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Capítulo 10


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Made in Brooklyn


VIOLET STARK SAIU DO PRÉDIO de Peggy Carter quando o sol já havia se posto há muito tempo. Enquanto pegava o casaco que deixou no cabide do hall, ela checou o relógio de pulso e percebeu que passava das 22h. Sabia que ia estar encrencada com os Vingadores por ter sumido de novo.

Ela abriu a porta e colocou o cardigã pronta para descer as escadas da entrada. Quando levantou os olhos para a frente viu uma moto encostada na calçada e a silhueta alta do homem encostado na motocicleta.

Steve Rogers estava de braços cruzados com rosto erguido para o céu como se estivesse observando a noite. A luz da lua refletiu nas feições fortes de angulosas do soldado, o cabelo adquiriu um tom pálido de loiro.

Quando a porta do prédio se fechou atrás de Violet, ele virou o rosto na direção dela.

Ela suspirou se preparando para as explicações que teria que dar e desceu os degraus.

— Ei, fujona. — Ele cumprimentou quando ela se aproximou. De perto, Violet percebeu que o azul dos olhos de Steve pareciam escuros como o mar.

— Precisava vê-la. — Ela declarou. Em poucas palavras explicando que precisava de uma âncora com o passado e Steve entendeu. Ele sempre entendia. — Como sabia que eu estava aqui?

— Eu sabia porque eu fiz o mesmo. — Ele então ergueu os olhos para o prédio, para a janela de Peggy. — Estamos sempre tentando entender o passado.

O coração dela se apertou lembrando-se do choque de ver Peggy e imaginar que em circunstâncias normais ela estaria da mesma forma ou até mesmo já teria falecido. Talvez tivesse filhos, ou netos que cresceriam com Tony. De repente, a ideia deixou Violet zonza.

Steve direcionou os olhos para ela e a absorveu com um olhar de divertimento.

— Se bem me lembro, estou lhe devendo um passeio de moto. — Ele semicerrou os olhos quando se virou para subir na moto e a luz da lua atingiu seus olhos.

Ele se sentou e Violet subiu junto com ele passando as mãos pela cintura de Steve.

— O bom moço Steve Rogers anda de moto sem capacete? — Ela perguntou fingindo um tom de incredulidade ao sussurrar em seu ouvido.

O corpo do Capitão tremeu e ele riu.
— Quieta ou você vai voltar pra Torre a pé e sem o tour pelo nosso bairro.
Violet Stark apertou a cintura de Steve Rogers quando ele deu a partida.

Nosso bairro. Tinha dito Steve. Agora eles navegavam pelas ruas de Nova Iorque. A velocidade ideal que fazia com se estivessem voando com leveza e como era arde da noite, o caminho estava tranquilo.

Ao ver as ruas passando por eles, Violet quase sentiu-se decepcionada. Muitas coisas não a lembravam nada e nem pareciam familiares. Algumas construções antigas a faziam ter flashs da infância, como se um filme preto e branco estivesse ganhando cores aos poucos.

Em um momento Steve teve que parar diante do farol vermelho. Virou para trás para encará-la e depois apontou para um prédio residencial e a praça Roosevelt ao lado.

— Costumávamos fazer lanches ali. — O olhar azul focado nos velhos bancos da praça envolvida pelo ar noturno. — Antes da guerra, antes do soro do supersoldado.

— Antes de perdemos os nossos pais. — Violet murmurou lembrando de repente de estar tomando sol no banco, as pernas magricelas de uma garota de 14 esticadas por baixo do vestido enquanto Steve dava comida aos pombos e Bucky gritava correndo atrás de outros meninos em uma brincadeira qualquer.

Não havia o peso da responsabilidade, da perda e nem da glória cobiçada nas eras de guerra.

O farol ficou verde, mas Steve e Violet encararam a praça mais um segundo antes de voltarem a deslizar pelas ruas.

Então Steve continuou a conduzir a moto, virou uma rua à direita que era uma leve subida e então estacionou a moto de frente para um prédio antigo que parecia ter passado por algumas reformas, mas ainda mantinha a antiga fachada. Violet encarou as escadas da entrada e a simples e pequena porta. Seu coração esquentou e ela sorriu enquanto descia da moto de Steve e subiu na calçada, encarou cada detalhe quase querendo tocar o prédio.

— É a sua casa. — Ela disse sorrindo. Se lembrava e então virou os olhos para ele.

— Ainda deixa uma cópia das chaves no vaso da samambaia?

