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Capítulo 34 - O Homem Perfeito


Gotas de chuva batendo na janela do apartamento de Anne a fizeram despertar. Ela tentou se espreguiçar, mas uma mão pesada e masculina a impediu. Piscando várias vezes para afastar o sono, ela se lembrou de quem estava em sua cama e abriu completamente os olhos para se certificar de que não era apenas um sonho.

Ele dormia, agarrado nela, e a mão que a prendia a ele era tão incrivelmente possessiva que Anne não teve escolha a não ser ficar ali, ou acabaria acordando Gilbert em seu momento de descanso profundo.

Com cuidado, a ruivinha virou a cabeça para poder observar melhor o rosto do homem que lhe dera uma noite incrível, e sorriu ao observar os cachinhos perfeitos caídos na testa dele em sincronia. Ela se lembrou do quanto eram sedosos ao tato e de quantas vezes tinha enterrado as mãos neles na noite anterior. Seus dedos ansiosos quase fizeram isso novamente, mas ela se segurou a tempo.

Não queria acordá-lo. Gilbert era lindo demais enquanto dormia. Observá-lo em seu momento mais vulnerável era como um ritual a ser repetido muitas vezes. A respiração dele era cadenciada e sua expressão facial ficava tão relaxada que parecia que ele era muitos anos mais novo.

Era reconfortante estar nos braços dele e se lembrar de que fora assim a noite toda. Depois da praia, eles voltaram para o apartamento dela e Anne não permitiu que o rapaz fosse embora. Com certa timidez, Anne pediu que ele ficasse, e Gilbert aceitou prontamente, com um enorme sorriso no rosto, como se tivesse ganhado o dia.

Era isso que ela mais gostava nele. A espontaneidade que o fotógrafo deixava transparecer em seu rosto quando algo o agradava. Gilbert não escondia nada e fora assim quando fizeram amor na praia.

Ele a tinha amado com tanta paixão que o coração dela explodira junto com o êxtase que seu corpo sentira. Fora a primeira vez que sentira algo tão poderoso em um ato que sempre a deixara desconfortável no passado. O que ela percebia era que estar com alguém que se importava com ela fazia toda a diferença.

Anne sabia que estava apaixonada, mas tinha medo de dizer em voz alta. O trauma do seu último relacionamento a deixara com muito receio de se machucar novamente a ponto de quase perder a vida. Anne não sabia se era corajosa o suficiente para entrar de cabeça novamente em um relacionamento. Por mais que soubesse que Gilbert era diferente, o que Michael lhe fizera deixava suas marcas, talvez, permanentes.

Mas, naquele momento, Anne não queria pensar em coisas que a deixavam triste. Tivera uma noite maravilhosa ao lado de um homem igualmente maravilhoso, e não queria que aquele momento se perdesse por conta de suas lembranças desagradáveis do passado.

Virando o corpo com cuidado, ela conseguiu ficar de frente com Gilbert e, sem resistir, deslizou as mãos pelo peito masculino bronzeado. Ele tinha músculos tão firmes e fortes que era quase impossível não admirá-los de forma quase hipnotizante.

Era óbvio que estava rendida a ele. Qual mulher não ficaria? Gilbert tinha aquele charme que parecia fazer parte da natureza dele, pois não precisava de muito para fazer com que todas as atenções estivessem concentradas nele.

Sua popularidade por ser um fotógrafo talentoso estava em todos os lugares. Mas o que era simplesmente irresistível em Gilbert era sua simplicidade. Ele parecia não se importar em ser reconhecido onde quer que fosse e sempre tinha um sorriso nos lábios mesmo em seus piores dias.

Anne estava tentando aprender com ele a ver a vida sob um prisma colorido, mas ainda era muito difícil para ela deixar o seu lado triste para trás e viver o momento que desejava.

