S01 Ep 03 - Escolha cruel
RYAN BARTH
A manhã começou bem agitada. Minha mãe descobriu sobre o Max e chamou a polícia. Ela ficou bem abalada mas, eu nem tanto. Estava era pensando no que ele havia dito, sobre saber do ano passado. Isso não podia estar acontecendo, não agora.
Brooke veio até minha casa logo que ouviu as sirenes. Ela entrou e veio em minha direção. Estava sentado na cozinha, tomando um xícara de café. Não havia conseguido dormir direito. Minha mãe estava na sala tentando explicar para o policial que não sabia como alguém tinha entrado na casa e feito aquilo.
- Eu cheguei por volta de 23hrs e fui direto dormir. Ryan chegou mais tarde por conta da festa. - explicava ela para o policial que anotava tudo.
- Será que você vai dar depoimento também? - perguntou Brooke sentando a meu lado. - Acho que sim, afinal, era seu cachorro né. Tadinho do Max. Gostava dele.
- Eu também... Vamos ter que marcar uma reunião de emergência. Precisamos conversar.
- Como assim? Nós quem? - indagou ela parecendo confusa.
- Todos que estavam no 4 de julho do ano passado... - falei baixinho olhando em volta para ver se nenhum policial estava escutando. - Alguém sabe, Brooke. Alguém que nós não vimos naquela noite.
- Meu deus... O que vamos fazer agora?
- Não sei, mas temos que dar um jeito de descobrir quem está fazendo isso. Quem está ligando e mandando as mensagens. - falei tomando mais um gole de café. Era realmente difícil imaginar quem poderia estar por trás disso. Mas sabia que era alguém doente, por ter feito isso com meu cachorro Max.
Continuei na sala conversando com Brooke. Os policiais haviam ido embora a meia hora atrás. Minha mãe tomou alguns remédios e foi para seu quarto dormir um pouco.
Meu celular começou a tocar. Estremeci no sofá. Brooke ficou atenta. Olhei no identificador e dessa vez era um número. Não estava privado.
- Alô? - falei ao atender.
- Ryan Barth? - perguntou o homem do outro lado da linha. A voz era bonita pelo menos. Me lembrou a voz de Shawn.
- É ele... Quem fala?
- Aqui é o delegado Klein Kerr. Gostaria de solicitar sua presença na delegacia na próxima hora. O senhor tem como comparecer? - falou ele. Achei bem estranho mas tive que aceitar. Afinal, quando a policia liga para te convidar a ir na delegacia, não se pode negar né?
- Tudo bem. Já estou a caminho.
SHAWN MENDES
Acordei cedo nesta manhã. A vontade de ligar para Ryan era grande, mas ele merecia esse gelo. Levantei e fui direto para a cozinha comer alguma coisa. Havia passado a noite sem comer. Essa história da morte de Ashley me deixou bem abalado. Não tínhamos mais nada, mas tivemos um relacionamento de quase um ano. Não tinha como ignorar algo assim.
Estava sentado na cozinha, ainda comendo, quando meu telefone começou a tocar. Olhei no identificador e não aparecia número.
- Oi, quem fala? - falei ao atender o telefone. A ligação estava ruim. Com muito chiado.
- Gostaria de mandar um recado... Para o Ryan. - disse a pessoa. Pela voz grossa parecia um homem. Mas espera... Outro homem querendo mandar recado para o Ryan? Por mim?
- Então ligue direto pra ele. - falei com certa raiva. Se ele estava me traindo, que não desse meu número para esses otários. - Te dou o número se não tiver.
- Não. Não precisa. Você é o meu recado...
No exato momento que a pessoa disse isso, ouvi o barulho de algo quebrando na sala. Levantei e já agarrei uma das facas de carne que estava sobre a bancada. Foi tudo muito rápido. Quando cruzei o corredor e entrei na sala, senti uma pancada forte na cabeça. Caí no chão. Minha visão estava embaçada e eu estava tonto demais para ter qualquer reação. Consegui ver apenas um vulto preto com o rosto branco se aproximando com o pé de meu rosto...
RYAN BARTH
Cheguei na delegacia. Brooke foi comigo. Entramos e logo um policial veio até nós e nos conduziu para uma sala mais ao fundo. Quando entrei me deparei com Chanel sentada. Sozinha.
- Chamaram você também? - perguntei ao sentar ao lado dela.
- Sim. Ainda não entendi, mas tem algo a ver com a morte de Ashley. - respondeu Chanel.
- Mas o que vocês dois tem a ver com isso? - comentou Brooke.
