𝒊𝒊𝒊. uma bruxa me convida pro almoço e olha no que deu
CAPÍTULO TRÊS.
uma bruxa me convida pro almoço e olha no que deu (vocês não faz acreditar!)
Vá em frente, pode me chamar de burra por sair correndo atrás de três desconhecidos só porque um deles salvou — talvez — a minha vida, mas nos últimos dias eu venho fazendo muita coisa por impulso, isso não seria diferente. Além disso, eu tenho certeza de que você nunca foi perseguido por mais de um monstro para sentir a adrenalina e a sensação de quase morte ao ponto da sua única opção seja pular de um ônibus — que pelo menos não estava em movimento. Eu ainda posso usar a palavra 'amém' ou já pequei demais para isso?
Eu corria tanto que meus pés já doíam, mas também não tinha certeza se realmente tinha corrido tanto assim ou era apenas o meu sedentarismo falando mais alto, e meu joelho estava incomodando, tinha quase certeza que estava ralado, mas não tive tempo para olhar.
Eu precisava parar um pouco.
Foi então que tudo parou. Eu chamei meus novos — não tão — colegas e, na hora que eles repararam na minha presença, foi quando soube que eles sequer tinham reparado que eu estava ali por pelo menos metade do caminho. Tudo bem, eu estava um pouco para trás, mas na minha cabeça era impossível não terem ouvido um barulho. E, sendo sincera, eu não sou uma pessoa muito silenciosa, faço barulho até quando não quero e mais ainda quando quero. Sou do tipo de pessoa que não consegue ficar quieta por muito tempo.
— O que você tá fazendo aqui?
Eu não achei sua fala em um tom bacana, Annabeth. Você poderia repetir em um tom mais amigável? Só se você quiser, claro.
Detalhe importante para ninguém esquecer: ela tem uma adaga! Tenho que usar os meus melhores sorrisos, mesmo que nesse momento minha vontade fosse abrir os braços e gritar para a besta atrás de nós me pegar e me levar para sei lá aonde.
— Hum... — Eu não fazia ideia de como responder. — Você meio que salvou a minha vida lá no ônibus. E depois pulou do ônibus e eu pulei atrás.
Ok. Eu já percebi que sou trouxa ao ponto de ir atrás de uma garota — e dois garotos que não faço a mínima ideia de quem são — que supostamente me salvou e ir atrás dela sem mais nem menos, em vez de ir seguir meu próprio rumo, como eu já estava fazendo há dois dias. Bom, eu acho que são dois dias, talvez sejam três.
Mas por que também não ir atrás dela? Ela tinha uma adaga! Eu sei que estou falando sobre isso mais vezes do que você gostaria de ler, mas 1) Sinceramente, eu não estou nem aí se você não gosta que eu fale mil vezes sobre a adaga. 2) O jeito que ela jogou aquela coisa foi simplesmente uma das coisas mais legais que eu já vi na minha vida. Por acaso tinha como não ir atrás dela?
Na pior das hipóteses, os três eram assassinos mirins e iriam me esquartejar e deixar meu pobre corpinho bem no meio do mato para algum animal comer — o que, na minha cabeça, era nojento. Parecia o início de um filme de terror bem ruim. No meu caso, eu seria a personagem que morre no início do filme, mas não gosto de pensar muito nisso porque eu odeio filmes de terror.
— Gente... — sua voz vacilou, mas não era Annabeth quem falava, era um dos meninos que estava com ela.
Ele tinha pele castanha e cabelos cacheados escuros e seus olhos eram da mesma cor. Ele era meio esquisito. E isso eu tinha certeza, porque só começou a falar pela primeira vez depois de ter se aproximado de forma suspeita e ter me cheirado. Me cheirado! Alguém me fala porque eu ainda estou aqui.
O garoto olhou desesperado para os amigos.
— Talvez ela seja uma...
— Meio-sangue?! — indagou o loiro. O último que eu tinha reparado do trio.
Espera aí. Meio-sangue? Eu já ouvi isso antes.
"É sempre um prazer matar um meio-sangue poderoso assim", foi o que Abbie disse.
Mas que droga era um meio-sangue? Essa palavra não fazia sentido nenhum pra mim. Olhei para o garoto loiro, esperando que ele dissesse mais alguma coisa. Mas, quanto mais eu olhava pra ele, mais eu sentia que já o conhecia de algum lugar. Como se algum dia na vida já tivéssemos cruzado um com o outro, recentemente. Esquece. Quantos loiros não existem por aí, não é? A única coisa um pouco diferente nesse era que ele era cacheado e suas roupas eram quase iguais as minhas. Ou seja, roupa de quem não tinha tanto dinheiro assim. Sem julgamentos, conheço pessoas assim. Tipo eu.
— O que é um meio-sangue? — perguntei, olhando para cada um, até parar em Annabeth.
Todos se olharam, mas nenhum me respondeu. Nossa, como eu adoro ser ignorada — isso contém ironia. A única coisa que eu queria era uma resposta, mas os três pareciam ter receio de falar, como se na hora que abrissem a boca o chão fosse abrir e sugar eles pra dentro, como forma de castigo.
— Você não deveria ter nos seguido — disse Annabeth.
— Eu só quero respostas. E do jeito que vocês estão, eu tenho certeza que vocês tem — retruquei, e mais uma vez olhei para cada um. O de pele castanha era o que parecia mais nervoso dos três, e era o que mais olhava para mim. — Quer me dizer alguma coisa? — perguntei pra ele.
Ele deu um passo em minha direção.
— Olha, o que eu vou te falar agora talvez seja meio surreal e assustador, mas saiba que o importante é não surtar. — Ele mordeu o lábio antes de falar. — Ai, pera. Acho melhor eu me apresentar antes de falar uma coisa dessas. Meu nome é Grover. Grover Underwood. Os outros dois são Annabeth Chase e Percy Jackson. Qual o seu nome?
— Jude Lennon — respondi, sorrindo com nervoso. Eu não sabia o porquê de responder aquilo sorrindo, não tinha motivo algum para sorrir, mas o nervoso tomou conta de mim.
— Ok. É um nome muito legal — respirou fundo. — Jude, você é uma semideusa. Ou como o Percy chamou: meio-sangue.
Eu comecei a rir.
Aquilo era uma piada? Alguém por favor sai do meio das árvores e mostra a câmera.
— O quê? — perguntei, ainda rindo. Grover ficou com as bochechas rosadas de vergonha. Seu rosto endureceu. Ele não estava brincando. — Ah, droga, isso é sério?
Grover balançou a cabeça, concordando.
— Não é melhor falarmos sobre isso em outro lugar? — perguntou Percy. — Como vamos achar um telefone aqui?
— Mas como isso é possível? Como você sabe? Foi por isso que você me cheirou? Você é tipo um cão farejador? Você tem certeza? Porque se eu não for mesmo o que você tá dizendo eu caio fora agora. Pera! Se deuses existem, Deus também existe? Ou não? Isso é tão confuso. — Disparei as palavras sem parar. Só parei quando fiquei sem ar. Quanto mais respostas me davam mais perguntas eu fazia.
Não foi muito difícil saber que Grover estava falando sério. Ou aquilo tudo era real mesmo, ou ele era um lunático que acreditava que aquilo era verdade. Mas tinha Abbie, e as monstrengas do ônibus, fazia sentido. Vou confessar que por alguns instantes eu pensei que aquilo fosse coisa do diabo, ou, sei lá, a volta de Jesus. Qual é? Eu cresci em um orfanato religioso, era inevitável pensar naquilo. Minha cabeça agora trocava inferno por Mundo inferior, e Diabo por Hades. Mas ambos não eram a mesma coisa? Meu Deus, eu acho que eu vou cair durinha no chão de tanto pensar.
— Jude, eu sei que você tem muitas perguntas, mas eu prometo que vamos te explicar tudo depois — respondeu Grover.
Eu cruzei os braços, estressada. Eu queria uma resposta agora.
— Por que você quer um telefone? — Annabeth se virou para Percy, torcendo a sobrancelha.
— Para ligar pro acampamento. Para pedir ajuda. E talvez falar que estamos com uma semideusa e não sabemos o que fazer.
— Não precisamos de ajuda. Estamos bem. E ela — Chase apontou para mim —, eu ainda vou dar um jeito.
Olhei para Grover assustada. Dar um jeito como? Será que tinha a ver com sua adaga e uma vala?
— Ah, estamos bem? Ainda nem chegamos em Trenton e a gente tá andando no meio da floresta — retrucou Percy. Eu olhei para ele. — Eu nem sabia que tinha floresta em Nova Jersey, mas mesmo assim, achamos uma. E ainda tem a Jude. O que tá pensando em fazer com ela? Eu diria que a gente está o oposto de bem.
