Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Aisha, The Human

Prythian; Terras Mortais
Cinco anos atrás

Eu podia ouvir a gargalhada forçada de Elizabeth mesmo estando no quarto e ela no jardim em frente a nossa casa. Revirando os olhos, me viro de lado na cama e pressiono o travesseiro contra o ouvido, tentando ignorar o som horrível da risada da minha irmã horrível.

-Tem certeza que não quer ficar para o jantar, Peter?- ouvi a voz de minha mãe perguntar e dei um gemido infeliz.

Eu simplesmente odiava o noivo da minha irmã. Ele era um completo babaca mesquinho, só não via quem não queria. Quando ela se casasse com ele, ai sim descobriria o que é ser infeliz. Ela vive reclamando da nossa casa? Pois quero ver como ela vai se sair com uma coleira invisível ao redor do pescoço.

-Não quero atrapalhar, Senhora Harris.- ouvi a voz do imbecil dizer. Fui até a janela e espiei pela cortina.

Peter Norris, o grande ser humano desprovido de inteligência, estava parado ao lado de Elizabeth, vestindo roupas refinadas para impressionar minha mãe. Não que precisasse de muito para impressionar ela já que eramos tão pobres que qualquer um com um mísero centavo a mais era o suficiente para deixar mamãe de queixo caido.

-Bobagem.- ela disse, mas sabíamos que não tinhamos nem o que comer direito, uma boca a mais para alimentar era o cúmulo! Eu já conseguia ver nitidamente que Ethan e eu ficariamos sem jantar naquele dia pois "os mais velhos devem comer primeiro". Certo, ótimo, incrível.

-Não quero mesmo incomodar.- disse o imbecil dando um daqueles sorrisos falsos dele. Sabia que por baixo daquilo tudo, Peter era uma verdadeira cobra esperando para dar o bote.

Elizabeth estava sorrindo para ele e passou a mão nos cabelos negros como a noite de Peter para tirar a neve que tinha caído ali. Ele sorriu pra minha irmã e tive vontade de vomitar. Deuses, que eu nunca me casasse com ninguém. Seria a melhor coisa que poderia acontecer na minha vida de merda.

-Aisha!- escutei minha mãe gritar e dei outro gemido infeliz. Eu tendia a dar muitos deles. Já até sabia o que ela ia me pedir antes mesmo que pedisse.

Com minha melhor cara feia, coloquei as únicas peças de roupa para frio que tinha, o que não era nem de perto o suficiente, e calcei as botas velhas e desgastadas, cuja a sola já estava solta e saindo. Caminhei até a entrada da nossa casinha, onde todos estavam.

-O que é?- eu disse cruzando os braços, fazendo questão de ignorar o sorriso malicioso que Peter lançou em minha direção enquanto ninguém mais olhava. Porco nojento.

-Vá caçar algo para comermos no jantar.- disse minha mãe me lançando aquele olhar severo. Não adiantava dizer a ela que eu não sabia caçar, ela ainda assim insistia em mandar a filha de dezesseis anos para a maldita floresta.

Ela nem sequer ligava mesmo. Elizabeth era a única pra quem minha mãe tinha olhos. A filha perfeita, a que tiraria todos nós da miséria com um casamento bem sucedido. Não importava que Elizabeth não soubesse nem mesmo tirar a pele de um animal ou fazer uma sopa, ainda assim era a predileta. Ethan e eu ficavamos com os restos, sempre com os restos. Restos da comida, roupas e amor. Principalmente do último.

Peguei o arco velho de meu pai falecido e as flechas que fiz e caminhei pisando duro na neve fofa, indo para aquela floresta. As vezes eu simplesmente passava horas e horas lá sentada em alguma rocha saliente, somente esperando algo me matar ou a hora de voltar para casa e dizer pra minha mãe que não tinha conseguido nada. E morder a bochecha pra não gritar de dor enquanto ela me batia.

Está tudo bem eu dizia a mim mesma repetidas vezes. Até mesmo quando nem eu mesma acreditava nisso.

Quando cheguei no lugar que sempre ficava na floresta, uma garota estava sentada na minha rocha, com dois coelhos em mãos, o arco preso nas costas. Ela tinha a mesma idade que eu. E eu a conhecia.

-Dia de merda também?- disse Feyre quando me aproximei. Dei um suspiro pesado e me sentei ao seu lado, no pequeno pedacinho vago.

-Você nem faz ideia.- eu disse a passando um punhado de flechas. Ela me entregou um dos coelhos mortos que trazia e eu a olhei agradecida.

Veja bem, quando não se tem dinheiro nem pra comprar o pano que limpa a bunda, você tem que trabalhar com o que sabe. Eu, por exemplo, gosto de costruir coisas. Aprendi muito jovem a como fazer flechas com meu pai. Mas ele se esqueceu do pequeno detalhe de que para usa-lás eu precisaria ser ensinada a como manusear um arco. Já Feyre, ela sabia usar o arco, e muito bem. Então, tinhamos um trato: toda vez que ela conseguia uma caça a mais, ela me dava em troca das flechas. E isso funcionava bem o suficiente para mim. E para ela.

-Tome, esta é especial.- eu disse a entregando a flecha detalhada que passei dias fazendo. Feyre a pegou com as mãos tão magras quanto as minhas e a analisou.

-É feita do que?

-Freixo.- eu disse passando o pé na neve e fazendo um desenho qualquer. Dei de ombros. -Dizem que pode ferir feéricos.- Feyre deu uma risada debochada.

-Nunca terei que usa-lá, então. - ela me respondeu colocando a flecha na aljava. -É muito bonita. Obrigada, Aisha.