Ela era insegura e, depois do que acontecera, ficara extremamente cautelosa. Anne tinha medo de se entregar demais a um novo relacionamento e sofrer e, talvez por isso, estivesse caminhando devagar em direção a Gilbert. Ele era um homem especial e, por enquanto, ela estava feliz até onde tinha chegado com ele.

Anne deitou sua cabeça no peito de Gilbert sem tirar os olhos daquele rosto perfeito. Causava-lhe certa paz aquela intimidade calorosa. Não tivera isso com Michael e era maravilhoso tê-la com Gilbert.

De repente, um sorriso se desenhou no rosto do rapaz e ele abriu os olhos preguiçosamente e perguntou:

― Faz tempo que está me olhando assim?

― Desculpa. Eu não queria te acordar ― disse Anne, se sentindo culpada.

― Tudo bem. Estou feliz de estar aqui ― disse Gilbert, puxando-a para cima de seu corpo. ― Obrigado por ter me deixado ficar.

―Obrigada a você por ter aceitado ficar ― respondeu Anne, tocando o rosto dele suavemente.

― Bobinha. Qualquer convite seu é um imenso presente para mim ― disse Gilbert, beijando Anne na ponta do nariz.

― Gostei que você tenha passado a noite aqui. Nunca fiz isso antes. No começo, eu pensava que era normal, meu namorado não passar a noite comigo na mesma cama, mas com o tempo, eu descobri o porquê ― murmurou Anne com certa tristeza, ao pensar no quão tola fora e o tempo que perdera naquele relacionamento sem futuro.

― Pois, eu amei passar a noite com você, e essa não pode ser a última. Vou querer repeti-la muitas vezes. Isso é, se você quiser ― afirmou Gilbert, afastando uma mecha de cabelo que caiu inesperadamente sobre o rosto dela, fazendo um carinho na bochecha dela com o polegar.

Anne suspirou baixinho, encantada com aquele gesto. Eram pequenos detalhes assim, que iam ganhando o coração dela. Gilbert era um homem raro, o qual Anne pensara que não existia mais. Havia muitas coisas que queria saber sobre ele, mas o que já conhecia a deixava literalmente apaixonada.

― Obrigada pela noite de ontem. Foi especial para mim ― disse ele, com certa timidez. Queria ser mais descolada como eram suas amigas, contudo, ainda não aprendera a ter aquela autoconfiança que a faria estar deitada naquela cama, sentindo-se uma rainha, enquanto seu homem a olhava com adoração.

― Você é incrível, Anne. Eu esperei tanto para ter um momento como esse com você. Amo estar aqui em seu apartamento, curtindo esse momento de intimidade, depois da noite intensa que tivemos ― disse Gilbert, olhando-a com uma intimidade assustadora. Para seu infortúnio maior, ela sentiu suas bochechas pegando fogo e tentou escapar do olhar do rapaz, mas ele segurou seu queixo e continuou: ― Desejo apenas que acredite nas minhas palavras.

― Eu acredito. Só não me sinto tão incrível quanto você diz que sou ― replicou ela.

Era a velha insegurança gritando em seu ouvido. Até aquele momento, ela não percebera o quanto seu relacionamento com Michael tinha acabado com sua autoestima. Recuperá-la não seria fácil, porque mudar a opinião que tinha acerca de si mesma era bastante complicado.

― Você precisa olhar para si mesma e enxergar a mulher maravilhosa que é. Eu prometo que vou te ajudar com isso ― responde Gilbert, entrelaçando seus dedos nos dela.

Era um gesto comum, mas que fazia toda a diferença no mundo. De repente, encarando o olhar de Gilbert, Anne teve um lampejo de algo que não identificou, mas a sensação de já ter vivido aquilo antes a deixou por um segundo sem ar. O rapaz estranhou o silêncio dela e indagou:

― O que foi?

― Nada. Eu tive uma sensação estranha. Algo vindo do passado. Não sei explicar muito bem.