— Eles estão brigando? — sussurrei para Grover.
— Eu acho que estão quase. — O cacheado parecia estar estudando a cena toda, provavelmente pensando no que fazer.
Tinha alguma chance de acontecer uma briga física?
— Fomos enviados em uma missão pelo Oráculo e para os deuses. Você achou que seria fácil? A missão é pra ser difícil. É por isso que só alguns são escolhidos. Se ligasse para o acampamento, vai estar dizendo que foi um erro escolherem a gente.
— Olha, eu tô muito confortável com isso. Todo mundo erra.
Eu estou do lado de Percy nessa. Não faço ideia de que missão seja essa, ou o que é Oráculo, ou qualquer coisa sobre deuses mitológicos. Mas, se isso tiver a ver com tudo o que passei até agora — incluindo os monstros — e, se tiver a opção de ir para um lugar seguro, eu vou estar indo para lá. Como seria esse acampamento? Minha cabeça projetou algumas ideias de como seria, mas achei todas fantasiosas demais.
— Por que você tem tanto medo de quem você é? — Annabeth se virou pra ele.
Percy a olhou de volta, fazendo uma careta.
— O quê?
— Você é amigo deles. Faz alguma coisa — falei para Grover, mordendo a bochecha por dentro. Aquela discussão estúpida estava me deixando nervosa. Eu odiava brigas.
Brigas me faziam sentir um embrulho no estômago, e fazia meus pelos se arrepiarem. Talvez tenha algo a ver com certas brigas que tinha no orfanato, seja entre as próprias crianças, ou quando as mulheres de lá brigavam com a gente. Não. A gente, não. Eu não sou mais um deles. Eu saí daquele lugar. O que estava acontecendo aqui não tinha nada a ver com o que acontecia lá, são apenas os anos que passei no orfanato trazendo consequências para a nova vida que eu vou criar. Seja com essas pessoas ou não. Eu sei me virar sozinha.
— Sabe o que é interessante? Este é o mesmo caminho de sátiro que o meu tio Ferdinando pegou quando começou sua missão. — Grover tentou trocar de assunto, mas algo me dizia que aquilo não iria funcionar.
— O que você quer dizer com isso? Eu não tenho medo.
Como eu já imaginava, a história de Grover não deu certo. Porque ele não começou a cantar? Eu acho que chamaria mais atenção e choque.
— Sim, você tem. Você não é só um garoto. Só um garoto não lutaria com Clarisse como você lutou. Hades também não enviaria seus melhores soldados para buscar você. Cara, você faz parte de algo muito maior do que conseguimos entender. Temos que seguir em frente, você querendo ou não.
— Tudo bem que você não quer ligar para o acampamento. Tudo bem! Vamos continuar. Pode ser muito útil ter Jude com a gente. Quatro é melhor
que três. — Percy falou, tentando parecer positivo.
Desculpa, talvez eu esteja um pouco em choque. Eu não achava que seria útil para alguém, e para esses aí eu tenho certeza que não sou. Eu não sei fazer nada do que eles fazem. Quer dizer, eu tinha quase certeza que Grover e Percy também sabiam lutar. Annabeth eu não tinha dúvidas.
Será que eu aprenderia a lutar também? Eu também teria uma espada, ou quem sabe uma adaga como a de Annabeth? O pensamento quase me fez sorrir.
— Não. Eu já falei que ela não pode vir junto. Você sabe porque só três pessoas podem ir em missões? — Annabeth disse e Percy deu de ombros. — Três é um número sagrado. São três grandes deuses. São três parcas. Três benevolentes. O que eu estou tentando falar é que, se ela for com a gente, ela pode causar problemas. Você entende?
Nossa, então eu era tipo um mau presságio? Abaixei a cabeça, me sentindo culpada. Será que os monstros do ônibus só apareceram por minha causa? Eu sempre estrago tudo, mesmo quando não quero. Porque Abbie simplesmente desapareceu ao invés de me matar? Aquele pensamento era sombrio, mas era como eu estava me sentindo.
— Tá. Sei lá. Talvez pudéssemos ligar para sua mãe. — Percy deu uma ideia, Annabeth o olhou em choque. — Atena, sua mãe. Eu ligaria para o meu pai, mas não estamos nos falando no momento, já que ele me abandonou a vida inteira. Você parece ser próxima da sua mãe, então por que não pedimos ajuda a ela?
Tenho algumas coisas para falar. 1) Eu me identifiquei com você, Percy Jackson. 2) A mãe de Annabeth era simplesmente Atena, a deusa da sabedoria. Eu já estava começando a me acostumar com ser uma semideusa — na verdade, eu não estava, mas falar fazia eu pensar que era verdade —, mas realmente ouvir Percy falando da mãe de Annabeth me fez pensar que era mais real.
Quem era a mãe de Percy? Ou pai? Quem eram os meus pais? Os meus poderiam ser qualquer um, já que eu fui abandonada quando bebê sem saber nada sobre minha origem. A ideia de os conhecer, mesmo que seja só um deles, fez meu coração errar uma batida. Será que finalmente iria descobrir quem eu era? Meu pai olimpiano me falaria sobre a mulher que me colocou ao mundo? A minha mãe olimpiana falaria sobre o meu pai? Eu finalmente saberia o motivo de ter sido deixada no orfanato. Esse é um dos maiores desejos de todo órfão.
— Grover, fala para o seu amigo se colocar no lugar dele.
— Você não pode pedir pra ela, não é? Quando foi a última vez que se falaram?
Annabeth olhou para Grover, como se mandasse ele fazer Percy ficar quieto, ou ela faria.
— Não sei porquê continua o envolvendo nisso — disse Percy. Quando olhei para Grover, tomei um susto. Ele parecia estar tremendo, como se estivesse sentindo dor física. — Ele está do meu lado.
— E por que você acha isso? — perguntou Annabeth, cruzando os braços.
— Ele é o meu protetor, é o trabalho dele.
— Ele foi meu protetor primeiro!
Grover protetor? Desculpa, mas aquilo era algo difícil de acreditar, ele parecia alguém que era protegido pelos outros. Eu acho que tinha a ver com a personalidade dele, ele era calmo e conseguia fazer as pessoas se acalmarem — o que não foi o que aconteceu aqui, mas comigo funcionou. Grover foi bondoso comigo até o momento.
— Primeiro? Como assim, "primeiro"? — Os olhos de Percy gritavam por respostas.
— É muito legal pegar o mesmo caminho que meu tio Ferdinando usou...
Eu não conseguia mais ficar quieta.
— Olha, me desculpa mesmo, mas eu vou ter que falar. Eu conheço vocês não tem nem uma hora direito, mas eu já quero dar meia volta e não conhecer mais de tão chatos que vocês são. É sério. — Percy abriu a boca para falar, mas eu continuei: — Tem literalmente um monstro que parece um morcego gigante atrás da gente e vocês querem ficar discutindo sobre ligar pra mamãe ou para o papai? Eu diria que vocês dois querem morrer, mas estão sem coragem pra falar — apontei para os dois. — O único mais normal daqui parece ser o Grover, mas até ele vocês querem meter na briga. Até eu mesma fui motivo de briga e, sério, é bem desconfortável não falar nada.
— Você quer que a gente bata palmas? — Indagou Percy, ele parecia envergonhado, mas também não conseguia ficar quieto.
— Na verdade, eu quero sim — respondi, cruzando os braços.
— Vocês estão sentindo isso? — Grover mudou de assunto.
— Não, Grover, tá tudo bem — eu respondi, pensando que ele estava criando alguma desculpa para eu e Percy não iniciarmos mais uma discussão. — Você pode falar que está incomodado com tudo isso também.
— Hambúrguer.
Foi a única coisa que ele disse antes de começar a andar na nossa frente, como se soubesse de algo que nós não soubéssemos. E foi só quando Grover estava um pouco mais à nossa frente que eu reparei nas pernas dele. Mas não tinha pernas. Eram pernas de bode.
— Ele é um bode?!
Mas ninguém teve tempo para responder, todos saímos atrás de Grover.
— Alguém está fazendo hambúrguer no meio de um caminho de sátiro. Quem quer que seja é do nosso mundo.
Assim que achamos uma saída da floresta, finalmente consegui sentir o cheiro que Grover tanto falava. Era uma delícia. Só naquele momento percebi que estava com fome, muita fome. Minha barriga roncava, e eu sorri ao conseguir ler o nome do local.
Empório de Gnomos da Tia Em.