Ele riu e balançou a cabeça, antes que pudesse responder, Violet estava correndo para o outro lado da rua. Parou subitamente ao encarar a casa na frente.

Ela havia sido claramente reformada, mudaram a cor de caramelo para azul. Vi sentiu o peito apertar, Alyssa Stark amava sua casa na cor caramelo. Mas obviamente não era mais a casa dela.

Violet tocou o portão e lembrou de quando a mãe morreu e ela precisou jogar algumas coisas dela fora.
Os dedos da Stark percorreu a cerca fria do portão.

— Lembra-se da sua casa? — Steve se aproximou, a voz doce e cheia de carinho sabendo que era sofrido ver algo assim.

— Não é mais a minha casa. — Ela suspirou lembrando de quando Howard foi buscá-la para se mudar. Muitas coisas voltavam à memória agora.

Ela se virou para Steve que estava com as mãos na jaqueta e observava a casa azul.

— O apartamento ainda é seu? — Ela olhou para o prédio do outro lado da rua, para a janela apagada no andar de cima.

— É sim. — Ele olhou para ela. — Eu só passei as últimas semanas na Torre para ficar perto de você. Mas sempre fiquei no apartamento antes disso.

Ela sorriu. Um sorriso tão aberto e natural, nada contido ou irônico como eram na maioria das vezes. Steve não pode deixar de retribuir.
Então ela passou o braço em volta do braço direto dele e ele como um bom cavalheiro a conduziu durante uma caminhada lenta e calma pelas ruas do Brooklyn.

— Gosto de andar por aqui quando preciso esfriar a cabeça. — Ele confessou com a voz baixa. Era um segredo que ele estava compartilhando, Violet percebeu. — Acho que nos primeiros dias depois de ter sido descongelado, isso me impediu de perder a cabeça.

Ela ergueu os olhos castanhos para ele, precisava erguer a cabeça para olhá-lo agora. Antes ela conseguia vê-lo e abraçá-lo sem ficar na ponta dos pés e se o apertasse demais poderia acabar quebrando Steve. Mas agora ela sentia que um abraço de urso dele podia muito bem esmagar ela.

— Fico imaginando o quanto foi difícil pra você passar por tudo isso sozinho. -Ela falou deitando a cabeça no ombro dele enquanto caminhavam. — Eu tive sorte de ter encontrado você de alguma forma. Eu sei que teria perdido controle, às vezes ainda sinto que vou perder tudo que consegui até agora. — Ela suspirou levando a outra mão para tocar o braço dele. — Morro de medo às vezes.

— Eu sei. — Ele disse enquanto desciam a rua lentamente. Virou para observar as casas e seus lábios roçaram na testa de Violet quando ele falou. — Mas você é forte. Seu progresso tem sido incrível.

Então ele franziu o rosto em uma expressão curiosa.
— Ainda não me contou do que você tem lembrado.

Ela sorriu erguendo um pouco a cabeça ao encarar o céu. A luz banhou as ondas do cabelo dela que pareciam ser da cor de chocolate quente, pensou Steve.

— Eu me lembro da esquina logo à frente. — Ela apontou para o fim da rua que eles alcançavam. — Lembro de uma vez em que você estava se esforçando fisicamente para entrar no exército e eu perguntei se você apostaria corrida com uma garota.

Steve riu balançando a cabeça.
— Subimos a rua correndo até o seu portão. Eu ganhei. — Ele declarou focalizado nos olhos dela. -Mas hoje eu sei, você me deixou ganhar pra que eu ficasse feliz. Você sempre foi assim, mesmo quando eu era pequeno e magricela, você sempre fazia com que eu me sentisse se fosse o magricela mais forte do mundo. — Ele riu.

Mas ela não riu junto. Estava com uma expressão reflexiva e então parou barrando Steve quando chegaram na esquina.

Ele a olhou nos olhos esperando enquanto ela pensava, enquanto lembrava. Lembrava de cada segundo em que viu Steve naquelas ruas do Brooklyn. Lembrava dele pequeno e magro no exército se transformar no grande e implacável soldado. Então ela soube o porquê de cada lembrança dele apertava o seu coração.

Eu te amei. — Ela disse com os olhos castanhos bem abertos como se enfim tivesse encontrado a si mesma. Aquilo mexeu violentamente com Steve, como se ele tivesse sido virado do avesso. A declaração o atingiu em cheio. — Te amei muito antes de você ser um supersoldado. Amei Steve Rogers que era magro, baixo e quase sempre se metia em briga na rua.