- Eu conto para vocês. - disse o delegado Klein ao entrar na sala. Pelo visto ele estava escutando tudo.
O delegado sentou a nossa frente. Ficamos os quatro ali. Brooke, Chanel e eu de um lado e o delegado Klein de outro. Ele abriu uma pasta e puxou um saquinho com um celular dentro.
- Estávamos investigando o caso da senhorita Ashley Tisdale. Ao verificarmos o celular da vítima, notamos duas ligações. Uma para Chanel e outra para você. - disse ele apontando para mim.
- Mas o que temos a ver com isso? - questionou Chanel. O delegado então abriu a pasta com os relatórios do caso. Puxou uma folha.
- Segundo a autópsia, Ashley morreu na noite de quinta-feira e as ligações foram feitas na manhã de sexta-feira. - disse ele. Ficamos em silêncio esperando ele falar, mas eu já imaginava o que era. - Logo, achamos que o suposto assassino entrou em contato com vocês também... E, depois do incidente com o cachorro de Ryan... Suspeitamos que ele possa estar atrás de vocês por algum motivo.
Gelei na cadeira. Brooke e Chanel estavam quietas também. O delegado percebeu o silêncio. Parecia bem esperto. Espero que não tenha sacado nada...
- Vocês conseguem imaginar alguém que queira ferir vocês? - perguntou ele. - Algo que tenham feito ou saibam que alguém fez...
DROGA, ONDE ELE QUER CHEGAR COM ISSO? SERÁ QUE ELE SABE DE ALGUMA COISA? Pensei. Continuamos quietos.
- Uma outra coisa que observamos... A morte da senhorita Selena Gomez, no 4 de julho do ano passado... Era amiga de vocês, pelo que tivemos acesso. Estamos investigando uma possível relação entre essas duas mortes... - falou ele. Parecia estar querendo arrancar Algo DA gente. Precisava fugir disso antes que alguém falasse algo sobre o ano passado.
- E você então esta supondo que temos algo a ver com isso? - falei sem pensar. Chanel continuou calada. Brooke me olhou espantada.
- Estou apenas questionando vocês. Quero que me ajudem com quaisquer informações que tiverem... - explicou o delegado.
- Não sabemos de nada. Se soubermos vamos avisar. - falei levantando da mesa. - Vamos meninas.
- Tudo bem. Pegue meu cartão. Ligue sempre que precisar... - disse o delegado me entregando um pedaço de papel com seu nome e o número de telefone. Olhei bem para ele e saí. As garotas vieram atrás.
Entramos em meu carro e comecei a dirigir em direção à minha casa. Chanel foi no carro dela.
- Você acha que ele suspeita de algo? - perguntou Brooke. - Foi tudo muito estranho...
- Eu acho que não mas, não podemos deixar escapar nada. Por isso quero reunir todo mundo e conversar sobre isso.
- Devíamos ter ido à polícia naquela noite...
- Ah claro Brooke... Se tivessemos ido a polícia, estaríamos agora na cadeia apodrecendo. - falei sem olhar para ela. - Fizemos nossa escolha naquela noite. Não seria justo drstruir nossas vidas por causa de um acidente.
- Mas... - começou ela antes de meu celular começar a tocar. Brooke olhou no identificador. "Número privado". Peguei o celular da mão dela e atendi.
- O que você quer?
- Quero começar nosso jogo. - disse a pessoa.
- Eu já falei que não quero participar do seu joguinho. - respondi aumentando o tom de voz. Brooke estava me olhando. Dava pra notar que ela estava tensa.
- Você não tem escolha Ryan. - disse ele. Fiquei quieto. - Lembra das docas abandonadas?
- Fala logo o que você quer.
- Eu quero que você vá até lá... Tem algo te esperando. - disse ele.
- Fala logo seu doente.
- Você tem meia hora. - disse ele desligando.
Acelerei o máximo que pude, para chegar a tempo no local. Brooke insistiu para ir junto e eu não teria tempo de larga-la em casa.
- O que você acha que tem lá? - perguntou ela.
- Nem consigo imaginar. - respondi. Estava tenso e com raiva por não conseguir enfrentá-lo.
- Acho que estou com medo... - disse Brooke. Ela pegou seu celular e começou a mandar uma mensagem.
- E você acha que eu não? - respondi. Olhei meu celular e ainda tinha mais 20 minutos para chegar lá. Estávamos perto já. As docas ficam bem afastadas da cidade.
- Chanel falou que está chegando em casa para encontrar Justin que falou que estava lá. - falou Brooke.