A casa toda era rodeada de estátuas, mas não eram estátuas comuns, eram estátuas de monstros feios e assustadores. Parecia tão real que um arrepio percorreu meu corpo.
"É alguém do nosso mundo" lembrei do que Grover disse. Mas quem era?
— A tia "M" tem um jardim cheio de gente petrificada. Com certeza é alguém do nosso mundo. Alguém quer adivinhar o nome da tia M? — Dizia Annabeth a cada passo que dávamos.
Eu nunca fui uma pessoa boa na escola, muito menos em história, onde tinha que decorar mil coisas, acontecimentos, datas, nomes, mas, naquele momento, não foi difícil saber de quem Annabeth estava falando. Medusa.
Um dos monstros mais conhecidos da mitologia grega. Só poderia ser ela. Afinal, eu não lembrava de mais ninguém que transformava as pessoas em pedras.
— Acho que tá na hora de irmos embora — eu disse, me virando.
Era impossível ir embora, pois na hora que demos um passo para frente, o monstro que estava nos perseguindo desde o ônibus surgiu. Ela nos olhava como se fôssemos ratinhos inofensivos e ela, o gato que ia nos devorar. A diferença era que ela não tinha nada de gata.
— Deveria ter aceitado minha oferta quando teve a chance — sua voz rouca fez meu sangue gelar, mas o que me fez ficar mais surpresa era que ela estava falando com Annabeth.
— De que oferta ela tá falando? — perguntou Percy a Annabeth. Era impossível não olhar para ela também.
— Hoje não, amigos. Não na frente da minha casa. — Uma mulher falou, fazendo o monstro virar para trás, mas não foi embora.
Percy e eu olhamos confusos um para o outro e viramos para tentar ver de onde vinha a mulher, mas fechamos os olhos ao vermos a reação de Annabeth e Grover. Era Medusa.
— Se vocês têm alguma coisa para resolver, vamos entrar para que eu possa ajudar. Alecto, você vem? Não, é claro que não. Ela não vai incomodar vocês enquanto estiverem aqui. Mas ela também não irá embora, porque isso significa que ela falhou em buscar o filho de Poseidon.
— Como você... — Percy tentou falar, mas parecia surpreso demais para conseguir. Ele era o filho de Poseidon que Medusa estava se referindo?
— Uma criança proibida foi reclamada. Isso não seria segredo por muito tempo. É um prazer conhecê-lo, filho de Poseidon. Meu nome é Medusa.
Percy quase levantou o olhar para Medusa, mas foi impedido por Annabeth.
— Ela é um monstro. — Annabeth o lembrou.
Eu fechava os olhos com força para evitar a vontade de abri-los. Era como se tivesse algo no pé do meu ouvido que sussurrava para eu abrir os olhos e olhar para Medusa. Eu tinha certeza que essa mulher era uma bruxa.
— Não abre os olhos, Jude — sussurrei pra mim.
— Nós escolhemos quem são os nossos monstros. Mas, agora, aquele ali quer mutilar seus membros e eu estou oferecendo um almoço. Vocês escolhem.
— Será que não temos a opção de simplesmente irmos embora? — perguntei à Medusa.
Eu nunca imaginei que falaria com ela algum dia. Afinal, até ontem eu achava que ela nem existia. Mas tentei soar gentil, torcendo para que ela deixasse a gente ir embora, sem termos que nos preocupar com Alecto — mas que nome mais feio.
— Eu creio que não.
E foi embora.
— A gente pode confiar nela. — disse Percy.
— O quê?!
— Não sei explicar, mas... a minha mãe me contou a história dela, e ela não é o que as pessoas pensam. E eu confio muito na minha mãe. — Percy justificou.
Qual era o sentido de escapar de um monstro para depois literalmente entrar na casa de outro?
— A sua mãe também não te contou nada sobre estranhos? — indaguei em um tom um pouco mais alto do que eu gostaria.
— Na verdade, ela falou sim — Percy me olhou com a sobrancelha arqueada, e eu entendi o que ele quis dizer. Eu também era uma estranha.
É, eu sei que parece que vou morrer logo. Olha as pessoas com quem eu comecei a andar! Já é auto explicativo, mas não tinha o que fazer, mas eu acho que era assim a vida dos meios-sangues: ter que se arriscar toda hora.
Eu só não sei se estou pronta para isso.
feliz aniversário, percy jackson! voa mlk tmj
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