― Como uma lembrança? ― Gilbert quis saber, sentindo a ansiedade o alcançar.

― Não sei dizer. Acho que foi apenas uma besteira minha ― afirmou Gilbert, observando o rosto do rapaz exibir um certo desapontamento. ― Eu disse algo errado?

― Não, por quê? ― Gilbert perguntou de forma quase distraída, pois seu coração tinha afundado dentro dele, após as palavras de Anne.

Mais uma vez, suas esperanças tinham sido em vão. Talvez ela nunca se lembrasse e ele devia aceitar isso, pois conseguira o que parecia ser impossível: ter Anne em seus braços outra vez.

Estavam construindo uma nova história juntos e, dessa vez, era real, não dependia de lembranças ou esperanças frustradas de que Anne se lembrasse de que o amor deles, por mais fantástico que pudesse parecer, nascera quando ambos estavam inconscientes, em uma realidade paralela, sem saber que tudo que viveram estava apenas em suas mentes.

Contudo, havia uma parte dele que não deixava morrer aquele sonho. Gilbert sentia que tudo se encaixaria quando Anne conseguisse encontrar dentro de si o ponto que se perdera quando voltara do coma e se deparara com sua vida de antes.

O que acontecera entre os dois fora mágico, algo único e fantástico. Ninguém acreditaria se Gilbert contasse que se apaixonara pela alma de Anne, antes de realmente conhecê-la pessoalmente.

― Você está franzindo a testa e parece ter ficado distante ― comentou a ruivinha, sem entender o comportamento do rapaz.

― Está tudo bem, não se preocupe ― pediu Gilbert, antes de beijá-la na testa. ― Quer tomar café da manhã?

― Na verdade, quero tomar banho primeiro ― falou Anne, ainda aconchegante ao peito dele. Lá fora, a chuva continuava a cair, deixando-a com uma preguiça enorme de se levantar da cama. Ali estava tão bom, que trocaria qualquer atividade para ficar o dia todo naquela cama com Gilbert.

Enquanto Anne suspirava baixinho, sentindo o calor do corpo de Gilbert a envolver, o rapaz se sentou na cama, puxou a ruivinha para o seu colo e se levantou com ela em seus braços.

― O que você está fazendo? ― perguntou Anne, pega de surpresa pela atitude do rapaz.

― Você disse que queria tomar banho, então eu estou me certificando de que o fará comigo.

Anne o encarou, sentindo suas bochechas ficarem rosadas. Era a primeira vez que teriam aquela intimidade. Não fazia sentido sentir vergonha, uma vez que já tinham firmado juntos duas vezes. Mas tudo o que denotava algo mais íntimo a deixava um pouco desconfortável. Contudo, ela pareceu ouvir a voz de Josie ao longe, dizendo-lhe que deveria experimentar tudo o que fosse novo para ela, porque depois de tudo o que acontecera, Anne merecia viver a vida plenamente e não pela metade.

Com esse pensamento em mente, a ruivinha sorriu como resposta e Gilbert a levou até o banheiro com todo o cuidado do mundo. Quando entraram, ele a colocou no chão e perguntou:

― Você prefere a banheira ou o chuveiro?

― Amo banho de banheira, mas hoje prefiro o chuveiro ― respondeu Anne.

― Certo ― concordou Gilbert, abrindo a torneira do chuveiro e esperando que a temperatura se adequasse. A água morna caiu em uma cascata abundante e, logo, Gilbert despiu sua roupa íntima e entrou embaixo dela, fechando os olhos por um instante para curtir aquele momento de relaxamento.

Como se Anne estivesse hipnotizada, seus olhos se prenderam na figura masculina molhada e provocante à sua frente, que encantava seus olhos com toda aquela perfeição.

Anne já o tinha visto nu, obviamente, mas observá-lo daquela maneira era um privilégio que não dispensaria. Os cachinhos escuros se ondulavam de um jeito delicado ao redor da cabeça dele, que mesmo a força da água não conseguia desmanchar; seus lábios vermelhos pareciam ainda mais convidativos do que foram na noite anterior e os músculos firmes brilhavam com gotículas de água por toda parte.

A garganta de Anne secou enquanto seus olhos devoraram aquela cena sexy, despertando todos os seus sentidos mais primitivos. Aquele homem era uma obra de arte e quem dissesse o contrário, certamente era alguém incapaz de apreciar aquela beleza masculina.

Naquele momento, Gilbert abriu os olhos e a encarou, sorrindo de canto ao perceber a maneira como ela o observava e a convidou:

―Vem.

Atraída pelo olhar dele, Anne tirou a camisola e também sua calcinha. No minuto seguinte, ela segurou na mão dele e entrou embaixo do chuveiro, sentindo a água a molhar inteira. Com cuidado, Gilbert lavou os cabelos dela, passando o xampu com odor de flores da raiz até as pontas dos longos cabelos, fazendo uma massagem suave no couro cabeludo de Anne, que a fez fechar os olhos e suspirar.

― Está bom assim? ― murmurou Gilbert, deixando que o aroma do xampu que sempre sentia nela encantasse seus sentidos.

― Sim ― disse Anne baixinho, não desejando quebrar aquele momento delicioso e mantendo os olhos fechados.

Gilbert a ajudou a enxaguá-lo e depois, ele pegou a esponja de banho e o sabonete líquido que Anne usava diariamente, a fez virar de costas e começou a ensaboar os ombros dela bem devagar. Logo, o rapaz tinha alcançado as costas da ruivinha, descendo bem devagar até chegar à lombar, uma das partes dela mais sensível.

Durante todo aquele processo, Anne suspirou várias vezes, tentando controlar as reações de seu corpo, que ia pouco a pouco sucumbindo ao toque de Gilbert. Ele sabia exatamente o que estava fazendo e para ela, uma garota que não estava acostumada àquele tipo de carinho, era difícil resistir ou mesmo raciocinar.

Anne se virou no exato momento em que Gilbert desceu as mãos um pouco mais. Ele sorriu, ao observar os olhos azuis dela brilhando como joias faiscando ao sol.

Eles não precisam falar, pois se entendiam com o olhar. Cada gesto era como se tivessem ensaiado antes, pois a sincronia entre eles era perfeita. Anne enlaçou Gilbert pelo pescoço, encarando aquele rosto que, muitas vezes, trazia-lhe paz, mas também a deixava confusa quando fazia seu coração bater três vezes mais rápido. Havia algo ali que a deixava com a sensação de que o rapaz a conhecia mais do que ela mesma.

―Você é linda ― declarou Gilbert, enxergando além da aparência física dela. Sempre se surpreendia com o fato de que aquela garota não era apenas bonita fisicamente. A aura que havia em volta dela o atraía mais do que qualquer coisa que ele já houvesse desejado antes. Talvez o fato de tê-la conhecido em um sonho tão revelador tivesse despertado sua atenção para um tipo de beleza invisível aos olhos.

― Você também ― rebateu Anne, que também enxergava no rapaz sua alma gentil, preocupada e zelosa. Gilbert Blythe era um homem admirável em toda sua plenitude.

Sem tirar os olhos dela, Gilbert passou a esponja com o sabonete líquido pelos ombros de Anne, colo e, quando chegou nos seios, massageou cada um com uma lentidão, que fez o corpo da ruivinha responder prontamente àquela provocação.

Não sabia que um simples banho no chuveiro pudesse lhe trazer tantas sensações. Gilbert sabia explorar o corpo dela como ninguém e, pela primeira vez em muito tempo, Anne se sentia bem com sua feminilidade. Antes, a ruivinha pensava que tinha algo errado com ela por não ser tão intensa com Michael em seus momentos íntimos. Mas com Gilbert, estava aprendendo que isso dependia da pessoa que estava com ela e não de sua capacidade de sentir algo.

Ele a estava ajudando a romper mais uma barreira, e Anne se sentia feliz por descobrir que precisava apenas relaxar e se deixar levar pelas mãos experientes e gentis de seu namorado incrível.

Anne enlaçou o pescoço de Gilbert com os braços, observando-o colocar a esponja de lado e segurar em sua cintura, deixando os corpos de ambos perigosamente próximos. Ela deu um passo à frente, permitindo que seu corpo se colasse no dele, completando o ato com um beijo arrebatador.

O toque pele a pele embaixo da água que caía sobre eles parecia excitante demais para ignorar. Por isso, Gilbert a puxou para si, de modo que Anne pudesse sentir cada músculo seu, não deixando nenhum espaço que pudesse mantê-la longe dele.

Gilbert queria senti-la da cabeça aos pés, tirar dela toda aquela essência que o deixava maluco. Ele precisava tê-la por inteiro, pois somente assim seu coração se sentiria satisfeito.

As mãos dele passearam pelas costas nuas da ruivinha, enquanto os lábios dele migraram para o pescoço sensível dela, mordiscando de leve lugares estratégicos, deixando-a cada vez mais excitada.

Para aliviar a pulsação que sentia em seu baixo ventre, Anne enterrou as mãos nos músculos fortes do rapaz. Contudo, ela quase não conseguiu manter seus pés no chão quando ele a fez se inclinar para tocar os seios dela com a língua. Foi impossível para Anne reprimir um gemido, enquanto Gilbert fazia com seu corpo o que desejava. Ele era delicado, mas nem por isso o impacto que sentia por dentro era menor. Anne sentia cada célula sua inflamada pelo toque dele, pelos beijos e pela forma como conduzia todo o ato, preocupando-se exclusivamente com ela.

Ele a fez curvar a espinha mais um pouco, para que ele pudesse descer pelo abdômen até ficar de joelhos na frente dela. Porém, antes de continuar com o que tinha em mente, o rapaz olhou para cima à espera de uma confirmação.

Anne o amou mais por isso, porque nunca tivera aquele tipo de experiência tão íntima, mas estava disposta a descobrir com ele. Ela deu sua permissão, balançando a cabeça, sentindo as mãos dele em sua parte mais sensível. Gilbert a tocou ali por alguns segundos, até que sua língua alcançou a carne rosada e quente, movimentando-a de modo que pudesse dar a Anne todo o prazer que ela merecia.

A ruivinha tentou se conter, mas seu corpo, em um movimento de vaivém, parecia ter vontade própria. Ela não se reprimiu, apenas se deixou sentir, porque o frenesi quente que se avolumava em seu interior estava a ponto de explodir. Então, tudo aconteceu repentinamente, arrastando-a para um vendaval de emoções desordenadas. Anne se agarrou a Gilbert, tentando encontrar um ponto de apoio até que tudo se acalmou, trazendo-lhe uma paz incrível.

Gilbert se levantou de onde estava e abraçou o corpo ainda letárgico da ruivinha, compartilhando aquele silêncio bom e prazeroso. Ela levantou a cabeça para encará-lo e o rapaz perguntou:

― Está tudo bem?

― Sim, mas e você?

― Eu estou bem. Não se preocupe ― respondeu Gilbert, acariciando o rosto dela. ― Eu queria que esse momento fosse só seu e consegui.

― Não me parece muito justo somente eu ter esse momento. ― Anne desceu da pia, afastando os cachinhos molhados da testa do rapaz.

― Eu quis que fosse assim. Você não sabe como estava linda, tão entregue a mim. Somente essa visão foi capaz de me dar um prazer que nunca imaginei ser possível. Adoro tocar você e vê-la desabrochar como uma rosa. Você fica radiante e maravilhosa.

Anne quis responder àquela declaração, mas espontaneidade ainda era um problema para ela.

Depois de tanto tempo reprimindo sentimentos, não conseguir falar sobre eles já era um hábito que não conseguia mudar.

― Que tal terminarmos nosso banho? Depois, vou te preparar o melhor café da manhã que já comeu. ― Gilbert a puxou para debaixo do chuveiro e Anne apenas sorriu ao constatar que Gilbert sempre sabia do que ela precisava.

Meia hora depois, vestida com um roupão branco, Anne estava sentada à mesa, olhando para Gilbert em expectativa pelo café que o rapaz estava preparando. Ele se aproximou dela com uma omelete já pronta no prato e falou:

― Espero que goste. É uma receita que meu pai me ensinou.

― Estou faminta ― respondeu Anne, sentindo o aroma da comida chegar às suas narinas e fazendo seu estômago roncar.

Ela colocou a primeira garfada na boca, mastigando com expressivo prazer, enquanto Gilbert a observava, esperando pela opinião dela.

― Está maravilhoso. Você sempre me surpreende de forma positiva. Que sorte a minha ter te encontrado ― confessou a ruivinha, olhando para o rapaz de um jeito que fazia o coração de Gilbert imensamente feliz. Se ela se lembrasse de tudo o que tinham vivido, ela saberia que o encontro dos dois não fora casual e sim programado pelo universo.

Nunca a ideia de contar tudo a ela lhe pareceu tão atraente e o rapaz decidiu que o faria. Se Anne realmente nunca conseguisse se lembrar de nada, Gilbert teria o consolo de poder partilhar com ela cada detalhe do que ela desejasse saber.

Mas não seria naquele momento em que o clima entre eles estava bom demais. Ele planejava algo bem romântico e depois faria a grande revelação.

― Você está com aquele olhar de novo ― afirmou ela, trazendo Gilbert à realidade.

― Que olhar? ― perguntou ele, sem entender.

― Aquele que te leva para longe de mim ― respondeu Anne, segurando na mão dele.

― Desculpe-me. Sua beleza me distraiu.

― Sempre galanteador. ― Ela deu mais uma garfada na omelete, antes de perguntar:

― O que quer fazer depois do café da manhã?

― Infelizmente, terei que ir até a agência.

― Em um domingo? ― Ela franziu a testa ao pensar que perderia a companhia dele tão cedo.

― Estamos trabalhando na campanha nova e, infelizmente, tenho que sacrificar alguns fins de semana. Mas que tal eu te pegar hoje à noite? Podemos fazer alguma coisa interessante ― sugeriu ele.

― Está bem, mas eu queria passar o dia com você ― declarou Anne, com a voz entristecida.

― Hoje à noite, vou compensar isso ― afirmou Gilbert, beijando a mão dela carinhosamente. ― Agora, quero que experimente essas panquecas que fiz.

Anne sorriu, deixando-se mimar pelo namorado que, até aquele momento, estava se comportando como o homem perfeito.

Já estavam no meio da manhã, quando Gilbert foi embora. O rapaz tinha adiado até o último minuto a hora de sua partida, e só deixou Anne depois de prometer mil vezes que viria buscá-la à noite.

Sem muito o que fazer, Anne decidiu visitar Matthew e Marilla. Estava com saudades dos tios, por isso chamou um táxi para levá-la até lá. Ela ainda não tinha comprado um carro novo, pois o dela tinha dado perda total no acidente. Entretanto, estava adiando a compra, porque não se sentia confiante no volante depois de tudo o que havia lhe acontecido.

Mas ela sabia que em breve teria que fazer isso, pois dali a um mês estaria retornando ao trabalho e não poderia depender de transporte público diariamente, já que a empresa na qual Anne trabalhava ficava bem distante do centro.

Ela chegou na casa dos tios quarenta e cinco minutos depois. E logo que entrou, a ruivinha estranhou o silêncio. Indo em direção à cozinha, Anne ouviu a voz de Marilla em um dos quartos e quando caminhou até lá, viu Matthew deitado na cama e coberto até o pescoço.