— Desde quando? — A pergunta dele saiu em um sussurro rouco e surpreso.
Ela segurou as mãos dele e o puxou pra perto. Passou a mão esquerda pelo ombro dele enquanto que com a direita segurou a sua mão e então ela se moveu puxando Steve para uma dança.

Ele riu um pouco perdido. Mas ela começou a cantar We'll meet again, ele percebeu que ela estava resgatando enfim não só uma parte dela, mas dele também.

Então ela parou a dança, ergueu os olhos para ele. O castanho neles pareceram melancólicos, como se tivessem acabado de voltar de uma viagem no tempo e descoberto que o futuro era completamente incerto.

— Eu não sabia. — Ele sussurrou colocando a mecha solta atrás da orelha dela. -Não imaginava. Eu sempre pensei que nunca olharia pra mim.

Ela balançou a cabeça e soltou-se dele.
— Acho que eu decidi não contar depois que te vi com a Peggy. — Ela olhou para ele com os olhos mais claros e cheios de vivacidade. -Achei que poderíamos ser dois amigos que continuariam apostando corridas...

Steve percebeu um segundo tarde demais o que ela estava prestes a fazer, aquele lampejo no olhar dela sempre foi o alerta. Mas que Steve pudesse se preprar, Violet já se colocou a correr pela rua acima.

Ela sempre era difícil de manter.

Steve correu atrás.

— Não vai ganhar dessa vez! — Ele gritou em aviso. Ele pode ouvir que ela riu. Acelerou sem muito empenho estava a alcançando.

Quando Violet estava chegando próxima à árvore, soube que logo faltaria pouco para que ela alcançasse o portão. Então ele a pegou pela sua cintura e com um movimento rápido, mas gentil, virou o corpo dela para ele enquanto ambos estavam arfando numa confusão de risos.

— Eu deixei você ganhar de novo. — Ela declarou com o rosto corado, os cabelos desalinhados pela corrida e a respiração descompassada. Steve sorriu sem perceber com a luz da lua e os fracos postes de luz iluminando os dois.

Ele pressionou seu corpo contra o dela os guiando até encostarem na árvore sem tirá-la do seu abraço. Ele podia sentir o cheiro de avelã e perfume, doce sem ser enjoativo. Pode ver os olhos dela se fechando enquanto seus lábios se aproximavam, os longos cílios dela roçaram em seu rosto quando ele a envolveu com seus lábios.

No instante em que as bocas se encontraram foi como se as estrelas de Violet colidissem com o mar calmo de Steve. Algo sacudiu e virou de cabeça pra baixo dentro dele como se cada parte de si tentasse encontrar ela. Violet também sentiu, Steve tinha gosto de cafeína e quando ela deslizou os dedos pelo cabelo dele, a língua dele encontrou a dela cheia de saudade e ela pode sentir enquanto o beijo era uma mistura de carinho, saudade e deixava o peso do desespero pra trás. Já não estavam mais fora de casa e perdidos no tempo, não havia tempo ou espaço suficiente para sustentar aquele beijo. Estavam em seu lugar quando estavam juntos.

Talvez um beijo normal não fosse tão forte. Mas estavam esperando um pelo outro há muito tempo. Ninguém os conhecia como eles conheciam um ao outro. Uma das mãos de Steve apertou a cintura dela e a outra acariciava o rosto da Stark.

Relutante ele desgrudou os lábios dela para respirar.

— Violet. — Conseguiu sussurrar antes dela o puxar de volta negando que ele interrompesse o beijo.

Ele podia sentir que o coração parecia explodir, o gosto de Violet estava em sua boca, o perfume dela, o abraço. Ela era tudo o que ele conseguia e queria sentir no momento.
Mas tiveram que interromper o beijo para pudessem respirar. O que Steve achou estranho já que parecia que agora o seu oxigênio vinha dela que estava com os lábios rosados, os rosto corado e a respiração e hálito quente ainda chamando Steve.

— Não acredito que fiquei décadas sem esse beijo. — Ele murmurou brincando com os lábios pelo rosto dela, ela riu e respirou fundo sentindo o cheiro dele acariciando a sua nuca.

— Acho que pra dois velhotes a gente até que beija bem. — Steve riu e apertou os braços levantando Violet pela cintura, girou com ela e eles voltaram a caminhar até a moto.

Andaram sempre parando quando Steve roçava o nariz pelo rosto dela ou quando ela beijava o queixo dele sem olhar por onde estava andando sendo que Steve precisou segurá-la para que não caíssem sobre a moto. E então estavam se beijando de novo, a boca um do outro se tornou mais familiar e Steve sentou na moto puxando Violet para se apoiar nele.

Ela estava quase na mesma altura que ele em pé no meio fio, enquanto ele envolvia as mãos em sua cintura. Até que ele deixou de explorar-lhe a boca para beijar-lhe o queixo e o rosto.
Então o celular de alguém tocou, mas Rogers não se importava. Então Violet esticou o braço pela jaqueta dele e pegou o celular.

— Hum? — Ela murmurou ao atender enquanto ele mordiscava a bochecha dela brincando. — Oi, Nat...

Ele pode ouvir a russa reclamar do outro lado da linha.

— Eu estou bem. — Declarou Violet e Steve beijou os lábios dela a interrompendo. Ela segurou a risada e tentou afastá-la.

Do outro lado da linha, Natasha perguntou por Steve.

— O Steve? — A Stark olhou para ele procurando respostas. O loiro balançou a cabeça de forma negativa e colocou o dedo indicador sobre os lábios brincando. Violet riu alto. — O Steve está por aí...

— Olha que seja. — Nat suspirou irritada. — São duas horas da manhã e ninguém tinha notícia. Trate de voltar pra Torre, você não permissão pra sair sem aviso prévio.

— Tudo bem. — Violet respondeu distraída e desligou o telefone.

Então ela o abraçou e o beijou de novo e Steve sentiu como se era assim que devia ter terminado pra ele, como deveriam ter terminado para os soldados que voltaram pra casa depois da guerra.

Lá estava ele no Brooklyn beijando a garota certa que estava nos seus braços. Como se ainda fosse a década de 40, como se eles estivessem matando a saudade e o desespero por acharem que iam perder um ao outro. Estavam lá, dois jovens se beijando debaixo de árvores e dando passeios na moto ficando até tarde fora de casa. E então ele a levaria pra casa depois do beijo de boa noite.

— Não quero voltar... — Disse Violet passando os dedos pelos fios louros de Rogers. — Mas Nat me ameaçou com aquele sotaque russo.

Steve sorriu. Ele geralmente tinha uma expressão muito séria e contida como Capitão dos Vingadores. O sorriso pareceu exclusivo e caloroso.

— Tudo bem. — Disse um pouco relutante. — Eu te acompanho, se a senhorita permitir.

Violet sorriu subindo na moto e ambos partiram.
Naquela noite era apenas um casal jovem dos anos 40 pelas ruas do Brooklyn.



1942

A cabeça doía e latejava de forma bastante desconfortável. Ela sentiu vontade de levantar, mas sabia que não conseguiria manter o equilíbrio devido à vertigem. Tentou abrir os olhos, mas só conseguia ver a tenda como um borrão.

— Sargento Barnes, o Capitão solicita sua presença no pavilhão. — Uma voz distante chamou.

Alguém se moveu ao seu lado, ela esticou o braço e pegou em seu pulso o impedindo de se mover.

Era Bucky.

— Fique. — Murmurou Violet, os olhos cansados demais para conseguir ver a expressão dele. Sentiu que ele sentou na cama, segurava a sua mão.

— Você está bem? — Ele perguntou.
Ela não respondeu, estava se sentindo péssima. — O que aconteceu? — Ela perguntou.

— Jogaram você, caiu rolando pelo barranco na floresta. — A expressão no rosto dele era dura, o aperto na mão de repente pareceu cheio de culpa protetora. — Bateu a cabeça. Peggy acha que teve uma concussão.

Ela suspirou cansada demais para perguntar qualquer outra coisa, cada pedaço de si parecia doer. Deve ter sido uma queda e tanto. Lembrava de ter saído com o grupo para enfrentar uma base nazista no sul da Rússia, contornaram a floresta durante dia.

Lembrava de ter amarrado o lenço de Steve na cabeça e do seu sangue molhando o tecido após um alemão ter lhe acertado a testa com a base de uma espingarda.

— Descanse o máximo que puder. É uma ordem. — Murmurou Bucky. O cansaço tomou conta de si, antes de ficar novamente inconsciente sentiu um toque caloroso dos lábios dele em sua bochecha e apagou.