-Obrigada pelo coelho. Parece que hoje não vou apanhar. E nem jantar também, uhul.- eu disse balançando sem ânimo o coelho morto.

-Sua mãe consegue ser pior que minha irmã.- disse Feyre e eu acabei rindo. A irmã mais velha dela era realmente terrível.

-As vezes queria saber como é o mundo dos Feéricos. Você não tem essa curiosidade?- perguntei me virando para ela e encontrei Feyre me olhando horrorizada.

-Não tenho o menor interesse em cruzar com um feérico!- ela disse. -Que eles continuem do lado deles da muralha, bem longe de mim de preferência.

-Minha vida já é tão merda que nem sequer me importaria se um feérico quisesse me fazer de escrava.- resmunguei infeliz.

-Não sei porque você tem fascinação com feéricos. Fala como os Filhos dos Abençoados.

-Credo, não precisa exagerar!- disse e ela deu uma risadinha. -Só tenho curiosidade.- falei dando de ombro. -Saber como é viver em um lugar que não aqui.

-Seria horrível.- ela respondeu. -Feéricos não são bonzinhos. Iriam dar o bote em você que nem as cobras fazem na primeira oportunidade!- disse Feyre se levantando. Dei de ombros e me levantei também.

-Talvez. Mas isso jamais vamos saber.

-E agradeço por isso!- disse Feyre e eu suspirei. -Preciso ir. Te vejo em alguns dias.

-Obrigada pelo bicho morto.- disse e ela sorriu com deboche.

-Obrigada pelo pedaço de madeira velho.- ela retrucou e eu dei uma risada antes de acenar e me virar para voltar pra casa. Onde o verdadeiro inferno me aguardava.

Como eu havia imaginado, Ethan e eu não ficamos com nada. Nossa janta foram os legumes velhos que mais ninguém queria comer. Já mamãe, Elizabeth e o Imbecil se esbaldaram no coelho que Feyre havia caçado. Lamberam até os ossos.

Meu irmão foi o primeiro a sumir depois desse jantar infeliz, provavelmente indo dormir antes que o estômago começasse a doer de fome e se tornasse insuportável. Ethan tinha boas táticas, mas nem sempre muito eficazes.

Já eu, tive que lavar a louça enquanto mamãe fumava do lado de fora e Elizabeth se atracava com o noivo no sofá. O que eu, particularmente, achei extremamente nojento. Eu não era obrigada a ficar escutando os gemidos da minha irmã.

Quando finalmente consegui terminar de arrumar tudo, o infeliz já estava se arrumando para ir embora. E eu doida pra cair na cama.

-Onde pensa que vai?- perguntou minha mãe quando me dirigi pro quarto que dividia com Ethan. -A água acabou. Vá buscar no poço e traga para cá antes que congele.

-Mas está escuro lá fora!- eu protestei e ela me olhou com o mesmo olhar de sempre: "não dou a mínima".

Com um calafrio percorrendo minha espinha, calcei as botas e peguei o balde. O poço não ficava tão perto de casa, o que era uma merda porque, se eu gritasse, ninguém escutaria. E eu tinha dúvidas se eles realmente se importariam caso eu gritasse.

Eu estava concentrada em tentar ir o mais rápido possível. Era extremamente difícil de usar aquele poço infernal. Mas quanto antes acabasse, mais cedo estaria em casa.

Acho que por estar tão concentrada naquilo, não ouvi quando ele se aproximou, chegando por trás. E me agarrou com força.

Eu dei um grito, mas ninguém me escutaria. Ninguém viria por mim mesmo se escutasse.

-Ora, achou que ia escapar de mim?- o hálito quente de Peter batia contra meu pescoço e meu corpo inteiro tremeu de horror.

-Me solta seu imbecil!- eu grunhi me debatendo, tentando me soltar de suas garras.

Ele me deu um soco nas costelas e outro no estômago e eu vi tudo girar enquanto escutava a gargalhada cruel de Peter. Eu sabia, eu sabia, eu sabia que ele era um problema.

Eu nem consguia ver, mas Peter estava me arrastando para algum lugar. Eu lutava contra aquilo, mas era fraca e impotente. E o que eu faria? Não conseguiria fugir com aquela neve toda que me fazia afundar, como se eu tivesse tentando correr na água.

-Pare de se debater e lutar!- ele disse irritado me empurrando para dentro de uma espécie de celeiro.

Estava escuro e minhas costas bateram contra o chão gelado. Eu comecei a tremer e chorar, com medo do que Peter faria comigo. Aquilo pareceu deixa-lo ainda mais feliz, um brilho perverso em seu olhar.

-Vamos nos divertir essa noite.- ele disse se abaixando até mim e rasgando a frente do meu vestido.

Um soluço escapou pela minha garganta e ele agarrou meus pulsos, me machucando e me prendendo. Tentei o chutar, mas ele bateu minha cabeça contra o chão e tudo começou a ficar preto e confuso.

Mas eu senti tudo. Cada maldita coisa, enquanto gritava, chorava e me debatia. Enquanto ele me forçava e tocava partes de mim que ninguém mais deveria, não sem minha permissão. E eu jamais me esqueceria daquela noite.

Boa noite, meu povo

Tá ai o primeiro capítulo da nossa fanfic
Pra quem tá chegando agora e não me conhece ainda, sejam bem vindos!

Pra quem já me conhecê, oi rsrsrsrs

Enfim, não tenho muito a comentar desse capítulo, ele realmente me destruiu enquanto eu estava escrevendo K

Por hoje é isto
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 02/02/21

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro