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𝒊𝒊. sou atacada, abandonada, e atacada novamente.


CAPÍTULO DOIS.
sou atacada, abandonada, e atacada novamente.

capítulo dedicado a _padsfoot .
meu presente atrasado. ❤️

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Algumas pessoas falam que sonhos são uma maneira de expressar nossos desejos e medos mais profundos. Também falam que nos ajuda na execução das atividades mentais. Há quem fala que sonhos podem ser avisos de algo que vai acontecer. Vocês já sonharam com algo que aconteceu na vida real? Mesmo que seja algo bom ou ruim? Bem, eu já.

Longa história.

Nesse exato momento, eu estava tendo um sonho, por um instante pareceu tão real que achei estar numa... praia? Deserto? Estava uma ventania com uma forte chuva acompanhada de raios, e estava de noite, a areia voando não ajudava-me a ter uma visão certa do local. Não conseguia explicar, mas aquela tempestade, aquela escuridão e aqueles raios me traziam uma espécie de conforto. Como se fosse certo eu estar ali. Sentia que se eu seguisse em frente daquele lugar, encontraria algo, mas meus pés não se desgrudaram do chão.

Até que algo apareceu. Algo não. Alguém.

Parecia ser um garoto, mas não conseguia ver seu rosto pois ele estava de costas e um pouco afastado. Tinha uma sensação que ele não poderia me ver mesmo se tentasse. Tentei chamar sua atenção, mas nenhum som saiu.

Quem é você? — uma voz ecoou na escuridão, e uma luz a acompanhava, mas a pessoa ou a coisa que falava aparentemente não
possuía forma, eu ao menos não via. — Tão fraco e assustado. Tão triste.

No instante em que a criatura soltou as últimas palavras, percebi que não era sobre mim, e sim sobre o garoto à minha frente que eu quase não via. Qual era o meu dever ali?

Eu achei que tinham invadido meu sonho, mas aparentemente, eu invadi o sonho de alguém. Ou pesadelo.

A única coisa que se passava na minha cabeça era sair dali, não era mais um lugar confortável que era quando eu estava sozinha naquela chuva, até mesmo quando o menino apareceu estava bom, mas aquela coisa com certeza não trazia nada além de uma sensação de desespero como se o mundo estivesse prestes a acabar. Somente um pesadelo aquilo era.

Melhor fugir, pequeno herói, antes que se machuque.

Se eu fosse esse menino já estaria me derretendo no chão aos prantos.

Era um aviso ou uma ameaça? Os dois, talvez.

Foi a última coisa que a criatura falou antes do garoto finalmente se virar para me ver, mas antes que eu tivesse a chance de vê-lo, acordei.

Eu estava suada e com a respiração ofegante. Precisava de um copo de água e tinha uma grande necessidade de ir ao banheiro.

Eu estava acostumada com o mundo ser estranho pra mim, como se minha vida fosse um quebra-cabeça, e todas as peças estivessem erradas. Geralmente em livros, filmes, séries, as pessoas falam que ser diferente é algo bom, não ser igual aos demais te torna especial, mas não era assim que eu me sentia. Eu não queria ser diferente deles, eu queria ser igual eles. Não queria ser a garota com TDAH, dislexia, e déficit de atenção, e não ler uma matéria no quadro sem que as palavras pulassem pra fora. Ser uma órfã cuja família eu nem sabia se existia. Se eu ainda estou aqui creio que não exista mesmo.

Eu não escolhi esse lugar, meu sonho todos os dias era ir embora. A única coisa que me fazia ficar era que, querendo ou não, aqui eu tinha um lugar pra dormir, e uma pequena esperança de alguém chegar e me levar. Talvez minha mãe, ou meu pai. Ou seja quem for a pessoa que me deixou aqui quando nasci, quem sabe um parente.

Me imaginava numa situação dessas, e tentava pensar como seria a chegada deles.

"Somos seus pais! Desculpe-nos por te abandonado por doze anos, mas agora nos arrependemos, venha para casa.", eles falavam, parecendo verdadeiramente arrependidos. E eu, querendo dar um pouco de drama a novela da minha cabeça falava "Claro que não, idiota.". Embora eu soubesse que falaria sim e ainda ficaria muito feliz e os perdoaria.

Mas é claro que aquilo não iria acontecer nem em mil anos.

A única pessoa que eu ainda acreditava que apareceria ali um dia batendo na minha janela ao anoitecer e falando "Ei, chegou o dia de você sair daí, pequena." era um menino chamado Luke Castellan. Eu pensava nele constantemente, e em como ele estaria hoje em dia, se ele lembrava de mim como eu lembrava dele. Você não esquece do rosto da pessoa que significou sua última esperança.

A época que eu passei ao seu lado era um bom lembrete que por mais horríveis que as coisas estejam, ter alguém pra chamar de família era a âncora na vida das pessoas que se sentiam afogadas. Mesmo na pior das situações, tinha alguém ali para segurar sua mão e falar que ficaria tudo bem, mesmo que nem ela sentisse isso.

Mas aquilo não importava mais. Porque ele não estava ali.

Eu estava me afogando.

Fui tremendo até o caminho da cozinha, e o copo em minhas mãos parecia que ia cair a qualquer momento. Não tinha sido um sonho normal.

— Está tudo bem, querida?

A maluca da Abbie saiu do além falando comigo. Ela achava que depois de mostrar aqueles dentões feiosos a minha reação não seria gritar e correr para o mais longe possível?

Matar um monstro que se diz freira era um pecado?

Mesmo sendo madrugada, ela parecia impecável. Seus cabelos estavam arrumados, sua pele parecia porcelana mesmo sem maquiagem. Me perguntei como alguém ficava assim justo na hora de dormir, era como se sempre estivesse pronta pra quando alguém tivesse uma câmera e quisesse tirar uma foto dela. Por algum motivo aquilo me deixou com mais medo.

Mas eu não era muito corajosa. Portanto, a única coisa que eu fiz foi dar meia volta sem respondê-la, o que não adiantou pois senti sua mão em meu ombro me fazendo parar.

Droga.

Tinha um monstro no lugar onde eu morava e nem uma boa noite de sono eu poderia ter.

— Você quer que eu faça um chá? Teve pesadelo? Eu posso ajudar. — disse ela, aquela voz irritante como se não me quisesse morta.

Mulher, por favor, mostra a presa e faz o que veio fazer.

— Eu não gosto de chá — falei seca. Não queria continuar com aquela conversa. Mas, por algum motivo, eu tinha dificuldade em ficar de boca fechada, e o que falei a seguir talvez fez a mulher perceber que eu sabia o que ela era. —, muito menos vindo de você.

Com um grande sorriso, ela disse: — É claro que você sabe — me impressionei com o jeito calmo que ela falou. — Me impressiona não está tão surpresa assim, mas levando em conta do seu histórico, não me surpreende.

Histórico?

A cada palavra que saia da sua boca, era um passo meu para trás. Veja bem, eu não tinha experiência quando se tratava de matar monstro, mas estar na cozinha onde tinha facas me trazia pontos, certo?

Uma pergunta: faca de cozinha mata seres assim?

— Olha, sendo sincera eu não queria fazer isso. Mas é o meu dever, sabe.

Sua aparência começou a mudar. Eu a olhava meio em choque, não pensei que ela era tão feia assim.

— Uma... vampira? — balbuciei. E então notei suas pernas. Abaixo do short do pijama, a perna esquerda era marrom e peluda, como um casco de burro. A direita tinha um formato de uma perna humana, mas era feita de bronze. Seus cabelos agora eram fogo, pensei que sua cabeça derreteria e só restaria aquilo. Mas suas pernas ainda era o que mais me chamava atenção. — Hã, uma vampira com...

— Não fala das pernas! — disse Abbie. — É grosseiro zombar disso!

E então ela veio pra cima de mim. Houve uma gritaria. Choro e correria. E isso foi só eu. Achei que morreria ali mesmo, mas algo dentro de mim pareceu despertar e consegui desviar. E mais uma vez.

Será que eu tinha algum sentido aranha? Quem sabe se eu ficasse viva faria um teste pra ver se saia alguma teia de mim.

Corri pela cozinha tateando nervosa as gavetas, rapidamente consegui uma faca enquanto conseguia visualizar a criatura que me cercava pela bancada no meio da cozinha. Ela estava indo devagar pois sabia que eu não viveria, seria um entretenimento.

Eu também estaria rindo se a piada não fosse a minha morte.

Mesmo com todas as coisas que se passavam na minha cabeça, morrer não era algo que eu queria experimentar, não ali, e não daquele jeito.

Sei que eu falo muito sobre como a minha vida é meio triste e solitária. Mas morrer? É algo sério demais, vamos esperar um pouco.

Abbie deu um bote para cima de mim. Com um gemida agudo, eu me esquivei e pude sentir o calor de seus cabelos me queimando, mesmo assim não tinha conseguido me machucar de verdade. Eu gritei chamando ajuda, rezando para que alguém ali me ajudasse, consegui ouvir barulhos vindo do andar de cima, mas nada chegou.

Segurei a faca em minhas mãos com mais força e levantei ela com intenção de parecer forte para o monstro à minha frente, a mulher riu parecendo achar graça eu pensar que aquilo poderia matá-la. Mesmo que nem eu acreditasse nisso, não me entregaria tão fácil assim, eu ao menos deveria tentar.

Abbie veio em minha direção com aqueles olhos vermelhos e uma expressão assassina.

Meus joelhos ficaram bambos. As mãos tremiam tanto que deixei a faca cair.

— É sempre um prazer matar um meio-sangue poderoso assim. — ela rosnou.

Meio-sangue?

Não tinha tempo para pensar, a fera avançou para cima de mim no meu momento de distração e era isso, eu ia morrer. Observou meu rosto com um sorriso contente, me perguntei o porquê dela não fazer nada, acabar com aquilo de uma vez, ao invés de ficar me encarando com aquele rosto horrendo.

O bafo que sua boca exalava no ar já me matava, mais alguns minutos ali e já era.

— O que é que está acontecendo aqui?!

A voz que eu mais odiava na face da terra foi ouvida. Aquela voz irritante, grossa, que sempre era ouvida gritando sem motivo e me dava fortes dores de cabeça. Me fez quase sorrir se não tivesse um monstro em cima de mim, até que, não tinha mais. Então eu sorri.

Simplesmente sumiu. Eu não compreendia. Ela não matava na frente de pessoas normais? Que fofa. Eu não sabia o que eu era, mas normal não era uma delas, com toda certeza.

Não tinha como eu pensar mais, a velha que impediu a minha morte se manifestou mais uma vez. Morrer não seria uma ideia tão ruim se eu não ouvisse mais esse segundo monstro que apareceu.

— O que pensa que está fazendo aí, atirada no chão que nem uma louca?! — gritou irritada, eu já podia sentir a dor que viria daqui a pouco, mas mesmo assim não respondi com a cabeça, e sim com um impulso de alguém que acabou de quase experimentar a morte.

Estou achando importante enfatizar que eu quase morri. Esse foi um dos pontos mais altos da minha vida. Mesmo com toda a adrenalina que eu sentia pelo o que aconteceu há poucos segundos, uma raiva também começou a possuir meu corpo quando notei que a mais velha aparentemente não viu tudo o que tinha acontecido.

— Você não viu aquela espécie de demônio em cima de mim, sua burra? — cuspi as palavras com raiva. Todas as vezes que falava que via algo e ninguém percebia, ou talvez mentia que não via, se juntaram e tudo isso resultou na minha tremenda falta de tapa na boca pra não aprender a falar quando não deveria.

Não foi uma boa escolha já que a mulher andou com passos firmes em minha direção agarrando meus cabelos curtos, e posso falar uma coisa aqui? Eu não me importei. Tinha tomado uma decisão silenciosa, iria embora, nem se fosse para virar uma morada de rua.

A combinação da fúria que eu estava sentindo naquele momento e a de anos presa ali tomou conta de mim, fazendo-me tomar uma atitude que nunca pensei eu ter. Eu tinha chutado a perna da senhora com tanta força que fiquei impressionada por não ter quebrado, mas pra eu ter sucesso com o que eu planejava fazer, bem... ela não poderia gritar para me impedirem. Sem delongas, minha mão se levantou e um tapa foi transferido no rosto da mais velha, com a força que usei, acabou que a mulher tombou a cabeça para trás fazendo-a bater na parede.

Tomei um susto.

Será que só desmaiou? Será que eu tinha matado ela?!

Mesmo que por anos esse tenha sido o meu maior sonho, um sentimento de culpa preencheu meu peito.

Fazê-la desmaiar não era algo tão ruim na minha visão, mas tirar uma vida? Pra mim era sim.

Por sorte, me agachei e pude sentir seu coração batendo.

Ok, morta não estava.

Observei seu rosto antes de ir para o andar de cima buscar minhas coisas, seu rosto estava com machucado que talvez ficasse uma marca. Um pouco parecido com o que essa mesma mulher tinha feito comigo há uns anos atrás.

— É bom, não é? — exclamei baixo, como se ela pudesse me ouvir, mas mesmo assim era algo que eu queria falar.

Era uma sensação boa ir embora desse ambiente todo, mas estranha também, era o único lugar que eu conhecia e fiquei durante toda minha vida. O único lugar que eu ia sem ser esse era a escola e as excursões que tinha às vezes, e uma vez quando fui em um parque de diversão há alguns anos. Mas agora chegou a hora de ir embora. Claro que, a grande razão era porque um monstro sabia onde eu estava, e se não conseguiu me matar da primeira vez, provavelmente tentaria novamente, então realmente era caso de vida ou morte.

Uma pergunta consumia a minha mente, o que eu iria fazer? Como eu sobreviveria nas ruas?

Luke saberia o que fazer.

Segurava em minhas mãos o Diário de Luke Castellan, e não pude evitar de ter esse pensamento. Antes de ir embora, ele queria que eu ficasse com algo para lembrar dele, e isso era a única coisa que eu ainda tinha. Neste caderno tinha algumas memórias sobre a vida do garoto, certas coisas eu acreditava serem mentiras. Além do que estava escrito, Luke me falava coisas que era difícil de acreditar, mas depois de hoje, me perguntei se era mentira mesmo.

Será que ele era como eu?

Olha, algumas pessoas poderiam falar que roubar era errado. Mas veja bem, quando alguém é atacada e tem de sair o mais rápido possível do orfanato onde monstros sabiam onde ela estava, precisamos de algo para sobreviver, certo? E o que seria? Sim, dinheiro. Não me julguem por ter entrado na sala da diretora, passado um tempo procurando o esconderijo da onde eles colocavam dinheiro para casos urgentes, e ter ido embora com ele.

Eu era uma garota passando por necessidade.

E, assim, eu fui embora. Com um último olhar de adeus, mesmo que estivesse contente por finalmente ir embora.

[ . . . ]

Vou atualizar vocês do que aconteceu nas horas seguintes e o que está acontecendo comigo agora. Não estava tão ruim quanto pensei que estaria.

Bom, eu passei grande parte da noite vagando nas ruas. Sim, era perigoso, mas era minha única escolha. Logo quando o Sol nasceu, o meu principal objetivo era achar uma rodoviária, não sabia bem para onde ir, qualquer lugar seria bom e não olharia pra onde estava me levando com tudo que fosse pra longe. Fui esperta ao lembrar que para comprar passagens, teria que ter meus documentos, antes de sair do orfanato consegui pegar tudo. Demorou para alguém finalmente me ouvir ao invés de ignorar uma simples criança de doze anos, até achei que alguém me pararia e fosse perguntar o por que de eu estar sozinha, mas não, as pessoas não se importavam.

Era bom pra mim, mas era preocupante como estava a sociedade. Contudo, consegui achar uma rodoviária e comprar a passagem. Quando o ônibus começou a andar não demorei muito para deixar o sono me dominar, como vocês sabem não tive a melhor noite do mundo.

Eu estava tendo mais um sonho, mas dessa vez não foi como o da última vez. Na verdade, era uma lembrança em forma de sonho, e não tinha nenhuma voz assustadora, isso me fez relaxar e perceber que não era nenhum pesadelo.

Não fazia sentido para mim sonhar com aquilo, mas eu lembrava vagamente daquele dia, era uma boa lembrança.

Vou dar uma resumida para não deixá-los entediados. Tinha sido há cinco anos atrás e eu estava num passeio escolar, íamos a um aquário, a minha eu pequena parecia animada, tinha ficado a excursão inteira com um sorriso maroto, curiosa com as coisas que veria ali. Nunca havia ido num lugar assim, e a cada animal diferente que aparecia eu tentava ouvir e entender tudo o que o professor falava, por ter TDAH tinha que prestar cem vezes mais atenção para entender sobre o assunto.

Foi legal reviver os sentimentos felizes daquele dia, agora não tinha mais motivos pra felicidade, acho que vou foi meu subconsciente tentando me deixar alegre.

A grande surpresa do sonho foi quando o bebedouro que eu enchia uma garrafa explodiu, parecia até que eu tinha tomado banho.

Mesmo tendo plena consciência que aquela ali era eu, a cena foi engraçada demais para não rir. Rodando os olhos procurando algum culpado por aquilo, vi um menino próximo, ele parecia assustado como se tivesse visto um fantasma, e olhava na minha direção como se fosse culpa dele por aquilo. Era um garoto baixo, magro, e parecia ter a minha idade na época, tinha pele clara e cabelos loiros cacheados, usava uma roupa que lhe entregava não ter as melhores condições financeiras, o que mais se destacava em suas roupas era o tênis Vans azul. Era a única coisa que tinha uma cor viva ali.

Com os olhos semicerrados fingindo um olhar de ameaça eu disse:

— Foi você que fez isso? - o garoto fingiu não ter ouvido, mas quando eu chamei-o mais uma vez, não deu para ele fingir novamente. Ele parecia deslocado, e esperando que eu falasse mais alguma coisa.

Percebi que ele estava sozinho enquanto as outras crianças estava cada uma em uma panelinha pelos cantos do aquário.

Fiquei com um pouco de pena dele, eu também estava sozinha ali aproveitando tudo aquilo com minha própria companhia, mas o garoto não gostava de estar ali sozinho. Eu acho.

— Obrigada, na verdade. — falei com um singelo sorriso de canto, pensei que aquilo iria fazer ele relaxar um pouco mais. Quem sabe não tenha aparecido um monstro pra ele também. — Eu estava com calor.

O garoto comprimiu os lábios como se estivesse pensando no que falar, mas não teve chance para continuar. Uma professora chegou fazendo perguntas sobre o estado que eu estava me puxando para sair. Enquanto eu virava para ir embora, lhe dei um último aceno, o garotinho apenas deu um sorriso torto como se dissesse "Até algum dia" e acenou de volta.

Acordei com o motorista avisando que poderíamos descer para comprar algo ou ir ao banheiro. Pensei em comprar alguma coisa, mas eu não tinha muito dinheiro, era melhor gastar apenas quando chegasse a sei lá onde eu estava indo.

Dei uma olhada na garota ao meu lado que se levantava. Era muito bonita, tinha pele escura e trança nos cabelos, tinha um olhar de quem poderia me matar, por isso tentei não olhar muito, quem sabe ela não me matava mesmo, antes de sair discutiu algo com os garotos da poltrona ao lado, chutei que eles deveriam estar juntos.

Até cogitei a ideia de não descer do ônibus, não estava com vontade de descer, nem de ir ao banheiro mesmo que tivesse uma espécie de banheiro ali no ônibus (mas acredite em mim, não era seguro).

— Os monstros não podem ser completamente evitados. Eles são mais comuns do que pensa. O segredo é identificá-los antes que eles te vejam.

Ouvir conversa dos outros não era do meu feitio, mas quando ouvi a palavra "monstro" muito perto de mim não tive escolha a não ser procurar de onde tinha vindo aquilo. Digamos que... bem, talvez eu tenha ficado um pouco traumatizada com todos os acontecimentos da madrugada. Não foi difícil achar quem estava falando aquelas coisas, eles estavam do meu lado.

Eram os mesmos meninos que eu chutava estarem acompanhados da garota que tinha acabado de descer. Eu fiquei um tempo os encarando. Ambos pareciam ter doze anos, como eu.

Pelo visto, um deles, o que parecia ter as orelhas meio pontudas, reparou que eu os observava e sorriu para mim, mas a minha única reação foi arregalar os olhos e sentir meu rosto quente de vergonha por ter sido pega, não tive controle do meu corpo e desci do ônibus indo em direção ao banheiro.

Orelhas pontudas... será que eu estava à beira da loucura? Será que tudo o que aconteceu noite passada não foi coisa da minha cabeça? O pior era que não tinha ninguém ali para me falar se era real ou não.

Por sorte o banheiro estava vazio na hora que eu entrei, porque eu parecia uma louca que saiu de um hospício falando sozinha no espelho e com a cara molhada.

— Hum... fala sério! Eu sei que é apenas um sonho. Muito real... mas um sonho. — Encarei o espelho sujo à minha frente. Eu não tinha ideia do que estava mais imundo, ele ou a minha cabeça.

Mesmo que aquele fosse meu desejo mais profundo no momento, eu duvidava que fosse verdade. Um sonho não duraria tanto, não é?

E aqui estava eu, Jude Lennon. Sozinha, com fome, voltando ao ônibus tendo que aguentar o fedor que estava no fundo e nervosa de ter que ver aqueles dois garotos que haviam percebido eu os olhando. Quem sabe aquela não fosse a pior parte.

Eu era melhor socializando na minha cabeça do que com os outros.

Ei! Obrigada por ser minha melhor amiga, cabeça! É revigorante alguém que saiba sempre o que eu estou pensando e sentindo.

Por favor, não tirem sarro de mim, eu sou apenas fruto de uma vida sem graça e traumatizante.

— Vocês tem que abrir a janela agora!

A garota que estava sentada do meu lado durante a viagem inteira foi quem chegou abafada mandando os amigos abrirem a janela, eu queria saber o motivo daquilo, mas também não queria parecer bisbilhoteira para os três. Os garotos colocaram a cabeça para o corredor do ônibus e com a mesma cara de desesperados da menina eles levantaram e tentavam abrir a janela.

A péssima escolha que eu fiz foi também olhar para o corredor, querendo saber o que tinha assustado eles. Não podia ser. Era mais um monstro! Mas esse era diferente de Abbie. Parecia uma simples senhora no começo mas conforme ela ia andando para mais perto da onde eu e os outros três estavam sua forma mudava. Os dedos se esticaram, transformando-se em garras. O casaco se fundiu em grandes asas de couro. Ela não era humana. Seu rosto ainda lembrava um ser humano, mas com asas e garras de morcego. E provavelmente estava lá para me matar.

Mas por que aquelas crianças pareciam mais assustadas do que eu?

— Que merda! – gritei erguendo-me bruscamente do assento em que estava acomodada. A única garota do grupo pareceu perceber que eu estava testemunhando tudo que estava acontecendo, e focou seus olhos em mim ignorando os amigos que ainda estavam tentando abrir a janela, sem sucesso.

— Annabeth! Vem! — eles gritavam.

Eles não precisavam mais de ajuda, um novo monstro voava no céu em nossa direção, quebrando não só a janela do ônibus, como uma parte dele. Aquele novo ser parecia a cópia do outro, com algumas diferenças. Passou seus olhos em mim e por um segundo achei que estava tudo acabado. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, a tal de Annabeth ergueu uma adaga e lançou em direção a bruxa má que não teve tempo de reagir antes de que a adaga atingisse seu peito e se desfez em pó.

— Acabou a brincadeira. Vamos logo!

Sem ao menos saber se ela também estava falando comigo eu também pulei para fora do ônibus correndo na mesma direção que os três iam.

Ficar e esperar a outra irmã gêmea maligna me pegar? Não. Seguir três adolescentes que eu não fazia ideia de quem era? Sim. Estou dentro.

oiê!! sei que demorei pra postar esse capítulo, mas ele tá grandão então espero que tenha valido a pena a demora.

FINALMENTE vai começar a acontecer os acontecimentos da série! tô bem animada pra falar a verdade. falando nisso, vou fala aqui que ao mesmo tempo que terá coisas da série tb terá coisas do livro! nada que vá atrapalhar a experiência de quem está acompanhando a série e não leu os livros.

eu me acho horrível descrevendo cena de ação 😭. então desculpa se o início ou a cena das furias ficou péssimo.

tô bem animada tb pra falar um pouco mais do passado da jude e do luke 🤫. por falar no luke, o diário que a jude menciona realmente existe! ele está no livro "os diário do semideus" recomendo muito lerem.

até a próxima. beijao!

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