07. violência
Bom diaaa!! 💗💗 como foi o fim de semana? Tão aproveitando o feriado ou não mudou nada? Skdkdk
Gente esse capítulo aqui é tudo na minha carreira ✨
Sério eu prometo as coisas e cumpro!! Aguardem 👀
Já peguem um suquinho de maracujá pra acalmar depois viu...
Boa sorte!
"Menina, olha onde nós fizemos isso, menina, agora estamos caindo
Contanto que eu tenha você, eu vou ficar bem
Contanto que eu tenha você, sim
Não tenho medo de morrer
Eu estou bem"
— Pretty Boy, THE NEIGHBOURHOOD
...
Local desconhecido
??:??
Demorou dez minutos para que Adora e Bow se livrassem das amarras. Os punhos de ambos ficaram vermelhos e marcados violentamente depois disso.
A loira ficou de pé e quase cambaleou devido ao tempo que passou sentada. Bow arqueou as costas e estalou os ossos. Eles respiraram fundo e procuraram algum modo de sair.
— Porra — Adora xingou quando se deu conta de que seu único plano seria feito. — Pensei que nessas caixas teria alguma coisa, mas pelo visto não servem de nada.
Bow deu batidas em um objeto próximo. Estava oco.
— Qual a sua ideia?
Adora limpou o rosto sujo e cansado, olhou para a única janelinha que iluminava a sala. Ela engoliu seco.
— Acha que o vidro quebra com uma perna de madeira? — ela perguntou decidida e apontou para uma das cadeiras no aposento. Bow cruzou os braços, sem ter certeza. — Então você vai ter que me segurar.
Bow estreitou os olhos, tentando prever o plano.
— Tá falando sério?
— Situações extremas requerem medidas extremas. — Deu de ombros e sentou em uma das cadeiras, posicionando bem as pernas.
— Como sempre tentando dar uma de Viúva Negra.
Adora riu.
— Minha maior inspiração.
Ela sabia fazer isso. Não foi a primeira vez e talvez não seria a última. Seu coração batia rápido demais pensando no desespero de sair daquele lugar estranho e resgatar Catra em seguida.
Adora respirou fundo e contou até três.
Ela deu impulso para cima, e depois mais ainda para baixo. A cadeira de madeira quebrou na hora com um estrondo, partindo-a a cinco pedaços e algumas lascas.
— Você está bem?
Ela negou. As mãos doíam, assim parte da coluna e da bunda. Mas fora isso, só alguns danos emocionais de sempre.
Adora indicou para que o amigo se aproximasse da parede onde estava a janela. Ela subiu em seus ombros, e por sorte ambos eram altos o suficiente para alcançá-la.
— Consegue ver algo?
Adora apertou a madeira em suas mãos — uma das pernas. Sentiu-se como uma jogadora de beisebol.
— Tem um prédio aqui na frente. Acho que dá pra pular — ela limpou os lábios —, mas não sem equipamento. — Ela calculou. — Tem janelas de vidro. Dá pra quebrar e entrar.
— Mas nós precisamos escalar antes.
A coluna de Adora ficou fria de repente. Ela odiava lugares altos.
Não respondeu. Segurou o cabo de madeira mais forte, algumas farpas machucando sua mão, e então fez força contra o vidro. Uma vez, duas, três. Bow tentava permanecer no mesmo ponto, mas até uma pessoa forte se cansava.
— Estamos quase lá — ela incentivou o amigo. — Está rachando.
— Acho que tá demorando demais.
Adora engoliu seco. O vidro ficou com algumas rachaduras leves, ameaçando quebrar a qualquer momento. Ela lembrou do que Scorpia lhe disse uma vez, ainda no episódio do elevador.
— Ainda bem que eu tenho a cabeça dura — ela riu sem humor e atirou a perna da cadeira para o lado.
Eu consigo. Eu nunca erro, ela repetiu para si mesma, mentalmente.
Apoiou as mãos suadas na parede em volta da janela e deu uma cabeçada na janela. Ela sentiu algumas dores nas têmporas, latejantes que percorreram por todo o crânio. Sua vista se tornou cheia de pontinhos pretos e brancos.
— Tudo bem aí? — Bow perguntou como se sentisse sua dor.
Adora xingou algo feio demais. Mesmo assim, bateu de novo.
Ela respirou fundo. Os ombros de Bow estavam trêmulos.
— Só mais uma vez — falou sem ar.
