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Capítulo 22

Vladimir De Noir

A sala está mergulhada em um silêncio pesado, interrompido apenas pelo eco distante do trovão. A tempestade lá fora não são apenas um espetáculo da natureza; era um presságio. As sombras ao meu redor pulsavam, inquietas, como se tentassem me alertar sobre o que estava por vir.

— Um campo de batalha diplomático... - Rosallind começou, sua voz aveludada, mas implacável. — Um deslize, uma palavra mal colocada, e eles terão a justificativa que precisam para desestabilizar ainda mais nossa posição. E começar uma guerra.

Ela se levantou com a elegância de um predador, ajustando o manto de veludo que parecia absorver a luz. Seus olhos, sempre calculadores, encontraram os meus com um brilho cortante.
— Prepararei os aposentos de recepção. - a forma como ela falou tornava claro que aquilo não era uma sugestão, mas uma afirmação de domínio. — Mas, não se engane, irmão. Se vieram com intenções ocultas, não hesitarei em usar minhas lâminas antes que eles possam fazer o mesmo.

Respondi com um aceno curto, mas meu olhar já está fixo na janela. A chuva golpeado o vidro como se quisesse invadir o castelo, e o som do vento é quase ensurdecedor. As sombras trêmula ao meu redor, como fios de seda vibrando com uma melodia invisível. Elas sussurravam coisas que eu ainda não conseguia decifrar.

Rosallind inclinou-se levemente, um sorriso de canto se formando em seus lábios.
— Cuidado com as escolhas, Vladimir. Não é só o sangue deles que está em jogo, mas o nosso também.

Sem esperar por uma resposta, ela desapareceu pela porta, deixando-me com o estrategista e minha própria inquietação.
— Milorde, permitir que eles entrem pode ser perigoso. Mas negá-los... seria visto como fraqueza.

A voz do homem era prática, desprovida de qualquer emoção, como se cada palavra tivesse sido escolhida com cuidado.
— Não vamos demonstrar fraqueza. - minha voz cortou o ar como um golpe. — Porém não cederemos. Drakoni precisa ser lembrada de que a Casa De Noir não é uma adversária a ser subestimada.

Ele assentiu em reverência e saiu sem mais delongas. Assim que a porta se fechou, meu pai decide falar.
— Essa é a sua ideia de estratégia, Vladimir? - a voz de Lucian De Noir soou grave e carregada de um tom quase sarcástico. Seu manto negro parecia uma extensão das sombras, os detalhes prateados refletindo a luz das tochas como estrelas em uma noite sem lua.
— Estava apenas começando, pai. - respondi, mantendo meu tom controlado, mas havia uma tensão inevitável sempre que ele estava por perto.

Lucian caminhou lentamente pela sala, seus passos ressoando como o bater de um martelo. Ele parou diante da janela, observando a tempestade com um olhar distante, quase meditativo.

— Os Drakoni são serpentes. - ele disse, sem olhar para mim. — E, como serpentes, eles testam. Mordem onde percebem fraqueza, mas recuam diante de um predador maior.
— Não sou fraco.
— Não. - ele se virou para mim, os olhos escuros perfurando os meus. — Mas às vezes parece esquecer que força sem controle é inútil.

As sombras ao redor dele se moveram, formando imagens abstratas no ar – uma serpente se contorcendo e sendo esmagada por uma mão colossal.
— E o que sugere, pai? - minha voz era afiada, mas cuidadosa.
— Mostre-lhes a força da Casa De Noir, mas faça com que temam o que não podem ver. Coloque guardas nas saídas, mas mantenha-os ocultos. Faça-os acreditar que cada sombra no castelo os observa.

Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu novamente, e um guarda entrou apressado, sua expressão marcada por urgência.
— Milorde, os representantes de Marsolis chegaram. Insistem em falar com o senhor.

Lucian ergueu uma sobrancelha, mas não demonstrou surpresa.
— Insistem? - sua voz era fria, mas carregava uma nota de desprezo.
— Sim, senhor. Alegam que o assunto é de extrema importância para ambas as Casas.

Lucian não precisou de mais explicações. Ele caminhou até a porta, mas antes de sair, olhou para mim por cima do ombro.
— Lembre-se, Vladimir. Cada movimento no jogo das sombras é definitivo. Faça com que saibam que estão em nosso domínio.

Quando ele desapareceu pelo corredor, as sombras ao meu redor pareceram se agitar, refletindo a tempestade que eu sabia estar por vir, não seria apenas um embate de palavras. Será um teste de quem dominava melhor o jogo. E, se fosse necessário, eu mesmo transformaria o tabuleiro em ruínas.

Caminhei pelos corredores seguindo a silhueta imponente de meu pai. O peso da presença de Lucian De Noir era algo palpável, quase sufocante, e cada passo dele parecia ressoar como um eco de autoridade e domínio. À medida que avançávamos, as sombras nas paredes se moviam inquietas, refletindo a tensão no ar.

Rosallind nos encontrou no grande arco de entrada que dava para a sala de recepção. Ela estava impecável, vestida em um manto escarlate com detalhes negros, como se tivesse planejado cada aspecto de sua aparência para intimidar e cativar ao mesmo tempo.

— Eles chegaram? - perguntou com a voz baixa, mas carregada de curiosidade.

— Já estão à espera. - Lucian respondeu sem olhar para ela, seus olhos fixos nas portas imponentes que separavam a sala principal do saguão de entrada. — Vamos mantê-los na defensiva.

Rosallind lançou-me um olhar significativo antes de caminhar para o lado de nosso pai. Sua mente se conectou à minha, e sua voz ecoou, suave e mordaz, diretamente em meus pensamentos.

"Vladimir, você acha que ele trouxe Aarothus?"

A menção ao dragão de Baldric, Aarothus, fez as sombras ao meu redor tremerem. Não era apenas um dragão, mas uma criatura antiga, selvagem, tão leal quanto mortal. A ideia de enfrentá-lo em nossa própria casa fez meu sangue esfriar por um momento.

"Se ele tiver trazido Aarothus, é porque quer nos lembrar do poder da Casa Drakoni,"

respondi mentalmente, mantendo minha expressão impassível.

"Mas mesmo um dragão não é invencível dentro das muralhas de De Noir."

Rosallind sorriu levemente, um brilho de diversão em seus olhos.

"Eu gostaria de ver você tentar derrubá-lo, irmão. Seria um espetáculo."

Antes que eu pudesse responder, as portas se abriram.

O saguão estava iluminado por uma luz cálida, mas parecia frio diante das figuras que entraram. Baldric Drakoni era um homem de presença colossal, seu manto vermelho e azul, reluzindo com a umidade da tempestade lá fora. Seu cabelo loiro caía sobre os ombros largos, e os olhos brilhavam como brasas sob sobrancelhas grossas e severas. Atrás dele, dois guardas com armaduras ornamentadas mantinham posturas firmes, mas não havia sinal de Aarothus. Ainda assim, a sala parecia mais apertada, como se o dragão estivesse presente de forma invisível.

Lucian caminhou até o centro da sala, cada movimento calculado, cada gesto uma demonstração de poder.
— Lorde Drakoni, seja bem-vindo ao castelo De Noir. - sua voz era baixa, mas reverberava como o trovão lá fora.

Baldric parou diante dele, alto o suficiente para encarar Lucian de igual para igual, embora a diferença entre suas posturas fosse gritante. Lucian irradiava controle absoluto, enquanto Baldric parecia pronto para explodir a qualquer momento.
— Lorde De Noir. - Baldric falou, sua voz grave e carregada de um leve sotaque do sul. — Não vim até aqui para trocas de cortesias. Precisamos falar de algo que ameaça ambas as nossas casas.

Rosallind deu um passo à frente, sua graça perigosa imediatamente atraindo a atenção de Baldric.
— Se o assunto for tão urgente quanto parece, espero que tenha vindo preparado para justificar a tempestade que causou ao chegar aqui. - ela sorriu, mas seus olhos brilhavam com um desafio silencioso. Ela ironizar a vinda deles com uma tempestade faz Lucian dar um leve sorriso de canto.

Baldric estreitou os olhos, mas antes que pudesse responder, a porta principal do castelo foi aberta abruptamente por uma rajada de vento. Lá fora, algo se mexia na escuridão. Uma presença massiva, acompanhada de um rugido distante que fez até mesmo as pedras das paredes vibrarem.

Rosallind olhou para mim, seu sorriso desaparecendo. Mentalmente, ela sussurrou.

"Ele trouxe Aarothus. Eu sabia."

Lucian não se moveu, mas sua voz cortou o ar como uma lâmina.
— Se o seu dragão atravessar nossas muralhas, Lorde Drakoni, não respondo pelas consequências.

Baldric inclinou a cabeça, um sorriso predador surgindo em seus lábios.
— Aarothus não atravessa muralhas, Lorde De Noir. Ele as derruba.

