vamos ser uma família, mesmo que eu não seja sua mamãe. Nós temos algo especial, e isso é o que realmente conta.

Thomas relaxou em seus braços, um sorriso iluminando seu rosto. Enquanto balançavam suavemente, envoltos na serenidade do momento, Taylor se sentiu grata por aquela conexão, um laço que desafiava as expectativas sociais e as definições tradicionais de família. Ali, naquele instante, ela percebeu que o amor poderia assumir muitas formas, e a família que estavam construindo juntos, embora não convencional, era tão real e significativa quanto qualquer outra.

— Eu nunca vou embora. Mal posso imaginar o quanto deve ser difícil para você isso. Mas estou aqui agora, e, garanto, não vou a lugar nenhum.

Thomas levantou os olhos para ela, buscando alguma confirmação na sinceridade de suas palavras. O que era uma promessa de segurança para ele era, para Taylor, um compromisso emocional que a enchia de determinação.

— Então, quando você for a Nova York na semana que vem, você volta?

Ela assentiu, uma certeza ressoando dentro dela, quase como uma âncora em meio à tempestade que cercava suas vidas.

— Eu volto. — afirmou com convicção, sabendo que sua presença era a única forma de trazer um pouco de estabilidade ao pequeno mundo de Thomas.

A loira lançou um olhar para o relógio em seu pulso, observando os ponteiros que pareciam avançar com uma indiferença cruel. Certamente, Travis já estava deitado, perdido em pensamentos, convencido de que Thomas estava em um sono profundo.

Com um suspiro que parecia carregar o peso de muitas reflexões não ditas, e com a recém-descoberta dor que frequentemente se escondia sob a superfície do pequeno menino, ela se levantou, mantendo-o seguro em seu colo. Cada movimento seu era cuidadoso, como se temesse quebrar a fragilidade daquele momento.

— Vamos, vou te colocar para dormir — disse, enquanto ele enroscava os braços em seu pescoço, buscando o conforto de seu calor e segurança. O gesto inocente fez seu coração aquecer, uma lembrança silenciosa do quanto aquela conexão era preciosa.

Com passos leves, ela atravessou o hall da casa, cada creaky floorboard ecoando como uma sinfonia suave na penumbra da noite. A casa estava envolta em um silêncio acolhedor, como se as paredes compartilhassem os segredos e as histórias que ali se desenrolavam. Ao chegar ao quarto de Thomas, ela fechou a porta com um cuidado quase reverente, como se temesse perturbar a paz que reinava naquele espaço.

Ela o acomodou na cama. O quarto estava iluminado apenas pela luz suave do abajur, criando um ambiente sereno, onde os brinquedos e livros pareciam testemunhar o momento.

— Você canta uma música? — pediu, sussurrando.

— Canto sim. — sorriu, seus pensamentos aínda vagando para as coisas que ele lhe disse — Qual?

— The 1!

— Certo. — riu levemente, tapando-o com o cobertor. — Vamos só com a voz hoje, tá legal? Seu papai tá dormindo. — ele assentiu. — Posso começar?

— Não. — interrompeu. — Deita aqui! — bateu no espaço vago ao seu lado.

A loira obedeceu. Com delicadeza, aproximou-se dele, envolvendo uma parte da coberta ao redor de sua perna, deixando apenas os pés, ainda calçados com tênis confortáveis, expostos ao ar fresco do quarto. Thomas, percebendo a suavidade da ação, começou a se achegar mais, até que, finalmente, ela passou o braço ao redor de seus ombros.

Ele aninhou a cabeça em seu peito, um gesto que falava mais do que mil palavras. O contato físico não era apenas um reflexo de conforto, mas uma expressão profunda da busca por segurança e pertencimento que permeava o coração do menino. Taylor sentiu o calor do pequeno corpo contra o seu, uma sensação que a envolveu em um misto de proteção e ternura.
Os suaves batimentos de seu coração tornaram-se uma canção tranquila, e, enquanto ele se acomodava, ela percebeu que aquele momento era, de fato, um refúgio. A fragilidade da infância, unida à profundidade das emoções que ele havia compartilhado, criava uma atmosfera quase sagrada. Ela podia sentir o peso das preocupações infantis se dissipando, enquanto a inocência e a confiança de Thomas se entrelaçavam ao seu ser.

— Assim está melhor? — perguntou, sua voz suave e calma, quase como um bálsamo.

— Melhor! — afirmou ele, um sorriso satisfeito iluminando seu rosto.

— Vamos lá então!

I'm doing good, I'm on some new sh-
Been saying "yes" instead of "no"
I thought I saw you at the bus stop, I didn't though
I hit the ground running each night
I hit the Sunday matinée
You know the greatest films of all time were never made

Taylor faz um cafuné nos cabelos de Tom, sorrindo quando ele ri ao ver que ela não estava falando shit para ele.

I guess you never know, never know
And if you wanted me, you really should've showed
And if you never bleed, you're never gonna grow
And it's alright now

But we were something, don't you think so?
Roaring 20s, tossing pennies in the pool
And if my wishes came true
It would've been you
In my defense, I have none
For never leaving well enough alone
But it would've been fun
If you would've been the one
(Ooh, ooh, ooh)

I have this dream you're doing cool sh-
Having adventures on your own
You'll meet some woman on the internet and take her home
We never painted by the numbers, baby
But we were making it count
You know the greatest loves of all time are over now

O menino ri novamente, e ela faz "shiii!" pedindo silêncio.

I guess you never know, never know
And it's another day waking up alone

But we were something, don't you think so?
Roaring 20s, tossing pennies in the pool
And if my wishes came true
It would've been you
In my defense, I have none
For never leaving well enough alone
But it would've been fun
If you would've been the one

I, I, I persist and resist the temptation to ask you
If one thing had been different
Would everything be different today?

We were something, don't you think so?
Rosé flowing with your chosen family
And it would've been sweet
If it could've been me
In my defense, I have none
For digging up the grave another time
But it would've been fun
If you would've been the one
(Ooh, ooh, ooh, ooh)

— Sua voz é linda.

— Obrigada, anjinho. Mas está na hora de dormir, huh? — apertou-o contra seu corpo, esmagando-o em um abraço.

— Tudo bem. Mas você fica. — agarrou-se a cintura dela. — Até eu dormir!

— Certo. Então feche os olhinhos e desligue um pouco dessa bateria. — brinca fazendo algumas cócegas nele. Ele ri alto.

— Shiiu! — pôs o indicador na frente da boca. — Vai acordar seu pai, menino!

— Tay, eu não tô com sono. —ele protestou, levantando a cabeça do peito dela e olhando em seus olhos com um semblante travesso.

— Mas eu estou. Se você não dormir, eu vou, olha!

A loira fechou os olhos com um ar de dramaticidade, fazendo um ronco exagerado que ecoou no quarto, como se já estivesse imersa em um sono profundo.
O pequeno soltou uma risadinha, uma mistura de diversão e incredulidade, enquanto observava aquele espetáculo. Era difícil resistir ao charme de sua voz melodiosa, que tentava se manter em meio à brincadeira.

— Não, Tay! Não vai! — ele exclamou, a expressão de preocupação se misturando à diversão.

— E se eu for? — ela manteve os olhos cerrados, tentando conter um sorriso, mas o brilho nos lábios traía sua diversão.

— Aí eu vou ter que te acordar! — ele respondeu, como se essa fosse a solução mais lógica e simples, a certeza de que não poderia ficar sem ela.

— Vamos, bebê, fecha os olhos. O sono vai vir. — ela murmurou, mantendo os olhos cerrados, sua voz suave como um sussurro em meio à tranquilidade do quarto.

Ele, obediente, reposicionou a cabeça em seu colo e seguiu o conselho dela, fechando os olhos com uma expressão de rendição. Taylor espiou por um instante, apenas um olho se abrindo ligeiramente para garantir que ele realmente estava seguindo seu comando. As respirações do pequeno foram se acalmando, até que o ambiente foi preenchido por um silêncio reconfortante.

Ela sentiu uma vontade quase irresistível de se deixar levar pelo sono, como se os pesados braços da noite a envolvessem em um abraço acolhedor. O dia havia sido longo, repleto de desafios que deixaram sua mente exaurida e seu corpo aninhado em um estado de fadiga palpável. O cansaço se apresentava como um visitante insistente, batendo à porta de sua consciência e sussurrando promessas de descanso e tranquilidade.

À medida que seus dedos continuavam a percorrer os cabelos de Thomas, ela notou que os gestos carinhosos começaram a diminuir, como se sua energia estivesse sendo sugada lentamente pelo sono que se aproximava. Porém, em momentos de quase entrega, uma lembrança cortante a trazia de volta à realidade: ela precisava esperar que ele adormecesse antes de se afastar. Esse pensamento agia como um redentor, reacendendo sua determinação e fazendo com que o ritmo do carinho recomeçasse, até que, novamente, a sonolência ameaçasse a levar.

— Tay? — Tom chamou novamente, sua voz suave ressoando no espaço acolhedor, fazendo seu peito vibrar pelo som.

— Humm... — ela resmungou, lutando contra a sonolência que a envolvia como um manto pesado. A verdade era que ele não estava disposto a ceder ao sono, enquanto ela anseava por isso com uma intensidade quase desesperadora.

— Eu posso te chamar de mamãe?

A pergunta interrompeu sua luta interna, fazendo-a abrir os olhos lentamente. A primeira visão que encontrou foi o teto, suas cores e texturas obscurecidas pela luz suave do abajur ao seu lado. Nesse instante, um turbilhão de emoções a invadiu. Seu coração acelerou, como se tivesse sido golpeado por uma onda de sentimentos que ela mal conseguia compreender, e as lágrimas surgiram, avassaladoras, como um rio que rompe as barreiras de uma represa.
A palavra "mamãe" pairou no ar entre eles, reverberando como um eco de esperanças e anseios não ditos. Aquela simples pergunta, inocente em sua essência, trouxe à tona uma dor profunda, um desejo ardente que ela tentava enterrar sob as camadas de sua própria história. Taylor sentiu que, no fundo, aquele menino só queria preencher um vazio que ela mesma conhecia tão bem.

— E-eu... espera, como é? — balbuciou, balançando a cabeça, tentando absorver o impacto da pergunta.

— Posso te chamar de mamãe? — ele repetiu, dessa vez, cheio de hesitação.

Tom não levantava o rosto, mantendo a cabeça inclinada contra o peito dela. Taylor olhou para baixo, e a visão partiu seu coração. Ele estava ali, pequeno e vulnerável, com um dedinho distraído brincando perto do lábio, enquanto suas bochechas avermelhadas entregavam o nervosismo. O menino, que minutos antes parecia tão confiante ao se aconchegar ao lado dela, agora revelava uma insegurança tão crua que ela sentiu um nó se formar em sua garganta.

O menino não apenas estava ansioso pela resposta dela, mas também envergonhado de ter feito a pergunta. A tensão entre o desejo e o medo estava ali, explícita nos gestos contidos, no jeito como seus dedos pareciam ocupar-se para evitar encará-la. O que ele havia pedido era mais do que uma simples palavra; era uma conexão, um lar emocional, algo que, até aquele momento, parecia inacessível para ele.

— Tom... — Taylor sussurrou, com a voz embargada, colocando a mão suavemente no queixo dele e inclinando o rosto para que seus olhos se encontrassem. — Nossa, como eu te amo. É claro que pode. — As palavras escaparam entre lágrimas de felicidade, que ela não conseguia mais conter. — Meu amor... eu ficaria muito feliz se você me chamasse assim.

Ele a olhou com uma mistura de alívio e surpresa, mas a inocência ainda estava ali, incerta.

— Eu fiz você chorar? — perguntou, com a voz baixinha, quase arrependido.

Ela sorriu, um sorriso genuíno, enquanto passava o dorso da mão delicadamente sobre as bochechas dele, agora tão quentes e ruborizadas.

— Estou chorando porque estou feliz. — explicou, seus olhos brilhando ao acariciar o rosto do menino, como se quisesse que ele sentisse, em cada toque, o quanto aquele momento era importante para ela.

O sorriso de Tom foi se alargando conforme o sono lentamente se apoderava de seu corpo. Ele se espreguiçou, soltando um longo bocejo, enquanto suas pálpebras pesavam.

— Boa noite, mamãe. Eu te amo.

Quando as palavras escaparam dos lábios de Tom — "Boa noite, mamãe" — algo dentro de Taylor parou no tempo. Era como se o mundo inteiro ao redor silenciasse, e apenas aquela frase, simples e pura, ecoasse infinitamente dentro dela. Durante tanto tempo, ela sonhara em ouvir esse chamado, mas o destino, de forma cruel, havia lhe negado. E agora, inesperadamente, o momento chegava, sem aviso, desarmando todas as suas defesas.

O som de "mamãe" pareceu penetrar em cada célula do seu corpo, um calor doce e reconfortante subindo pelo peito, preenchendo espaços que ela nem sabia que estavam vazios. Era uma sensação de completude, como se algo finalmente se encaixasse no lugar certo, depois de anos de ausência. Seus olhos se encheram de lágrimas antes que pudesse conter a onda de emoção, uma felicidade tão intensa que era quase dolorosa.
Não era apenas o título, mas tudo o que ele representava — o amor incondicional, a aceitação, e a possibilidade de ser mãe, de ter o que tanto sonhara. Ouvir aquela palavra fez com que seu coração batesse de um jeito diferente, com uma força renovada. Pela primeira vez, ela sentia que poderia ocupar esse papel, não apenas em desejo, mas em realidade, e isso a fazia se sentir mais viva, mais completa, do que em qualquer outro momento.

O choro veio silencioso, não de tristeza, mas de uma alegria tão profunda que era quase impossível de expressar. Ela queria congelar aquele instante para sempre, porque naquele exato segundo, ela se tornou verdadeiramente mãe.

Taylor sentiu o coração derreter, aquela simples palavra ecoando dentro dela com uma força avassaladora. Mas, incapaz de resistir à ternura do momento, ela fingiu não ter ouvido direito.

— Ahm... você pode repetir de novo? Acho que não ouvi.

Tom riu suavemente.

— Boa noite, mamãe. Te amo.

Taylor mordeu o lábio, segurando o riso junto com as lágrimas, e pediu mais uma vez, sabendo que ele já estava à beira do sono.

— Mais uma vez, por favor.

Ele abriu um olho e soltou uma risadinha, já quase rendido.

— Boa noite, mamãe. — repetiu, agora rindo junto com ela. — Te amo.

— Ah, urgh! Você é incrivelmente fofo!

Taylor não resistiu àquele impulso de puxá-lo para um abraço apertado, envolvendo-o com seus braços de forma protetora, quase desesperada, como se quisesse capturar o momento para sempre. O rostinho dele, já relaxado pelo sono iminente, foi imediatamente alvo de uma chuva de beijos rápidos e estalados, que se seguiam ritmados, cada um acompanhado por um suave “eu te amo” sussurrado com uma doçura crescente.

— Boa noite, filho. — murmurou, com um sorriso cúmplice enquanto o apertava de leve contra si. — Eu te amo da Lua até Saturno.

A frase escapou de seus lábios com uma leveza quase infantil, mas carregada de uma profundidade que ela mal compreendia. Era mais do que uma declaração; era uma promessa silenciosa de amor infinito, como os astros que pairam no céu. Enquanto Tom se aninhava de volta ao seu peito, seus olhos já fechados, o peso do sono enfim se apoderava dele. A respiração dele, lenta e tranquila, foi acalmando o ritmo do coração de Taylor também.

Sem que percebesse, envolvida naquele abraço silencioso, ela também foi cedendo ao cansaço. O peso das emoções, misturado ao calor reconfortante de ter o pequeno corpo junto ao seu, tornou-se irresistível. E assim, os dois, agora ligados por laços invisíveis e inquebráveis, deixaram-se levar juntos, mergulhando num sono tranquilo e partilhado, sob a luz suave do abajur que iluminava suavemente o quarto, como uma vela que se apaga lentamente ao final de uma noite longa.

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