― Qual é o problema? ― perguntou Anne, preocupada ao ver aquela cena.

― Oi, querida. Não sabia que vinha. ― Marilla falou, deixando um beijo no rosto de Anne e, em seguida, continuou. ― O problema é seu tio teimoso, que pegou uma gripe e está ardendo em febre. Quero levá-lo ao hospital, mas ele não quer.

― Também acho uma boa ideia, Matthew. Não podemos brincar com a saúde. ― Anne concordou, dirigindo-se ao tio.

― Mas eu estou bem. ― Matthew insistiu, começando a tossir compulsivamente logo em seguida.

― Vamos para o hospital agora ― declarou Anne, procurando pelo celular na bolsa. Sua intenção era chamar um táxi de novo para levar seu tio ao hospital mais próximo, mas a campainha tocou e ela foi atendê-la.

Quando abriu a porta, seu peito se encheu de ira ao ver Michael ali. Aquele era o momento mais impróprio para o rapaz aparecer ali, pois ela estava sem tempo e paciência para ele.

― O que você quer? Achei que já tinha dito que não quero mais vê-lo ― esclareceu Anne.

― Nós precisamos conversar, Anne. Peço apenas cinco minutos do seu tempo.

― Não posso. Meu tio está doente e vou levá-lo ao hospital.

― Deixa que eu levo. Estou de carro. ― Michael ofereceu.

― Não precisa. Vamos de táxi. ― Anne declinou a oferta e estava pronta para dispensar Michael, quando Marilla disse atrás dela:

― Anne, acho que seria uma boa ideia aceitar a oferta de Michael. Seu tio não está nada bem e quanto antes chegarmos no hospital, mais rápido ele será atendido.

― Está bem. Vamos então. ― Anne aceitou a contragosto.

Com a ajuda de Michael, eles colocaram Matthew no carro e foram para o hospital quase imediatamente.

Naquele mesmo dia, Gilbert terminou seu trabalho na agência, almoçou em um restaurante local e depois, foi para casa para preparar tudo para o encontro com Anne. Ele pensou em levá-la para a praia perto do apartamento dela e fazer um piquenique noturno.

O rapaz pensava que aquele era o cenário perfeito para fazer a revelação que desejava, por lembrar o Havaí e por já ser um lugar especial para os dois. Assim, Gilbert providenciou tudo e foi para o apartamento de Anne no horário previamente combinado naquela manhã.

Enquanto isso, a ruivinha estava dentro do carro de Michael, indo para o seu apartamento. Ela acabara de deixar Marilla e Matthew em casa depois de o tio de Anne passar por consulta e ser medicado e, por pedido de Marilla, ela aceitou a carona oferecida pelo rapaz, pois a tia lhe dissera que ficaria mais tranquila sabendo que a ruivinha chegaria em casa em segurança.

Quando o rapaz parou o carro na frente do edifício onde seu apartamento se localizava, Anne abriu o cinto de segurança, pronta para sair dali. Mas Michael a impediu, segurando em seu pulso e perguntando:

― Será que podemos conversar?

― Não temos nada para conversar. ― Anne negou.

― Por favor, Anne. Sei que agi errado com você. Eu quero me desculpar e recomeçar de onde paramos ― pediu o rapaz.

― Não há recomeços para nós. Quero apenas que me deixe em paz. ― Anne se libertou do rapaz e saiu do carro, entrando apressadamente no prédio, sem agradecê-lo pela carona.

Do outro lado da rua, Gilbert tinha visto tudo, mas tinha saído dali antes de ver Anne dispensar Michael. Com os olhos marejados e dirigindo de volta para o seu apartamento, o fotógrafo não sabia o que fazer com seu coração partido.

Olá, epsero que gostem e me deixem sua opinião. Beijos e obrigada.

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