Three|Monster
Havia um relógio em minha frente, nele, marcava oito horas e trinta e dois minutos da manhã do outro dia.
Eu continuava presa aqui, meus pulsos doíam, cada vez que eu os mexia, as cordas pareciam lâminas, e meu corpo estava cansado. Após passar a noite toda chorando as lágrimas já haviam acabado, e a única coisa que eu sentia no momento era raiva.
Estava com fome, sede, e eu estava morrendo de sono, mas eu sequer conseguia pregar meus olhos, pois a cada pequeno barulho em que eu ouvia, me causava um arrepio na coluna.
A única coisa que havia em minha cabeça era dúvidas, do que aconteceria comigo, de como Louis estava e por que disso tudo.
Ouvi um barulho de carro, do lado e fora, e eu gritei por socorro o mais alto que pude, com todo o meu fôlego e com todas as forças que ainda restavam em mim.
A porta e abriu, revelando um homem, de estatura média, loiro e com olhos extremamente escuros.
- Bom dia princesinha, vejo que está acordada. - Ela disse, mas eu não fiz nem questão de responder o responder, apenas olhei firmemente em seus olhos negros. - Talvez você queira saber quem eu sou.
- O que você quer comigo? - Perguntei num tom rude.
- Uma coisa de cada vez princesa - Refutou.
O vi adentrar uma porta que havia exatamente ao meu lado, quando ele voltou, estava com uma faca em suas mãos. Tentei o meu máximo não demonstrar estar com medo, até porque ele não precisa saber disso, ele não precisa saber que me causa medo.
- Que porra você quer comigo? - Gritei em sua direção, e ele caminhou lentamente até mim.
- Eu disse, uma coisa de cada vez princessa - Respondeu calmamente, passando a faca afiada sobre minha bochecha, fazendo um pequeno corte ali mesmo. Fiz casa feia depois e sentir a dor, e ele apenas chegou perto do meu rosto e sorriu. - Agora, vamos conversar.
- Não quero conversar com você! - Respondi ríspida.
- Isso não foi uma pergunta, princesa. - Respondeu enquanto sorria.
- Vai se foder, canalha. - Sussurei.
- Eu nasci numa cidade pequena da Inglaterra, Bristol, meus pais eram bem pobres, meu pai trabalhava em uma empresa como segurança, e minha mãe era desempregada, ela cuidava da casa e dos cinco filhos... - O homem loiro começou dizendo.
- Está tentando me comover com essa história? - Perguntei o olhando nos olhos.
- Um dia, no meu aniversário de oito anos, minha mãe me deu um urso...- Ele me ignorou e continuou dia história medíocre. - Mas, você se pergunta, como que ela conseguiu comprar um urso se ela não trabalhava? - Ele estava afiando a faca em minha frente. - Foi isso o que meu pai se perguntou, então ele bateu nela, na frente de todos nós, e ele a xingava de prostituta, de vadia, e nós filhos, tinhamos que ficar quietos, ou então, ele nos bateria, como nela, ela chorava e gritava que não tinha culpa, que havia trabalhado para conseguir aquele dinheiro - Ele sorriu de forma sinuca -, e ele gritava coisas como 'deu para o vizinho para ganhar dinheiro, vadia!'
- Poupe seu tempo parando de contar essa história ridícula, se pensa que iria sentir pena. - Comentei ainda o olhando.
- E eu queria fazer algo para ajudar ela, mas eu era apenas uma criança de oito anos, ele continuou batendo até que ela desmaiou, e ele nos colocou para dormir - Continuou a história me ignorando completamente -. Passou alguns anos, e eu já tinha vinte anos e idade, e a raiva ainda estava consumida dentro de mim. Eu fui visitar ele num sábado, e enquanto o mesmo dormia, eu o matei, peguei o travesseiro, e tranquei sua respiração - Ele riu alto -. E sabe, eu adorei a sensação! E agora, eu tenho uma filha, e eu mato, roubo, faço qualquer coisa para o melhor dela.
- Por que está me contando isso? - Perguntei com a voz fraca.
- Por que estou te contando isso? - Indagou - Para você ter noção do que eu posso fazer.
Ele chegou perto de mim, bem perto de meu rosto, me dando a oportunidade de cuspir em sua cara.
- Você é um monstro! - Gritei.
- Não devia ter feito isso princessa. - Pegou a faca que estava em sua mão, e esfaqueou minha perna esquerda me fazendo chorar.
- Filho da puta! - Gritei.
Ele pegou o celular em suas mãos e tirou uma foto minha, me fazendo ficar cada vez com mais raiva.
Por que ela tinha que fazer isso comigo? O que eu perdi? Por que isso está acontecendo comigo?
Ele pegou um pacote platico em mãos onde continha comida, e uma garrafa de água, jogou em cima da pequrna mesa que havia em minha frente. Mas, não tinha como comer minhas mãos estavam amarradas.
- Até amanhã princesinha, do tio Matthew. - Se despediu e saiu.
E eu aqui em lágrimas novamente, minha coxa sangrava muito e eu estava com medo de perder muito sangue, eu não tinha como estancar o sangue, não podia fazer nada.
Eu só queria reencontrar Louis, com ele me sinto segura.
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