
06 - Me desculpa
Peterson e Thomas chegaram perto da porta do Labirinto onde Newt, Winston, Caçarola, Alby e Gally seguravam uma espécie de vara com um pedaço pequeno de madeira na horizontal amarrada na ponta. Os outros seguravam lanças afiadas.
Thomas não estava entendendo e esperava que Peterson entendesse para poder explicar, mas Peterson também não tinha ideia do que era aquilo. Quando Minho veio com Ben com os punhos amarrados atrás do pescoço, eles começaram à entender em parte oque estava havendo alí, mas ainda observavam com muita atenção.
—Só me escutem. Por favor, me escutem. —Ben resmungava enquanto Minho o empurrava à força. —Por favor, Minho!
Alby estava com uma expressão chorosa impressa no rosto enquanto Ben passava por ele suplicando para que o ouvissem, mas não havia mais oque fazer. Aquilo era necessário. Ben fazia uns barulhos estranhos como um animal faz quando está amarrado. Minho o fez se ajoelhar e cortou a corda que prendia seus punhos. Ben se abaixou e começou a chorar enquanto tossia.
Quando ouviu-se um pequeno rangido das engrenagens das portas funcionando, Minho jogou uma bolsa no corredor enquanto Ben implorava cada vez mais para não fazerem aquilo. Thomas e Peterson se entreolharam perplexos, mas logo voltaram o olhar para o círculo de garotos.
Um vento forte bateu no rosto de todos alí presentes e Ben recuou com pavor.
—Postes! —Alby gritou enquanto todos abaixavam as lanças e aquelas varas esquisitas.
Ben se levantou e se viu cercado, entrou em pânico quando os garotos começaram a empurrá-lo contra as portas imponentes do Labirinto que já haviam começado à se fechar. Ele empurrava as varas inutilmente dizendo desesperadamente que iria melhorar.
Quando Ben entrou no Labirinto e berrou sua última palavra à plenos pulmões, um silêncio reinou na Clareira.
—Ele pertence ao Labirinto agora. —Alby disse entristecido.
—Ele chegou logo depois de mim. —um garoto contou olhando para o chão chocado com oque havia acabado de acontecer.
Os garotos foram abandonando o local e Thomas se aproximou de Peterson que estava de cabeça baixa.
—Você tá bem? —Thomas perguntou e Peterson assentiu.
Thomas apenas sorriu minimamente, então Newt se aproximou dos dois e abraçou Peterson. Thomas saiu andando, então Newt se soltou gentilmente do abraço com Peterson e acompanhou Thomas enquanto segurava os ombros do amigo.
Rapidamente anoiteceu e todos já estavam em suas redes. O último à chegar na tenda foi Peterson que rapidamente se deitou. Peterson não conseguia pregar o olho por um segundo sequer pois estava pensando em todo o ocorrido daquele dia.
—Também não consegue dormir? —Thomas questionou enquanto Peterson se virava rapidamente.
—Não. —Peterson respondeu voltando a olhar para o teto.
—Você acha que ele vai sobreviver?
—O Ben? Não. Ninguém sobrevive à uma noite no Labirinto. É melhor esquecê-lo.
—É, acho que você tem razão. Vou dormir um pouco agora. Boa noite, Peter.
—Boa noite, Tommy. —Peterson fechou os olhos e dormiu rapidamente sob os olhares de Thomas que também dormiu rapidamente sem tirar os olhos do garoto ao seu lado.
Então Thomas percebeu que estava começando à entender Peterson e sorriu com isso, ele sentia que eles eram muito próximos.
★∻∹⋰⋰ ☆∻∹⋰⋰ ★∻∹⋰⋰ ☆∻∹⋰⋰★∻∹⋰
Thomas acordou ofegante. Ele olhou para o lado onde Peterson se encontrava dormindo ainda, depois ouviu um rangido um pouco alto. Olhou para as portas do Labirinto e viu Newt cumprimentando Minho e Alby que logo depois entraram lá. Mais tarde, ele resolveu questionar Newt.
—Mas por que Alby entraria no Labirinto? Porque ele não é um Corredor. —Thomas observou sentado em um tronco segurando um facão.
