08. fraude
Bom diaaaaa
Como vcs estão? Espero que tudo bem 💗
Gente que semana longa meu Deus, parece que não abro o wattpad há meses kkkkkk
O capítulo de hoje é bom demais, muitos surtos ✨✨ (já da pra sacar pelo título 👀)
Boa sorte kk
Todas as coisas que eu fiz
Só para eu poder te chamar de meu
As coisas que você fez
Bem, espero que eu tenha sido seu crime favorito
— Favorite crime, Olivia Rodrigo
...
Adora lembrou de uma fala de Glimmer: "Nunca confie nessas vacas ricas."
A princesa sempre esteve certa.
— Espere... — Adora limpou os lábios. — Eu não acredito que isso é o que eu acho que é.
Catra gargalhou.
— Eu devia ter filmado pra ver a sua cara, de novo e de novo. — Ela não parava de rir. Precisou recobrar o fôlego.
Catra se aproximou de onde Adora estava amarrada. Já não vestia o mesmo vestido da festa, e sim um conjunto que formava um terno preto. O blazer estava aberto, revelando uma blusa cropped de renda. Além disso tudo, Catra parecia ótima. Intacta, limpa, cheirosa, cabelo curtinho arrumado e postura impassível.
Ela ergueu as mãos e as girou como pôde.
— Sem algemas, viu? Totalmente livre. Acho que é bem óbvio o que está acontecendo aqui.
— Pegadinha do Silvio Santos? Eu passo — Adora disse sarcástica. — Não sou idiota.
Catra pôs as mãos nos bolsos.
— Será que não? Acho que você tem muitas perguntas.
— Pode apostar — Adora disse ríspida. Ergueu uma sobrancelha. — O que vai fazer agora? Falar um discurso explicando sua infância triste e todos os motivos de ser tão escrota e falsa? — Adora fez força para tentar sair. Isso lhe causou dor nos braços. Catra nem se mexeu. — Você nos enganou esse tempo inteiro? Me enganou? Por quê?
— Wow. Uma coisa de cada vez, loirinha — Catra se defendeu.
Ela tirou uma cadeira do fundo da sala, bem escondida naquela escuridão. O luar iluminou seu rosto, traçando uma faixa de luz pelo aposento. Ela sentou na cadeira, frente a frente com a espiã. Disfarçou uma careta com dor no ombro.
Adora respirou fundo.
— Você levou um tiro por mim.
A expressão de Catra vacilou por um segundo.
— Então fingiu que ajudou a gente. Deixou que eu matasse pessoas, mentiu, se drogou... — Adora sentiu a garganta tão seca que achou que fosse ficar sem voz. — Como pôde?
Catra limpou as unhas afiadas com pouco interesse.
— Acho que por um bom disfarce vale tudo.
Adora balançou a cabeça. Sentiu-se uma palhaça por ter caído em um truque tão antigo. E pior: por ter, de verdade, gostado de Catra. Queria dar um tapa em si mesma por ter se deixado levar tão facilmente (algo que nunca aconteceu), e por ainda ter sentimentos pela pessoa à sua frente.
— Vai contar a história do começo ou eu vou ter que pedir? — Adora perguntou. — Deve estar se coçando pra mostrar o quão esperta é. Como me enganou direitinho.
Catra estreitou os olhos coloridos para a loira e sorriu maliciosamente. Apoiou os cotovelos nas pernas a fim de chegar mais perto da prisioneira.
— Cadê o Bow? — Adora insistiu, cansada de perder tempo.
— Primeiro peguei você desmaiada no prédio. Quando voltei, Bow tinha sumido. Então imagino que não temos muito tempo. — Ela mostrou o pulso como se checasse um relógio imaginário. — Vamos esperar pra ver se chega a sua equipe ou a minha primeiro.
— Então ou eu vou ser resgatada pela Rebelião, ou levada pela sua mãe.
— Se o plano dela funcionar, então sim. E vai ser em breve. A festa está quase no fim. — Catra deu batidinhas no ouvido, exibindo um fone discreto. — Ela pode me ouvir o tempo todo. Sempre ouviu, na verdade.
Adora jogou a cabeça para trás, ainda sem acreditar.
— Vamos, diga logo o que tem. Mal consigo olhar pra você sem querer arrancar os olhos de tanta raiva.
Catra deu uma risadinha. Sua voz ficou mais tranquila.
— Então ainda bem que te amarrei. Ver a grande Adora perder o controle é algo muito traumático.
Adora estalou a boca. Ainda não se lembrava de ter feito tanto estrago durante a noite. Ela parecia sair do corpo para observar a cena, e depois tudo era escuro, vazio. Percebia tudo só depois do ocorrido.
Catra saiu da cadeira para sentar no colo de Adora. Aquilo não doeu nada, porque ela até que era leve. Adora não pôde evitar de expirar o perfume dela, nem de se sentir um pouco nervosa — talvez até um pouco excitada.
Mas a raiva sobrepujou tudo.
Adora ameaçou morder Catra no braço por ser o local mais acessível. Ela desviou e soltou um assobio.
— Calma, calma. Eu não vou fazer nada pra te machucar. — Ela passou uma unha levemente pela cicatriz no queixo de Adora, provocada por ela. Pareceu sorrir por lembrar da cena. — Não mais.
— Já machucou o suficiente.
Catra suspirou, ficou bem perto da espiã para que ela prestasse atenção.
— Não pode ficar chateada comigo. Nada disso foi minha culpa. Eu juro que se em outra oportunidade, sei lá, uma vida normal, não mentiria pra você.
Adora revirou os olhos. Imaginou uma vida diferente para ambas e não conseguiu. Tudo a levava a pensar que seriam opostas, inimigas. Heroína e vilã? Uma surfista e uma guitarrista? Jogadoras de times opostos? Havia mil possibilidades. Todas condenadas.
Catra era como ela. Ambas foram treinadas desde muito pequenas para esse trabalho. Sabiam lutar, enganar, usar armas e — pelo visto — manipular. A diferença é que Catra era perfeita em tudo isso, e Adora não. Ela foi enganada como uma criança pedindo doces e a mãe dizendo "na volta a gente compra."
Adora mordeu o lábio, querendo que saísse sangue. Ela queria ser a melhor. Ser perfeita. Foi treinada para isso e, em vez disso, entrou completamente cega numa armadilha.
— Isso foi sua culpa, sim, porra!
— Vocês foram ingênuos demais ao confiar em mim. Quer dizer, menos a Glimmer. Ela era esperta. — Catra deu de ombros e bateu de leve na cabeça com o dedo para enfatizar a fala. — Uma pena que teve de morrer.
Adora bufou. Seus olhos azuis quase mudaram de cor para um vermelho de tanto ódio.
— A morte dela foi planejada? Você a matou e armou tudo pra Lonnie?
Catra pôs a mão no peito, ofendida.
— Claro que não! Eu nunca seria capaz de matar a Glimmer. Falei isso pra minha mãe e ela disse para eu dar um jeito. A Glimmer morreria de um jeito ou de outro, sabendo que eu mentia ou não.
Se Adora pudesse, ela teria prendido Catra contra a parede pelo pescoço até ela ficar sem ar. Mas manteve a postura, apenas o peito subindo e descendo.
— Então eu falei pra Lonnie matar a Glimmer na festa — continuou. — Ela fez o que eu pedi, mas tava drogada demais e acabou caindo naquele sofá. Não achei que você fosse atrás dela, ou que fosse matá-la depois. Puta merda. Ela só tava fazendo o trabalho dela e olha no que deu.
Adora balançou a cabeça, negando.
— Você me drogou na festa.
— Pra tentar te manter sedada o suficiente para não perceber. Pelo visto, não adiantou de nada. Foi apenas o tempo de acontecer. — Ela estalou a língua, como se frustrada por um plano perfeito falhar. — Merda. Era o lugar certo e hora certa. Todo mundo tão chapado pra perceber, você praticamente hipnotizada... E ainda assim conseguiu pegar a Lonnie e acabar com ela.
Adora desviou o olhar para o chão. Não se orgulhava daquilo.
Catra saiu de seu colo e voltou para a cadeira. Entrelaçou as mãos e relaxou a postura. Aquilo foi suficiente para frustrar a espiã. Parecia absurdo ela estar tão descontraída em uma situação dessas. Se tivesse sorte, Bow teria fugido e avisado alguém da Rebelião. Se não, bastava esperar as explosões em todos os palácios começarem e o caos se instalar.
— Olha, a minha mãe me manda fazer algo e eu cumpro — Catra disse arrastada, sem necessariamente encarar Adora. — Quando o esquema de acabar com as monarquias começou, eu era muito nova. Estava esperando o hotel ser construído, esperando meu aniversário e tudo mais. Ela me instruiu em tudo, sabendo que precisaria de mim para distrair alguém.
