Estava chovendo quando Jimin acordou, seu estomago estava reclamando tamanha fome ele sentia. Já haviam se passado dois dias desde que Hana partiu, e Jimin não havia tido coragem de abandonar a loja de bebidas.

Ele não havia comido nada desde o dia que teve que fugir de seu antigo esconderijo, ele sabia que não duraria muito tempo se não fosse atras de algo para comer e sem outra alternativa, o garoto decidiu sair de lá. Organizou suas coisas e partiu sem saber exatamente para onde iria.

Jimin carregava consigo apenas uma faca para se defender, não sabia usar uma arma de fogo portanto tinha que ter cuidado para não chamar a atenção de nenhum infectado ou até mesmo se, se deparasse com um Caçador.

Já havia caminhado por algumas horas e sentiu que precisava descansar, entrando no primeiro lugar que encontrou. A casa, outrora, parecia aconchegante mas agora estava caindo aos pedaços. A madeira repleta por cupins e mofo, alguns vidros quebrados no chão e móveis amontoados, Jimin pode ver alguns retratos de família dispostos em cima de estantes e se aproximou sorrindo ao ver quão felizes aquelas pessoas pareciam estar. Ele se pegou imaginando como eles estariam agora, se estavam vivos ou perambulando por aí como um infectado.

Ele sentiu falta de seu antigo acampamento e das pessoas que moravam lá, todos eram muito gentis consigo e cuidavam uns dos outros. Ao se lembrar de sua antiga casa seu sorriso morreu aos poucos e ele devolveu o retrato ao seu lugar olhando ao redor procurando qualquer coisa que lhe poderia ser útil.

- Vamos ver o que tem por aqui - sussurrou consigo mesmo tratando de andar pela sala se dirigindo até a cozinha onde revirou os armários, como já era de se esperar não havia encontrado nada. Ele então subiu as escadas até o segundo andar olhando quarto por quarto até que ouviu um barulho alto de coisa caindo no quarto no final do corredor.

Medroso como era, Jimin não se atreveria a ir até lá mas pensou que poderia ter algo para si. Caminhou a passos lentos até encostar a mão na maçaneta e devagar gira-la para abrir a porta, assim que uma pequena fresta fora aberta ele rapidamente colocou o rosto ali para olhar ao redor com seus olhinhos curiosos, porém não viu nada além de um cômodo vazio.

Abriu a porta e devagar entrou no quarto olhando cuidadosamente para cada canto, se aproximou do guarda-roupas e quando ia abrir a primeira porta ouviu novamente um barulho vindo desta vez do banheiro. Desajeitadamente ele pegou sua faca e posicionou na frente do corpo indo em direção a porta do banheiro que estava aberta, botando primeiro a cabeça antes de entrar completamente, mas de novo encontrando um cômodo vazio.

Por um momento, Jimin pensou estar ouvindo coisas e foi quando seus olhos flagraram uma movimentação na cortina que envolvia o box do chuveiro, criando uma coragem insana que nem ele sabia de onde havia vindo ele a puxou com rapidez sendo surpreendido por um gato pulando para fora do banheiro e saindo porta a fora enquanto miava alto, fazendo com que Jimin caísse no chão tamanho tinha sido o susto.

- Gato maldito! - praguejou baixo enquanto se levantava, um bico grande estampado em seus lábios enquanto amaldiçoava toda a geração daquele pobre gatinho.

Ainda no banheiro, Jimin avistou uma maletinha de primeiros socorros e foi até ela. Teve um pouco de dificuldade em abri-la, mas depois de forçar um pouco a trava ele conseguiu e lá dentro encontrou alguns esparadrapos e um frasco de remédios que ele julgou serem antibióticos, logo pensou que poderiam ser uteis futuramente e os guardou em sua mochila.

Ele já havia explorado toda a casa e a única coisa que encontrou foi o kit médico, então saiu indo em direção a próxima. Algumas poças de água inundavam a rua e a chuva já havia estiado, Jimin não poderia agradecer mais por isso. Na casa vizinha havia pichado na parede "lembre-se de onde viemos" e o símbolo dos Vagalumes, sinal de que eles haviam passado por ali em algum momento.

Os Vagalumes eram uma grande organização que iam contra o governo, eles tentavam trazer esperança para a população desde antes da infecção se espalhar por todo o país e nunca desistindo de procurar por uma cura. Era normal se deparar com essas pichações nos muros e paredes das casas já que era a única forma de espalharem sua mensagem.

Teias de aranha cobriam todo o teto da varanda e cascalhos tomavam conta de todo o chão, Jimin indo até a porta da frente viu que ela estava trancada, ele iria desistir mas ao passar ao lado da janela viu alguns sacos de rações que eram dados pelos militares em cima da mesinha da sala. Apenas um saco daquele era uma refeição inteira e Jimin precisava pegá-los de algum jeito.

Tentaria a porta dos fundos mas o caminho até lá estava bloqueado por entulhos e a vegetação intensa que cresceu ao longo dos anos, e ele não poderia quebrar as janelas pois aquilo poderia chamar atenção desnecessária, até que olhando pra cima viu que a janela do segundo andar estava aberta. Praguejou em silêncio pois sabia que seria uma tarefa difícil chegar lá pois além de baixinho, Jimin não era muito fã de escaladas.

Olhando ao redor a procura de algo que o ajudaria ele avistou uma caçamba de lixo perto da calçada e correu em sua direção, por sorte ela estava vazia mas mesmo assim ainda era um tanto pesada e por isso foi um tanto quanto difícil empurrá-la até a fachada da casa. Assim que a alinhou em direção a janela, subiu nela e com cuidado se pendurou no parapeito tomando impulso para finalmente conseguir entrar no quarto.

E como a anterior, aquela estava em ruínas. Móveis amontoados pelos cantos, teias de aranha e mofo tomavam conta das paredes.

Em silencio, Jimin permaneceu parado, escutando com atenção afim de ver se qualquer ruído vindo da casa atingiria seus ouvidos e contente por não escutar nada se apressou em direção as escadas para finalmente se deliciar com um daqueles pacotes de ração.

Desceu as escadas quase que aos pulos, um sorriso tomando conta de seus lábios e o estomago roncando em antecipação. Jimin pedia em pensamento que ele tivesse calma pois logo iria receber alimento. Quando chegou na sala ele percebeu que a maioria dos pacotes estavam abertos e se desesperou achando que todos estavam assim, mas logo encontrou três ainda fechados e tratou logo de os guardar em sua mochila tendo seu alimento dos próximos dias garantido.

Depois de sua primeira refeição em dois dias, Jimin sentiu o cansaço pesar em suas costas e então se deitou no sofá colocando sua mochila como travesseiro. Ele se sentia seguro ali sabendo que a única forma de entrar era pela janela no segundo andar, então rapidamente o sono veio e ele dormiu.

Já era noite quando Jimin acordou com um barulho vindo da cozinha e assustado se levantou correndo e apanhou sua faca a estendendo na frente do corpo. Passos apressados e desajeitados puderam ser ouvidos e ao invés de se esconder, o garoto se manteve de pé esperando que quem quer que seja que havia conseguido entrar na casa aparecesse.

Um rapaz não muito mais velho apareceu a sua vista, ele estava molhado de chuva e trazia em seus braços uma mulher que parecia ferida. Ele estagnou quando percebeu a presença de Jimin e seu semblante pareceu irritado o que o deixou mais assustado ainda.

- V-Vão embora - se amaldiçoou internamente por ter gaguejado, isso entregou que ele estava com medo e não poderia se defender caso o atacassem.

- O que? Quem está aí? - a mulher no colo se forçou a falar, estava fraca e sua mão ensanguentada fazia pressão em sua barriga. Jimin direcionou seu olhar para aquele local, seus olhos dobrando de tamanho. - Não se preocupe, eu levei uma facada. Malditos Caçadores...

- Yuri, ele pode ser um deles - o rapaz finalmente falou, sua voz fez com que Jimin estremecesse.

- Por favor Jungkook, olhe pra ele. Está quase se mijando nas calças - Jimin se sentiu um pouco ofendido, mas não poderia negar que estava assustado.

- Vamos procurar outro lugar...

- Espera! -Jimin chamou sua atenção, não sabia o porquê fez aquilo mas já era tarde demais. - Ela tá ferida, eu tenho algumas bandagens e dá pra fazer um curativo. Se forem embora assim, ela pode morrer.