—As coisas estão diferentes agora, Alby foi tentar seguir o rastro do Ben antes do sol se pôr. Vai ajudar ou não? —Newt perguntou meio irritado apontando com um facão para o tronco que estava cortando enquanto recebia um olhar aborrecido de Peterson que estava ajudando.
—Tudo bem, então ele vai até o lugar onde o Ben foi picado, porque isso...
—Alby sabe oque está fazendo, ok? —Newt interrompeu. —Ele sabe mais do que nós.
Newt voltou à cortar aquele pequeno tronco seco. Thomas petulante como era, olhou para Chuck ao seu lado e voltou à questionar.
—O que isso quer dizer?
Newt parou e suspirou tentando ser paciente. Ele coçou a nuca, apontou o facão para Thomas enquanto se aproximava e disse:
—Eu já comentei isso com você. Todo mês, a Caixa manda uma pessoa nova, mas alguém teve que ser o primeiro, não é? Alguém teve que passar o mês inteiro na Clareira sozinho. E foi o Alby. —Newt voltou à cortar a madeira. —Não deve ter sido fácil, mas quando os garotos começaram a subir um atrás do outro, ele viu a verdade e descobriu que a coisa mais importante que temos é um ao outro. Porque nós estamos juntos nessa.
Thomas ficou em silêncio. Depois de alguns segundos, pegou seu facão e foi ajudar os dois amigos à cortarem o resto daquela pequena árvore.
—Muito bom, novato! —Newt elogiou enquanto Thomas tentava achar uma maneira correta de usar o facão.
Thomas parou logo na primeira facada e olhou para o céu cinzento e cheio de nuvens. Algumas gotas começaram a cair e todos foram procurar um abrigo daquela chuva.
—Eles já deveriam ter voltado. —Thomas afirmou com ansiedade mexendo os dedos freneticamente no tronco que se apoiava. —O que acontece se não conseguirem?
—Eles vão conseguir. —Peterson falou tranquilamente olhando para Thomas e depois para as portas do Labirinto.
—Mas e se não conseguirem? —Thomas questionou novamente se aproximando de Peterson.
—Eles vão conseguir. —Peterson repetiu olhando nos olhos de Thomas e fazendo com que eles se encarassem por alguns segundos, depois tornando a olhar para as grandes portas do Labirinto.
A chuva já havia passado, mas Minho e Alby ainda não tinham voltado. Isso deixou todos os garotos muito preocupados. Eles se aproximaram das portas observando o corredor com ansiedade e esperando pelo menos um sinal de vida dos dois Corredores que ainda não tinham retornado. Todos já começaram a ouvir aquele rangido familiar.
—Não podemos mandar ninguém atrás deles? —Thomas perguntou preocupado.
—É contra as regras. —Gally respondeu agachado no chão. —Ou eles voltam para cá, ou não voltam.
—A gente não pode arriscar perder mais alguém.
—Mas, Newt... —Peterson começou a protestar, mas foi interrompido por um grande rugido acompanhado de uma forte ventania que vinha do Labirinto. As portas começaram a se fechar, fazendo com que os garotos ficassem mais preocupados.
—Lá! —Thomas gritou apontando para oque aparecia ser Minho carregando Alby nas costas.
—Tem alguma coisa errada. —Newt murmurou enquanto os garotos motivavam Minho à continuar andando e as portas se fechavam.
—Deixe-o aí! —alguns garotos gritavam.
—Não vão conseguir. —Newt disse um pouco desesperado enquanto faltava pouco para o Labirinto se fechar.
Thomas via e ouvia tudo aquilo em câmera lenta. E sabia oque era certo à se fazer naquele exato momento. Ele voltou seu olhar para Peterson que parecia ter lido em seus olhos oque iria fazer.
—Me desculpa. —Thomas sussurrou e com um pouco de relutância, saiu correndo na direção da porta do Labirinto.
Peterson não pensou duas vezes antes de segui-lo.
—THOMAS, NÃO!
—PETERSON, NÃO!
Newt e Chuck gritaram em uníssono, mas foi em vão. Os dois entraram no Labirinto e as portas se fecharam.
•Não esqueçam de deixar uma estrelinha ou um comentário, que isso me motiva muito.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro