Prythian; Terras Mortais

Queime todos os que tentarem queimar você, Aisha Harris. Você já possui as chamas.

         Coloquei o buquê de camélias vermelhas num vaso e o deixei em cima da mesa. Eu já havia desistido de jogar aquelas flores no lixo e me parecia de fato um desperdício. Se a pessoa que me mandava essas merdas queria continuar, ela que continuasse. Eu não ia mais me importar com isso.

            Quando terminei de prender minhas facas no cinto, Azriel chegou. Exatamente quando disse que o faria. Ele não disse nada pra mim, somente me olhou. E parecia verdadeiramente irritado. Me aproximei dele.

             Coloquei minha mão na bochecha dele sem pensar direito. Senti minha bochecha esquentar e tentei tira-la, mas Azriel segurou minha mão no lugar.

-O que aconteceu?- eu perguntei baixinho, deixando que meu corpo grudasse contra o dele. Senti a mão livre dele descendo pela minha coluna e estremeci com o toque. -Você parece irritado.

-Talvez eu esteja um pouco.- ele disse baixinho, o rosto tão perto do meu que eu conseguia sentir seu hálito quente. -Mas não importa.

-Tem certeza?- eu perguntei e ele suspirou.

-Não. Mas vai ficar tudo bem.- ele assegurou e eu me inclinei para juntar meus lábios contra os dele.

              Az pareceu surpreso com o beijo repentino, e eu não podia deixar de me amaldiçoar por ser tão isenta de carinho que aquilo o surpreendia.

              Mas ele retribuiu, sua língua envolvendo a minha com calma, suas mãos percorrendo lentamente minhas costas. Aquilo por si só já era o suficiente pra fazer um calor subir pela minha coluna, principalmente quando a língua dele deslizava pela minha daquela forma.

               O segurei com mais força contra mim, meu corpo clamando por ele, o desejando mais que qualquer outra coisa.

-Temos que estar lá em uma hora.- disse Azriel contra minha boca quando comecei a tirar sua camiseta.

-Ótimo, temos cinquenta e cinco minutos livres.- eu disse me afastando pra tirar de vez o uniforme de couro de Azriel, admirando aquelas tatuagens feitas em seu peito. Azriel deu um sorrisinho pra mim.

-Seu fogo insaciável.- ele disse enquanto tirava lentamente minha camiseta. Bufei.

-É, e você é ainda pior que eu. Azriel, não tente fingir que você é santo porque eu te conheço.- eu disse e ele deu risada. Já conseguia ver o como aqueles olhos escuros me devoravam.

-Talvez você tenha razão.- ele disse se inclinando pra lamber meu pescoço. Senti meu corpo arrepiar com a sensação de sua língua deslizando pela minha pele exposta.

              O agarrei com força, minha mão percorrendo pelos músculos dele. Os beijos de Azriel contra meu pescoço, deuses, era o suficiente pra fazer com que eu me esquecesse até do meu próprio nome. Deixei que minhas mãos deslizassem livremente por suas costas, seu corpo.

               Senti sob meus dedos uma parte encouraçada e rígida e percebi que havia, acidentalmente, tocado nas asas de Azriel. Ele parou o que estava fazendo e eu parei o que eu estava fazendo, tirando a mão tão rápido dali como se eu tivesse acabado de tocar no fogo.

Ai merda, ai merda, ai merda

               Me afastei de Azriel, os olhos meio arregalados. Ah, deuses, eu sabia que não se devia tocar nas asas alheias, mas, ah céus. Azriel ia me matar.

-Desculpa.- eu disse, tropeçando enquanto dava um passo pra trás. -Juro que foi sem querer.

                 Azriel franziu o cenho pra mim. Será que ele ia, sei lá, me machucar? Sumir dali? Nunca mais falar comigo? Juro, não sei qual dessas opções é a pior.

-Não sei porque você está tão horrorizada e porque ficou tão chocada como se tivesse cometido um crime.- ele disse, um brilho de divertimento no olhar.

-Eu sei como vocês... São com as asas.- eu disse engolindo em seco. -Como não deixam qualquer um toca-las.

-Quem disse que você é qualquer uma, Aisha?- ele disse e, deuses, aquilo quase me fez cair de joelhos. Azriel se aproximou de mim, a boca descendo até meu ouvido. -Você pode fazer o que quiser comigo.- ele sussurrou e eu realmente quase caí de joelhos no chão. Podia sentir o sorriso dele.

                  Azriel segurou minha mão, a levando em direção a sua asa estendida. Eu hesitei, mas ele mordeu meu pescoço levemente e relaxei novamente. Ele deixou minha mão cair sobre sua asa e eu percorri os dedos por ela, o que fez Azriel estremecer contra mim.

-Não deixamos ninguém tocar porque são realmente muito sensíveis.- ele disse, a voz meio falha. Segurei o sorriso que ameaçou crescer e passei a mão pela asa dele novamente, o vendo ficar tenso com a força que estava fazendo pra não estremecer.

-É mesmo?- eu disse e passei a mão novamente. Azriel semicerrou os olhos pra mim por causa da provocação. Seus olhos estavam completamente negros de desejo.

             Azriel me segurou com força e me prendeu contra a parede. Ele segurou meus braços e eu o senti rígido contra mim. Azriel roçou os lábios contra minha orelha e foi descendo, descendo e descendo.

              Mas não tinhamos tempo para aquelas provocações e enrolações e eu precisava senti-lo. Empurrei Azriel com força e o joguei contra a cama. Ele sabia o que eu queria, então foi rápido o suficiente tirando a calça.

                Montei em cima dele e gemi quando senti Azriel deslizar pra dentro de mim. Senti as mãos dele contra minhas costas enquanto começava a me movimentar. Azriel me beijou, mas não um beijo voraz, mas um tão calmo, tão carinhoso, diferente. Eu segurei o rosto dele e retribui da mesma maneira.

                Deuses, eu... Ah, Azriel significava... Eu nem sequer conseguia concluir um pensamento.

                 Nós chegamos juntos ao ápice e eu me separei de Azriel para cair deitada ao seu lado na cama, tomando cuidado para não esmagar as asas estendidas dele.

                  Olhei para o teto. O teto o qual eu havia desenhado estrelas. Eu sempre tive uma paixão indiscutível por admirar estrelas e constelações, e agora... Agora, parte de mim, se questionava se não estava desde o começo destinada a encontrar Azriel.

                  E me surpreendi quando me peguei dizendo para Azriel:

-Eu não sou uma boa pessoa, Az. - eu falei baixinho e ele se virou para me olhar nos olhos, mas eu não conseguia olha-lo. Somente conseguia observar aquele teto. -E você provavelmente merece mais. Sei que sou péssima e que é difícil demonstrar amor, mas gosto de você de verdade. E eu posso cometer escolhas terríveis as vezes, mas meus sentimentos por você são verdadeiros. E você não é alguém com quem eu somente quero foder.

            Arrisquei olhar pra ele e Azriel piscou, único indício de choque que ele me permitiria ver. Senti as bochechas pegarem fogo ao constatar que tinha falado demais.

              Azriel abriu a boca, mas eu não queria ouvir o que ele ia dizer. Talvez o fora que eu tomaria. Então, me levantei e comecei a me trocar. Tínhamos que ir logo. E talvez aquilo fosse ótimo para me fazer esquecer do fato que eu havia acabado de me declarar para Azriel.

Boa tarde meu povo, tudo bem? Espero que sim!

Duas coisas
1° estamos chegando no final da primeira parte
2° o próximo capítulo é bomba e o último do dia, sugiro que se preparem

Espero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 25/02/21