— Glimmer diria que isso é loucura.
— Ela teria razão.
Adora balançou a cabeça para recobrar os sentidos. Tomou ar e mais uma vez chocou-se contra o vidro.
Ele partiu na hora.
Adora quase caiu para trás se não fosse por Bow. Ela tirou os cacos de vidro do caminho, jogando-os para fora e ferindo as mãos com o gesto. Por sorte sua testa ou olho não foram afetados. Adora pôs a cabeça para fora e olhou para cima e para baixo.
— Quer a boa notícia ou a má primeiro?
Bow grunhiu. Ela saiu de seus ombros um instante.
— A boa.
— Tem um batente e outras janelas com espaço para botar os pés. Podemos escalar até o topo do prédio e depois achar alguma saída... Ou, se alguém já tiver vindo atrás de nós, damos um jeito de pular até o prédio vizinho. Ele é menor, então acho que dá.
— O que seria loucura. Certo. — Ele cruzou os braços. — Qual a má notícia?
Ela engoliu seco e apertou as mãos cortadas.
— Ainda estamos no hotel. E no penúltimo andar. E é alto pra caramba.
Só de pensar na altura, Adora queria vomitar.
— Ei — ele pôs as mãos em seus ombros num gesto de apoio. — Você consegue fazer isso. Não vamos cair.
Adora fechou os olhos. Nessas horas queria ser como o Tom Cruise escalando prédios altíssimos com acessórios estranhos — e ele nem sentia medo. Por um instante, desejou não ter aquela vida. Estava exausta de correr tantos riscos. E agora que a Princesa jazia morta, por quem Adora lutaria?
Ela tocou o rosto do amigo para que ele prestasse atenção.
— Você lembra de antes da Rebelião?
Bow respirou fundo. Não esperava que ela mudasse de assunto. Adora parecia tão desesperada que aquela pergunta assemelhava-se a um ultimato. Uma decisão final para ela.
— Não muito. Só meus pais, mas não é tão claro. Eles são só um borrão. Mas eles morreram. Você sabe disso tudo. Chegamos na Rebelião juntos, e muito novos para lembrar.
Adora recordou das cenas indo e vindo. O treinamento rígido de Mara com ela e todos, a memória turva da infância e de toda a violência. Ela podia ter tido uma vida diferente?
Ela pegou outra cadeira no canto e apoiou na parede. Estava pronta para subir e sair de uma vez dali.
— Eu acho que algo muito errado está acontecendo — disse, sua voz transparecendo medo e um pressentimento ruim. — Pode ser que a Rebelião tenha mudado nossas cabeças, ou sei lá, nós temos algum transtorno dissociativo. E eu quero sair daqui para descobrir e perguntar na cara deles. — Adora franziu a testa com desgosto. — Na cara da Mara.
Bow ficou assustado e tentou manter a respiração constante.
— Por que você acha isso?
Adora estremeceu.
— Acho que meus pais estão mortos por minha culpa — sussurrou, aflita.
Bow não discordou. Ele sempre acreditaria na amiga.
Apontou para a cadeira e em seguida para a janela quebrada.
— Então melhor nos apressarmos.
...
Hotel Inferno
(quase) último andar
??:??
Aquele hotel era tão alto que Adora pensou estar perto demais do céu e do paraíso — se é que existia um.
Não importava. O medo de seus joelhos fraquejarem mais ou das mãos suarem fez com que ela desejasse uma salvação, uma ajuda divina ou de qualquer força boa existente. Definitivamente não queria saber como era o fundo, até porque mal conseguia ver.
— Não olha pra baixo — Bow aconselhou.
Ela olhou para baixo.
— Filho da mãe — ela respondeu rindo de nervosismo. A vista interminável lhe deixou com frio na barriga.
Bow riu em resposta. Eles estavam lado a lado no batente, escalando cada vez mais até o topo. Havia um suporte para ar-condicionado na lateral, e se eles alcançassem então poderiam subir de vez.
A sobrevivência deles dependia de suas mãos e pés não escorregarem. Adora fez força com as pernas e se impulsionou mais para cima para alcançar qualquer abertura. Precisava ter força para isso. E por mais que estivesse muito puta da vida com Mara e a Rebelião, agradeceu por todos os treinamentos (torturas) de escalada ao longo dos anos.