A tensão na sala tornou-se quase insuportável. As sombras ao meu redor se agitaram como serpentes inquietas, esperando o momento certo para atacar.
— Vamos sentar, então. - Lucian disse calmamente, mas sua voz carregava um peso que silenciou até mesmo Baldric. — Discutiremos o que precisa ser discutido. Mas lembre-se, Lorde Drakoni, este castelo é o domínio da Casa De Noir. Aqui, as trevas respondem apenas a mim.

Baldric sustentou o olhar por mais um momento antes de dar um passo para trás e fazer um gesto para seus guardas. Enquanto nos movíamos para os assentos preparados, Rosallind mais uma vez falou em minha mente.

"Ele está testando nosso limite, Vladimir. Espero que você não se deixe intimidar. Um movimento errado, e Aarothus estará em nossas portas. Prefiro não precisar me preocupar com chamas esta noite."

"Eu não temo Baldric, nem seu dragão,"

Respondi, olhando para o imenso homem à frente.

"Mas talvez seja ele quem deveria temer as sombras que já estão ao seu redor."

A noite estava apenas começando, e a batalha, embora feita de palavras, não me parece que iniciarmos uma guerra.

As portas se abriram com um ranger profundo, revelando o salão de guerra, onde sombras dançavam à luz de candelabros pendentes. A mesa central, feita de obsidiana polida, dominava o ambiente como uma lápide em memória das batalhas passadas. Gravuras intrincadas em sua superfície contavam histórias de conquistas e traições, ecos de eras esquecidas.

Lucian entrou à frente, sua presença um lembrete constante de que a Casa De Noir era uma força além da compreensão comum. Rosallind caminhava ao lado dele, com sua elegância letal que transformava cada passo em uma declaração de poder. Eu segui logo atrás, os olhos fixos nos Drakonis, que se aproximavam com cuidado, como predadores em território alheio.

Baldric Drakoni, imponente e frio, liderava sua comitiva. Seus conselheiros e guardas o seguiam, cada movimento cuidadosamente ensaiado para exalar confiança e controle. No entanto, havia algo de inquieto nos olhos dele, uma hesitação sutil que não passou despercebida por mim.

Lucian indicou os assentos ao redor da mesa.

— A Casa De Noir ocupa a cabeceira.

Sem questionar, ele assumiu a posição central, como o monarca de um reino obscuro. Rosallind sentou-se à sua direita, o manto vermelho sangue contrastando com o brilho opaco da mesa. Eu me acomodei à esquerda, sentindo as sombras se moverem ao meu redor como que atraídas pela tensão crescente.

Os Drakonis tomaram seus lugares ao longo dos lados da mesa, com Baldric ocupando o mais próximo de Lucian. O silêncio caiu pesado sobre a sala, como se o próprio ambiente estivesse segurando a respiração.

Lucian foi o primeiro a falar, sua voz cortando o ar como uma lâmina.
— Baldric Drakoni, o que traz sua casa a nossas portas em tempos tão instáveis?

Baldric inclinou levemente a cabeça, mas sua postura permaneceu firme.
— Lorde De Noir, não venho aqui com intenção de conflito. Pelo contrário, algo maior que nossas casas está se movendo, e ignorá-lo seria nossa ruína.

Rosallind arqueou uma sobrancelha, a ponta dos dedos tocando o braço da cadeira enquanto inclinava o rosto ligeiramente, em uma mistura de curiosidade e escárnio.
— Um aviso? - sua voz era doce como veneno. — É raro um Drakoni reconhecer qualquer coisa como uma ameaça. Nem mesmo seus preciosos dragões parecem intimidá-los.

Houve um murmúrio sutil entre os conselheiros de Baldric, mas ele não reagiu.
— Aarothus está conosco, Lady Rosallind. Ele é um lembrete de que não estamos indefesos.

Enquanto Baldric falava, a voz de Rosallind soou em minha mente, fria e precisa como uma adaga escondida.

"Vladimir, você percebe, não é? Eles não sabem. Não têm ideia de que estou envolvida com o Orbe."

Fechei a mão sob a mesa, sentindo as sombras ao meu redor estremecerem. Respondi em um tom mental igualmente calculado.

"Eles estão no escuro, mas se descobrirem, Drakoni não perdoa. Isso te coloca em uma posição perigosa, irmã."

Rosallind não hesitou, um sussurro afiado ecoando na minha mente.

"Pior seria se eles soubessem o que eu sei sobre o Orbe. A questão é: Baldric veio aqui apenas por isso?"

Minha atenção voltou para Baldric, que agora colocava uma pedra pulsante sobre a mesa. Um artefato de luz rubra, emitindo uma energia que parecia morder o ar ao nosso redor.

— Isso é o que restou de nossos batedores ao norte de Marsolis. - a voz de Baldric é grave, enquanto a pedra projetava imagens de devastação, cidades destruídas, campos arrasados e uma sombra colossal que parecia consumir tudo em seu caminho.
— Estamos lidando com algo além de dragões ou homens. Isso é destruição primordial.

Rosallind estreitou os olhos para a projeção, mas era em mim que sua mente estava focada.

"Ele está tentando desviar nossa atenção do Orbe, ou isso é mais sério do que parece?"

Deixei a pergunta pairar, meus próprios pensamentos um redemoinho de suspeitas. Lucian, no entanto, não demonstrava dúvida. Ele se levantou com uma graça sombria, o peso de sua autoridade preenchendo o espaço.
— Você espera que aceitemos isso como verdade sem provas concretas? - sua voz era um trovão controlado.

Baldric encarou Lucian, desafiador, mas comedido.
— Não espero sua confiança imediata, Lorde De Noir. Mas se nossas casas não se unirem, não haverá De Noir ou Drakoni para resistir ao que está vindo.

A tensão na sala era sufocante. Lucian inclinou-se levemente, os dedos entrelaçados sobre a mesa.

— Esta noite será decisiva. As ações das próximas horas definirão se nossas casas caminham para a aliança... ou para o conflito. - ele olhou para mim e Rosallind, um comando silencioso em seus olhos.

Enquanto todos permaneciam de pé, Baldric Drakoni ergueu a pedra pulsante novamente, o brilho rubro iluminando os contornos da mesa de obsidiana. Sua expressão estava sombria, como se as palavras que ele estivesse prestes a proferir pesassem mais do que ele podia suportar.
— Há algo mais que preciso compartilhar com a Casa De Noir. Algo que até mesmo os meus mais próximos consideram ultrajante.

Lucian estreitou os olhos, sua postura permanecendo firme como o pilar que sustentava a sala.
— Fale, Baldric.

Baldric hesitou por um momento, mas finalmente cedeu.
— O Templo de Pyronheim foi saqueado. - Rosallind manteve o semblante impassível, mas sua mente invadiu a minha novamente, uma corrente de tensão atravessando nossas consciências conectadas.

"Eles ainda não sabem. Não sabem que eu estou diretamente envolvida."

Respondi com uma firmeza calculada.

"Mas agora sabemos o quanto eles valorizavam o Orbe. Isso os torna ainda mais perigosos."

Baldric continuou, sem perceber nossa troca mental.
— Entre os artefatos roubados estava o Orbe de Kharon. Um objeto de origem incerta, mas que contém um poder antigo. Nossa casa vinha estudando o Orbe, buscando uma forma de utilizá-lo contra a ameaça sem rosto que está devastando nossos territórios.

A sala ficou em um silêncio tão profundo que parecia que as sombras seguravam a respiração. Lucian cruzou os braços, analisando cada palavra de Baldric com olhos que pareciam perfurar a alma.
— Está dizendo que este Orbe poderia ser uma arma? - a voz de Lucian era grave.
— Não sabemos ao certo. - Baldric balançou a cabeça. — Mas as runas gravadas em sua superfície sugerem um poder que transcende qualquer coisa que compreendemos. Nossa hipótese era que o Orbe pudesse amplificar as forças naturais ou até controlá-las.

O silêncio foi quebrado por Rosallind, que se inclinou levemente à frente, sua expressão calculada.
— Se esse objeto é tão poderoso, por que não estava protegido adequadamente? - sua voz parecia um chicote de seda, com um toque de desprezo que era difícil ignorar.

Baldric respirou fundo, claramente incomodado pela pergunta, mas respondeu com firmeza.
— Pyronheim era o local mais protegido em nosso território. Nem mesmo Aarothus conseguiu rastrear a ladra. Mas já tenho homens investigando suspeitas.

Eu senti a intensidade de Rosallind aumentar, sua mente novamente se infiltrando na minha.

"Isso é perigoso, Vladimir. Eles não podem sequer suspeitar que o Orbe está conosco, ou que eu o tirei do castelo deles."

"Fique calma. Eles ainda estão focados na ameaça, não na traição."

Lucian, por fim, interrompeu a tensão crescente.
— E o que você espera da Casa De Noir, Baldric? Uma aliança baseada em um objeto perdido e uma ameaça invisível?

Baldric manteve o olhar firme.
— Espero que reconheça o que está em jogo. Se a ameaça sem rosto destruir Marsolis, não vai parar por ali. O poder do Orbe pode ser a chave para impedir isso.