Atualmente

Às vezes ela ainda acordava no meio da noite sentindo-se esmagada pelo caos e o vazio. Nesses momentos se lembrava do que tinha conquistado e desenvolvido com cada um e sentia novamente que havia esperança e que em algum momento se sentiria completa. Pensar em esperança fazia lembrar do jeito que Steve olhava para ela, esperança era o que ele sentia nela.

Então ela se convencia de que a cada dia seria uma nova descoberta, por mais que parecesse que havia algo irrecuperável, ela podia reconstruir uma parte de si se permanecesse forte. Às vezes tentava se lembrar se era uma garota forte, se na infância seu pai havia lhe dito algo, mas não se lembrava de nada do pai.

"Há coisas que você nunca mais vai lembrar", disse Steve uma vez. Em alguns momentos que sentia que não podia alcançar os resquícios de si mesma, ela tinha vontade de segurar a mão de Bucky e dizer fique. Fique e afaste o meu medo, fique e leve os pesadelos embora.

Ela não se lembrava bem dele, as poucas recordações eram um borrão e parecia que quanto tentava se concentrar nele, a mente reagia com um bloqueio brutal e uma sensação de ódio alarmante a dominava. Mas depois a onda se acalmava e uma dor de saudade perdurava durante toda noite.

Steve uma vez disse que também sentia. Ele disse que era uma coisa que só os três sentiam, porque eles não se encaixavam no mundo. Porque a existência deles estava suspensa no ar e somente um cordão invisível e profundo amarrava os três um ao outro.

Em uma noite de insônia, Violet se levantou da cama e acendeu a luz. Abriu a pasta de arquivos e os espalhou sobre a cama, correu até a oficina de Tony e surrupiou alguns materiais. Voltou correndo, ligou a vitrola que Steve tinha emprestado e colocou o disco de Vera Lynn.

We will meet again ecoou pelo quarto.

Violet pegou todas as fotos antigas e com os adesivos que roubou de Tony colou elas na parede em uma ordem especifica. Primeiro colocou no lado esquerdo a foto que tinha com sua mãe Alyssa e com o tio Howard, depois a foto dela com o Coronel Phillips e Peggy Carter, no centro colocou o enorme retrato da Violet Stark da década de 40, a vice-comandante dos Howlling Commandos, a primeira na luta feminista pelo lugar das mulheres no exército, aquela sequestrada pela Hydra e que amou o seu país. Por último colocou todas as que tinham Steve e Bucky, essas preencheram boa parte da parede.

Embaixo da foto de Steve ela anotou "esperança", na foto de Bucky ela anotou "eu sempre irei te encontrar". E então encarou o seu retrato, aquele que tantas vezes encarou perguntando-se quem era. Mas dessa vez, Violet sabia quem era ela. Escreveu embaixo do seu retrato: "Lady de Aço".

Encarou seu trabalho satisfeita. Toda vez que acordasse veria aquilo e nunca mais permitiria que se esquecesse da sua vida de novo. Não vou me perder novamente.

Um trovão explodiu do lado de fora e a energia caiu. O quarto escureceu, a vitrola parou de tocar e um relâmpago brilhou iluminando o recinto com uma luz pálida e fantasmagórica e no mesmo segundo, Violet vislumbrou a figura de farda atrás da porta, o rosto cadavérico escuro quando a voz sussurrou:

-Pode tentar acabar conosco, Miss Stark. -Declarou o Caveira Vermelha. -Mas toda vez em que se corta uma cabeça da Hydra, outras duas nascem no lugar.

Em um segundo, Violet estava com a arma na mão e os dentes cerrados, mirando na porta. As luzes acenderam com a volta da energia, mas ela estava sozinha no quarto. Em apenas um segundo tinha tirado a pistola debaixo do colchão, mas foi também em um segundo que o Caveira Vermelha apareceu e se foi.

Ela respirou fundo esquadrinhando o quarto com os olhos, a pele arrepiada. Porém, ela sabia que ele não poderia estar ali. Estava há muito tempo morto. O perigo na verdade estava em sua cabeça, a mente de Violet estava pregando mais uma peça. Ela se sentou na cama e o corpo estremeceu.

Eu sou Violet Stark, nasci nos anos 20, fui co-fundadora das indústrias Stark e vice-comandante dos Howlling Commandos. Fui sequestrada pela Hydra, treinada a serviço do Barão Strucker. Mas voltei e não podem me manipular. Eu estou no controle. Ela pensou fechando os punhos, o tremor passou, ela não se permitiria ter outro surto. Eu estou no controle.


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