Ela agarrou uma estrutura de metal do ar condicionado. Já perdeu a conta do tempo que levou para chegar até ali. Dez minutos, talvez. O céu estava tão escuro que, se não fossem pelas luzes do hotel ou das estrelas, ficariam num breu completo.
— Acha que Glimmer sabia? — Bow perguntou com um grunhido. — Sobre a lavagem cerebral?
Adora revirou os olhos.
— Eu não chamaria disso, mas tudo bem. Pode ser que eu tenha algum transtorno ou amnésia, mas os outros agentes... É complicado. Se Glimmer sabia, ela escondeu muito bem.
Bow tossiu.
— Ela tinha muitos segredos.
Adora franziu o cenho sem entender o que aquilo significava. Seria assunto para outra hora.
— Quase lá.
Adora ficou em cima da estrutura de metal e concreto, então deu um pulo para cair, finalmente, no terraço.
Ela ofereceu a mão ao amigo quando ele chegou perto o suficiente. Os dois caíram de joelhos no terraço, ambos suando e aliviados por finalmente não sentir o vento forte da noite em volta, ameaçando-os cair.
— Depois disso tudo nós vamos tirar umas férias — Bow disse exausto.
Os dois sempre foram muito atléticos, mas depois de tantas lutas, escaladas e loucuras por uma noite inteira, não aguentavam mais. E nem sabiam a quanto tempo essa saga acontecia.
Eles se permitiram um minuto de descanso.
Adora suspirou e ficou de pé, em seguida observou o terraço enorme que mais parecia um estacionamento. Viu luzes de construções ao redor, as poucas nuvens preguiçosas e sentiu o vento frio balançar seus fios loiros e o vestido branco.
Ela procurava uma saída. Qualquer coisa que a levasse até Catra.
— O que é aquilo? — Bow apontou para um pontinho brilhante próximo deles. Era de tom meio azulado e fraco que oscilava.
Ela balançou a cabeça, sem saber. No automático, Bow e Adora deram as mãos. Já estavam assustados demais para andarem sozinhos. Glimmer se foi, Catra foi levada para algum lugar terrível, e eles estavam incomunicáveis.
Eles se aproximaram. Adora ficou tensa com os pés descalços tocando o chão gelado. A cada passo, Adora pensou estar sonhando. Aos poucos o brilho se tornou mais intenso, dando lugar à tela de um notebook. Uma silhueta tomou forma e ela reconheceu a figura há muito tempo familiar.
— Entrapta — Adora sussurrou com uma mistura de choque e alívio.
Bow apertou sua mão mais forte.
Era mesmo ela.
Seu rosto se virou. Os olhos eram uma mistura de rosa e vermelho, e iluminaram-se à noite. O notebook revelou seu rosto. Ela ergueu as sobrancelhas com surpresa. Estava agachada diante de uma mochila. No chão, ao lado, estava seu copo onde tomava milkshake, agora vazio.
Ela gaguejou.
— Vocês estão vivos — disse surpresa e se levantou. Fechou o notebook e guardou na mochila.
— O que vocẽ está fazendo aqui? — Bow perguntou com cautela. Adora também espiou em volta. Apenas quietude. — Quanto tempo passamos desacordados?
Entrapta olhou para o lado, o ponto onde deveria ser o leste, como se esperasse que o Sol nascesse.
— São mais de quatro da manhã.
Bow deu um passo à frente. Entrapta engoliu seco.
— Eu estava me escondendo. Quando vocês foram pegos, tiraram os fones e foi impossível me conectar às câmeras. Vocês sumiram há horas e as instruções diziam para me proteger — ela disse rapidamente e deu de ombros.
Bow revirou os olhos. Entrapta não tinha habilidades de luta ou defesa, então foi fácil quando ele a pegou pelos braços e os prendeu atrás das costas. Ela era bem pequena comparada à ele, então tentar sair não adiantou muito. Adora observou a cena ainda tentando entender...
— Que porra tá acontecendo? — ela perguntou.
Entrapta fez uma careta e Bow a forçou mais um pouco.
— Mentirosa — ele falou.
Adora afastou a mochila de Entrapta com um chute, deixando-o quase na beira do prédio.
— Desembucha — a loira mandou. Mesmo não tendo qualquer arma, ela e Bow eram mais fortes fisicamente.
Entrapta continuou calada, os olhos girando pelo céu, parecendo esperar uma salvação.
