09 - Corredores
Newt, Minho, Peterson e Thomas foram para a enfermaria para ver Teresa. Thomas e Peterson estavam logo atrás dos outros dois. Eles viram que no quarto ao lado estava Alby com os pés e mãos amarradas na cama enquanto se contorcia um pouco. Os dois se entreolharam com pena e chegaram próximo da cama onde Teresa se encontrava.
—Jeff, o que está acontecendo? Qual é o problema com ela? Por que ela não acorda? —Newt perguntou um tanto preocupado.
—Aí, cara. Me passaram esse trabalho, que nem o seu. —Jeff respondeu parecendo sem saída.
—A reconhece? —Newt questionou se virando para Thomas.
—Não.
—Sério? Porque parecia que ela reconheceu você.
—E o bilhete? —Peterson perguntou entrando na conversa.
—A gente se preocupa com isso depois. —Newt respondeu voltando seu olhar para Teresa.
—Acho que devia se preocupar agora. —Thomas replicou fazendo todos olharem para ele.
—Já temos muita preocupação.
—Ele está certo, Newt. —Jeff disse. —Se a Caixa não vai voltar a subir, quanto tempo vamos durar?
—Ninguém disse isso, não vamos tirar nenhuma conclusão precipitada. Só vamos esperar que ela acorde para ver o que ela sabe. Alguém deve ter alguma resposta por aqui.
Thomas pensou um pouco e simplesmente saiu sem dizer nada enquanto puxava Peterson pelo braço.
—Estão indo para onde? —Newt questionou confuso.
—Vamos voltar para o Labirinto.
Os dois irmãos andavam lado à lado até que Minho apareceu.
—Ei, gente! Ei! O que deu em vocês? —Minho perguntou parando na frente dos dois. —Querem morrer? Vocês acabaram de sair e já querem voltar?
—Newt disse que ninguém que viu um Verdugo sobreviveu para contar, não é? —Thomas começou. —Minho, agora temos um! Não vai me dizer que não está nem um pouco curioso?
—Na verdade, não.
Thomas e Peterson tentaram continuar andando, mas Minho colocou a mão no peito de Thomas, impedindo ambos.
—Então qual é o plano? Vão até lá e vão dissecar aquela coisa sozinhos?
—Se for necessário, a gente vai. —Peterson exclamou e cruzou os braços. —Os Corredores já foram?
—Os Corredores desistiram hoje. —Minho contou olhando para os colegas. —Depois que o Alby foi picado, eles não tem pressa de voltar para lá. Por que vocês têm?
—Acho que está na hora de descobrimos o que estamos enfrentando. —Thomas respondeu.
Minho pareceu ponderar, então deu uma proposta inesperada.
—Legal, mas vocês não vão voltar lá sozinhos. Me encontrem no bosque daqui há meia-hora.
Foi tudo o que Minho disse antes de sair e deixar Thomas e Peterson. Depois de meia-hora, ambos estavam na porta de uma cabana no meio do bosque esperando Minho. Quando o mesmo chegou, ele trazia Caçarola, Winston e Zart.
—É o suficiente? —Minho questionou.
—Beleza, vamos lá. —Thomas falou.
Os seis entraram no Labirinto. Thomas, Minho e Peterson os guiavam até o local onde o Verdugo havia sido morto. Enquanto isso, Winston, Caçarola e Zart olhavam maravilhados com o tamanho daquele lugar.
Quando Thomas, Minho e Peterson olharam para o corredor à sua direita e pararam, eles já souberam que havia sido alí. Tudo o que viram foi uma perna aracnídea metálica para fora da parede que havia esmagado o monstro na noite anterior.
Eles se aproximaram do corpo morto e viram, além das pernas, restos do corpo do Verdugo que tinham vazado da parede.
—Isso é nojento. —Zart comentou.
—Tem alguma coisa alí dentro. —Thomas afirmou tentando observar melhor.
—Quer dizer dentro da panqueca de Verdugo? —Caçarola ironizou enojado com aquela cena.
Minho olhou para Thomas, depois para Peterson e se aproximou do corpo do Verdugo.
—Ei, vai fazer o quê? —Winston perguntou.
Minho apenas ignorou e colocou seu braço dentro da fenda, onde o corpo do Verdugo impedia a parede de fechar totalmente. Os garotos ficaram tensos, pois não sabiam o que poderia acontecer alí. A perna se retraiu repentinamente, assustando todos. Principalmente Minho.
—Você não disse que não tava morto? —Caçarola exclamou com a mão no peito.
—Foi um reflexo? —Zart questionou enquanto tremia.
—Tomara! —Winston disse meio irritado.
—Está bem, vamos tentar arrastar. —Thomas falou enquanto agarrava uma das pernas do Verdugo. —Todo mundo segura firme, ok? No três. Um, dois, três!
Todos puxaram com toda a força que tinha a perna do monstro morto. Quando a perna foi desmembrada, os garotos caíram no chão por conta do esforço.
—Tudo bem, Peterson?
—Sim. Valeu, Tommy. —Peterson agradeceu enquanto Thomas o ajudava a se levantar.
Minho se aproximou daqueles outros restos do Verdugo e viu um pedaço de carne com uma luz vermelha piscante. Ele pegou esse pedaço e percebeu que havia um pedaço metálico pesado alí dentro. Minho olhou para os garotos e tentou retirar o metal do saco de carne fazendo uma careta de nojo, assim como todos os outros. Menos Thomas, ele observava aquela cena nojenta como se esperasse por isso à vida toda.
O Corredor encarou aquele tubo de metal estranho, todo melecado por estar dentro do corpo do Verdugo. Ele tinha uma pequena placa dourada com a sigla "C.R.U.E.L" e em baixo dessa plaquinha havia uma espécie de código. Além disso, um visor com o número sete em vermelho.
—O que é isso? —Thomas perguntou observando aquilo estranhamente.
—Interessante. —Minho murmurou curioso.
—O que quer que seja, não podemos levar para a Clareira? —Caçarola indagou cada vez mais enjoado. —Não quero me encontrar com os amigos dessa coisa.
—Ele está certo. —Minho disse. —Está ficando tarde. Vamos.
Todos voltaram para Clareira, então foram mostrar o que acharam para Newt e Gally.
—Encontramos isso, estava dentro de um Verdugo. —Thomas falou.
—São as mesmas letras que vem nos suprimentos. —Newt afirmou observando o objeto estranho.
—Olha gente, quem nos colocou aqui também fez os Verdugos. —Peterson contou. —E essa é a primeira pista, a primeira informação em três anos. Não é, Minho?
—Exato.
—Newt, nós vamos voltar lá. —Peterson disse olhando nos olhos do amigo. —Quem sabe onde isso nos leva?
Newt olhou para Gally, e aí tudo começou à complicar.
—Viu o que eles dois estão tentando fazer, não é? —Gally começou. —Primeiro, eles quebram as nossas regras. Depois, tentam nos convencer a abandoná-las de vez. As regras são a única coisa que nos mantêm juntos, por que começar à questionar isso? Se Alby estivesse aqui, ele concordaria comigo. Esses trolhos merecem serem punidos!
Newt devolveu o objeto para Minho, ficou um tempo em silêncio e tomou uma atitude.
—Tem razão, Thomas e Peterson quebraram as regras. Uma noite no Amansador e sem comida.
—Ah! Qual é, Newt! —Gally exclamou enquanto Thomas e Peterson aceitavam o castigo. —Uma noite no Amansador? Acha que isso vai impedi-los de entrarem no Labirinto?
—Não! Não-Corredores não podem entrar no Labirinto sempre que tiverem vontade. Então vamos oficializar. A partir de amanhã, serão Corredores.
Thomas e Peterson se espantaram com o rumo daquela conversa. Minho acenou com a cabeça, concordando com a decisão de Newt.
—Nossa! —Gally suspirou saindo nervoso da sede enquanto Caçarola ia atrás dele.
Thomas e Peterson se entreolharam e depois olharam para Newt, agradecidos por aquilo tudo.
—Obrigado, Newt. —Peterson agradeceu ao mesmo tempo que Thomas.
Newt apenas acenou com a cabeça e saiu. Aqueles dias haviam sido muito complicados para todos os Clareanos, mal imaginavam que aquilo era apenas o começo de tudo.
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