O rapaz cujo nome Jimin descobriu ser Jungkook pareceu ponderar, mas foi um gemido vindo da mulher em seus braços que o fez tomar sua decisão.

- Ficaremos aqui pela noite - disse por fim.

- Não seja ranzinza - ela falou enquanto Jungkook a colocava no sofá que antes Jimin dormia. - Eu me chamo Yuri e você?

- Eu sou Park Jimin, muito prazer - ele sorriu e Yuri sorriu de volta o achando adorável. - Não ta tão feio, mas você perdeu muito sangue. Eu encontrei esses curativos mais cedo e vão servir por um tempo, tem esses remédios também acho que são antibióticos vão ajudar a não infeccionar.

- Obrigada Jimin, você é muito gentil - Enquanto Jimin fazia o curativo, Jungkook olhava pela janela. Como estava chovendo as nuvens bloqueavam a lua, portanto a rua estava escura fazendo com que o rapaz tivesse que forçar mais as vistas para vigia-la.

Jungkook só percebeu que caiu no sono no meio da noite quando acordou de manhã, os raios de sol entrando pela janela e banhando sua pele morena. Ele olhou ao redor procurando por Yuri e a encontrou ainda dormindo no lugar onde a deixou noite passada, os dois tinham uma relação muito unida pois cresceram juntos e passaram por todo o inferno um ao lado do outro era normal que Yuri fosse sua primeira preocupação ao abrir os olhos ainda mais com a condição que ela estava na noite anterior.

Foi quando percebeu um par de olhos curiosos lhe encarando, voltando os seus para eles. Jimin o encarava ainda com a cara inchada de sono e provavelmente assim como ele, havia acabado de acordar.

- Você fala enquanto dorme - disse entre bocejos enquanto se espreguiçava e Jungkook desviou o olhar para a rua reparando que as nuvens de chuva haviam se dispersado. - Eu odeio pesadelos.

Jungkook sentiu seu estomago roncar e fez cara feia, fazia alguns dias que ele não sabia o que era comer direito. Ouviu Jimin se movimentar e ficou em alerta, ainda não confiava nele.

- Eu encontrei essas rações aqui ontem, sei que está com fome e podemos dividir - o mais velho estranhou, não gostava nem um pouco de estar ali e se fosse ao contrário não dividiria sua comida com um completo estranho. Jimin tirou um pouco para si e estendeu o saco para Jungkook que o pegou a contragosto.

- Então você quer atravessar o estado, vai ser uma tarefa difícil já que você está sozinho - Yuri que havia dormido quase que o dia todo disse em meio a conversa que estavam tendo. - O que você quer encontrar lá?

- Estou indo para a Colmeia, preciso encontrar os Vagalumes -Jimin se sentia seguro o suficiente em dizer a eles aonde estava indo, mas se lembrava que não poderia contar sua condição ou poderia se por em risco.

- Então você é um Vagalume - respondeu segurando o riso e olhou para o mais velho ainda sorrindo, este que bufou e voltou a amolar sua faca. - Em outro momento seriamos inimigos.

- Oh, por que? - de primeira Jimin não entendeu o que ela quis dizer, mas logo uma lâmpada acendeu em sua mente. - Vocês eram Soldados?

- Na mosca, saímos de lá bem antes dos ataques com Caçadores ficarem constantes e o que restou do governo ser finalmente erradicado. Hoje somos andarilhos, sempre em movimento andando para lá e para cá.

- Vocês poderiam vir comigo - pensou alto, mas logo percebeu que seria uma boa eles o acompanharem pois poderiam o proteger. Yuri estava ferida mas sua situação estava melhorando. -Sabe, lá é muito grande. Tem comida, água e até energia elétrica. Se me levarem eu posso garantir um lugar pra vocês lá.

- Não precisamos disso, eu e Yuri estamos muito bem assim.

- Não seja inconveniente Jungkook - ela ralhou com ele e mais uma vez ele bufou em resposta, Jimin estava começando a compará-lo com um animal, sempre bufando. - Não podemos te acompanhar até lá, mas podemos te levar até a interestadual. É caminho para onde estamos indo.

Era melhor do que nada, Jimin teria que se contentar com a companhia dos dois por pelo menos até aquele trecho do caminho, mas ele esperava conseguir convencê-los a irem com ele até lá.

- Como você está Yuri? - Jungkook perguntou de repente.

- Estou bem, Jimin fez um ótimo trabalho. Aquela ração ajudou muito também - respondeu enquanto se apoiava nos braços para conseguir se sentar. - Acho que amanhã já poderemos pegar nosso caminho.

Um barulho de batidas fortes assustou os três, Jungkook logo se levantou e foi verificar de onde vinha aquele som. Seguiu a passos lentos até a porta que provavelmente levaria até o porão e encostou o ouvido ali, se surpreendeu com outra batida forte seguida de um resmungo e logo ele soube o que era.

- Infectado - disse baixo enquanto firmava sua faca na frente do corpo - Parece que finalmente notou nossa presença...

Ele então devagar abriu a porta, mas nada veio em seu encontro. Com uma lanterna ele desceu os degraus velhos que o levariam até o porão, o ranger das tabuas o deixava cada vez mais aflito e foi quando avistou os esporos que rapidamente voltou para a porta pois se avançasse mais correria o risco de se infectar. Assobiou para chamar a atenção do infectado e esperou que ele corresse em sua direção, o que não demorou para acontecer.

Era um Corredor, o que mostrava que não fazia muito tempo que havia se infectado e antes que chegasse perto demais de Jungkook, ele cravou sua faca na cabeça daquele que antes era uma pessoa assim como ele.

Jimin que viu aquela cena de longe se sentiu enjoado, ele definitivamente detestava presenciar aquilo.

No outro dia, assim que acordaram e tiveram sua refeição, os três partiram em direção a interestadual que consequentemente levaria Jimin até seu destino. O chão irregular da rua e a pouca luz fornecida pela lua fazia com que o mais novo constantemente tropeçasse o que já estava irritando o mais velho, foi então que Jimin pediu que descansassem um pouco.

- Meus pés estão me matando - Jungkook bufou e em resposta Jimin fez careta para ele, a infantilidade deles estava divertindo Yuri que se compadeceu com o mais novo pois ainda estava sentido dores.

- Não podemos parar aqui, mas não custa nada descansarmos um pouco. Jungkook fica de guarda.

Jimin esperou que o mais velho se afastasse pois queria falar com Yuri, ele já havia notado que o outro não gostava de sua companhia, mas que a mulher era mais comunicável. Ele precisava convencê-los de o acompanhar até o outro lado do estado de alguma forma e então foi contra o que Hana havia lhe dito e resolveu contar para ela sua situação.

- Yuri eu preciso te contar algo - ela depositou toda sua atenção ao rapaz, desde o dia anterior já havia criado uma simpatia por ele, e estava o caminho todo até ali pensando numa forma de convencer seu amigo de acompanha-lo pois sabia que o mais novo não sobreviveria muito sem eles. Jimin se sentou no meio fio e ela o acompanhou. - É sobre o porquê eu preciso ir até a Colmeia.

Ela franziu o cenho, a feição de Jimin estava séria e era a primeira vez que ela o via assim.

- Eu preciso ir até eles por causa disso - ele estendeu o braço e levantou a manga de sua blusa, mostrando sua mordida já completamente cicatrizada.

- Mas que merda é essa! - Jimin se levantou de supetão pelo susto que havia tomado. - Esse idiota ta infectado!

- Tem três semanas! – gritou o mais novo temendo por sua vida, seu corpo tremia enquanto trocar seu olhar assustado com Yuri e Jungkook

- Não minta, todo mundo se transforma em dois dias - Jungkook vociferou enquanto estendia sua arma na direção de Jimin e foi Yuri quem o afastou, ainda tentando processar a informação.

- Faz dois dias que estamos juntos, tem três semanas, eu juro. Por que eu mentiria? - o mais novo choramingou, ele se amaldiçoou mentalmente pela péssima ideia de contar sua condição.

- Não acredito - Jungkook estava bravo com a situação, odiava estar ali e definitivamente odiava aquele garoto que apareceu apenas para trazer problemas para eles. E ao olhar pra longe, avistou um grupo de infectados correndo em sua direção. - Corre... Corre agora!

Jimin se direcionou na direção que Jungkook estava olhando e sentiu sua espinha se arrepiar logo obedecendo o comando do mais velho, alguma coisa devia ter chamado a atenção deles e agora estavam correndo em sua direção.