— Já que ninguém vai falar, eu começo. Sempre desconfiei que alguma coisa estava muito errada — Bow disse. Adora cruzou os braços. — À noite inteira você não conseguiu localizar quase nada. Nos levava aos lugares errados, dizia que não encontrava nenhum perigo, quando tinha tudo de ruim ao redor. E poderia ter avisado qualquer problema, e nem sequer abriu a boca. Agora tá me dizendo que subiu no prédio pra se esconder? Aqui em cima? Eu não acredito nisso. — Bow olhou para Adora como se pedindo desculpas. — Quis ter falado antes, mas ela escutaria com os fones.
Adora assentiu. Ele estava certo. Entrapta era a melhor hacker da Rebelião. Ela poderia acessar desde um celular simples até o sistema de uma empresa grandiosa em segundos. E de qualquer modo, ficou sem sinal, negou saídas de fuga e não ouviu nada a noite inteira. Foi quase que inútil.
E Adora estava tão concentrada em outras coisas — e em alguém — que não prestou tanta atenção nisso até agora.
Entrapta respirou fundo e soltou uma gargalhada longa demais, parecendo se divertir horrores com a situação. Seus olhos eram animados, curiosos e sinistros.
— Ok, ok... Vocês acertaram.
Adora perdeu a postura. Entrapta sorria.
— Esse tempo todo? Por quê? Pessoas morreram! — Adora bradou para ela e para o vento, que ficou mais intenso.
Entrapta claramente não estava a fim de papo. Ela suspirou dramaticamente e focou sua atenção na espiã diante dela.
— Venho agindo como agente dupla há anos.
Adora apenas ergueu uma sobrancelha.
— Não consigo acreditar em você.
— É a verdade. Sabe, Adora, quando o cachê da Rebelião não começou a cobrir os custos, eu precisei encontrar outros... Métodos. — Entrapta deu de ombros. — Eles sempre me desprezaram lá, querendo que tudo fosse feito na hora. Sempre souberam que eu sou inteligente, mas nunca me trataram como vocês agentes de campo.
— Então você tá trabalhando com a Weaver? — Bow perguntou.
— Weaver, muitos outros. Não importa. Acho que é o que chamam de "freelancer". — Soltou uma risada. — Não é nada pessoal, eu juro. Vocẽs são legais.
— Uau. Muito obrigada — Adora rebateu sarcástica. — Acha mesmo que vai sair impune disso?
— Óbvio. A Weaver me protege — ela destacou. — Mara nunca gostou de mim. Só me suportou.
— A Mara não gosta de ninguém. — Adora revirou os olhos. — O que mais você fez pra nós?
— Segredos são segredos. — Entrapta mordeu a bochecha, ponderando. — Mas... O plano todo das explosões fui eu. Eu montei e instalei naquele computador. Weaver me chamou anos atrás para ajudar a planejar o hotel e desde então viemos trabalhando nisso. As salas não tinham câmera, mas eu sempre vi tudo por outros meios secretos. Havia espiões da Weaver por toda a parte, e todos de olho em vocês. Durante a noite toda foram enganados como criancinhas. Eu me senti como se brincasse de casa de bonecas — ela riu animada. — Ou The Sims.
Bow formou os lábios em uma linha fina e balançou a cabeça. Soltou Entrapta, percebendo que ela não pretendia sair correndo. Além disso, estava cansado. A hacker suspirou e arrumou a postura.
Adora não conseguia acreditar que a noite inteira foi uma mentira. Uma brincadeira.
— Isso é uma atitude horrível. Eu nunca esperei isso de você.
— Foi um grande risco, Entrapta — Adora falou rouca. Seu coração partiu. Nunca se sentiu tão traída.
Entrapta deu de ombros.
— Riscos são possibilidades, não certezas. Trabalho com probabilidades, e as de Weaver estavam em vantagem. Como eu disse, nada pessoal.
Adora passou a mão na testa para espantar a frustração.
— Não conseguimos ver todo o plano das explosões — ela disse, triste. — Quando vai acontecer?
Entrapta mudou o peso de um pé para o outro.
— Assim que eles chegarem no último andar. Ainda devem estar no sétimo. A festa nunca parou depois que vocês foram pegos.
— Então ainda temos tempo de impedir — Bow disse.
Ela negou.
— Não tem chance. Iriam precisar achar o pen-drive e entregar para Mara. E nem eu sei onde está. Talvez tenha sido destruído.
Adora marchou até Entrapta. Se pudesse soltar fogo pelos olhos, teria feito.
— Você pode nos ajudar. Sabe que isso tudo é errado! Vai acabar com a vida de muita gente!
— Não posso, Adora. Lamento. — Entrapta caminhou até a borda do prédio e agarrou a mochila. Seu cabelo roxo balançava com o vento. — Se eu decidir ajudar vocês, a Weaver vai me caçar até me matar, ou então a Rebelião me prende primeiro. Mas tenho certeza de que vão dar um jeito e acabar com o plano. A Mara tem tantos hackers, né? Um não vai fazer diferença.
Ela buscou algum ponto no céu. Bow e Adora acharam o mesmo: um helicóptero de pequeno porte se aproximava.
— É a minha carona — ela disse. — Estou esperando aqui faz um tempo. Olha... — ela limpou a garganta. Os espiões não se mexeram. Não havia muito o que fazer, e forçar a hacker a qualquer coisa já era inútil. — Há uma saída do outro lado do terraço. Podem descer e tentar passar pelos guardas — indicou a escuridão com o queixo. — Vocês estão só o pó, então meu conselho é: vão embora. Procurem a Rebelião e venham com um esquadrão o mais rápido possível.
O barulho das hélices se tornou mais evidente. Entrapta abriu a mochila e jogou duas armas para eles, arrastando-as no chão. Adora parou a sua com o pé. Eram pistolas de ganchos.
Entrapta indicou o prédio vizinho.
— Fujam por lá e talvez tenham chance. Eu gosto de vocês, de verdade. Não arrisquem suas vidas em uma luta sem chance de vitória.
O helicóptero chegou mais perto. Adora precisou cobrir os ouvidos. Ela e Bow se afastaram e observaram uma cena que nunca imaginariam ver, nem em um milhão de anos:
Entrapta pôs a mochila nas costas. Fez um gesto de despedida para eles, os dedos em "V" em um símbolo de paz e amor.
Paz e amor o caralho, Adora pensou e mostrou o dedo do meio em resposta.
A hacker saltou quando uma corda foi exposta. Ela a agarrou e saiu voando com o helicóptero.
Bow e Adora ficaram parados e em choque.
— Inacreditável. Ela foi embora — Bow apertou os olhos para o veículo.
— Devia ter atirado esse gancho na cara dela — Adora disse e pegou o objeto do chão. — Foda-se sororidade.
Bow conseguiu rir. Ele pegou a própria arma também e girou em suas mãos.
— O que fazemos agora?
Ela ponderou.
— Nós nunca fugimos a não ser em alguma situação bem fodida.
— Acho que é o nosso caso. — Ele vagou os olhos pelas roupas. Adora coçou a nuca. — Falando sério, amiga, eu não aguento mais. Mas se quiser continuar e entrar no hotel de novo, eu te sigo.
Adora sorriu de canto. Bow ainda tinha parte da testa e do olho roxo e vermelho.
— E eu te amo por isso, sabia? — Apontou para o prédio ao lado e caminhou até a extremidade. Bow a seguiu, ainda incerto do que fariam a seguir. — Dá pra prender o gancho na parede e quebrar a vidraça. Acho que vou cortar os pés descalços, mas que se dane.
Bow concordou.
— E a Catra?
Adora sentiu o coração bater mais forte. Ainda precisavam salvá-la.
— Vamos conseguir. Uma coisa de cada vez, ok?
Ele assentiu. Ambos trocaram um soquinho com as mãos.
Bow precisou apertar os olhos. O prédio estava totalmente escuro, sendo impossível ver o que havia lá dentro. A noite também não ajudava, e mirar na borda de concreto foi um pouco difícil, mas conseguiu acertar e prender de modo firme.
Adora olhou para baixo e não conseguiu ver o chão. Em seus pesadelos, Mara ainda a empurrava para cair. Ela ainda tinha tanto medo de altura que lhe causava enjoo. Precisou checar a pulsação (acelerada demais), mas nada adiantaria. Iria pular mesmo assim. Por Catra.
Por Catra, pensou.
Ela mirou e atirou.
Quando as duas pontas dos ganchos mantiveram-se firmes, Adora e Bow tomaram impulso e então saltaram. As cordas formaram arcos perfeitos até a vidraça, e Adora fechou os olhos quando o vidro se espatifou diante de seus pés.
Eles largaram as cordas e rolaram no chão. Bow grunhiu, mas não ficou tão ferido. Adora chorou apenas uma lágrima pela dor dos cacos entrando em sua pele.
— Você está bem? — ele perguntou. Ela negou, incapaz de se levantar. Bow foi até ela e olhou o estrago. — Acho que consigo dar um jeito.
Adora olhou em volta. O prédio escuro era, por dentro, um grande escritório, talvez de um jornal ou revista chique. As mesas ao redor todas padronizadas e com divisórias. De onde estava, pelos buracos da vidraça, Adora arregalou os olhos ao ver o Hotel Inferno tão empoderado e radiante, em uma festa eterna.
Ela torceu o nariz quando sentiu um cheiro estranho, mas familiar. Tocou o braço de Bow em alerta.
— Consegue sentir isso?
Ele inspirou e expirou.
— Gás entorpecente.
— Que merda — ela chiou.
Foi como um feitiço. O gás se alastrou pelo aposento. Uma nuvem de fumaça parecida com gelo seco.
Adora, ainda incapaz de se erguer, rastejou para longe e tapou nariz e boca. Bow fez o mesmo, esperando que o gás vazasse para o ar noturno devido aos buracos.
Adora arregalou os olhos ao ver gás saindo pelo outro lado. Ela também era boa em prender ar por muito tempo (exercícios para evitar afogamentos), mas nem o treinamento adiantou. Em um momento de fraqueza e instinto humano, ela respirou.
— Adora!
Bow desmaiou logo depois dela. Lado a lado, os espiões caíram no sono.
...
Adora abriu os olhos.
Estava amarrada por trás de novo, dessa vez em uma cadeira de metal frio.
Os pés estavam cobertos de faixas de ataduras. O vidro se foi junto do sangue. Iria sarar rápido.
O lugar estava escuro demais. Precisou piscar para assimilar tudo. Pelo visto parecia um cubículo. Talvez uma cela — mas ao invés de haver uma grade, havia uma porta de metal. Parecia um quarto de pânico, embora ela soubesse que não era.
Por coincidência, também havia uma janelinha de vidro, que evidenciava a luz da lua.
Adora piscou de novo.
Não era possível.
Do lado oposto do cômodo, ela viu dois olhos em meio à escuridão. Um azul e um amarelo. As pupilas cresceram aos poucos de forma assustadora. Era como um gato.
Adora engoliu seco e tentou buscar oxigênio.
Uma risadinha rouca e divertida atravessou o aposento.
— Hey, Adora. — Catra disse e exibiu seus dentes. — Surpresa!
...
KSKDKEKDKDJ EU N SEI O QUE DIZER PRIMEIRO
Gostaram do capítulo??
se vc desconfiava de algo, palmas pra vc 👏 pq eu quis fazer todo mundo de palhaço!!🤡 (podem deixar emoji de palhaço se quiserem)
Primeiro, quero dizer que sou muito orgulhosa desse capítulo porque passei uma manhã e tarde inteira escrevendo até ficar perfeito!
Segundo, ENTRAPTAAAAAA
na moral, ela tava traindo todo mundo esse tempo inteiro kkkkkkkkk que nem no desenho, ela "mudou de lado" 🥲 amaram??
Coitados da Adora e do Bow ter que passar por tudo isso de escalar prédio e depois ainda da merda
Enfim, CATRA AKJDDNJDJCJV
Gente acho que nem tenho meme suficiente pra isso!!! Vcs vão ter que esperar até segunda feira que vem pra saber o que rolou 😵💫🏃♀️✨🤡😮💨 mas ficou óbvio que ela tá perfeitamente bem e que foi tudo uma farsa né?
Ai eu tô me sentindo uma vilã da Disney
Vcs falando teorias nos comentários e eu quietinha esse tempo todo kkkkkkk 👀😴
Espero que vcs tenham gostado 💗 eu disse que a partir do 6/7 meus capítulos favoritos viriam
Aaaah outra coisa! Dia 09 de outubro fez um ano que Strangers acabou 😭😭 gente como assim???? Parece que foi ontem!! Meu Deus, acho que eu só consegui passar pela pandemia por causa dessa fic...
Lembro como se fosse ontem eu postando o último capítulo... 😭🥺 saudades demais! Fiz muites amigues por causa de Strangers, sou muito grata! 💚
Por enquanto só isso 💗 espero que tenham uma boa semana!! Não esqueçam de beber água 🥰
Beijão
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