- Você perguntou pra ela?
- Sim. Quero ver se todos estão... Seguros. - respondeu ela.
- Tente ligar para o Shawn mas, não fala o que ta acontecendo. Por favor. - pedi. Não queria que ele viesse atrás de nós.
Brooke tentou ligar para ele mas não teve sucesso. Shawn não atendeu. Ela ligou mais uma vez e novamente nada. Desisti.
SE ELE PREFERE ME EVITAR, ÓTIMO, FAREI O MESMO. Pensei.
Chegamos nas docas com 10 minutos de sobra ainda. Esperamos em frente até chegar a hora. Eu ja imaginava que ele iria ligar quando acabasse o tempo e estava certo. Assim que terminaram os 30 minutos, ele ligou.
- Espero que esteja onde combinamos... - disse ele quando aceitei a chamada.
- Pode falar... - falei olhando para os lados. Brooke estava com seu celular na mão, pronta para ligar para a polícia. Não sabíamos o que esperar.
- La dentro tem algo que eu quero que você olhe. Podem entrar os dois. Quando ler o papel, basta fazer uma simples escolha. - disse ele.
"COMO ASSIM FAZER UMA ESCOLHA?"
- Do que você está falando? - perguntei entrando nas docas. Ele desligou.
"COMO ELE SABIA QUE EU ESTAVA COM A BROOKE?" Pensei enquanto me dirigia aw entrada da doca. Brooke estava logo atrás.
Assim que entramos, avistamos uma lona cobrindo algo. Brooke imediatamente levou a mão à boca e agarrou meu braço. Olhei para ela e fiz sinal para ele ficar quieta. A nossa frente, havia algo muito parecido com um corpo. Era definitivamente um corpo.
Senti um misto de coisas naquele momento. Desde enjôo à medo. Medo de quem poderia ser embaixo daquela lona. Andei mais na frente e pedi para Brooke esperar um pouco. Me aproximei do corpo. Em cima havia um papel. Peguei e abri.
"Isto é apenas para lembrar o motivo de tudo que está prestes a começar."
Soltei o bilhete ao lado e puxei a lona rapidamente. Caí para trás com o que vi. Brooke soltou um grito abafado. Era o corpo de Selena. Estava bem na nossa frente.
"COMO ELE CONSEGUIU ISSO?"
- Isso não pode estar acontecendo Ryan...
- DROGA!!! - gritei de raiva. Não conseguia acreditar que isso tudo era real. Meu telefone nesse momento começou a tocar. Atendi rapidamente. - Seu doente!!! O que você quer da gente?
- EU QUERO QUE VOCÊS PAGUEM PELO QUE FIZERAM!!! - gritou ele. Brooke estava seria me olhando.
- Foi um acidente!!!
- Um acidente? Vocês mataram ela e conseguiram escapar da lei, mas é como dizem... As vezes temos que fazer justiça com as próprias mãos. Você e seus amiguinhos não vão sair impune. Vão pagar. Vão sofrer. E sinto dizer que... - ele fez uma pausa. - O tempo de um de vocês está prestes a acabar.
- O que você quer dizer com isso? - falei. Estava com medo. Medo do que esse doente era capaz.
- Vou deixar você escolher... Hoje estou me sentindo generoso. - disse ele em tom de deboche. Estava rindo.
- ESCOLHER O QUE SEU IMBECIL? - gritei. Estava com raiva. Me sentindo impotente. Intimidado.
- Estou com seu namoradinho... A escolha é bem simples. Se quiser que ele viva, algum dos seus amigos irá morrer hoje. Você escolhe. - disse ele na maior tranquilidade.
No momento em que ele terminou de falar, paralisei. Brooke percebeu que algo estava errado. Eu estava com as pernas bambas. Estava com medo. Ele estava com Shawn e eu não conseguia imaginar isso. Sem pensar respondi.
- Não machuque ele!!!
- Como quiser. - respondeu ele desligando.
- DROGA!!! - gritei correndo para fora. Brooke correu atrás de mim. Entramos no carro e comecei a acelerar em direção à estrada principal.
- O que houve Ryan? O que ele disse? - perguntou Brooke paecendo desesperada. Eu estava desesperado. Não sabia o que fazer ou pensar.
- Ele vai matar alguém.
[CONTINUA...]
Espero que tenham gostado. Comentem e curtam. Critiquem, deem opinião e por favor acompanhem!!! Só assim poderei continuar. Obrigado ❤
PRÓXIMO CAPÍTULO EM 3 DIAS!
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