- Ali! - Yuri gritou ao avistar uma garagem com a porta aberta e os três então correram até lá, Jimin tropeçando em seus próprios pés fazia de tudo para que não levasse um tombo pois sabia que se caísse, seria seu fim.

- Me ajude a fechar isso - Jungkook vociferou para Jimin que assustado só pode fazer o que ele mandou. - Rápido!

- Isso não vai segurar eles por muito tempo... - Yuri murmurou ainda em guarda e começou a procurar por uma saída. - Por aqui.

Os três seguiram por um corredor grande e se viram dentro de um supermercado. Precisavam achar umas saída rápido, encontraram umas prateleiras amontoadas que davam caminho até um buraco no teto, subiram com cuidado e antes que pudessem finalmente chegar lá em cima viram os Perseguidores vindo de onde tinham acabado de passar. Yuri sem opção foi forçada a usar sua arma para tentar atrasá-los enquanto Jungkook ajudava Jimin a passar pelo buraco, logo subindo também.

Correram até uma janela aberta que tinha uma tabua ligada a janela do prédio vizinho, perceberam que alguém ja havia feito aquele caminho, então sabiam que haveria uma saída logo a frente, depois que passaram derrubaram a tábua para que os infectados não os seguissem por ali e foram procurar a saída. As portas estavam todas fechadas por travas que o governo havia colocado no início da pandemia, então correram para a única que estava aberta assim saindo em outra rua, porém como ela estava num nível mais baixo havia ficado completamente alagada. A água provinda da chuva dos dias anteriores estava bem funda e Jimin estava preocupado por não saber nadar, mas por sua sorte os outros dois decidiram cortar caminho por outro prédio.

Já lá dentro os três puderam finalmente descansar, Jimin tentava recompor sua respiração enquanto estava apoiado em seus joelhos. Sabia que os outros dois o estavam olhando e estava nervoso com o que poderia acontecer.

- Olha, qual é o seu plano? -Jungkook perguntou de repente ainda nervoso. - Nós te levamos até os Vagalumes e depois?

- Minha amiga Hana disse que eles têm uma área de quarentena própria, com médicos que ainda tentam achar a cura - Jimin respondeu tentando se manter calmo, mas falhando miseravelmente.

- Já ouvimos isso antes – resmungou debochando do mais novo.

- Então... - continuou meio aflito dividido entre olhar para o mais velho e olhar para Yuri que ainda se mostrava pensativa. - O que aconteceu comigo é a chave pra descobrir a vacina.

- Ah caramba - aquilo foi o suficiente para Jungkook, já estava farto de toda aquela conversa. Se virou de costas e começou a coçar a nuca num sinal claro que queria se acalmar para não acabar perdendo o controle.

- Foi o que ela disse! - Jimin tentou se defender, entendia que poderiam estar receosos quanto a si, mas não entendia a hostilidade vinda do mais velho.

- Ah eu tenho certeza – seu tom de voz hostil ja estava deixando Jimin irritado.

- O que você quer que eu diga eim? - o mais novo já havia perdido a paciência e se continuasse assim acabaria xingando o homem a sua frente. - Eu não pedi por isso, ta legal?

- Nem eu - respondeu grosseiro, Jimin podia jurar que o mais velho poderia ter um treco a qualquer momento. - Yuri, que merda a gente ta fazendo aqui?

- E se for verdade? - ela perguntou mais pra si do que para o mais velho.

- Eu não acre... - Jungkook realmente não podia acreditar na insanidade que sua amiga estava dizendo.

- E se for Jungkook? Já estamos aqui, vamos até o fim.

- Preciso lembrar você do que tem lá fora? - Jungkook revidou, ainda nervoso enquanto Jimin estava parado ali só observando os dois discutirem como se ele não estivesse ali.

- Eu já sei - responde séria e faz sinal para que Jimin a seguisse e assim ele prontamente o fez. - Vamos, temos que sair daqui. Estamos perto do centro e se formos por lá, chegaremos na interestadual antes do amanhecer.

Jungkook respirou fundo, mesmo sendo o mais velho, desde sempre respeitou as decisões de Yuri porque foram elas que os mantiveram vivos até aquele momento. - Esperamos...

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