Visitor
Prythian; Terras Mortais
Eu tive a semana mais estranha da minha patética vida mortal.
Azriel não tinha ido me visitar e nas poucas vezes que estive com Feyre na Corte Noturna, nossos caminhos não se cruzaram. Eu não sabia dizer se isso me incomodava ou me deixava aliviada. Sabia que as coisas não ditas entre nós... Bem, era complicado.
Apesar disso, minha semana foi agitada. Eu tinha recebido uma carta de Luna. Ela nunca me mandava cartas, ainda mais uma carta que aparecia por magia. Uma ordem implicita para que eu a atualizasse. E um pedido para que eu visitasse o continente para as festividades. Não rolaria; eu não tinha interesse de visita-lá, ainda mais agora que não sabia o que fazer com as informações de todas as mentiras ainda rodando em minha mente.
Além disso, tinha os presentes que apareciam todos os dias na porta da minha casa. Sempre com um recado, cada um deles pior que o anterior, e eu não sabia dizer se aquilo me irritava ou me deixava cheia de medo. Quem era a maldita pessoa que estava brincando comigo?
Seu cabelo de ouro queimado estava lindo da última vez que te vi;
Seu olhar são como chamas;
Sua raiva é como uma doce canção que eu não quero que acabe;
Você é como o fogo, que queima, que se espalha rapidamente e destrói tudo ao redor;
Eu não sabia quem mandava aquelas merdas, mas, de fato, irritava. Os presentes eram os mais variados possiveis. Vinhos exóticos que Alynia apreciaria, maçãs que não me arrisquei a comer, por mais suculentas que parecessem, sálvia para deixar um cheiro agradável no ambiente, pedras como safira e lápis lazúli, variados tipos de abóboras e flores. Muitas, muitas flores, sempre na mesma maldita cor: laranja.
Naquela manhã, quando abri a porta, encontrei um buquê de Gérbera. Furiosa, me abaixei para pegar as malditas flores. Já estava ficando cansada disso. Peguei o bilhete enfiado no meio delas, naquela letra caprichosa de sempre.
Sei que gosta de joguinhos, Aisha Harris. Mas parece se incomodar particularmente com o meu. Me diga, não está sendo bom o suficiente para você, minha dama raivosa?
Já chega, é isto. Atirei as Gérberas no chão e pisei em cima delas com raiva, gritando em fúria, sem me importar de estar parecendo uma louca naquele momento.
-Não, grande imbecil, não gosto dos seus joguinhos! Tente algo melhor, caralho!- eu gritei enquanto pisava naquelas flores, sentindo meu sangue ferver.
-Parece que alguém surtou de vez.- disse uma voz e, ah, deuses. Ele não, ele não. Senti meu corpo todo travar, e meu coração deu um salto. -Luna bem que tinha razão de se preocupar com você, Isha.
Lentamente, me virei. E encarei aqueles belos olhos que eu um dia havia gostado tanto. Matthew me deu um sorriso saudoso, um que eu não retribui. Aquilo só podia ser um pesadelo, um verdadeiro e maldito pesadelo.
-Não vai me dar oi, Isha? Um ano sem me ver... Sabe, foi um mês dentro daquele navio para chegar até aqui e te ver.- ele disse me analisando, como se eu tivesse mudado algo desde a última vez que nos vimos. Bem, na verdade, eu tinha mesmo mudado. -Você está bonita. Parece estar bem.
-Bem melhor longe de você, pode ter certeza.- eu disse, as palavras como lâminas afiadas que eu havia selecionado somente para feri-lo. Matthew não fez sequer questão de esconder o como aquelas palavras o abalaram. -O que você quer?
-Não me trate assim, Aisha.- ele pediu, a voz baixa. -Sei que errei contigo, mas não me trate assim.
-Você acha que merece que eu te trate bem depois que você me botou um par de chifres, seu imbecil?- eu disse e Matthew fechou os olhos, passando a mão pelo rosto.
-Sinto muito. Sinto muito por ter errado contigo de uma forma tão grande. Eu não nasci para ter o tipo de compromisso que você queria, por isso eu te peço desculpas, Isha. Mas eu te amo, amo desde o dia em que você socou meu olho e disse de uma forma tão firme que eu nunca mais iria conseguir te derrubar no chão. E eu nunca mais consegui. Você é minha melhor amiga e sinto muito por ter te ferido. - ele disse me olhando e, ah, deuses, eu podia ver a sinceridade em seu olhar, em cada palavra.
Eu não podia mentir para mim mesma: amava Matthew. Claro que o amava. Não de forma romântica, não seria otária a esse nível, mas amava Matthew. Ele foi o primeiro amigo que tive naquela merda de Castelo, o único que me estendeu a mão. E continuou me estendendo a mão, não importava quantas vezes eu a mordesse. Matthew faz parte de algo que... Bem, que não consigo simplesmente apagar, deixar pra lá. Cruzei os braços;
-E você veio até aqui só para me dizer isso?- eu falei arqueando a sobrancelha. Matthew deu um sorriso contido. Ele me conhecia bem demais e o suficiente para saber que eu estava me segurando para não abraça-lo com força.
-Eu vim aqui só pra te ver, sim, usando como desculpa o fato de que Luna está impaciente. Ela te quer de volta ao continente.- ele disse, ficando tenso.
-Absolutamente não.- eu disse irritada. Estava pouco me fudendo pro que ela queria! -Venha, vamos entrar. O vento pode levar nossa conversa para lugares que... Só entre logo.
Ele passou por mim, parando e me olhando antes de entrar dentro da minha casa. Observei ao redor; Não havia sinal de nada nem ninguém. Nem de sombras ou algo do tipo. Até o vento parecia silencioso, como se parasse para ouvir a conversa que teria dentro daquela casa. Sem esperar que minha sorte mudasse, bati a porta de casa atrás de mim.
Boa noite, meu povo. Como vão? Espero que bem!
Enfim, não sei o que comentar sobre esse capítulo, somente: lascou
O negócio vai começar a esquentar por aqui. Aliás, escrevi uma capítulo bônus pra vocês rsrs mas ainda vou demorar alguns capítulos pra postar porque se postar agora vai ser muito chocante KKKK
Espero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 23/02/21
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