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Capítulo 13



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Complexo dos Vingadores, Nova York

ALGUNS DIAS DEPOIS DE STEVE E O RESTANTE DOS VINGADORES  terem voltado de Lagos, o Secretário de Defesa Ross visitou o complexo acompanhado de Tony. Quando Ross solicitou uma reunião, todos ficaram tensos. Sabiam que não era algo bom ele ir pessoalmente de encontro com a equipe.

Tony o acompanhou, ele estava extremamente calado e a expressão era de uma ansiedade silenciosa. Nisso era diferente do pai que quando mais jovem não conseguia se manter quieto diante de uma situação tensa.

Natasha, Steve, Sam e Wanda entraram na sala. Violet continuava sentada na poltrona do lado de fora.

Tony passou por ela sem dizer nada e antes de fechar a porta de vidro Ross disse a ela:

— Essa reunião é só para os Vingadores.

Ela exibiu um sorriso venenoso em resposta.

Não falou com Steve quando ele passou por ela. Nos últimos dias eles estavam distantes, respeitando o espaço um do outro. Não estavam sem se falar por mágoa, mas sim porque simplesmente nada precisava ser dito desde a última conversa.

Estava acabado. E se dariam um tempo até conseguirem estar próximos novamente.

Ross fechou a porta de vidro que não dava privacidade alguma. Pelas divisórias transparentes, Violet pode ver Steve questionar porque ela não podia entrar. Tony nada disse.

Ela sabia que não era oficialmente parte dos Vingadores e não estava esperando que fosse participar da reunião, entendia que Ross apenas reforçou o fato porque era um idiota. Portanto permaneceu na poltrona da outra sala.

Violet de certa forma ainda sentia que gostaria de fazer parte, participar e poder ter voz ativa nos assuntos deles. Era impossível não se sentir conectada de alguma forma depois do tempo que convivia com eles. Eles a ajudaram e ela teve um crescimento pessoal. Mas ao mesmo tempo sentia que não merecia.

— Ghost. — Ela murmurou pra si mesma lembrando do passado, suas mãos estavam manchadas de sangue.

Sangue não era fácil de limpar, mesmo metaforicamente falando. Mas ela tinha planos de poder continuar trabalhando à serviço da sociedade, encontrar algo no que investir e não deixar que as ações do passado a engolissem e anulassem quem ela poderia ser. Claro que em teoria era ótimo, mas não tão simples na prática.

Depois de alguns minutos, o Secretário Ross saiu da sala e deixou o complexo dos Vingadores. Violet não se preocupou em se despedir adequadamente, ela estava na sala de estar do segundo andar onde era ligada à cozinha aberta.

Ela estava acomodada em uma poltrona com um notebook revisando alguns pequenos projetos da empresa que Tony deixara passar por sua análise. Sam e Natasha se sentaram no sofá, Steve se acomodou na poltrona à sua frente. Rhodes ficou em pé no meio da sala e Tony foi até a bancada para se servir do café.

— Esse Acordo é errado de muitas maneiras. — Disse Sam, claramente dando continuidade ao que foi debatido na sala anteriormente.

Violet notou que Wanda não estava na sala com eles, provavelmente foi decidido que ela não participaria da discussão. Então ela deduziu que por "não ser uma vingadora" não deveria estar participando. Ela tirou o notebook do colo e se levantou.

— Violet, eu gostaria que você participasse da discussão. — Steve disse ao perceber que ela sairia da sala, era a primeira vez que ele lhe diria a palavra em dias. A voz soou cansada, mas ainda de forma carinhosa. Os  olhos dele se desviaram do rosto dela pra encarar a pilha de papéis que era o Acordo de Sokóvia em suas mãos.

— O governo está exigindo que os Vingadores respondam ao comitê de segurança das Nações Unidas. — Natasha explicou para ela. — Só poderíamos agir quando convocados e seguindo as ordens de outros superiores.

— O que eu acredito que seria o mais indicado, precisamos fazer as coisas com ordem e evitar que outros acidentes aconteçam. — Rhodes declarou. A segurança em seu tom deixava claro que já havia decidido.

— Se não assinarem, estariam fora dos Vingadores? — Violet questionou. Sam afirmou com um aceno de cabeça.

— No seu caso, Violet, a questão é mais complicada. — Rhodes comentou e Vi direcionou o seu olhar para ele. — Vão precisar investigar o que fez durante o seu tempo na Hydra, possivelmente algum tipo de julgamento para concluir se está apta ou não a prestar serviço como uma Vingadora.

As mãos de Violet apertaram o notebook, mas ela continuou em silêncio.

— Eu discordo disso, Violet tem cooperado desde que a encontramos e sabemos que ela não serviu a Hydra por vontade própria. — Rebateu Sam.

— Mas tecnicamente ainda é uma criminosa para o governo, a conta dela está no vermelho. — Natasha destacou, porque ela própria ela lembrada de sua época como espiã. — Se ela assinar o Acordo de Sokóvia, podem considerar que ela realmente está disposta a servir o país de forma adequada agora.

— Vamos deixar que nos digam se somos ou não Vingadores? — Steve questionou. — Vamos deixar que decidam por nós? Não vamos poder agir quando julgarmos necessário, a menos que eles nos controlem como controlam todo o resto.

— Não podemos achar que podemos fazer tudo sozinhos. Isso é arrogância, Capitão. — Rhodes suspirou com uma certa frustração.

Tony bateu com a mão na bancada da mesa e acionou seu tablet que abriu uma foto, exibiu a imagem como um holograma no meio da sala interrompendo a fala de todos. A imagem era de um jovem garoto sorrindo, tinha o cabelo curto, a pele negra sob o sol e imediatamente fez Violet lembrar da mulher que interceptou Tony outro dia.
Era o filho daquela mulher.

— Ah, desculpem interromper. — Tony disse num tom fingido de surpresa. — Mas caso se interessem, esse é Charlie Spencer.

O restante olhou para a imagem do garoto sem entender do que Tony estava falando.

— Charlie havia acabado de se formar em engenharia, ele poderia ter feito uma pós graduação ou começado a trabalhar em uma grande empresa. — Tony falava enquanto enchia sua xícara com café. — Mas ele decidiu passar o verão em Sokóvia construindo casas para pessoas carentes.

A tensão era quase palpável entre eles agora. Os ombros de Steve pesaram.

— Acredito que Charlie teria um futuro brilhante. — Continuou Tony sem conseguir olhar para os outros. — Mas agora nunca vamos saber, porque jogamos um prédio em cima dele enquanto estávamos sendo legais salvando o mundo.

Violet entendeu porque ele estava tão calado desde o principio. Tony estava carregando aquela culpa desde que a mãe de Charlie o acusara de matar o filho.

— Claramente deixamos vítimas por onde passamos. — Tony se aproximou do grupo na sala. Colocou as duas mãos nos bolsos da calça. — Precisamos de um controle.

Após um breve silêncio, Natasha falou:
— Eu concordo com ele.

Steve balançou a cabeça de forma negativa, Tony ficou surpreso por ele e a russa concordarem em algo. Visão continuava com um olhar reflexivo e Violet só percebeu que ele estava ali naquele momento. Ele era tão quieto e silencioso que ela frequentemente esquecia que ele estava sempre observando.

Tony falava e o restante discutia, Steve tirou o celular do bolso e olhou para a tela do aparelho. A expressão dele se fechou de maneira abrupta, ele já estava sério antes, mas o assombro que passou pelo seu rosto era diferente.

— Eu preciso ir. — Ele disse simplesmente. Se levantou sem olhar para os outros, mas olhou para Violet no momento em que passou por ela e saiu pela porta.

Violet imediatamente soube. O olhar de Stevie era um olhar de perda e isso só podia significar que Peggy Carter havia partido.

Os Vingadores trocaram olhares silenciosamente questionando o motivo de Steve. Violet não conseguia falar, parecia que havia algo em sua garganta. Lembrou de Peggy no exército, no laboratório, nas festas em que iam e como elas eram a companhia uma da outra em meio a um ambiente repressor para mulheres.

Por um tempo elas amaram o mesmo homem, mas isso nunca foi motivo para se odiarem. Nem deveriam, mulheres lutam juntas. Elas tinham sonhos e ideais que compartilhavam, mesmo quando Violet se foi Peggy ficou e fundou a SHIELD como elas haviam planejado fazer. Ela foi forte e lutou pelo que acreditava até o final e isso era uma grande perda para o mundo.

— Violet? — Tony perguntou chamando sua atenção.

Ela sentiu a mão direita tremer, mas respirou fundo e se desculpou.

— Não se preocupem, eu vou atrás do Steve. — Ela respondeu ao se levantar e saiu pela porta a fechando atrás de si. Passou pelo corredor do primeiro andar e desceu as escadas, encontrou Steve encostado de costas no corrimão com uma das mãos cobrindo o rosto evitando que suas lágrimas ficassem à vista.

Vi desceu os degraus e ele sabia que ela estava ali, mas não ergueu o rosto no primeiro momento, um capitão raramente compartilhava seus momentos de vulnerabilidade. Ela o tocou no braço e quando ele olhou para o rosto dela, viu que os olhos de Violet refletiam as lágrimas dele. E ela o abraçou, porque se tivessem que chorar com alguém eles chorariam juntos. Aquilo fez Steve sentir que não estava sozinho e ele amava Violet por lhe proporcionar aquilo.

Ela o apertou em seus braços com toda a bravura e proteção que ela podia oferecer e Steve se deixou chorar por mais uma perda, talvez a mais significativa de todas.

Depois nos momentos que seguiram após a notícia, eles nada conversaram. Não por causa da conversa sobre a relação dos dois que tiveram antes, mas só pelo simples fato de que eles estavam cheios de sentimentos e o silêncio compartilhado era de tristeza, mas também havia um conforto na companhia um do outro.


Londres

Violet cuidou de tudo, Steve estava perdido e não conseguia reunir energias pra planejar coisas simples. Ele normalmente se sentiria envergonhado por estar tão aéreo, mas precisava se permitir um momento de fraqueza. Ela preparou a viagem, a roupa e até mesmo mandou uma mensagem para os outros Vingadores. Sam e Natasha combinaram de encontrá-los em Londres, já que Violet e Steve partiram primeiro.

Durante a viagem até Londres para o funeral, Violet caminhou ao seu lado, arrumou seu paletó e até mesmo fez o nó de sua gravata.

Enquanto ela trabalhava com o tecido da gravata e ajustava o colarinho, Steve segurou a mão dela de forma gentil.

— Não precisa fazer isso, ainda mais depois de...

— Steve. — Violet interrompeu. — Eu sei, mas eu quero fazer e você não precisa se preocupar. E não precisamos retomar nenhuma conversa anterior, o principal não mudou. Ainda cuidamos um do outro. Faço isso por você, mas por mim e pela Peggy também.

Ela dobrou o colarinho dele e deixou que as mãos escorregassem pelos braços de Rogers.

— Eu também a amava. — Ela disse em um sussurro controlando os sentimentos. — E você precisa se deixar ser cuidado. Nem sempre dá pra resolver tudo com um escudo de vibranium.

Steve a abraçou e deixou que naquele momento ela fosse o seu escudo. Foram juntos até o funeral em uma grande igreja anglicana, Peggy teria adorado a beleza do local e ficaria muito satisfeita em estar de volta ao lugar em que nasceu.

Era muito bonito, uma despedida digna que partia o coração de Steve.
Ele carregou o caixão pelo longo salão juntamente com outros familiares e amigos próximos de Peggy, com as lágrimas acumuladas nos olhos ele caminhou com toda honra e bravura que sua garota merecia e também com toda gentileza e ternura que teria usado naquela dança dos dois que nunca aconteceu.

Ele se sentou entre Violet e Sam. Sam tocou no seu ombro e eles escutaram a cerimônia juntos. Sua mente oscilava entre as lembranças de Peggy Carter e pensamentos sobre os Vingadores assinando o Acordo de Sokóvia.

Não parecia certo, há muito tempo que ele não confiava no governo. Vestia a bandeira de sua pátria somente pelo povo, nunca somente pelos seus líderes. Confiava nos Vingadores, mas confiar nos líderes dessa mundo era um risco que ele não queria correr.

Em funerais um membro da família fazia um discurso e se despedia, geralmente até mais de um membro. Muitos tinham o que dizer e agradecer à Margareth Carter e uma dessa pessoas foi Sharon. Sam imediatamente cutucou Steve no ombro, quando ele direcionou os olhos para a frente viu a agente loira que se disfarçou como sua vizinha enquanto o vigiava.

Primeiramente ele ficou surpreso por não ter percebido, depois ficou com vergonha por quase ter chamado a sobrinha de Peggy para sair.

— Tia Peggy dizia que quando você faz o que é certo e o resto do mundo diz o contrário, é seu dever não se mover e dizer ao resto mova-se você. — Sharon disse durante o discurso.

Steve captou aquela frase, soava exatamente como os conselhos da velha amiga. Ele olhou para o seu lado direito e observou Violet discretamente enxugar as lágrimas com um lenço. A Lady de Aço também tinha seus momentos de vulnerabilidade, mas nunca deixou de defender o que acreditava. Steve percebeu que não sabia qual seria a decisão dela sobre o Acordo de Sokóvia e por um instante temeu que isso fosse se torna mais uma barreira. 

Violet e Tony estavam muito mais próximos, realmente como uma família. Steve sabia que os dois precisavam disso, os Starks geralmente eram solitários.

A mão de Steve agiu antes que ele pensasse -o que era raro de acontecer, tocou a mão de Violet ao seu lado e entrelaçou os dedos dela com os seus. Ao seu lado ela chorou silenciosamente. Uma lembrança atingiu Rogers com força, de todas as perdas que ele podia lembrar sua mente o levou a 1944 quando o acampamento estava em cinzas e Steve viu lágrimas nos olhos de outro amigo.

Bucky não disse nada, apenas mostrou a dog tag que apertou na palma da mão. O nome Violet Stark estava no metal, a única coisa que restou da Miss Stark. Nada do corpo, dos arquivos de pesquisa, nada. Quando um integrante sumia e só encontravam a dog tag isso significava que o integrante era considerado morto.

Rogers por um instante se perguntou se seria possível que Bucky lembrasse daquilo e como reagiria se um dia reencontrasse Violet.

Steve nunca tinha reparado em como Bucky e Violet eram próximos até ele ficar transtornado com o desaparecimento dela. Claro que os três sempre estavam juntos, mas Steve nunca tinha imaginado que eles tinham uma amizade entre eles, algo como ele e Violet tinham. Quando estavam perto um do outro, Bucky e Violet eram cheios de uma jovem implicância.

O que o preocupava no momento era que o Acordo de Sokóvia parecia estar marcando uma divisão dos Vingadores e Steve estava tão cansado de perder os seus amigos.

Ao fim da cerimônia todos se levantaram e começaram a ir embora. Alguns cumprimentavam outros, comentavam sobre Peggy e expressavam os pêsames. Em algum momento, quando a igreja estava vazia, Natasha chegou e se aproximou de Steve.

Violet estava do outro lado do local com Sam, eles conversavam em um tom baixo. Vi estava séria, mas às vezes Sam conseguia arrancar um sorriso dela.

— Meus pêsames, Steve. — Nat disse para ele e parou ao seu lado. — Esse mês tem sido inacreditável.

Ela se referia ao acidente a Lagos, ao Acordo e talvez a ele e Violet também.

— Você vai assinar o Acordo? — Ele perguntou e a olhou nos olhos.

— Eu quero fazer o que é certo. — Nat disse um suspiro. — Não quero que separe a gente, a nossa equipe. Se quiser, pode pegar o voo para Veneza comigo.

A conferência para a aprovação do Acordo ocorreria em Veneza na sede da ONU. Steve estava certo de que não deveria seguir ideias tão instáveis.

— Obrigado, Nat. — Ele disse por fim. — Mas eu não vou.

— Eu sei. — Ela disse e o tocou no braço de forma carinhosa. — Eu vim para te ver. Não queria que ficasse sozinho.

Às vezes algumas palavras de Nat valiam mais do que um milhão de abraços. Eles se despediram e ela saiu da igreja para chegar a tempo no aeroporto.

O telefone de Violet tocou fazendo o som ecoar pela igreja vazia. Ela olhou na tela do aparelho e se surpreendeu ao ver que a chamada era de Tony.

— Oi, Tony. — Ela atendeu. Sam caminhou até Steve enquanto ela falava ao telefone.

— Oi. — Ele respondeu. — Meus sentimentos, Violet.

— Obrigada.

— Como você está?

— Bem na medida do possível. — Ela suspirou e olhou ao redor. — Foi um funeral muito bonito.

— Escuta, Violet. — Tony ainda mantinha um tom suave, como se estivesse sendo cuidadoso ao falar com ela naquele momento. — Eu sei que não é a melhor hora, mas eu gostaria de saber seus pensamentos a respeito do Acordo...

— Não vou conseguir ir na conferência em Veneza. Preciso de um tempo. — Ela começou e Tony deixou que ela continuasse. — Eu tenho pensado a respeito, eu gostaria de limpar a minha ficha por assim dizer. Mas sinceramente, não sei se me submeter a esses ideais é um bom caminho.

— Eu entendo. — Ele respondeu e suspirou. — Eu gostaria que fosse mais fácil, estou tentando fazer a coisa certa.

— Eu sei que está, Tony. — Violet sabia que a mente dele não tinha descanso desde que encontrara a mãe de Charlie Spencer.

Os dois ficaram em um silêncio compreensivo por um instante.

— Ok, me chama se precisar. — Ele disse por fim. — E com isso quero dizer "não me chame".

E desligou.

Violet se sentiu um pouco mais leve depois de falar com ele. Olhou para Steve e Sam que trocavam sorrisos provavelmente devido a algum comentário engraçado de Sam.

Aquele leveza era algo tão raro em sua vida. Fazia Violet se perguntar como poderia mantê-la. Ela devia começar a organizar sua vida, seu trabalho e conquistar seu lugar. Mas acima de tudo, se redimir. O Acordo de Sokóvia era a primeira oportunidade que tinha de tentar começar a ter um reconhecimento e quem sabe contar sua história.

Estava na hora do governo saber que a Miss Stark não estava mais desaparecida. E Violet precisava calar a culpa que Ghost vivia sussurrando dentro de si.

Ela olhou para o aparelho em sua mão e discou o número de Nat.

— Oi, Stark.

— Você já saiu?

— Não... — Nat respondeu. — Vou entrar no jato agora.

— Espere por mim. — Violet disse e desligou caminhou até Steve e Sam e os dois se viraram para ela.

Steve soube no instante em que viu o olhar dela.

— Estou indo para Viena. — Ela confirmou.

Steve balançou a cabeça de modo afirmativo. Sam fez uma cara de desanimo como se quisesse convencê-la do contrário, mas ainda assim deu um soco leve no braço dela de forma amigável.

— Tentem não morrer sem mim. -Ela disse ao colocar o sobretudo e caminhar rapidamente para saída. 

Uma parte de Steve sempre morria um pouco quando a via partir.


***


A manhã passou lentamente após o funeral. Tanta coisa acontecendo em pouco tempo que Steve não teve vontade de acompanhar Sam no almoço. Ele comeu no restaurante do hotel e Steve só o acompanhou no meio da tarde para comer algo.

Eles foram no café da esquina em frente ao hotel, pegariam o voo no final do dia e estariam em Nova York o mais rápido possível. Geralmente usavam algum jato que era bem mais rápido, mas não poderiam usar alguns recursos enquanto não assinassem o Acordo.

— Sam, sobre o Acordo... — Começou Steve olhando para o copo de café que ele mal havia tocado.

— Estou com você, Capitão. -Sam concluiu de imediato. — Não que seja uma questão de favoritismo...
Steve riu levemente.

— ... Mas concordo com o que você disse. Não confio no governo para isso. — Sam completou. — Entretanto, eu entendo a decisão de Violet e Natasha. O histórico delas não é bom aos olhos dessa politicagem toda, elas precisam fazer o que for necessário para não se tornarem os novos alvos do governo.

Steve concordava, mas ao mesmo tempo temia que o governo quisesse ter controle sobre eles porque já eram os alvos. Não esperava viver o bastante para ver o país que defendeu por toda a vida se virar contra ele.

— Rogers. — Sam chamou. E quando Steve o olhou, Sam inclinou a cabeça na direção da televisão que tinha na parede da cafeteria. Era uma notícia urgente, as imagens mostravam uma explosão em um local em Viena.

Steve se inclinou sobre a mesa para ver a reportagem.

"Uma grande explosão na sede das Nações Unidas aconteceu durante a conferência do Acordo de Sokóvia. O Rei de Wakanda T'Chaka morreu na explosão. Aguardamos notícias sobre o número de mortos e feridos. Acredita-se que foi um atentado terrorista, as câmeras de segurança registraram James Buchanan Barnes no local. Ele é suspeito e está sendo procurado pela polícia federal..."

Steve olhou para a imagem do que seria Bucky saindo de um estacionamento, ele olhou para Sam que já pegava o celular e discava um número.

Os dois se levantaram  para sair do café e agir rápido.

— Nat, o que aconteceu? — Sam perguntou ao telefone.

Steve deixou que Sam conversasse com ela e atravessaram a rua voltando para o hotel.

— Nat disse que estão achando que Bucky é o autor da explosão. Ela pediu para que a gente deixasse que encontrassem ele. — Sam explicou.

Um pedido que não seria considerado por Steve.

— Levaram Violet sob custódia para Washington. — Sam acrescentou enquanto atravessavam o lobby do hotel. -Ela será interrogada, acreditam que ela algum tipo de ligação com o ocorrido.

Steve sentiu vontade de praguejar. Precisava de Violet para encontrar Bucky antes dos agentes federais. Seguiram em direção ao elevador e encontraram Sharon Carter saindo de lá. Ela olhou para os dois, segurava o telefone na mão direita.

— Acabei de ser chamada, estão atrás do Barnes. — Ela murmurou. — Me encontrem no saguão em alguns minutos.


Bucharest, Romania

A Agente 13 passou as informações que tinha sobre o paradeiro de Bucky Barnes. Steve imediatamente seguiu para o último lugar onde ele tinha sido visto: um bairro simples no subúrbio da capital romena.

Ele estava numa corrida com os agentes federais que buscavam por Bucky, precisava encontrá-lo primeiro. Sam estava lhe dando cobertura e realizando o mapeamento da área e Steve com o uniforme de Capitão entrou no prédio onde aparentemente seria o esconderijo de Bucky.

Ele subiu as escadas rapidamente e em silêncio. Destrancou a porta e cuidadosamente entrou. Olhou para o pequeno apartamento pouco mobiliado. Havia apenas uma mesa pequena, uma geladeira e uma pia. Havia um pedaço de pano que estava sendo utilizado como cortina. Era pouco iluminado.

Steve caminhou até a pequena bancada da cozinha, havia um papel colado na geladeira e ele percebeu que era uma lista de compras:

Amoras.
Ameixas.
Leite.
Peixe.
Chá branco e verde
.

Havia pouca louça, mas estava limpa sobre a pia. O pequeno apartamento dizia muita coisa, Bucky estava tentando passar desapercebido, mas também estava tentando viver. Rogers notou que todos os alimentos na lista eram indicados para auxiliar na memória. Então, acima de tudo, Bucky estava tentando se lembrar.

Steve olhou na bancada onde havia um pequeno bloco de anotações. Ele o pegou e abriu, encontrou algumas páginas com marcações de datas e frases rápidas:

"1991, Sibéria".

Steve folheou mais algumas páginas e uma outra chamou sua atenção:

"1974, primeiro lapso. Stark, Ghost. Já se perguntou o por quê?"

Parecia que Bucky estava guardando o que conseguia lembrar, ou anotando o quê não conseguia lembrar por completo. Steve sentiu algo ao seu redor mudar, lentamente se virou para trás e o viu.

Finalmente o viu.

Bucky estava com o comprimento do cabelo abaixo das orelhas, um boné cinza e uma jaqueta de moletom cinza que escondia o braço de metal. Usava um par de luvas pretas e os olhos azuis pareciam mais conscientes do que quando Steve o viu na última vez.

-Você sabe quem eu sou? -Steve perguntou. O olhar de Bucky alternou entre o seu rosto e o bloco de anotações que segurava.

O bloco era importante para Bucky.

Um gato preto pequeno miou e subiu na pia. Steve colou o bloco sobre a bancada.

— Você é o Steve. — Bucky respondeu. — Eu li sobre você no museu.

Ele estava sendo cauteloso, não ia revelar agora o que lembrava. Steve por sua vez estava pisando em ovos também e tinha pouco tempo.

— Sobre Viena...

— Não fui eu. — Bucky respondeu firmemente e era só disso que Rogers precisava.

— Olha, existem pessoas que acham que foi você. Eles estão vindo. — Steve se aproximou com alguns passos devagar. Bucky o observou em silêncio. — Precisamos sair daqui sem chamar atenção e sem machucar ninguém.

O gato chiou alto e pulou da pia no instante que uma granada entrou pela janela estilhaçando o vidro. Steve tampou a granada com o escudo no instante seguinte e conteve a explosão. A porta da saída de incêndio foi quebrada por dois agentes da Swat que entraram armados.

Bucky conteve o primeiro e Steve partiu pra cima do segundo. O apartamento foi invadido por balas, Steve a desviava com seu escudo e Bucky usava o braço de metal. Em poucos instantes havia uma equipe inteira de agentes dentro do apartamento.

Havia uma tensão durante o confronto, Steve não sabia se Bucky iria cooperar e em contrapartida Bucky não sabia se Steve confiava nele. Estavam em dupla contra os agentes, mas ainda tantas coisas não ditas entre os dois que a expectativa se mostrava nas ações.

Steve se distraiu e acabou sendo derrubado depois de uma explosão da porta da frente. Bucky se inclinou sobre ele fechando o punho e por um instante cruel Steve achou que ele havia perdido o controle de novo, mas o punho de Bucky acertou o assoalho de madeira ao lado de sua cabeça. Arrancou uma tábua e tirou de lá uma mochila, colocou-a sobre os ombros e deu um soco no cara atrás de si.

Rogers deduziu que os poucos pertences preciosos estavam lá dentro. Mas por que ele não deixou ela em um lugar mais acessível? Pensando por um instante em tudo que observou no apartamento, entendeu que talvez tenha sido o primeiro lugar seguro pra ele em muito tempo.

A lista de coisas para comprar, sair para buscar ameixas era a primeira escolha que Bucky fazia em muito tempo. Por mais pequeno que fosse, era o primeiro passo pra liberdade.
Ele estendeu a mão de Steve e o levantou.

Foi naquele momento que Rogers soube, Bucky Barnes estava de volta.

  


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