Adora ergueu uma sobrancelha. Tentou desatar o nó, mas suas mãos doíam demais. De qualquer modo, era tarde demais para tentar fugir. Queria saber a história de Catra também.
— Foi só questão de tempo para tudo se conectar como uma teia de aranha. — Catra traçou duas linhas imaginárias no ar e ligou ambas. Ela sorriu, arrogante. — Entrapta trabalhava para ela, então mandou que ela construísse o sistema todo do hotel. Entrapta contou as informações da Rebelião, contou tudo sobre você e seus amigos. Meu trabalho era enrolar vocês a noite toda em missões pequenas que, no final, não adiantaram de nada.
Adora bufou mais uma vez.
— Fiquei sabendo da Entrapta.
— Ela é tão gente boa. Gosto dela.
Adora riu sem humor.
— Foi tudo mentira, então. Entrapta não serviu de grande ajuda, sua mãe ficou despreocupada e sempre soube que a Glimmer estaria na festa. — Adora ponderou. A outra assentiu. — Ela mandou matar a princesa. E você nos distraiu. Não fez nada para impedir ninguém.
— Tudo o que fiz foi errado, mas não tive escolha.
Os olhos de Catra se tornaram sombrios. Adora precisou respirar fundo. Era notável que ela sofria nas mãos de Weaver.
Ela limpou a garganta.
— Enfim. Uma coisa fugiu do plano: Scorpia. Ela cometeu um erro em falar com você, sem nem saber de nada. Acabou pagando pelo erro. Você pegou a pessoa errada, quando na verdade eu e Entrapta estávamos bem debaixo do seu nariz. — Catra cutucou o nariz de Adora com uma alegria digna de um sociopata. — Nem imaginei que ela morreria. Pobre coitada... — Catra fez bico. — Mas ela realmente era minha amiga. Você me deixou puta da vida, Adora.
Adora sorriu cruelmente.
— Fico feliz em saber.
Catra riu do mesmo modo.
Elas travaram uma luta silenciosa.
— Precisei investir em você, porque parecia a líder e mais... Manipulável, acho — ela coçou a nuca com o braço onde o ombro foi baleado e grunhiu.
Adora quis inclinar o corpo para frente, mas teve de se contentar com o que tinha. Encarou os olhos bicolores de Catra com dor, desapontamento e tristeza.
Ela precisava saber.
Sua voz soou arrastada e rouca demais.
— Você gostou de mim ou isso foi falso também?
Catra não esperava por essa. Ela desviou os olhos e encarou o chão. Adora torceu a boca.
— Porque eu sim. Admito. — Ela deu de ombros. Detestava sentir o que sentia. Uma migalha de esperança ainda brotava em seu coração. — E você é tóxica pra mim. Nós sabemos disso. E querer você está me matando.
Catra abriu a boca para falar, e então vacilou. Seus olhos lacrimejaram aos poucos, as lágrimas perceptíveis apenas com a luz da Lua.
Ela assentiu.
O coração de Adora apertou. Se Catra ao menos não gostasse dela, seria mais fácil tentar esquecer a noite inteira. Mas não. O sentimento todo foi verdadeiro.
Catra voltou a ficar no colo de Adora. Um braço seu envolveu seus ombros, e o outro acariciou seu rosto. Adora quis chorar. A noite inteira foi um desperdício. Uma matança. Mas o que sentiam uma pela outra foi real. E pelo visto Catra não poderia dizer — tudo por causa daquele fone estúpido.
Adora apertou os olhos, incapaz de olhar para ela. Catra era tão encantadora e mortal que parecia uma pintura. Ambas pareciam, na verdade. Aquela posição das duas, uma em negação e outra em desejo, era digna de uma obra de arte.
— Eu sei tudo sobre você — Catra sussurrou e percorreu a mandíbula de Adora, o osso inteiro até chegar na cicatriz —, e você sabe algumas coisas sobre mim. Acho que pelas nossas fichas. — Ela riu, triste. — Sei tudo o que você fez, e até o que vai fazer. Você deve me odiar agora, mas eu nem ligo. Lá no fundo deve ter alguma Adora que se importa.
Adora negou, mesmo sendo verdade.
— Você é louca. — Ela estremeceu. — Sua mãe é louca. Tudo isso é medonho.
Catra chegou mais perto para falar em seu ouvido, o mais baixo possível.
— Você diz que sou louca, mas me ama por isso, ou pelo menos gosta. Porque nós somos iguais, Adora.
Adora piscou para afastar as lágrimas.
— Você é realmente maluca por aceitar uma vida assim pela sua mãe, que te trata como uma bonequinha de porcelana. Ou melhor, um fantoche — disse com raiva. Cerrou tanto os dentes uns contra os outros que quase racharam. — E ainda disse que liberdade "é o que mais dou valor."
A garota em seu colo cedeu. Desviou o rosto com pesar, culpada por ter sido revelada.
Então, quando as coisas estavam quietas demais, ambas ouviram algo chegando.
Algo e alguém.
O som de um grande helicóptero percorreu o céu, chegando até mesmo naquela salinha minúscula onde estavam. Ele se aproximava aos poucos, e talvez, em breve, algum esquadrão entraria para tirar uma delas dali: fosse a Rebelião, fosse a equipe de Weaver.
Não tinham como saber qual era.
Adora se agitou na cadeira. Catra apertou seu ombro em alerta. Se pudessem ouvir, perceberiam que seus corações batiam no mesmo compasso acelerado.
Uma salvação ou uma prisão.
Catra pegou Adora pelo queixo para que a loira olhasse em seus olhos diretamente. Um farol do helicóptero penetrou a janela e iluminou a sala. O som já era ensurdecedor.
— Você e eu... — Catra disse. Adora já não sabia como respirar. — Isso tudo foi mais real do que eu gostaria. — Ela sorriu, sincera. Adora quis tanto chorar e nem sabia o motivo. Catra buscou algo em seu bolso do blazer e mostrou o pen-drive com as informações guardadas, caso precisasse. Guardou-o dentro do vestido de Adora, bem entre os seios. — Minha mãe sempre disse para eu não me envolver demais. Acho que não cumpri as regras.
Adora buscou ar, quase num choque. Catra beijou-a nos lábios como se fosse a última vez que se veriam.
E provavelmente seria isso.
Catra se distanciou, a dor no semblante era visível.
— Catra... — Adora murmurou. Ainda tinha a sensação de seus lábios colados.
A porta foi arrombada na hora.
Cerca de seis pessoas, homens e mulheres, entraram no cômodo. Todos vestidos com roupas escuras e mostrando o brasão da Rebelião no peito. O mesmo símbolo da tatuagem de Adora nas costas.
— Paradas! Mãos para o alto onde possamos ver! — Uma mulher gritou e apontou uma arma para Catra, que já se distanciava e fazia o que era preciso.
A mulher começou a ditar os direitos de Catra enquanto ela era abordada por outra agente. Quando foi revistada e algemada, sua cabeça foi abaixada e a arrastaram para fora.
Adora observou tudo em choque, ainda processando tudo. Catra piscou um olho para ela antes de sumir de vez.
Adora foi liberta na hora, e quase precisou ser carregada devido ao cansaço e dores. Ela ouviu os agentes falando sobre os outros andares do hotel já estarem sendo revistados.
— Achamos Adora. Ela está segura.
— O hotel está sendo evacuado...
— Estão revistando os palácios e as bombas...
Ela ficou tonta. A visão, turva.
Não conseguiu esquecer o que Catra disse.
Ela não cumpriu as regras.
As regras.
...
KSKDKKDKD EU SOU MUITO MÁ
🎶🎶 I HOPE I WAS YOUR FAVORITE CRIIIMMMEEE🎶
aff gente pensem num capítulo que eu amei escrever, sério mesmo, a parte que a Catra senta no colo da Adora e beija ela me destruiu completamente
gostaram??? o que acham que vai rolar agora?
amo plot twists e a relação dessas duas ainde deixa doida pq ao mesmo tempo que eu amo é tão complexa sei lá skdkdkkd 🤧
e vocês pensam que os plot twists acabaram? SKDKDKDK ainda tem tanta coisa
gente eu vi o comentário de alguém no capítulo 6(?) quando a adora mostra a tatuagem falando pra alguém fazer fanart e eu LEMBREI que FIZ um desenho —mas não tô com ele agora, então semana que vem mostro
aliás quem quiser fazer fanart pode fazer a vontade e me mandar!!💜💜
se preparem pro capítulo de semana que vem hehe 😈
aff gente tô triste pq vão ser só 10 capítulos e a gente tá no 8 😭😭😭😭
muito obrigada pelos 3K 🥺💗 vocês são incríveis!!
espero que tenham uma semana maravilhosa ✨ não esqueçam de beber bastante água e passar protetor solar (até dentro de casa!)
beijinhos 😽
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