Lucian ponderou, sua expressão indecifrável. Depois de um momento, ele se virou para mim.
— Vladimir, o que você acha?
— Acho que eles estão desesperados. -  respondi com frieza, mantendo meu tom neutro. — Mas se o que dizem é verdade, ignorar essa ameaça pode ser um erro fatal.

Rosallind interveio, um sorriso calculado brincando em seus lábios.
— E se o Orbe não for a solução? Suas esperanças estão baseadas em algo que nem sabem como usar. - Baldric encarou-a, sua mandíbula tensionando.
— Não é uma questão de esperança, Lady Rosallind. É uma questão de sobrevivência.

As palavras dele ecoaram na sala, enquanto Lucian se levantava lentamente, sua figura dominando o espaço.
— Muito bem, Lorde Drakoni. Considerarei suas palavras e suas intenções. Mas não esperem confiança cega. Cada movimento seu será observado de perto.

Baldric assentiu, mas a tensão entre nossas casas era palpável. Enquanto todos começavam a se dispersar, Rosallind e eu permanecemos, nossas mentes ainda conectadas.

"Eles não confiam em nós, mas estão tão desesperados que vão aceitar qualquer chance. Isso é uma vantagem, Vladimir. Precisamos mantê-la."

"Cuidado, Rosallind. Jogar com fogo como esse pode ser a ruína até mesmo para nós."

Ela apenas sorriu, um brilho perigoso em seus olhos.

"Então, queime comigo, irmão."

Rosallind levantou-se graciosamente, sua figura elegante dominando a sala enquanto todos ainda digeriam as palavras de Baldric. Com um gesto suave, mas carregado, ela ergueu a mão, silenciando qualquer murmúrio que pudesse surgir. Antes d falar alguma coisa ela olha para Lucian, um pedido silêncio de permissão.
— Antes que todos voltem para os barcos.

A tensão na sala intensificou-se, com olhares confusos e atentos lançados na direção dela. Até mesmo Baldric inclinou ligeiramente a cabeça, intrigado. Rosallind sorriu, um sorriso encantador que não revelava absolutamente nada sobre seus verdadeiros pensamentos.

— Esta conversa, tão sombria e carregada de presságios, não será resolvida esta noite. - ela virou-se para os empregados que aguardavam silenciosamente perto das portas. — Tragam cálices de Kyef, pães frescos e carne. Preparem algo digno dos convidados que temos.

Os criados se apressaram em obedecer, enquanto Rosallind voltava sua atenção para os presentes, sua voz assumindo um tom mais leve.
— Pelo menos esta noite, distraiam suas mentes e afoguem seus medos em algo mais mundano. Amanhã decidimos o destino do mundo, mas hoje... podemos ao menos fingir que ainda somos humanos.

Houve um instante de silêncio pesado, antes de Baldric arquear uma sobrancelha e cruzar os braços, claramente surpreso, mas sem contestar. Alguns homens comemoraram as falas de Rosallind. Enquanto isso, na profundidade de minha mente, a voz dela ecoou com familiaridade irritante.

"Uma pequena distração não fará mal a ninguém, Vladimir."

Eu fechei os olhos por um breve momento, contendo a irritação.

"Você está ficando doida, Rosallind? Baldric acabou de admitir que o Orbe era a última esperança deles e que o templo foi saqueado. E agora você quer brindar e comer como se estivéssemos em um festival?"

Ela não respondeu de imediato, mas senti a onda de desprezo calculado que emanava dela. Seu sorriso exterior permaneceu intacto enquanto ela mantinha a pose de anfitriã impecável.

"Eles estão exaustos e desesperados. Homens cansados e tensos cometem erros. Mas homens com uma falsa sensação de conforto... Ah, esses são fáceis de manipular."

Engoli em seco, lutando contra a vontade de rebater.

"E o que você planeja fazer com esse 'conforto', irmã?"

Ela finalmente virou os olhos para mim, mantendo a máscara de serenidade.

"Observar, querido irmão. Observar quem se perde no vinho, quem fica de guarda e quem começa a questionar mais do que deve. Acredite, esta noite será mais reveladora do que a conversa que tivemos até agora."

Enquanto os empregados traziam bandejas com cálices fumegantes e pratos ornamentados, Baldric inclinou a cabeça em uma leve reverência.
— Uma oferta generosa, Lady Rosallind.
— A generosidade é uma das poucas armas que restam, Lorde Drakoni. - ela sorriu, mas eu percebia os subtextos em sua voz. — Vamos aproveitar enquanto podemos.

Enquanto a sala começava a se movimentar novamente, com os presentes hesitantes em relaxar, me pergunto, se ela conseguiria controlar as chamas que está acendendo.

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